Tópicos | dicas de férias

Chegou a época das férias escolares, mas não são todos os pais que conseguem a merecida folga do trabalho no mesmo período. Por isso, é preciso planejar o que fazer com a garotada para que esses dias não se tornem um verdadeiro caos.

O ideal é que os pais tentem montar uma programação para que as crianças aproveitem o período de descanso, afinal, as férias no meio do ano ajudam no desenvolvimento dos pequenos. "As férias são muito importantes para as crianças e os adolescentes. Imagina uma máquina que foi exigida durante quatro ou seis meses na sua potência máxima. Será que ao final desse período ela vai precisar parar para que seja feita uma manutenção? Claro! É a mesma coisa com a cabecinha dos jovens. Atualmente, o nível de exigência é bem diferente de 20, 30 anos atrás. Muitas crianças têm agendas tão ou mais cheias que as dos adultos. Por isso, esse descanso é super necessário para que o retorno para a finalização do ano escolar aconteça de forma bem tranquila e sem estresse", explica a psicopedagoga Maristela Gripp.

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A agenda de férias não é sinônimo de programas caros. Deixar o filho brincar até um pouco mais tarde, por exemplo, ou passear na casa de parentes é uma das opções para os pais. A mãe Karen Pepe Sartori, 26 anos, deixa a filha Flavia Vitória Sartori da Costa, 6 anos, aproveitar ao máximo os dias de folga. "Deixo ela brincar até um pouco mais tarde com as amiguinhas. Às vezes vamos à praia, porque ela gosta bastante, levamos ela ao parque ou para dormir na casa das avós", conta.

Karen Pepe Sartori cuida da programação de férias da filha, Flavia Vitória Sartori da Costa | Foto: Arquivo Pessoal

Como Flávia está na fase de aprender a ler e escrever, mesmo nas férias, Karen procura incentivar a filha no mundo das palavras. "Faço alguns desafios com a leitura, para não deixar ela perder o foco totalmente", acrescenta.

Para os pequenos que gostam de brincar muito com a tecnologia, a psicopedagoga Maristela lembra que os pais também precisam propor outras atividades de acordo com a faixa etária da criança, e que proporcionem momentos de socialização e interação com outras crianças e com os pais também. Entre as sugestões estão idas ao cinema, museus, bibliotecas, lanche com os amigos, joguinhos de tabuleiro ou a leitura de um livro. "Durante as férias, acho muito válido que os pais relaxem um pouco nas regras, porém o tempo de uso dos aparelhos eletrônicos deve ser estipulado, principalmente quando os filhos são muito pequenos e ainda não têm limites quanto ao tempo que podem usar esses aparelhos. Tudo em excesso faz mal, até aquilo que consideramos ser muito bom. O mesmo se aplica aos jogos eletrônicos", conclui.

Imagine se você fosse criança em um mundo sem tecnologia, computadores, tablets e celulares. Seria uma vida monótona ou daria para se divertir? Pois agora, em pleno século 21, muitos pais estão se organizando para tirar os filhos da dependência dos jogos eletrônicos. Assim, esperam promover uma integração maior entre os integrantes da família.

A professora Luciana Aparecida de Moraes Corrêa é um exemplo da mudança pela qual passam muitos pais da atualidade. Cansada de ver os filhos Pedro, de 12 anos, e Manuela, de oito, assistindo a vídeos no YouTube ou jogando online, decidiu investir em jogos de tabuleiro. "Lembro que, nas férias, eu e meu primo brincávamos muito com jogos que ele tinha e isso me traz uma ótima lembrança da infância e sei que isso ajuda em muitos aspectos. Agora que a Manu e o Pedro estão em uma idade legal para jogar, estou investindo nisso", conta.

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Muitas versões de jogos de tabuleiro dos anos 1980 foram "repaginadas" e é possível encontrar facilmente no comércio. "Eles já tinham o Banco Imobiliário. Aí, comprei o Detetive, em uma versão pocket, e tem um jogo que chama Certo ou Errado, que são afirmações que você responde se estão certas ou erradas. São coisas que você às vezes não ouviu falar e acaba aprendendo. Trabalha a leitura e o conhecimento", avalia.

Luciana quer ser mais participativa no período de folga das crianças. "Nessas férias, não quero deixar as crianças à toa, ou só com TV. A gente vai brincar! Quero poder brincar com eles mais nessas férias!", planeja.

Além dos jogos de tabuleiro, que são uma bela opção para integrar todo mundo da família, as brincadeiras offline ao ar livre também são alternativa, como avalia a professora de Educação Infantil do Colégio Marista São Luís Samanta Sivers: "Você sabia que há pesquisas que apontam que presidiários passam mais tempo ao ar livre do que mais da metade das crianças? Diante dessa desconcertante afirmação, é provável que elenquemos a falta de segurança e a preferência dos pequenos pela tecnologia como possíveis fatores que afetariam a realidade da atual infância".

Alguns pais estão resgatando brincadeiras que marcaram suas gerações, como soltar bolinhas de sabão no parque, brincar de "polícia e ladrão", "esconde-esconde", "pega-pega" e até carrinho de rolimã. As crianças de hoje, que praticamente nasceram sabendo mexer nos dispositivos móveis, por vezes não têm o repertório criativo que os adultos possuem.

"A criança é um ser do presente, ela vive no aqui e agora, mediante as interações que faz com o espaço em que está e com as pessoas que estão ao seu redor", ressalta Samanta Sivers.

Como brincar com os filhos nas férias?

A professora de Educação Infantil do Colégio Marista São Luís aconselha: "Não se aflija caso não tenha um extenso repertório brincante. Lembre-se das suas brincadeiras de infância. Quem nunca brincou de 'elefante colorido', 'siga o mestre', 'estátua' e 'passa anel'? Corra, vire cambalhotas, salte com a criança! Pule corda, elástico, obstáculos, amarelinha, solte bolhas de sabão, pipa ou o que for. Conecte-se com a textura da terra, da areia, da água. Interaja com os elementos da natureza que os rodeiam".

Portanto, aproveite as férias para se aproximar mais dos seus filhos. E que esse gesto seja repetido por todo o ano.

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