Tópicos | Édouard Philippe

O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta sexta-feira (03) que Jean Castex, 55 anos, é o novo primeiro-ministro do país. Com ampla experiência pública, o nome é apontado como alguém que tem um perfil bastante técnico, mas também muito político - transitando bem entre diversos grupos de direita.

O novo premier passou tanto por cargos municipais, estaduais e regionais. Também foi secretário-geral adjunto da Presidência durante o governo de Nicolas Sarkozy entre 2011 e 2012. A mídia francesa ressalta que a troca também tem a ver com os apoios políticos, já que Philippe era muito próximo com Allain Juppé, o ex-premier e que é um dos expoentes da direita francesa, e Castex é aliado de Sarkozy.

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Entre as últimas funções públicas nacionais do novo primeiro-ministro está o cargo de responsável interministerial para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2024, sendo conhecido por sua "grande eficácia" na função e o chamado "coordenador do desconfinamento" durante a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).

A confirmação do nome chega horas depois da renúncia de Édouard Philippe, que anunciou sua saída do governo após reunião com Macron. A mudança vem na esteira do pífio resultado eleitoral do partido A República em Marcha (LREM) nas eleições municipais, concluídas no último domingo (28), em que Philippe foi o único nome de expressão da sigla a conquistar uma grande cidade - Le Havre.

"O presidente da República e o premier concordaram com a necessidade de um novo governo para encarnar uma nova etapa do quinquênio, um novo caminho", disse o governo em uma declaração para a agência France Presse.

Philippe estava no cargo desde 15 de maio de 2017 e diversas pesquisas apontam que o francês atualmente tem uma popularidade maior do que a do próprio mandatário.

Sua saída tem a ver, segundo fontes, com o desejo de uma reformulação para que Macron consiga aumentar sua presença pública para se lançar novamente candidato nas próximas eleições presidenciais.

Além disso, a mudança também busca uma reaproximação com o Parlamento, onde o mandatário perdeu a maioria recentemente após uma reorganização de forças de direita.

O LREM foi o grande derrotado das eleições municipais, sendo relegado a um segundo plano da política por conquistar o governo, exceção a Le Havre, apenas em pequenas cidades. A vitória foi totalmente da sigla de esquerda Os Verdes, mostrando que os franceses estão focados muito mais em questões ambientais.

O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, apresentou nesta sexta-feira (3) a demissão em bloco do governo ao presidente Emmanuel Macron, que aceitou o pedido, anunciou a presidência.

O governo atual permanecerá a cargo dos assuntos correntes até a nomeação do novo gabinete, destacou o Palácio do Eliseu em um comunicado.

De modo imediato, a presidência não anunciou os motivos da demissão, mas uma mudança de gabinete era esperada após a derrota sofrida pelo partido do governo nas eleições municipais.

A grande incógnita é se o presidente continuará com Edouard Philippe, conservador, à frente do governo ou se buscará uma guinada à esquerda para os últimos dois anos de mandato, já pensando nas eleições de 2022.

O primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, viu-se mergulhado em uma polêmica, nesta quarta-feira (20), depois da notícia de que tomou um voo privado ao custo de 350.000 euros para voltar mais rápido para Paris de uma visita oficial.

"Entendo perfeitamente a surpresa e as perguntas que os franceses se fazem", mas "assumo completamente a decisão", disse Philippe em entrevista à rádio RTL nesta quarta.

No início de dezembro, o premiê viajou para a Nova Caledônia, um território francês de ultramar, em um voo comercial. Em seu regresso para casa, tomou primeiro um avião do Exército que havia transportado uma parte de sua delegação na ida.

Em uma escala técnica em Tóquio, Philippe e sua delegação, composta de vários ministros, embarcaram em um A340 com 100 assentos de primeira classe, alugado para a empresa Aero Vision. Segundo uma fonte ligada ao caso, o objetivo era voltar mais rápido para Paris e evitar o longo voo em uma aeronave militar considerada "desconfortável".

Esse avião aterrissou em Paris com apenas duas horas de diferença em relação ao aparelho especialmente fretado pelo Exército, que voltou quase vazio.

Para justificar sua decisão, Édouard Philippe disse que tinha de voltar para Paris a tempo de participar de um Conselho de Defesa e antes de o presidente Emmanuel Macron embarcar para a Argélia.

"Sabíamos que não havia voo comercial na hora que tínhamos de voltar. E sabíamos que tinha de voltar por um motivo imperativo, que é que o presidente partia na quarta de manhã, quando estávamos voltando", explicou o premiê, tentando encerrar a polêmica.

Essa notícia levantou uma onda de críticas entre membros da oposição que o acusam de desperdício do dinheiro público.

"350.000 euros: cerca de 300 salários mínimos gastos em um voo Tóquio-Paris para evitar uma viagem 'muito desconfortável' para o primeiro-ministro Édouard Philippe... Parece uma mentira, mas não, é a triste e inadmissível verdade", tuitou o ex-número dois do partido de ultradireita Frente Nacional Florian Philippot.

O presidente da França, Emmanuel Macron, nomeou nesta segunda-feira (15) o prefeito de Le Havre, Édouard Philippe, como seu primeiro-ministro.

Philippe, 46 anos, é membro do partido conservador Os Republicanos e próximo ao ex-premier e atual prefeito de Bordeaux, Alain Juppé (1995-1997), um dos principais líderes da direita tradicional no país.

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Ele também foi filiado ao Partido Socialista (PS) nos anos 1990, mas em 2002 participou, ao lado de Juppé, da criação da União por um Movimento Popular (UMP), legenda que deu sustentação ao ex-presidente Nicolas Sarkozy (2007-2012) e mais tarde seria rebatizada como Os Republicanos.

Nas primárias da direita, no fim de 2016, atuou como porta-voz do ex-premier, derrotado por François Fillon na disputa - o candidato conservador terminaria as eleições presidenciais na terceira posição, com 20,01% dos votos.

A nomeação de Philippe é uma clara tentativa de Macron de se aproximar d'Os Republicanos, partido que pode ser essencial para o novo presidente conseguir formar uma maioria parlamentar após as eleições legislativas de 11 e 18 de junho.

Segundo as últimas pesquisas, o movimento de Macron, o centrista e liberal Em Marcha!, aparece na liderança, com pouco menos de 30% das intenções de voto. Já o partido de Philippe está empatado com a ultranacionalista Frente Nacional (FN), de Marine Le Pen, com 20%.

O PS, que também poderia ser cortejado pelo novo presidente, tem menos de 10% da preferência e deve confirmar sua derrocada no mês que vem. Além disso, Philippe já tem experiência parlamentar, ativo essencial para um chefe de Estado que nunca havia sequer disputado uma eleição.

Macron foi eleito presidente no dia 7 de maio, ao derrotar Le Pen no segundo turno da disputa pelo Palácio do Eliseu. Ele tem apenas 39 anos e é o mais jovem mandatário da história da França. Já a passagem de poder entre o atual primeiro-ministro do país, Bernard Cazeneuve, e seu sucessor deve ocorrer por volta de 16h (horário local).

No sistema semipresidencialista da França, o chefe de Estado é responsável por determinar as diretrizes da nação e lidar com questões de defesa e política externa, além de nomear um premier - que deve refletir a composição de forças no Parlamento - para cuidar do dia a dia do governo.

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