Tópicos | Eleonora Menicucci

Destinada a debater democracia e direitos humanos com foco nos direitos das mulheres, a audiência pública desta segunda-feira (2) da Comissão de Direitos Humanos do Senado acabou por abrir espaço para diversas críticas ao processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, e à forma como o processo foi conduzido pelo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Na avaliação de senadores e de entidades ligadas à defesa dos direitos das mulheres, o processo que pode resultar no impedimento da presidenta está carregado de preconceitos contra minorias e, em especial, contra as mulheres.

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A secretária especial de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, disse ser “em nome das mulheres que a presidenta Dilma está resistindo”, e que estão em jogo neste processo “a democracia e todos os direitos sociais dos trabalhadores, conquistados arduamente por toda a população trabalhadora de nosso país, organizada em associações ou não.” “Estão em jogo, também, conquistas como as cotas raciais [em universidades] e o direito de não morrer por ser lésbica ou homossexual”, acrescentou.

Fundamentalismo punitivo

A deputada Erica Kokay (PT-DF) também participou da audiência no Senado. Ressaltou ser o direito o que resgata a condição humana e a essência da liberdade. “Há uma relação simbiótica entre democracia e direitos, porque sem democracia os direitos ficam ameaçados. O fundamentalismo na Câmara é patrimonialista e religioso. É também um fundamentalismo punitivo, que acha que todos os problemas se enfrentam com grades e balas”, disse ela.

“Esses três fundamentalismos se juntaram para golpear o Brasil. E a Câmara se desnudou e mostrou todo o seu horror. Virou de costas para o Brasil. Aquele momento [votação do impeachment] teve um grande articulador e maestro, que é Eduardo Cunha. E o Supremo Tribunal Federal (STF) se calou e continua calado diante desse poder que não tem legitimidade e é presidido por uma pessoa que, toda a sociedade sabe, é corrupta”, afirmou a deputada.

A representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na audiência, Virgínia Bariel, também fez críticas à morosidade como o STF tem atuado em meio ao momento crítico pelo qual passa o Brasil. “O STF simplesmente não está fazendo nada. Nós, trabalhadores, não podemos aceitar isso. O tribunal está de braços cruzados, deixando todo esse horror acontecer. E agora é que não vai fazer nada mesmo”, criticou a integrante da CUT. Ela defendeu a organização de um acampamento em frente ao STF, como forma de pressionar os ministros a se manifestarem sobre a ilegalidade do processo que poderá resultar no impedimento de Dilma.

Para ela, o impeachment será um “golpe vil” contra a democracia brasileira. “Se o golpe ocorrer, não vamos nos sentar para negociar com este governo ilegítimo. Só reconheceremos governos que tenham sido eleitos com o voto popular”, argumentou a sindicalista.

Sociedade assustada

Para o senador Donizeti Nogueira (PT-TO), a sessão da Câmara que remeteu o processo de impeachment de Dilma para a análise do Senado “traz um fato muito positivo para o processo, porque assustou a sociedade brasileira”. Por isso, disse, não houve comemoração pela admissibilidade do processo. “As pessoas acabaram se encolhendo, de forma a ruminar o processo e tomar uma nova direção. Cabe a nós construir uma narrativa que encante as pessoas nesse sentido.”

A Secretária de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves, ressaltou que este “golpe em andamento” é contra os trabalhadores. “É também um golpe machista e sexista contra as mulheres. Por isso, queremos convocar todas as mulheres do Brasil para não deixar que a primeira presidente mulher eleita no país seja retirada por golpistas e ladrões que não têm nenhuma interação com o direito das mulheres.”

O deputado Mendonça Filho (DEM) e a médica cubana Ramona Matos Rodriguez irão se encontrar, nesta terça-feira (18), às 9h, com as ministras Maria do Rosário (Direitos Humanos) e Eleonora Menicucci (Políticas para as Mulheres) para discutir os recentes ataques proferidos contra a refugiada. A reunião ocorrerá na Secretaria de Políticas para as Mulheres.

Ramona abandonou o programa federal Mais Médicos após descobrir que recebia apenas 10% do valor do salário de colegas de outras nacionalidades. Segundo o democrata, após a deserção ela tem sido hostilizada por militantes e políticos ligados ao governo.

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Mendonça Filho defende a adoção de providências imediatas pelos ministérios em casos como o do vice-líder do PT na Câmara, Zé Geraldo (PA), que subiu a tribuna do plenário da Câmara para dizer que a cubana “bebia e se deitava com homens”.

O democrata entende que esse tipo de posicionamento estimula a militância nas redes sociais a agredir e propagar mentiras contra Ramona Rodriguez colocando sua segurança em risco.

Uma semana depois de encabeçar a reação dos evangélicos contra o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, o líder do PR, senador Magno Malta (ES), reuniu em seu gabinete parlamentares da bancada evangélica para protestar contra a nova ministra da Secretaria de Política para as Mulheres, Eleonora Menicucci. Apesar de não ameaçarem diretamente o governo, os participantes do encontro deixaram claro que poderão retaliar o governo nas eleições municipais, caso a presidente Dilma Rousseff não cumpra o compromisso de campanha de manter inalterada a legislação que proíbe o aborto no País.

Como presidente da Frente da Família, que reúne deputados e senadores, Malta anunciou que não reconhece mais Carvalho como interlocutor do governo. Carvalho passou a ser um desafeto após ter dito no Fórum Social Mundial de Porto Alegre que os evangélicos "têm uma visão do mundo controlada por pastores de televisão". Sobre a ministra Eleonora, o líder entende que ela contraria Dilma ao se manifestar favorável à prática do aborto.

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O líder do PR se referiu à reportagem publicada hoje pelo jornal O Estado de S. Paulo. O material informa que Eleonora revelou há oito anos, em depoimento a uma pesquisadora de ciências sociais, que fez um "curso de aborto" na Colômbia após fundar, em 1995, a entidade Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde. A reportagem cita que ontem à noite Eleonora divulgou nota afirmando que "nunca esteve na Colômbia". Mas Magno Malta não gostou da situação. "Ela (Eleonora Menicucci) acabou de assumir e já deu oportunidade de nos prepararmos para suportar o chumbo grosso que vem por aí", disse o senador.

O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presente à reunião, informou que a Frente da Família (integrada por 400 deputados e 70 senadores de várias religiões, segundo Malta) divulgará manifestos contra Gilberto Carvalho e contra a ministra Eleonora. Ele acredita que a presidente Dilma não a teria nomeado para o ministério se conhecesse a entrevista em que ela fala do curso na Colômbia.

"Vamos criticar a ministra e ficar vigilantes", avisou Cunha. Ele lembra que o total de evangélicos no País corresponde a 30% do eleitorado. "Nosso problema é que as posições da ministra não são compatíveis com alguém que vai conduzir políticas públicas", alegou o deputado, lembrando que os evangélicos já mostraram o peso que têm numa campanha eleitoral.

Na conversa com os evangélicos, Magno Malta apontou o que entende ser o contraste entre o compromisso de Dilma com os religiosos, de não apoiar o aborto, e a participação de Eleonora Menicucci no comitê da ONU sobre a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres. Segundo ele, "a ministra vai para a ONU com dinheiro público para defender o aborto". "É um direito dela, mas é também um direito nosso o de reagir", justificou.

A presidente Dilma Rousseff aproveitou a cerimônia de posse da nova ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, para enquadrá-la publicamente e deixar claro o recado de que convicções pessoais devem se subordinar, agora, às políticas de governo. Foi uma forma de evitar mais polêmica e acalmar os ânimos da bancada religiosa no Congresso Nacional, que já preparou a artilharia contra Eleonora por conta de declarações sobre aborto.

"Tenho certeza, que meu governo ganha hoje uma lutadora incansável e inquebrantável pelos direitos das mulheres. Uma feminista que respeitará seus ideais, mas que vai atuar segundo as diretrizes do governo em todos os temas sobre os quais terá atribuição", discursou Dilma. A numerosa plateia, que até então era só aplausos, silenciou-se com a fala de Dilma.

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Em recentes declarações, Eleonora disse que considera o aborto uma questão de saúde pública, assim como o crack e outras drogas - para ela, esse assunto não é uma questão ideológica. Antes da posse, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) convocou pelo Twitter que a bancada de evangélicos se unisse "para combater a abortista que nomearam ministra".

O aborto volta à agenda do Palácio do Planalto após assombrar a campanha de Dilma pela presidência da República, em 2010. Pressionada por religiosos, a então candidata chegou a assinar carta em que dizia ser pessoalmente contra o aborto, além de defender a manutenção da legislação atual sobre o assunto.

Hoje, Eleonora aproveitou o discurso de posse para criticar a disseminação de "padrão sexista" em salas de aula, programas de entretenimento e serviços públicos de saúde. "Não se pode aceitar que, ainda hoje, quando temos uma mulher no mais alto cargo do executivo brasileiro, mulheres sejam vistas como meros objetos sexuais, que morram durante a gravidez, que tenham seus direitos reprodutivos e sexuais desrespeitados", afirmou.

A socióloga assume a pasta no lugar de Iriny Lopes, que retorna à Câmara dos Deputados e deve disputar a Prefeitura de Vitória (ES) em outubro. Antes dela, o petista Fernando Haddad deixou o Ministério da Educação para tocar a campanha pela Prefeitura de São Paulo.

"Eu considero que eu escolhi a Eleonora por vários motivos, mas, sobretudo, pelo conjunto da obra", disse Dilma. "Tenho absoluta certeza que a Eleonora é capaz de assegurar, dentro da diversidade que é o nosso país, que todas as situações sejam consideradas, porque, quando nós assumimos o governo, nós governamos para todos os brasileiros e brasileiras, sem distinções políticas, religiosas ou de qualquer outra ordem", prosseguiu a presidente, em outro aceno para acalmar evangélicos e católicos.

A nova ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), Eleonora Menicucci, relembrou nesta sexta-feira a passagem no presídio Tiradentes, em São Paulo, ao lado da presidente Dilma Rousseff, durante cerimônia de posse no Palácio do Planalto. Eleonora, no entanto, ressaltou que a sua vida não "foi só na cadeia" e defendeu ter currículo para desempenhar a nova função.

"Quando cheguei ao presídio Tiradentes, a senhora (dirigindo-se à presidente Dilma Rousseff) estava lá e me abraçou com um afeto que durante minha vida inteira ficou marcado. Senhora presidenta, a minha vida não foi só na cadeia. Tenha certeza de que o meu currículo acadêmico como docente e pesquisadora há mais de 30 anos me credencia e me dá suporte e segurança para desempenhar esse novo cargo", disse a nova ministra.

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Eleonora foi presa, torturada e conviveu com Dilma na chamada "Torre das Donzelas" do presídio Tiradentes, que recebeu prisioneiras políticas do regime militar. "Quero neste momento com muita emoção, muita tristeza render minhas homenagens às mulheres e aos homens, jovens que tombaram na luta contra a ditadura", afirmou a nova ministra durante a cerimônia, sendo ovacionada pelo público.

Eleonora é socióloga, professora titular de saúde coletiva e pró-reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Seu currículo inclui doutorado em ciência política pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutorado na Universidade de Milão em saúde e trabalho das mulheres. Ela substitui Iriny Lopes, que volta para a Câmara dos Deputados e deve disputar a Prefeitura de Vitória em outubro.

Com a mudança ministerial, Dilma deseja dar ainda mais visibilidade à questão feminina, que tem sido um dos temas centrais da sua política de governo, tanto em discursos quanto na própria distribuição de cargos.

Em seu discurso de posse, Eleonora destacou a importância de políticas públicas para segmentos de mulheres, como as trabalhadoras domésticas, garis, pescadoras. A ministra também condenou a disseminação de um "padrão sexista" em salas de aula, programas de entretenimento e serviços públicos de saúde, criticando que as mulheres sejam vistas como "meros objetos sexuais, não tenham seus esforços reconhecidos e tenham seus direitos reprodutivos e sexuais desrespeitados".

A nova ministra da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci de Oliveira, que assumirá o cargo na próxima sexta-feira (10), já casou polêmica em suas primeiras declarações sobre o aborto, nesta terça-feira (7).

Em sua primeira entrevista coletiva, Eleonora assegurou que o aborto é inseguro e uma das maiores causas de morte materna no País. Ela ainda disse que esta é uma questão de saúde pública no Brasil e que deve ser tratada do mesmo modo que o álcool, cigarro, crack, dengue, HIV e as doenças infecto-contagiosas.

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Já sobre a violência doméstica e familiar, Eleonora cobrou a implementação do Pacto da Não Violência pelos Estados e municípios do País, assim como a execução da Lei Maria da Penha. "O Executivo tem responsabilidade de garantir a proteção e a punição ao agressor", afirmou.

Eleonora Menicucci de Oliveira substituirá a ministra Iriny Lopes, já que esta sairá como candidata à prefeitura de Vitória,  (ES) nas próximas eleições.

A nova ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci, afirmou hoje que sua posição pessoal sobre o aborto não vem mais ao caso. "A partir do convite da presidente Dilma eu sou governo e minha posição é de governo." A ministra, que ao longo de sua vida falou diversas vezes ser favorável à descriminalização da interrupção da gravidez. "Eu não seria eu se não reafirmasse", disse. Mas, agora, assegura que o assunto está nas mãos do Legislativo. "O Executivo não tem o que fazer."

As declarações estampam o cuidado com o qual o tema será tratado na sua gestão. Embora tenha enfatizado hoje, durante sua primeira entrevista coletiva, que o aborto inseguro é uma das maiores causas de morte materna no País, um problema de saúde pública equivalente a tantos outros como aids ou dengue - a futura ministra adota o tom da presidente Dilma Rousseff. Durante a campanha, reagindo a pressões de setores religiosos, Dilma, então candidata, teve de amenizar o discurso e fazer um compromisso de que não adotaria nenhuma medida para incentivar a mudança das regras do aborto no País.

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A futura ministra reconheceu que o projeto enviado pelo Executivo ao Congresso sobre o tema está na gaveta, mas evitou qualquer comentário sobre uma eventual pressão de líderes de governo para retomar o assunto. Para ela, cabe à sociedade civil retomar a discussão e pressionar parlamentares. "Claro que a questão não é unânime e o debate tem de ser feito de maneira respeitosa."

Eleonora também evitou engrossar críticas à Medida Provisória que cria cadastro para gestantes - um registro, que, para feministas, significa uma perigosa brecha para inibir o aborto e responsabilizar gestantes. Para a ministra, Eleonora, o conflito já foi resolvido com a mudança feita pelo governo no texto da MP. Na versão original, havia uma referência aos direitos do nascituro, retirado na revisão. "Esse assunto sai do ministério. A presidente já se manifestou no Fórum Social Temático e fez uma redação, corretíssima, em retirar a palavra nascituro. Assim que se faze política."

No combate à violência ela foi mais enfática. A ministra cobrou a implementação do Pacto da Não Violência por Estados e municípios e a execução da Lei Maria da Penha. "O Executivo tem responsabilidade de garantir a proteção e a punição ao agressor" E defendeu, ainda, a possibilidade de que processos sobre violência contra mulher possam ser iniciados mesmo sem a anuência da vítima - um assunto que está na pauta do STF. "Sou totalmente a favor e esperamos liquidar este debate. Não tem justificativa a suspensão das investigações quando não há a anuência da mulher.

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