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O tempo no futebol corre em outro compasso. Para os treinadores, meses são intensos como anos, já que a longevidade da profissão é curta. A primeira experiência de Eduardo Baptista como comandante, entretanto, foi bem incomum. Passou de preparador físico a técnico do Sport e trabalhou por 593 dias no Leão. Assumiu o time em crise, em 2014, conqusitou dois títulos, passou por momentos complicados - em que foi foi bancado pela diretoria -, negou propostas de grandes clubes do Brasil, mas cedeu à oferta do Fluminense durante a crise técnica do clube.

Eduardo Baptista chegou ao Sport na primeira passagem com o pai e técnico, Nelsinho Baptista, em 2008. Juntos, venceram a Copa do Brasil e dois Campeonatos Pernambucanos. A era foi encerrada no ano seguinte, quando o treinador se demitiu. Os dois foram para o futebol japonês, mas o preparador físico voltou ao Leão em 2011 para assumir o departamento físico.

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Permaneceu no cargo até o início de 2014. Geninho iniciou mal na temporada e foi demitido com menos de um mês de trabalho. Eduardo Baptista assumiu interinamente em clássico contra o Náutico, pela Copa do Nordeste. As chances de classificação do Sport na situação eram mínimas, mas foi alcançada. Eduardo mudou de função e se tornou treinador do clube, até pela escassez de técnicos no mercado. Quem também passou por uma alteração foi o então analista de desempenho Pedro Gama, que se tornou assistente técnico.

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A partir dali, uma série de clássicos entre Campeonato Pernambucano e Copa do Nordeste foi superada. Primeiro veio o título do Nordestão contra o Ceará. Em seguida, o 40º Estadual do Leão diante, do Náutico. A equipe rubro-negra entrou no Brasileirão embalado pelas conquistas. Começou bem e perdeu o ritmo após a Copa do Mundo. Contratou jogadores como Diego Souza e Ibson, mas demorou para embalar. Foi a primeira crise de Eduardo, mas a diretoria segurou o treinador. O time chegou a se aproximar do Z4, até que as vitórias voltaram e o Sport - principalmente com apostas na categoria de base - terminou o Brasileiro com classificação à Sul-Americana.

O bom final de 2015 serviu para o bom início de 2015. Ainda assim, a execuação não saiu como o planejamento. O time demorou a engrenar. Primeiro veio a eliminação na Copa do Nordeste para o Bahia. Em seguida, o Leão caiu no Pernambucano para o Salgueiro - que chegou pela primeira à final do torneio. Apesar dos tropeços, foi mantido pela diretoria para a disputa do Brasileirão.

O Sport entrou na Série A e não demorou para se tornar sensação. Vitórias em casa e empates fora, o treinador Eduardo Baptista ganhou reconhecimento e chamou atenção de grandes clubes. Recusou propostas de Santos, Grêmio e Fluminense. Chegou à liderança isolada na torneio. Mas não durou por muito tempo. Caiu para o Santos na Copa do Brasil, mas ganhou a classificação à Sul-Americana, mesmo a contragosto. Passou das vitórias às derrotas e ficou no jejum de dez jogos sem vitória no Campeonato Brasileiro.

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Os elogios se tornaram questionamentos. O bom modelo do técnico Eduardo Baptista logo foi visto como previsível e incapaz. O treinador chegou a se reunir com a diretoria para discutir o planejamento. Novamente foi bancado no cargo, mas desta vez só caso voltasse a vencer. Conseguiu. Coincidentemente ou não, venceu o que viria a ser seu próximo clube: o Fluminense.

Em seguida, empatou com o Joinville, mas se viu distante do comando. Seguiu com a delegação para o Rio de Janeiro, aonde enfrentaria o Vasco. Mas foi tentado pelos cartolas das Laranjeiras e fez o que declarou jamais fazer: quebrou o contrato. Ele afirmou que só deixou o comando antes do previsto porque "via o fim próximo"O fim da era Eduardo Baptista terminou com aproveitamento de 45%, inferior até que o atual conquistado na Série A: 47,4%. Ainda assim, deixou bom legado no Rubro-Negro. Tanto que os cartolas leoninos procuram alguém com uma filosofia semelhante.

“Estou encerrando uma carreira vitoriosa de preparador físico e entrando de cabeça na de treinador”. Eduardo Baptista, efetivado pela diretoria do Sport, deixa de ser um componente da comissão técnica para assumir o protagonismo, o comando. Nesta sexta-feira (14), após o anuncio do vice-presidente de futebol, Sérgio Kano, o treinador rubro-negro agradeceu a confiança dos dirigentes.

“Estou muito feliz. As coisas na minha vida acontecem de maneira inesperada. Quando Nei (Pandolfo) me ligou na antes do jogo do Náutico, aceitei o convite e fiquei agradecido pela confiança. E mantenho o meu discurso. Trabalhei bastante, estudei e usei toda a experiência de 17 anos dentro do vestiário, sempre trabalhando ao lado de grandes treinadores”, afirmou.

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Enquanto ainda era interino, Baptista descartava a possibilidade de ser efetivado. Tinha o desejo, mas para o futuro. Contudo, o segundo convite da diretoria rubro-negra foi irrecusável e o treinador aceitou o desafio.

“Quando assumi tinha um plano para cinco anos. Mas, me sinto preparado. Não tenho experiência como treinador, mas como gerir vestiário, trabalhar internamente e taticamente, tenho sim. Tenho 42 anos e sempre trabalhei a preparação física juntamente com a tática. Sempre estudei cada posição para preparar os atletas”, explicou.

Filho de um grande treinador e ídolo rubro-negro – Nelsinho Baptista -, Eduardo, claro, buscou conselhos antes de aceitar comandar o Sport. “Se eu comprar um carro, eu ligo para ele. E fiz isso ontem, conversei e ele só me perguntou se eu me sentia preparado. Falei que sim e ele mandou seguir o meu caminho, e me deu segurança”, contou.

Agora técnico efetivado Eduardo Baptista pensa apenas em seguir o trabalho no Sport e já colocou as primeiras petas para conquistar. “A dedicação será de 101%. Vou fazer esse time ganhador e os primeiros objetivos são a Copa do Nordeste e o Campeonato Pernambucano”, concluiu.

Com uma rápida reunião, a diretoria do Náutico decidiu, logo após a saída de Jorginho, que Levi Gomes comandará o time no restante do Campeonato Brasileiro. O novo treinador alvirrubro comandou o Timbu de forma interina este ano e, desta vez, foi efetivado.

O gerente de futebol do Náutico, Lúcio Surubim, confirmou a escolha da direção. “Levi Gomes está efetivado até o final do Brasileiro e Kuki será o auxiliar”, disse o dirigente, que descartou a possibilidade do Náutico jogar a toalha.

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“Vamos buscar uma reação e Levi vai sacudir o grupo. Ele conhece bem o elenco, mais do que Jorginho. Tanto ele quanto Kuki sabe onde os jogadores podem render mais. O Náutico não vai jogar menos do que vem jogando”, concluiu Surubim.

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