O custo médio da dívida pública federal, que inclui o endividamento interno e externo do Brasil, alcançou o menor patamar desde abril de 2010 – quando a taxa era de 9,79%. De acordo com o relatório, o custo médio acumulado nos últimos 12 meses passou de 10,06% ao ano, em janeiro, para 10,01%, em fevereiro. O índice do custo médio calcula o quão rapidamente a dívida pública federal irá apresentar crescimento de acordo com o cenário econômico atual. Os dados foram divulgados hoje (26) pela Secretaria do Tesouro Nacional (Ministério da Fazenda).
"Quando o custo é menor, a dívida cresce, mas não tão rapidamente quanto em um cenário com juros maiores. O custo médio mais baixo significa que a dívida vai crescer, mas não tão aceleradamente", diz o coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública, Luiz Fernando Alves.
##RECOMENDA##Em valores, a dívida chegou a R$ 3,582 trilhões em fevereiro deste ano, o que representou um aumento de 1,53% em relação a janeiro. Segundo Alves, a redução do custo se deve principalmente à queda na taxa Selic, que é taxa básica de juros. A Selic é o principal instrumento do Banco Central (BC) para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Segundo Alves, apesar da redução do custo, a projeção ainda é de crescimento da dívida. "Para 2018, a meta é que as contas do governo fechem no negativo, com déficit primário de R$ 159 bilhões", disse o coordenador. Já a dívida pública, de acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), poderá fechar este ano entre R$ 3,78 trilhões e R$ 3,98 trilhões.