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Pabllo Vittar foi confirmada como uma das artistas que irá se apresentar no Criança Esperança deste ano, na Globo. Ela é atualmente a drag queen mais seguida do Instagram e possui o vídeo de drag mais assistido do YouTube, ultrapassando a americana RuPaul.

A cantora é dona de sucessos como 'Todo Dia', um dos hits do carnaval 2017, 'K.O.', e agora a música 'Sua Cara', em parceria com Anitta e os DJs internacionais do grupo Major Lazer. Nomes como Luan Santana, Simone e Simaria, Ana Vilela, Nego do Borel, Alexandre Pires, Tiago Iorc, Sandy e Anavitória também foram confirmados, segundo a revista Caras. O show será realizado no dia 19 de agosto e transmtido pela Rede Globo. 

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Por favor, qual é o seu nome Drag Queen? Perguntas como essas são ouvidas diariamente pelas personagens do mundo das Drag Queens. Uma vida real dividida entre um cotidiano banal, tal qual o de todos os mortais, e uma personagem brilhante, espalhafatosa, que de banal não tem nada.

Foram 137 inscritos para o curso sobre o universo drag queen ministrado pelo produtor cultural de São Paulo, Zecarlos Gomes, no Recife. No início das aulas, estavam presentes as apenas 11 pessoas selecionadas para o curso. Entre elas, uma futura drag, disposta a viver a transformação e transformar o processo em uma reportagem.

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Criado em 2010, o Drag Queen Curso (DQC) trata da cultura Drag com exercícios práticos, técnicas de maquiagem, dublagem, passarela e coreografia que ajudam na construção da personagem. São abordadas as origens das Drags, dinâmicas de expressão teatral e autoconhecimento. "Performances de Drag Queens são completamente artísticas. Acompanhei alguns concursos para esse segmento e percebia que os garotos tinham energia e vontade de fazer um bom trabalho, mas não tinham respaldo artístico e técnico para tal”, explica o ator e criador do curso. 

Uma semana inteira de exercícios de teatro, autoconhecimento, mudanças, escolhas do personagem, personificação, dança e a tão real transformação, ou montagem. Numa sala de espelhos em uma boate, as pessoas se conheciam abertamente em roda, perguntando seus nomes e as curiosidades. Ninguém poderia imaginar que naquele momento o contato humano entre os não personagens formaria uma futura família de Drags.

Rodas, diálogos, exercícios para soltar o corpo. Levanta, corre, senta, deita, corre, pula, relaxa, anda, rápido, para. O coração pulsando por algo que não tínhamos a mínima noção do que iria acontecer. Nos olhávamos uns para os outros percebendo as reações corporais. E recomeçava. Dança, solta, solta mais, corre, pula, deita, anda rápido, mais rápido, para. Todos os dias foram da mesma forma, mas no último sabíamos o que nos esperava.

Em frente ao espelho, olhando para nós mesmos, fomos desafiados a pensar em coisas que gostaríamos e que queríamos deixar para trás. Cada um a seu tempo, envolvido pela música, caminhava em direção ao espelho pela busca de si, deixando o passado para trás. Movidos pelo pensamento, uns decidiram com rapidez e em passos firmes, outros esperaram e seguiram quando se sentiram preparados e confiantes. Se conhecer acima de tudo e saber guiar a vida foram os ensinamentos passados para as Drags em construção.

Coloca salto, tira salto, anda, prossegue, olho no olho, repete. Tudo aos olhares atentos do professor, que não falava. Analisava a intuição e o desenrolar de cada um. Com os olhos firmes nos detalhes, conseguia decifrar melhor do que ninguém a história de cada Drags. Corpo lado a lado, os exercícios seguiam para apresentações em grupo, composições de coreografia, e expressão. Aos poucos, estavam surgindo as personagens, que vivem suas histórias e dividem a vida real. Uns a guardavam no baú, outros já haviam apresentado ao mundo, e ainda tinha aqueles que estavam construindo sua própria.

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Drag não é sinônimo de travesti

O cenário artístico brasileiro vem testemunhando a expansão do artista performático denominado Drag Queen. Uma arte antiga, que muitos acham se restringir aos lugares em que a comunidade LGBTT - Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - frequenta. Os artistas drag de hoje alcançam um espaço maior na sociedade e nos meios de comunicação, os grupos que fazem parte das tranformações não se restringem a homens homossexuais, mas incluem os heterosexuais e as mulheres. Algumas causas tornaram o poder de voz delas mais vivo na sociedade, tais como a relação aos direitos humanos e cívicos da comunidade LGBTT, a reordenação da concepção da identidade sexual, a luta das minorias por um espaço de igualdade e respeito. Dentro dos grupos estão os crossdressers e transformistas ou drag queens e no caso de mulheres, as drag kings. Alguns estudos remetem que essa performance surgiu na época do teatro grego, o surgimento das máscaras em transformar a aparência. O religioso e o estético interferiram na costrução dessa nova aparência. 

De acordo com o autor Roger Baker em seu livro 'Drag: The History of Female Impersonation in the Performing Arts', de 1994, existem duas formas de Drag Queen. A primeira é a característica secular, ou seja, aquela drag que se manifesta em rituais de forma pagã, exercendo a função satírica de blasfemar e dar voz ao indizível perante a sociedade, a personagem que muito se assemelha ao bufão. A outra forma diz respeito a sua característica sagrada, aquela que teria a responsabilidade de viver as personagens trágicas na Grécia, que pertenceriam a uma narrativa. Hoje a Drag possui uma função social cênica, seja de entretenimento ou de política, que não permanece apenas no autoprazer e no divertimento. 

O curso ministrado por Zecarlos Gomes fez parte das atividades do IV Festival da Diversidade Sexual e de Gênero (Recifest), realizado no início do mês de novembro. Pela segunda vez na capital pernambucana, o produtor cultural afirma que não sabia o que esperar, tudo seria novo. Novas técnicas, pessoas, novos conhecimentos seriam passados para o grupo. "Não sabia que existia tantas Drags em Pernambuco, eu fico imaginado todas elas prontas, maquiadas, aqui. É muita gente", diz o professor ao LeiaJá, impressionado. Em relação aos sonhos, Zecarlos olha e diz com afeto, "Quero criar a minha escola de Drags, é o meu sonho e objetivo", finaliza sorrindo.

Observador e atento à performances, ele ainda não tinha se apresentado. Sua personagem - a Drag - não havia se mostrado durante o curso. Na última noite, em uma comemoração pequena com os amigos que realizaram o curso, ao encontrar os olhares em questão de segundos, ele vira apenas a cabeça, e o tempo para. A imagem congela. A forma como puxou os braços ao redor da cabeça, posicionou e sorriu. No respeito e na ternura do olhar, surgia Sheyla Muller.

Família, sociedade e preconceito

Questões de ordem religiosa, afetiva, escolha de gênero, relações familiares ainda abalam muitas pessoas. O fato de sair do "comum", optar por outro modo de vida, impacta na relação dos grupos, e dos indivíduos com as famílias. A não aceitação da homoafetividade interfere na decisão e na personalidade deles, nos sentimentos. Os participantes concordam em falar, desde que não haja a identificação de quem deu que depoimento. "Meus pais sabem que sou homossexual, mas fingem não ver. Aceitam em termos, mas não existe um reconhecimento por parte deles", diz um jovem participante do curso. "Meu pai é militar e minha mãe é da igreja. Eu já escutei e passei por algumas coisas que não gostaria. Eu acho que aceitar, eles não vão", relata outro.

"Meu pai me abordou e perguntou se eu tava fazendo um curso de drag Queen, porque meu tio viu na televisão. Ele veio com um discurso bem pesado, dizendo que nunca imaginava que teria um 'viado' na família, e ainda por cima que quer viver de Drag Queen. Disse que isso não era vida e que ele estava muito triste. Também falou que eu já sou maior, já sei o que eu devo fazer e que não iria me atrapalhar se era isso que eu queria. Mas que pra ele isso não era certo", conta mais um jovem, enquanto vive a transformação no personagem que escolheu.

A personagem criadas com a Drag permite um poder de voz, em que as pessoas escutam eles pelo quadro leve de humor que aplicam em contextos polêmicos da sociedade. Essa arte performática abre as portas para discussões que talvez na vida real não funcionasse. Treinam suas posturas, o perfil, a personalidade, fabricam suas roupas e fazem seus desfiles em apresentações nos Espaços do Recife. Precisam trabalhar as marcas que a vida traz, os motivos de conflitos sociais e religiosos buscando a compreensão de assuntos talvez não entendidos pela sociedade. Se juntam em espaços que são vistas com respeito e começam a trabalhar a força interna de cada uma através do Teatro e da dança onde se personificam para as apresentações.

As produções como maquiagem, a confecção das roupas e as perucas são componentes importantes para a criação da Drag Queen. O passo a passo da montagem de cada detalhe, o delineador, a cor da sombra, os cílios postiços, o blush, o batom. As perucas curtas ou compridas, com diversas cores e volumes surgiam na sala e ao serem colocadas faziam surgir as personagens diante de todos. "Depois que aprendi a andar de salto, me sinto outra pessoa. A segurança é muito maior, me sinto diferente", comemora uma nova drag. "Gosto de me maquiar e quando tiro essa personagem toda acabo gostando mais de quem eu sou", resume.

*Quem assina a matéria é Ismida, cujo sobrenome está em fase de construção.

Em noite de estreia, o The Voice Brasil 3 marcou 19,8 pontos, segundo dados preliminares do Ibope na Grande São Paulo e a Record marcou 7,6. O programa não mudou o formato principal, embora tenha criado algumas surpresas. A drag queen Deena Love impressionou os jurados e foi a grande suspresa da noite,  ela cantou Calling You, de Jevetta Steele.

Outra novidade foi a participação de duas ex-participantes do programa Ídolos, exibido pela Rede Record. Nise Palhares, terceira colocada do Ídolos 2010 e Hellen Lyu, terceira colocada no Ídolos de 2009, que interpretou Valerie, de Amy Winehouse, atrás de uma cortina.

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Segundo o público, a postura dos jurados também não mudou. Daniel continuou sendo o "Galanteador", "Claudia Leitte não perde essa mania escrota de virar para quem canta em inglês", escreveu Julianna Zennaro. Carlinhos Brown com as mesmas "indecisões" destacou a internauta Marina Bezerra e Lulu Santos "sempre feliz", disse Carlos Pacheco.

Os jurados encerraram cantando Toda Forma de Amor, música de Lulu Santos. 



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