A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) vai lançar um documentário sobre a vida do pernambucano Edgard Moreas. Intitulado A poesia de Edgard Moraes, o projeto de produção da Massangana Audiovisual narra a trajetória do músico até os dias atuais, com o seu legado vivo no coral que leva o seu nome, criado em 1987 por suas filhas e netas. O lançamento será realizado no próximo dia 12 de novembro, às 17h, no canal da Instituição, no YouTube.
"Em 2021, rendemos várias homenagens ao Frevo em suas diversas expressões. Não por acaso, o ritmo e manifestação cultural foi revalidado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan, como Patrimônio Imaterial do Brasil. Às vésperas do desfecho do ano, não poderíamos deixar de celebrar também este homem, que de tão imenso, segue vivo nas tantas vozes do coral que leva seu nome, composto por suas filhas, netas e sobrinhas", declarou o presidente da Fundaj, Antônio Campos.
##RECOMENDA##Ao longo de sua vida, Edgard Moraes compôs cerca de 300 canções, em sua maioria marchas e frevos que embalaram o desfile de dezenas de blocos carnavalescos. Dentre os diversos blocos que participou, Edgard figurou como fundador em pelo menos quatro deles: Pirilampos, Turunas de São José, Jacarandá e Corações Futuristas. Outro feito que imprime seu nome, foi a formação de uma banda de pau e corda. Nela, violões, cavaquinhos, banjos, bandolins, tarol, surdo e até reco-reco passeiam por carnavais saudosos.
"Ele era autodidata. Foi uma pessoa muito bem relacionada entre grandes compositores, como o Maestro Nelson Ferreira, como Capiba e outros tantos de sua época", aponta a filha Inajá Moraes, que participou da gravação da maioria de suas músicas, na Fábrica de Disco Mucambo, sob a regência de Nelson Ferreira. "Ele sempre tinha uma música para gravar e tocar no Carnaval", destaca, ao recordar o desejo do pai de criar um coral. Foi assim que a maioria de suas filhas iniciaram o que mais tarde se tornaria o Coral Edgard Moraes, que inclui também, além das netas, sobrinhas e bisnetas do compositor.
Sobre o ingresso de Edgard no universo da composição, Inajá revela que o genitor iniciou como uma homenagem. "Meu pai foi uma pessoa que viveu e respirou muito o seu irmão Raul Moraes, sua grande inspiração quando se dedicou a compor. Uma de suas primeiras composições foi 'A dor de uma saudade', dedicada a ele", conta. Em sua intimidade, o músico reunia amigos - como os Irmãos Miranda (Romualdo, Lupércio e Nelson) -, aos fins de semana, para tocar choro, valsa e toada. Dentre suas atribuições pouco conhecidas, estão ainda composições de maracatu.
*Da assessoria