Tópicos | Eleição 2012

Quando perguntado, qual dos políticos você tem medo que venha a ser prefeito do Recife? É o nome de João Costa que fica no topo da lista, com a avaliação negativa de 34% dos ouvidos. A situação é ainda mais desconfortável no que diz respeito a reeleição, pois para 75% dos entrevistados o petista não é merecedor de vencer a corrida eleitoral.  

Em relação à avaliação da administração do atual gestor, apenas 4% dos homens e 5% das mulheres avalia como ótima, 12% dos eleitores e 13% das eleitoras avaliam como boa, enquanto que 29% dos homens e 31% das mulheres avaliam como péssima. No quesito admiração, a nota, ou melhor, o percentual de rejeição é de 78% entre os homens e de 76% entre as mulheres.   

Apesar do desgaste que a gestão do atual prefeito vem ocorrendo desde 2010, quando o gestor viajou de férias em pleno período rigoroso de chuvas, ainda é cedo para avaliações mais rigorosas. É certo que com quase nove meses do pleito, ainda na fase de pré-candidaturas, com poucas pesquisas realizadas, não há elementos que possam auxiliar na formulação de prognósticos abalizados. Mais à frente, já um pouco mais no clima eleitoral, com o afunilamento de candidaturas, com novos e sucessivos levantamentos, aí sim, os sentimentos do eleitor somados aos indicativos de intenção de votos poderão configurar determinadas tendências.

Outro elemento que pode ter contribuido para esse sentimento é o conhecimento do eleitor sobre a separação entre o prefeito João da Costa e o ex-prefeito João Paulo. Ao menos é o que acredita o cientista político Maurício Costa Romão, que avalia que, mesmo não sabendo exatamente o motivo, o eleitor tem conhecimento do fato. Confira o depoimento completo de Maurício Romão sobre tal seperação no vídeo abaixo.

A segurança é o problema da capital pernambucana que mais preocupa o recifense. Essa é uma das conclusões da pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau, sobre os sentimentos do eleitor recifense. Esse mesmo resultado esteve presente na primeira amostra do IPMN, realizada em dezembro. Para 29,5% das pessoas que responderam o questionário, este é o maior problema da cidade. Em segundo lugar estão os itens saúde/hospitais/médicos em greve, que mais aflige 19,7% dos recifenses. Já o saneamento/esgoto aparecem em terceira posição no ranking dos problemas da cidade.

Apesar de ser um tema bastante discutido e criticado nos últimos tempos, a mobilidade (trânsito, congestionamento, engarrafamento) aparece apenas na quarta colocação, com um percentual de 7,7%, seguida do desemprego/emprego que chegou a atingir 7,4%.

Para a doméstica Márcia Maria Barbosa, 42 anos, moradora do bairro da Mustardinha, na Zona Oeste do Recife, a segurança e a saúde são os problemas mais graves que o Recife vem enfrentando. “Pouco vejo policiamento pelas ruas, por isso evito sair à noite de casa, quando a violência é ainda maior”, contou. O aposentado Jarbas Beltrão, 64 anos, morador do bairro de Boa Viagem, Zona Norte do Recife, também crê que a prefeitura municipal deveria encarar o problema da segurança com mais seriedade. “Falta vontade política de mudar os problemas da cidade. Enquanto quem está no comando não age, nós cidadãos pagamos a conta, continuamos sentindo medo e sendo atacados pelos bandidos”, protestou.

Já para o funcionário público Mário Silva, 56 anos, morador do bairro do Derby, a gestão municipal precisa adotar medidas que melhorem o transporte público. “Se o nosso transporte público funcionasse bem não haveria tantos problemas com o trânsito, as pessoas deixariam seus carros em casa. Como isso não acontece as famílias preferem ter dois, três carros para se locomover com conforto”, declarou.

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, será reconduzido ao cargo de presidente do PSB hoje, durante realização do 12º Congresso do Partido Socialista Brasileiro, iniciado hoje, em Brasília. Também serão mantidos nos postos que ocupam os principais integrantes da Executiva do partido, como o primeiro vice-presidente, Roberto Amaral (RJ), o segundo vice, Beto Albuquerque (RS), e o terceiro vice, João Capiberibe (AP).

Durante o congresso, Eduardo Campos pediu aos militantes do partido que fiquem atentos e não se deixem seduzir por alianças que possam fugir do projeto de um governo de aliança de esquerdas nas eleições municipais do ano que vem. "Não podemos vacilar. Temos de impedir que volte a velha política que não serve ao Brasil", afirmou ele.

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Campos disse ainda que o partido é solidário com o projeto político hoje encarnado pela presidente Dilma Rousseff, que foi iniciado por Luiz Inácio Lula da Silva. "Nossa aliança não é eleitoral. É política, baseada num projeto que deu certo. Se esse projeto não tivesse sido executado, hoje o Brasil estaria enfrentando a crise econômica de uma forma traumática". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em silêncio, o governador Eduardo Campos avançou sobre o eleitorado do PT em Recife. Apesar do PT comandar a prefeitura da capital pernambucana e ter um senador da República, é visível o processo de enfraquecimento da legenda.

Os conflitos internos entre João Paulo e João da Costa, a dependência irracional ao capital eleitoral do ex-presidente Lula, a não valorização do capital eleitoral de João Paulo e o desejo de apresentar candidato ao governo de Pernambuco em 2014 possibilitaram a perda de força eleitoral do PT em Recife.

Políticos precisam pensar estrategicamente. Alguns acreditam que assim pensam. Outros desconsideram a estratégia e permite que o senso comum e a intuição os guiem. A perda de força do PT, apesar de não ser visível para alguns, mostra que o PT errou sucessivamente após a aliança com Eduardo Campos e, claro, logo em seguida a eleição de João da Costa.

A administração do PT em Recife não é bem avaliada. Entretanto, mais uma vez friso: João da Costa é, neste instante, o melhor candidato do PT. Estratégias emocionais e de gestão caso sejam utilizadas poderão possibilitar o sucesso eleitoral de João da Costa. Mesmo diante desta possibilidade, o PT não confirma a candidatura de João da Costa – erro estratégico.  

Em Recife, a administração do governador Eduardo Campos é muito bem avaliada. Com intenção ou sem intenção, Eduardo Campos conseguiu anular, provisoriamente ou não, a força eleitoral de João Paulo, já que este optou por permanecer no PT. Eduardo Campos, em um curto intervalo de tempo, anunciou várias obras viárias, além de um parque, na cidade do Recife.

O governador Eduardo Campos sabe que dificilmente será candidato a vice-presidente numa chapa com Dilma. Ele sabe também que a sua candidatura a presidente será minada, lentamente, pelo PT nacional. Além disto, o governador Eduardo Campos tem ciência de que Fernando Bezerra Coelho (FBC) tornar-se-á com o seu apoio um candidato competitivo. Então, indago: por que Eduardo Campos precisa apoiar o PT em Recife?

Desconfio que a possibilidade existe, embora pareça sonho. Mas Daniel Coelho e Silvio Costa Filho são opções eleitorais do governador Eduardo Campos. Ambos podem vir a integrar a chapa de FBC. A ida de um ou outro para a chapa de FBC pavimenta, em parte, a manutenção do governo de Pernambuco em 2014 por parte do PSB.

Algum sábio dirá: Eduardo Campos faz parte do campo político do ex-presidente Lula. Sim, admirável sabedoria. Mas, Eduardo, de modo estratégico, poderá dizer a Lula: “Diante das condições atuais, é mais adequado que a Frente Popular tenha dois candidatos a prefeito do Recife. No caso, João da Costa e FBC. Com isto, mantemos a prefeitura em nosso controle”. O que Lula irá dizer? “Argumento plausível governador”.

Enfim: qual é a razão de Eduardo Campos apoiar o PT em Recife?

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