Tópicos | eleições antecipadas

Com a direita muito próxima nas pesquisas, o primeiro-ministro de Portugal, o socialista António Costa, luta por sua permanência no cargo nas eleições legislativas antecipadas deste domingo (30), nas quais a extrema-direita pode avançar consideravelmente.

Os locais de votação permanecerão abertos das 8h GMT (5h de Brasília) até 19h GMT (16h de Brasília). Uma hora depois serão divulgadas as pesquisas de boca de urna.

"Vencemos a austeridade e a estagnação, estamos no caminho para vencer a pandemia e no domingo também venceremos esta crise política para dar estabilidade ao país", disse na sexta-feira, no ato de encerramento da campanha, o primeiro-ministro Costa, que está no poder desde 2015.

O chefe de Governo, de 60 anos, expressa orgulho por ter "virado a página da austeridade orçamentária" aplicada pela direita após a crise financeira mundial com a aliança histórica formada em 2015 com os partidos da esquerda radical, Bloco de Esquerdas e os comunistas.

Mas, quando o governo minoritário também almejava "virar a página da pandemia" com uma taxa de vacinação recorde e a liberação dos fundos de estímulo econômico europeus, seus aliados rejeitaram o projeto de orçamento para 2022, o que provocou a convocação de eleições antecipadas.

Quando a data da votação foi anunciada há três meses, o Partido Socialista (PS) tinha 13 pontos de vantagem nas pesquisas sobre a principal formação de oposição, o Partido Social-Democrata (PSD).

- "Desencanto" -

Mas a vantagem praticamente evaporou nas últimas semanas. O PS oscila entre 35-36% das intenções devoto nas pesquisas, contra 33% para o PSD, liderado por Rui Rio, ex-prefeito da cidade do Porto. A diferença é tão pequena que os institutos de pesquisa apontam um "empate técnico".

Com um a cada 10 portugueses em quarentenas, o nível de participação nas eleições, as terceiras organizadas em Portugal durante a pandemia, é outro fator de incerteza.

"O avanço de Rui Rio nas pesquisas demonstra que a população quer mudança", disse À AFP Paulo Faria, 49 anos, dono de restaurante.

"O balanço do governo não é muito bom, mas com a covid não se pode esperar muito mais", afirmou Isabel Rodrigues, moradora de Lisboa, de 50 anos.

"Apesar de um certo desencanto com o Partido Socialista, a maioria dos eleitores considera que Costa tem mais competência e experiência para governar que Rio, um economista de 64 anos elogiado por sua sinceridade e autenticidade", explica a cientista política Marina Costa Lobo.

- Alianças "complicadas" -

Depois das eleições, o futuro político de Portugal deve ser "instável", afirma o analista Antonio Costa Pinto, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

"A viabilidade de um governo do PS ou do PSD dependerá da abstenção do outro grande partido partido, especialmente para a aprovação rápida de um orçamento de estímulo econômico", prevê.

Tanto para a esquerda como para a direita será complicado para os partidos moderados negociar o apoio dos extremos de um Parlamento mais fragmentado, onde o partido de extrema-direita Chega, liderado por André Ventura, pode ser a terceira força com 6% dos votos.

Se Costa for reeleito, ele poderá tentar reconstruir a aliança das esquerdas, apesar do fracasso do último orçamento, provocado segundo ele pela "irresponsabilidade" de seus antigos aliados, que exigiam mais ações a favor do serviço público e da recuperação do poder aquisitivo.

E se o Rio vencer a disputa, ele terá que contar com o apoio dos liberais que esperam, como o Chega, confirmar a forte progressão prevista pelas pesquisas.

Com apenas um deputado no atual Parlamento, os liberais seriam mais fáceis de convencer para Rio que o partido Chega, um possível sócio de coalizão muito volátil e com um discurso antissistema.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, anunciou neste domingo (15) eleições antecipadas para 20 de setembro, menos de dois anos após as últimas federais, estimando que com a pandemia o país atravessa um momento "histórico".

"A governadora-geral aceitou meu pedido para dissolver o Parlamento. Os canadenses, portanto, irão às urnas em 20 de setembro", disse da capital federal, Ottawa.

Segundo Trudeau, o país vive um "momento histórico" e por isso é "extremamente importante que os canadenses possam escolher como sairemos desta pandemia e como nos reconstruiremos melhor".

"Peço que apoiem um governo progressista e ambicioso" que defenda "um sistema de saúde forte, moradia acessível e um meio ambiente protegido", declarou, lançando alguns dos principais temas de sua campanha.

À frente de um governo minoritário desde outubro de 2019, o que o torna dependente dos partidos de oposição para aprovar suas reformas, Justin Trudeau pretende aproveitar as pesquisas favoráveis, sua gestão da pandemia e o sucesso da campanha de vacinação.

Mas os outros partidos, todos contra a realização de uma votação neste verão, iniciaram as hostilidades e denunciaram um cálculo político, enquanto a pandemia ainda não acabou. Todos planejam falar durante o dia.

Como outros países, o Canadá anunciou recentemente que enfrenta uma quarta onda epidêmica, devido à variante Delta, que é mais contagiosa.

No entanto, o país tem uma das melhores coberturas vacinais do mundo - 71% dos 38 milhões de canadenses receberam a primeira dose e 62% estão totalmente imunizados.

"Era a única janela para Justin Trudeau, porque com o retorno às aulas em duas semanas, os casos de covid inevitavelmente aumentarão", comentou à AFP Félix Mathieu, professor de ciência política da Universidade de Winnipeg.

"E já dura 18 meses, que é o tempo médio de vida de um governo minoritário".

O primeiro-ministro queixou-se várias vezes nos últimos tempos sobre a obstrução dos partidos da oposição no Parlamento. Para liderar um governo majoritário, seu partido, que tem 155 membros eleitos, terá de obter pelo menos 170 das 338 cadeiras na Câmara dos Comuns.

Mas é uma "aposta arriscada", acredita Daniel Béland, professor de ciência política da Universidade McGill, tendo em vista as pesquisas atuais que não lhe garantem a maioria.

- Participação incerta -

"A eleição pode ser disputada em algumas cadeiras", acrescenta ele e "como esta eleição é claramente uma decisão de Trudeau, se ele falhar, pode custar caro em termos de liderança".

Diante dele, Erin O'Toole, líder dos conservadores, único outro partido capaz de formar um governo - atualmente 119 deputados - sofre de falta de notoriedade entre a opinião pública, mas poderá contar com as províncias rurais como reservatório de votos.

Jagmeet Singh, que dirige o Novo Partido Democrático (NDP), é o outro rival de Trudeau e pode angariar votos entre os jovens e moradores urbanos.

Prevê-se que a campanha eleitoral, anunciada para durar apenas 36 dias, gire em grande parte em torno da gestão da pandemia e dos amplos programas de ajuda emergencial implantados pelo governo, bem como do plano de recuperação pós-pandemia de 101 bilhões de dólares em três anos.

Mas as questões ambientais e de reconciliação com os povos indígenas também serão cruciais para estas eleições, que promete ser inédita.

As medidas sanitárias ainda em curso em vários estados limitarão os comícios eleitorais e a grande incerteza será a participação, sabendo que "uma baixa participação reduziria a legitimidade do próximo governo", acrescenta Félix Mathieu.

Além disso, se a votação por correspondência se sobressair, como é esperado devido à pandemia, o resultado da votação pode demorar a ser conhecido.

Depois de uma semana de violentos protestos no Iraque, o presidente Barham Saleh defendeu nesta quinta-feira (31) a realização de eleições antecipadas e assegurou que o primeiro-ministro, Adel Abdelmahdi, está disposto a renunciar se houver um acordo entre as forças políticas para evitar um vazio de poder.

"Afirmo meu apoio a eleições antecipadas, com uma comissão eleitoral nova e independente, pois a legitimidade vem do povo", declarou Saleh em discurso à nação. Ele prometeu ainda que seu governo criará uma nova lei eleitoral e uma comissão com observadores independentes, incluindo da ONU, para impedir fraudes.

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Saleh assegurou que o premiê está disposto a apresentar sua demissão desde que as forças políticas cheguem a "um entendimento sobre um substituto, no marco da Constituição". O presidente disse que mantém reuniões com os movimentos populares e forças políticas para levar adiante "as reformas necessárias dentro do marco legal para proteger a estabilidade do Iraque".

Saleh se referia às reformas econômicas, políticas e sociais que os iraquianos vêm pedindo nas ruas desde o início de outubro, quando começou a primeira onda de protestos. Eles também protestam contra a corrupção e a falta de serviços públicos básicos. Mais de 250 pessoas morreram e milhares ficaram feridas desde o início dos protestos, que foram duramente reprimidos.

"A situação atual não pode continuar, necessitamos de reformas sérias e grandes mudanças", admitiu Saleh, após ter manifestado apoio às demandas da população. Não ficou claro, no entanto, quando as mudanças prometidas serão implementadas. O presidente também se manifestou sobre a violência registrada nas ruas entre manifestantes e as forças de segurança, que em uma semana deixou mais de 150 mortos e 5 mil feridos.

"Não é aceitável a repressão nem o uso da força e da violência", disse. Ele lembrou que é importante que as armas estejam exclusivamente nas mãos do Estado, referindo-se à existência de milícias que teriam se infiltrado nos protestos, em algumas ocasiões, para provocar a violência.

A ONG Anistia Internacional denunciou nesta quinta que cinco manifestantes morreram em Bagdá ao serem atingidos por bombas de gás lacrimogêneo "rompe-crânios" disparadas pelas forças de segurança e pediu ao governo iraquiano que deixe de usar esse tipo de arma. Segundo a ONG, esse tipo de granada, de origem búlgara ou sérvia, nunca tinha sido usada no Iraque e seu objetivo era "matar, não dispersar" os manifestantes. As bombas de gás lacrimogêneo, normalmente usadas pelas polícias do mundo todo têm entre 25 e 50 gramas, mas as que mataram os manifestantes pesam entre 220 e 250 gramas e seu impacto é dez vezes maior, segundo a Anistia. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Partido Conservador, da primeira-ministra britânica Theresa May, tem 24 pontos de vantagem para as eleições gerais de 8 de junho, informou nesta quinta-feira (20) uma pesquisa feita pelo "YouGov".

De acordo com o levantamento, os "Tories" tem 48% das intenções de voto contra os 24% do Partido Trabalhista, de Jeremy Corbyn. Os Liberal-Democratas (Lib-Dem) aparecem com 12% e o União para a Independência do Reino Unido (Ukip) tem 7% das intenções.

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A pesquisa, que foi realizada entre os dias 18 e 19 de abril, mostrou uma alta de 4% para o partido de May em relação ao levantamento feito na semana anterior. No entanto, o Labour também registrou uma alta de 1%, enquanto os eurocéticos do Ukip caíram três pontos percentuais.

De acordo com o "YouGov", "os resultados representam o mais alto nível de voto para os Conservadores desde maio de 2008 e também é a mais forte liderança dos Tories neste período".

O estudo ainda mostrou que, para 54% dos britânicos, May deve permanecer no cargo de premier, enquanto 15% apontaram para Corby e 31% não souberam opinar sobre o mais alto posto da política britânica.

Nesta quarta-feira (19), a Câmara dos Comuns aprovou a moção do governo para dissolver o Parlamento e antecipar as eleições de 2020 para o dia 8 de junho deste ano.

A decisão surpreendente de May de convocar um novo pleito tem o objetivo de dar força política à figura da premier durante o período de negociação do Brexit - a saída do Reino Unido da União Europeia. 

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