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O advogado Miguel Pereira Neto afirmou nesta terça-feira, 27, que a VTPB Serviços Gráficos e Mídia Exterior Ltda "não é uma empresa fantasma". Pereira Neto, que detém larga experiência na advocacia penal, promove a defesa da VTBP, alvo da Ação de Investigação Judicial Eleitoral que pede a cassação da chapa Dilma-Temer.

Nesta terça, o ministro Herman Benjamin, corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e relator da ação, autorizou buscas na VTPB e em outras duas gráficas, a Focal Confecção e Comunicação Visual Ltda e a Rede Seg Gráfica Eireli e dos sócios. Uma suspeita é que as gráficas teriam subcontratado empresas sem capacidade de produção e que os recursos recebidos da campanha foram desviados.

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"A VTPB não é uma empresa fantasma", reagiu o advogado. "Ela trabalha desde sempre nas campanhas eleitorais. Já participou de muitas campanhas. Sempre forneceu material de campanha para praticamente todos os partidos e muitos candidatos. O fornecimento é para os partidos. A VTPB é inovadora. Em 2014 ela veio com os cards de plástico com uma arte semelhante àquela que faziam nos Estados Unidos com bonequinhos. Não só isso, também tem o melhor preço. Isso atraiu todos os partidos para fornecimento", disse.

Segundo Miguel Pereira Neto, a VTPB "não só contratou a mão de obra como também as empresas que faziam impressão especializada". "Nós já apresentamos ao Tribunal Eleitoral e à Procuradoria-Geral Eleitoral todos os comprovantes dessa produção, as máquinas, os números das máquinas, os nomes dos operadores das máquinas, as amostragens desse material todo", continuou o advogado.

Ele anotou que quando o material de campanha era entregue para as transportadoras tudo era registrado. "Os materiais eram pesados, fotografados na presença dos representantes dos partidos e com ciência do Tribunal Superior Eleitoral. Esse transporte para todo o País custa muito. Todos os pagamentos realizados para terceiros foram demonstrados documentalmente."

Com a abertura da Ação Judicial Eleitoral no âmbito do TSE, a gráfica sofreu fiscalização da Receita Federal e da Receita Estadual em São Paulo. "A VTPB, questionada pelo Ministério Público Eleitoral, apresentou todos os documentos. A Procuradoria-Geral Eleitoral analisou os documentos e o procedimento já foi encerrado com a conclusão de que efetivamente foi prestado o serviço e entregue o material. O procedimento foi arquivado pela Procuradoria-Geral Eleitoral no âmbito do TSE."

Miguel Pereira Neto reitera que a VTPB "apresentou tudo, portanto não pode ser caracterizada como fantasma, muito menos como operadora de lavagem de dinheiro". "Efetivamente, a gráfica prestou os serviços para os quais foi contratada. Nesse procedimento do TSE a VTPB não é parte. Quem é parte são os candidatos dos partidos."

Pereira Neto classifica a nova etapa da investigação como "ato de exceção". "O direito de defesa fica prejudicado, como hoje, às vésperas de fim de ano", afirmou. Ele reitera que "o órgão acusador, a Procuradoria-Geral Eleitoral já atestou a idoneidade (da VTPB), então não pode haver uma segunda investigação com o mesmo objetivo".

"A Receita estadual também deu por encerrado o procedimento. Perante a Receita Federal todos os documentos foram entregues e as justificativas apresentadas. O arquivamento da Procuradoria-Geral Eleitoral é suficiente para que não haja outras investigações."

"Ficam dizendo que as portas da empresa estão fechadas. Ora, é uma gráfica de campanha. Só funciona quando tem eleição. Mas se for lá tem secretária trabalhando sim." O advogado disse que "em alguns casos" a VTPB faz subcontratações. "Existem algumas impressões, como cartazes plásticos, que exigem impressora específica para isso. A VTPB contratava as empresas que faziam as impressões, contratava e efetivamente pagava fornecedores. Tem comprovante de tudo, conta bancária que mostra os pagamentos efetuados para essas empresas. A VTPB recebeu mais (na campanha de 2014) porque tinha o melhor preço e fornecia produtos diferentes, como os cards. Os outros trabalhavam com santinhos de papel que jogam fora. Os cards você põe na carteira e guarda. Material diferente mesmo", concluiu.

O relatório produzido pela força-tarefa coordenada por analistas do Tribunal Superior Eleitoral e integrada por especialistas da Receita, Polícia Federal e COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) motivou as diligências autorizadas pelo ministro Herman Benjamin e cumpridas pela PF na manhã desta terça-feira (27). O documento foi produzido com base nas informações obtidas com a quebra dos sigilos bancários das gráficas VTPB Serviços Gráficos e Mídia Exterior Ltda, Focal Confecção e Comunicação Visual Ltda, Rede Seg Gráfica Eireli e dos sócios.

A informação consta em nota divulgada pela assessoria de comunicação do TSE. As diligências são realizadas em, aproximadamente, 20 locais de três Estados brasileiros (Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina). De acordo com a decisão do ministro, o trabalho da PF deve se ater às questões eleitorais. Cinquenta agentes da Polícia Federal trabalham sob a coordenação de analistas do TSE.

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O ministro Herman Benjamin também decretou a quebra do sigilo fiscal de cerca de 15 pessoas físicas e jurídicas, cujos nomes não serão divulgados por questão de sigilo.

Nas 80 páginas do relatório, a força-tarefa aponta indícios de "desvio de finalidade" dos recursos da chapa. Diante do documento, o ministro Herman Benjamin havia concedido na sexta-feira (16) o prazo de cinco dias para as partes envolvidas na ação se manifestarem.

A nova etapa da investigação sobre a chapa Dilma-Temer, deflagrada nesta terça, mira exclusivamente em aspectos eleitorais. A força-tarefa que rastreia supostas fraudes e desvios de recursos na campanha de 2014 da petista e do peemedebista queria estender a apuração para outros crimes, mas por determinação do ministro Herman Benjamin - corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e relator da Ação de Investigação Judicial Eleitoral que pede a cassação da chapa -, a ofensiva nas gráficas e empresas subcontratadas não pode ir além do aspecto eleitoral.

No despacho em que autorizou a operação, tendo como alvo a rede de pessoas jurídicas interligadas às gráficas, o relator invocou relatório da força-tarefa e apontou para o trânsito de recursos em grande monta na campanha.

"Justifica-se o aprofundamento das circunstâncias identificadas na movimentação financeira de algumas das empresas investigadas, especialmente às concernentes à aparente ausência de capacidade operativa de subcontratadas e ao recebimento de elevados valores por pessoas jurídicas e físicas sem justa causa demonstrada'.

A ordem de Herman Benjamin é para que as diligências se atenham à constatação, in loco, do objeto social e da capacidade operativa das pessoas jurídicas contratadas, à verificação de documentos contábeis e fiscais, à realização de entrevistas com pessoas físicas envolvidas e, caso necessário, à colheita de depoimentos.

A defesa de Dilma disse que irá se manifestar somente após ter acesso à decisão proferida pelo ministro Herman Benjamin.

A nova etapa da investigação sobre a chapa Dilma-Temer, deflagrada nesta terça-feira (27), pela Polícia Federal, mira exclusivamente em aspectos eleitorais. A força-tarefa que rastreia supostas fraudes e desvios de recursos na campanha de 2014 da petista e do peemedebista queria estender a apuração para outros crimes, mas por determinação do ministro Herman Benjamin - corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e relator da Ação de Investigação Judicial Eleitoral que pede a cassação da chapa -, a ofensiva nas gráficas e empresas subcontratadas não pode ir além do aspecto eleitoral.

"Indefiro a realização de diligências que ultrapassem o escopo estritamente eleitoral", decretou Benjamin.

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O ministro destacou que "eventuais ilícitos financeiros, tributários e de lavagem de capital devem ser apurados na via própria, sobretudo quanto às repercussões penais".

Herman Benjamin alertou para o fato de que "a realização das diligências na extensão sugerida acarretaria, por certo, a dilação desarrazoada da tramitação processual, o que também contraria a natureza desta Justiça Eleitoral".

No despacho em que autorizou a operação desta terça, tendo como alvo a rede de pessoas jurídicas interligadas às gráficas, o relator invocou relatório da força-tarefa e apontou para o trânsito de recursos em grande monta na campanha.

"Justifica-se o aprofundamento das circunstâncias identificadas na movimentação financeira de algumas das empresas investigadas, especialmente às concernentes à aparente ausência de capacidade operativa de subcontratadas e ao recebimento de elevados valores por pessoas jurídicas e físicas sem justa causa demonstrada".

As diligências complementares do TSE estão sendo executadas sob a supervisão do juiz auxiliar da Corregedoria-Geral Bruno César Lorencini e com a coordenação de peritos da Corte eleitoral e apoio da Polícia Federal.

A ordem de Herman Benjamin é para que as diligências se atenham à constatação, in loco, do objeto social e da capacidade operativa das pessoas jurídicas contratadas, à verificação de documentos contábeis e fiscais, à realização de entrevistas com pessoas físicas envolvidas e, caso necessário, à colheita de depoimentos.

O ministro vedou a condução coercitiva "dos entrevistados".

Benjamin autorizou a quebra do sigilo fiscal "das pessoas jurídicas e físicas que, a partir do relatório de análise de movimentação financeira bancária demonstraram maiores indícios de irregularidades nos dispêndios eleitorais".

A Polícia Federal realiza na manhã desta terça-feira (27) uma operação para verificar a capacidade de empresas subcontratas por gráficas que receberam valores da chapa Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB). A ação foi autorizada pelo ministro Herman Benjamin, relator do processo no Tribunal Superior Eleitoral que pode levar à cassação da chapa vitoriosa de Dilma e Temer. Estão na mira empresas que foram subcontratadas pela gráficas Red Seg Gráfica, Focal e Gráfica VTPB. Não há mandados de prisão.

O jornal O Estado de S. Paulo revelou na semana passada que a força-tarefa da Polícia Federal, Receita e Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), criada por determinação do TSE para analisar as contas da campanha da chama Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB), encaminhou um laudo ao ministro Herman Benjamin.

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Nas 80 páginas do documento, os peritos apontam indícios de "desvio de finalidade" dos recursos da chapa. O próprio Ministério Público Eleitoral também analisou o relatório e apontou a existência de indícios de "fortes traços de fraude e desvio de recursos" da campanha. Diante do documento, o ministro Herman Benjamin deu no dia 16 o prazo de cinco dias para as partes envolvidas na ação de manifestarem.

Uma das gráficas que prestaram serviços à chapa, a Focal, recebeu cerca de R$ 24 milhões de reais e já foi alvo da Lava Jato. Segundo maior fornecedora da campanha petista em 2014, a empresa pertence a Carlos Roberto Cortegoso. O empresário é investigado pela Polícia Federal e Ministério Público Federal na Custo Brasil e é réu por suposta ocultação de propinas.

Segundo um laudo pericial contábil do TSE, a empresa teria recebido R$ 3,2 milhões de forma irregular da campanha presidencial de 2014 e pode ter sido usada para desvios de recursos eleitorais.

Uma proposta que muda a forma de escolha dos ministros juristas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) avançou no Supremo Tribunal Federal. Se aprovada, a proposta pode frustrar a estratégia do governo de modificar a atual composição da corte eleitoral antes da decisão sobre o pedido de cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer. Pela fórmula atual, Temer terá o direito de escolher substitutos de dois ministros cujos mandatos vencem em abril e maio.

A possibilidade de o presidente escolher dois dos sete ministros do TSE ainda no primeiro semestre do próximo ano é vista como um trunfo do governo contra a ameaça de cassação da chapa Dilma-Temer. Os dois nomes apontados como favoritos para compor o TSE são ligados a partidos da base de Temer. Com a mudança da forma de escolha, o governo pode perder o controle sobre os indicados.

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Diferentemente do que foi publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo na sexta-feira passada, o ministro Ricardo Lewandowski liberou o andamento do processo em agosto, mais de quatro anos depois de ter pedido vista da proposta de resolução. Na mesma sessão, no entanto, o ministro Dias Toffoli foi quem pediu vista. Segundo fontes do STF, existe uma pressão para que a mudança seja votada antes da decisão sobre a cassação da chapa Dilma-Temer.

Atualmente, o STF se restringe a encaminhar para o presidente da República uma lista tríplice com nomes de juristas com "notável saber jurídico e idoneidade moral" pré-elaborada pelo próprio TSE.

Em abril e maio de 2017 vencem os mandatos dos ministros Henrique Neves e Luciana Lóssio, ambos indicados por Dilma. Os mais cotados para assumir as vagas são Admar Gonzaga Neto, ligado ao PSD do ministro Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia), e Tarcisio Vieira Carvalho Neto, próximo ao PMDB do senador Eunício Oliveira (CE). A escolha caberá a Temer.

Interlocutores do presidente dizem que ele espera essa indicação para garantir uma margem folgada no TSE caso a cassação da chapa vá a julgamento.

A proposta de mudança regimental foi feita pelo então presidente do STF Cezar Peluso, em 2012, e prevê que cada um dos 11 ministros da Corte indique dois advogados eleitorais com pelo menos dez anos de experiência. Então os ministros fariam uma eleição interna e os três mais votados seriam submetidos à escolha de Temer.

Entre os críticos da fórmula atual está a ministra Cármen Lúcia, presidente do STF. O ministro Marco Aurélio Mello chegou a adiantar seu voto favorável à mudança, mas Lewandowski pediu vista.

Depois da publicação da reportagem, a assessoria de Lewandowski informou que ele liberou o processo na sessão do dia 24 de agosto depois de também votar a favor da mudança da forma de escolha dos ministros do TSE. A assessoria do ministro havia sido procurada desde a semana anterior para falar sobre o assunto mas não respondeu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro Herman Benjamin, corregedor-geral da Justiça Eleitoral, determinou a criação de uma força-tarefa para se debruçar sobre documentos da investigação sobre a campanha que elegeu a chapa formada pela ex-presidente Dilma Rousseff e pelo presidente Michel Temer. Benjamin, que é o relator da ação de investigação proposta pelo PSDB, quer a atuação do Banco Central, Receita Federal e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) em parceria com a Justiça Eleitoral.

O grupo ficará responsável por analisar os dados obtidos através da quebra de sigilo bancário das gráficas Focal, RedeSeg e VTPB, fornecedoras da campanha que elegeu Dilma e Temer. Uma perícia do TSE identificou irregularidades na contabilidade das empresas, como inconsistências e ausência de notas fiscais capazes de demonstrar que todo o valor recebido deu origem a produtos ou serviços.

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A ação que corre no TSE investiga suposto abuso de poder político e econômico na disputa presidencial de 2014. O processo pode gerar inelegibilidade para a ex-presidente Dilma e até perda de mandato para o presidente Michel Temer. Advogados do peemedebista, no entanto, pedem a separação das punições que serão aplicadas a cada um dos componentes da chapa. O pedido encontra eco em parte dos ministros da Corte eleitoral.

Há uma semana, Herman Benjamin determinou a quebra do sigilo bancário das três gráficas. Por conta desta decisão e do volume de informações a serem analisadas, pede a formação de uma força-tarefa com os demais órgãos de inteligência e controle para confrontar as informações.

"Por força da decisão de quebra do sigilo bancário das empresas periciadas Focal, RedeSeg e VTPB, e considerando o volume de trabalho exigido pelos órgãos técnicos deste Tribunal Superior Eleitoral, determino a constituição de força-tarefa envolvendo órgãos e agentes técnicos da Polícia Federal, Receita Federal e Coaf, de natureza temporária e com o objetivo específico de colaboração na avaliação das movimentações financeiras das empresas periciadas, disponibilizadas pelo Banco Central do Brasil, elaborando parecer conclusivo nos presentes autos. A força-tarefa deverá atuar em conjunto e em regime de colaboração com os peritos judiciais nomeados na presente AIJE (ação de investigação judicial eleitoral)", escreveu o ministro, em despacho desta quarta-feira, 19.

Em paralelo à análise dos documentos de empresas envolvidas na campanha, o TSE tem colhido depoimentos de testemunhas indicadas pelos tucanos no processo. Já foram ouvidos uma série de delatores da Operação Lava Jato, como o ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, e o ex-senador Delcídio Amaral. Ambos confirmaram à Justiça Eleitoral que houve uso de dinheiro na campanha de Dilma oriundo de esquemas de corrupção. Nos próximos dias, o TSE deve ouvir o ex-diretor da Petrobras, Néstor Cerveró, e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

A defesa da ex-presidente Dilma Rousseff chegou a apresentar um pedido de perícia complementar aos dados contábeis relacionados às gráficas, o que foi negado por Benjamin. Segundo o ministro, a solicitação é "manifestamente protelatória". Os advogados da petista protocolaram nesta quinta-feira, 20, um pedido de reconsideração desta decisão, para que o TSE ao menos analise na íntegra os documentos apresentados por eles, resultado de uma perícia independente realizada.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou um pedido do PMDB para fazer parte das ações que pedem a cassação da chapa da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) e do presidente em exercício Michel Temer (PMDB). A Corte Eleitoral já negou o pedido de outros partidos, como a Rede, para se manifestar nas ações.

O PMDB havia entrado com um recurso para ingressar no caso como "assistente simples", para auxiliar na defesa de Temer. O pedido, no entanto, foi negado por unanimidade pelos ministros. Para a relatora das ações, ministra Maria Thereza de Assis Moura, não há "interesse jurídico" do PMDB em participar do caso. Ela alegou que, se esse direito fosse concedido ao partido do presidente em exercício, também teria que ser para as demais legendas que já fizeram pedidos semelhantes. As quatro ações que pedem a cassação da chapa Dilma-Temer foram movidas pelo PSDB.

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A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Maria Thereza de Assis Moura, corregedora-geral da Justiça Eleitoral, autorizou o início da produção de provas que devem embasar as ações que pedem a cassação da chapa formada pela presidente da República, Dilma Rousseff, e pelo vice-presidente, Michel Temer. Segundo a ministra, "o momento processual" deve garantir "o direito à produção da prova e não seu cerceamento".

A fase de produção de provas é considerada longa na corte eleitoral e deve avançar no segundo semestre deste ano.

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A ação do PSDB tenta provar, com a produção de provas, que houve abuso de poder econômico e político nas eleições presidenciais de 2014 e uso de dinheiro oriundo do esquema de corrupção na Petrobrás para abastecer a campanha petista.

As fases de coleta de provas incluem depoimento de testemunhas que são também investigadas na Operação Lava Jato, a perícia contábil em gráficas e fornecedores da campanha presidencial encabeçada pelo PT e juntada de informações colhidas pelo juiz Sérgio Moro, da 13.ª Vara Federal de Curitiba. Os documentos serão utilizados nas quatro ações que correm no TSE sobre o assunto, para garantir "praticidade e economia processual".

"Por ora, entendo que o momento processual, à luz do devido processo legal, recomenda que se garanta o direito à produção da prova (cujo conteúdo ainda não é suficientemente conhecido para ser fundamentadamente desprezado) e não seu cerceamento", escreveu a ministra Maria Thereza.

A ministra autorizou perícia nas contas da Gráfica VTPB, Editora Atitude, Red Seg Gráfica e Editora e Focal Confecção e Comunicação Visual, além de uma série de documentos que tramitam na Justiça Federal de Curitiba, sob condução de Moro. Um dos documentos solicitados é a tabela detalhada com as propinas recebidas em cada contrato da Petrobrás que foi preparada pelo ex-gerente da estatal Pedro Barusco como prova de que o PT recebia os recursos.

A fase de perícias terá início em 15 de maio e prazo de 90 dias. Só depois, já em agosto, o tribunal dará início à oitiva das testemunhas. A ministra também autorizou a colheita de depoimentos de Augusto Mendonça, Pedro Barusco, Eduardo Leite, Ricardo Pessoa, Hamylton Pinheiro Padilha Junior, dos lobistas Júlio Camargo e Zwi Skornicki - apontado como operador de propina da Odebrecht no exterior - e do ex-diretor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada Marcelo Néri.

Pessoa já afirmou em delação premiada ter sido pressionado pelo então tesoureiro de campanha de Dilma a realizar doações para a campanha para manter contratos com a Petrobrás.

Andrade Gutierrez

Os tucanos pediram ao TSE para que a corte ouça Otávio Azevedo e Flávio Barra, executivos da Andrade Gutierrez que fizeram acordo de delação com a Procuradoria-Geral da República. Os advogados do PSDB pediram ainda o compartilhamento da delação com a corte eleitoral. Os executivos teriam dito na delação que dinheiro oriundo do esquema na Petrobrás abasteceu a campanha de 2010 e, segundo o jornal Folha de S. Paulo, também a campanha de 2014, informação confirmada pelo Estado.

A ministra considerou, no entanto, que o acordo de colaboração dos dirigentes da empreiteira permanece em sigilo até o momento no Supremo Tribunal Federal, onde foi homologado pelo ministro Teori Zavascki. Por isso, é preciso aguardar que seja retirado o segredo de justiça para que seja feito um novo pedido de compartilhamento da delação.

O TSE já tinha tentado ouvir Ricardo Pessoa, mas o executivo permaneceu calado em razão do sigilo da delação premiada. Agora, após o fim do segredo dos depoimentos da UTC, a corte eleitoral irá novamente chamá-lo para depor.

Vice

A corregedora eleitoral não analisou o pedido feito pela defesa de Michel Temer para separar suas contas da campanha na última eleição daquelas apresentadas por Dilma. A defesa de Temer afirma que o vice não cometeu crimes eleitorais e corre o risco de ter o mandato cassado por "arrastamento" ou "beneficiamento". Para Maria Thereza de Assis Moura, o fato deverá ser analisado no julgamento final das ações. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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