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A indústria de eletroeletrônicos de consumo fechou 2021 com o primeiro resultado negativo em quatro anos. As fábricas venderam para o varejo 94,1 milhões de aparelhos, volume 7,2% menor do que o do ano anterior, segundo a Eletros, a associação que reúne os fabricantes do segmento.

A maior queda ocorreu nos televisores, de 15,8%, seguida pelos eletroportáteis (7%) e pelos eletrodomésticos da linha branca, como fogões, geladeiras e lavadoras, com retração de 4,9%. A única linha cujas vendas cresceram no ano passado foi a de aparelhos de ar condicionado, que avançou 7,2%, somando 4,45 milhões de unidades. Mesmo assim, houve uma freada no ritmo de alta. Em 2020, as vendas do produto tinham aumentado 30% sobre o ano anterior.

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"Foi uma frustração. Nem no primeiro ano da pandemia tivemos números tão ruins", diz o presidente da Eletros, José Jorge do Nascimento Júnior. Em 2019 e 2020, o setor cresceu 5% a cada ano. E a expectativa era de avançar mais 5% em 2021 ou, numa perspectiva otimista, até 10%.

Esse prognóstico até parecia viável por conta do desempenho do primeiro semestre, que registrou avanço na casa de dois dígitos sobre o ano anterior. Mas o mercado virou no segundo semestre. Entre julho e setembro, as vendas caíram 16% em relação ao mesmo período de 2020. E um tombo de 28% veio no último trimestre, período que inclui Black Friday e Natal, as melhores datas de vendas para os eletroeletrônicos.

Sem Poder de Compra

A queda nas vendas tem a ver com a disparada da inflação, que corrói o poder aquisitivo dos consumidores, e a consequente alta dos juros. Como boa parte das vendas dos eletroeletrônicos é financiada, esse foi mais um obstáculo ao consumo a prazo. Fora isso, com o avanço da vacinação e a reabertura dos serviços, passou a haver uma disputa pelo bolso do consumidor por outros setores, como turismo, segundo o presidente da Eletros.

A forte pressão de custos de produção - com forte alta no preço do aço, aumento da tarifa de energia elétrica e a questão do câmbio - também deixou os eletroeletrônicos mais caros. Isso inibiu vendas.

Neste início de ano, o mercado continua fraco. "O varejo está bem estocado, e estamos numa situação bem complicada para vender nossos produtos", diz Nascimento Júnior. Segundo ele, houve indústrias da linha de áudio e vídeo que deram dez dias de férias coletivas em janeiro para enxugar a produção.

Essa frustração das vendas aparece nos estoques acumulados. Conforme a Sondagem da Indústria de Transformação da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o saldo de empresas do setor que declararam ter estoques excessivos em janeiro deste ano foi de 36,6%. É a maior marca desde dezembro de 2019 (37,7%) e também superior ao número de dezembro de 2021, de 31,4%.

Quando um setor está com um número maior de empresas com estoques elevados, o passo seguinte é a redução ou a estabilização da produção, explica Cláudia Perdigão, pesquisadora da FGV e responsável pelo estudo. De dezembro para janeiro, o nível de utilização da capacidade instalada das fábricas de eletroeletrônicos e itens de informática, por exemplo, caiu mais de quatro pontos porcentuais: de 74,4% para 70%, aponta a pesquisa. "Isso significa que o setor deu uma desacelerada na produção", afirma a economista.

Demissões na Zona Franca preocupam

O recuo do mercado de eletroeletrônicos tem reflexos no Polo Industrial de Manaus, que concentra indústrias desse segmento. Um levantamento do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas mostra que empresas do polo dispensaram 7,5 mil trabalhadores entre dezembro de 2021 e a primeira quinzena de janeiro, número considerado pela entidade acima do normal. Dos demitidos no período, que representam quase 10% do total de empregados no polo, 6 mil eram efetivos e 1,5 mil, temporários.

Cerca de 70% dos cortes ocorreram, segundo o presidente do sindicato, Valdemir Santana, em indústrias do setor eletroeletrônico. "Geralmente, quando termina um contrato temporário, 40% dos trabalhadores são efetivados, mas neste ano não ficou nenhum temporário."

Só a Philco demitiu 800 trabalhadores no período, segundo o sindicato. A empresa confirmou os cortes e informou, por meio de nota, que todos os anos contrata trabalhadores para atender à sazonalidade do varejo e, nos últimos anos, conseguiu absorver as equipes após o período sazonal. "Em 2021, entretanto, a contratação para a produção específica de aparelhos de ar condicionado foi maior, e isso se refletiu na necessidade de desligamentos após a finalização da produção adicional", diz a nota.

A Multilaser, em nota, informa que dispensou 81 trabalhadores por desempenho nas fábricas de Extrema (MG), Manaus (AM) e na matriz em São Paulo. Segundo a empresa, "é um turnover considerado mínimo para uma empresa com mais de 4 mil funcionários". A companhia tem 171 vagas abertas em Extrema, Manaus e São Paulo para repor as saídas e reforçar os quadros, acrescenta em nota.

José Jorge do Nascimento Júnior, presidente da Eletros, que reúne as fabricantes do segmento, diz não ter conhecimento de demissões acima do normal no setor. Ele argumenta que as empresas estão segurando ao máximo a mão de obra na expectativa de que o mercado e o ambiente de negócios melhorem no segundo trimestre. A expectativa é de que o Dia das Mães e a Copa do Mundo impulsionem as vendas.

No entanto, se a conjuntura não melhorar, ele admite que "inevitavelmente" haverá demissões, retrações nos investimentos e reavaliação nas programações de produção. "É um cenário horrível, mas não é o que a gente vislumbra."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que passa o dia desta sexta-feira, 4, em reuniões em São Paulo, recebeu, entre banqueiros e demais representantes do mercado financeiro, o presidente da Eletros, Lourival Kiçula.

O executivo levou ao conhecimento do ministro os dados de vendas e estoques do setor. As vendas de produtos da linha branca e marrom devem cair, em média, 15% neste ano em relação a 2014, disse Kiçula. A intenção do setor é mostrar ao ministro que elevar a alíquota do Imposto sobre importação de aço neste momento poderá se tornar uma decisão equivocada.

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"As vendas estão caindo e o aço responde por cerca de 40% na produção de alguns produtos como fogões, por exemplo", disse Kiçula. Ele já esteve com o ministro em Brasília nesta semana para tratar do tema. Disse também que a Eletros tem conversado com o setor do aço.

"Acho que agora eles deram uma tranquilizada porque não é hora de aumentar preços", disse.

O interesse crescente de tradicionais fabricantes de aparelhos de imagem e som e de eletrodomésticos da linha branca (fogão, geladeira e lavadora) pelos eletroportáteis, que são aqueles itens de baixo valor unitário, com cafeteiras, ferro de passar, por exemplo, é explicado pelo forte desempenho desse segmento no País. No ano passado, as vendas de eletroportáteis somaram R$ 14,3 bilhões e cresceram 14,5% em relação a 2013, nas contas da empresa de pesquisa Euromonitor International. É mais que o dobro da taxa alcançada pela linha branca no mesmo período (7%).

Alexis Frick, analista de pesquisa da empresa, aponta os fatores que, na sua opinião, explicam o desempenho de mercado dos eletroportáteis. O primeiro deles é o fato de o preço médio dos portáteis ser muito inferior ao de um eletrodoméstico de grande porte. Isso acelera as vendas desses produtos, especialmente num cenário de crise como o atual.

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Além disso, ele lembra que o número de lares que hoje têm geladeira, fogão e TV, por exemplo, é muito grande perto dos que têm uma cafeteira ou fritadeira. Nos últimos anos, o analista diz que, com a redução do Imposto de Produtos Industrializados (IPI) da linha branca, houve um estímulo extra à compra desses eletrodomésticos básicos.

Outro fator apontado por Frick para impulsionar as vendas de portáteis é a praticidade e o status que eles proporcionam. "A cozinha virou um espaço importante na casa para receber as visitas e se o consumidor não tem condições de comprar um geladeira, pode impressionar com uma cafeteira", diz.

Estrelas

Pesquisa da Euromonitor mostra que as estrelas dos eletroportáteis atualmente são as máquinas de café, cujas vendas cresceram 30,5% entre 2013 e 2014, atingindo R$ 276 milhões. No mesmo período, as fritadeiras a ar registraram um aumento de 29,2% e somaram vendas de R$ 1,5 milhão.

Enquanto o consumo de fritadeiras e cafeteiras explode, as vendas de TVs têm crescimento bem menor. Aumentaram 11,7% de 2012 para 2013 e devem encolher 3% até 2018.

A mais antiga fabricante de televisão do País, responsável pela montagem do primeiro aparelho, em 1951, está prestes a estrear em um novo segmento, o de eletroportáteis. Em agosto, a Semp Toshiba colocará no mercado 50 produtos, todos importados da Ásia, com a marca Semp. São fritadeiras a ar digitais, cafeteiras, liquidificadores, fornos elétricos, ferros de passar sem fio, panelas de arroz, torradeiras e até um aspirador de pó robotizado, que limpa a casa sozinho.

A intenção da companhia, que no final de janeiro encerrou um plano de reestruturação com a mudança da sede da empresa de São Paulo para Cajamar (SP), é não colocar todos os ovos na mesma cesta. "Nossa visão de longo prazo é tirar o peso relativo que a TV tem hoje no faturamento da empresa e, em quatro anos, reduzir essa participação para 50%", afirma o presidente da companhia, Ricardo Freitas. Do faturamento de R$ 1,2 bilhão obtido no ano passado, 80% resultaram da venda de televisores. O restante veio de itens de informática e de aparelhos de som. Dados da Eletros, que reúne fabricantes do setor, mostram que a venda de TVs caiu 40% no 1º trimestre de 2015 ante 2014. Mas nos portáteis a retração foi bem menor.

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O executivo diz que no segmento de portáteis existe uma competição mais saudável, mais opções de fornecedores e possibilidade de ajuste mais rápido em momentos de volatilidade de mercado.

A estratégia da Semp Toshiba de estrear nesse segmento pode ser uma alternativa à forte concorrência das marcas coreanas de TVs. Samsung e LG chegaram de mansinho e hoje dividem a liderança e a vice-liderança do mercado de televisores.

Câmbio

Não está no radar da empresa fabricar portáteis no País. Mesmo assim, a disparada do dólar, que já subiu cerca de 15% neste ano em relação ao real, não é um fator que inviabiliza essa nova área de negócio, segundo Freitas. "É evidente que todo aumento de custos impacta o negócio, mas a tendência é de o mercado se ajustar."

No passado, quando a empresa esteve sob a gestão Afonso Antônio Hennel, neto do fundador e que deixou a companhia em maio de 2013 substituído pelo pai, Affonso Brandão Hennel, o plano era entrar no segmento linha branca (fogão, geladeira e lavadora). "Esse plano foi descartado", diz Freitas. Ele argumenta que a linha branca exige altos investimentos e tem concorrentes de peso.

À frente da operação da companhia desde janeiro do ano passado, quando Brandão Hennel foi para a presidência do conselho de administração e agora está no conselho consultivo, Freitas conta que a empresa concluiu o processo de reestruturação em janeiro. No entanto, continua no vermelho em termos operacionais. No ano passado, faturou R$ 1,2 bilhão e teve prejuízo operacional de R$ 20 milhões. "Mas na última linha do balanço o resultado foi um lucro de R$ 20 milhões, porque tivemos uma receita não recorrente com a negociação do imóvel."

A sede da companhia ocupava um terreno 26 mil m² no entroncamento da Marginal Pinheiros com a ponte João Dias. Para rentabilizar os ativos, fechou negociação com a construtora Helbor, que vai construir torres residenciais e comerciais no local. Com isso, a empresa concentrou a administração e vários departamentos no centro de distribuição em Cajamar e obteve uma receita extra.

Apesar de apostar nos portáteis, a Semp não vai abandonar o seu DNA, que é a TV, e o programa de maior audiência, o futebol. Ela acertou patrocínio por 3 anos da camisa dos árbitros do campeonato brasileiro. O contrato é de R$ 5 milhões.

O presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula, disse nesta sexta-feira (27), ao Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, que pedirá ao secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, que seja incluído no programa Minha Casa Melhor, do governo federal, as máquinas de lavar semiautomáticas, popularmente conhecidas como tanquinhos.

Kiçula está reunido com o secretário desde as 11 horas desta sexta-feira, no escritório do Ministério da Fazenda em São Paulo. À tarde, Holland, Kiçula e representantes do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) serão recebidos no escritório da Avenida Paulista pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Pelas regras do Minha Casa Melhor, o beneficiado pelo programa Minha Casa, Minha Vida tem até R$ 5 mil de crédito para comprar móveis e eletrodomésticos e parcelar o pagamento em até 48 vezes.

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De acordo com o executivo, para incluir o tanquinho no programa, basta o governo retirar do decreto a palavra "automática". Segundo ele, o decreto deixa claro que apenas lavadoras automáticas podem ser adquiridas com o crédito do Minha Casa Melhor. Ele ponderou, porém, que o consumidor do programa é basicamente oriundo das classes C e D, mais propensas a utilizar o tanquinho em suas residências.

Além disso, na avaliação de Kiçula, os consumidores dessas classes poderiam deixar de comprar um produto de R$ 1.100, valor aproximado das máquinas de lavar automática, para comprar outro de R$ 300 e usar a diferença para adquirir outros itens.

Kiçula disse ainda que a Eletros vai pedir ao Ministério da Fazenda que reduza o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos tanquinhos dos atuais 4,5% sobre as vendas para 2%. Pelo programa do governo, o IPI do tanquinho teria de subir para 5% em outubro, mas, segundo o executivo, a Eletros vai usar como argumento a tributação sobre as máquinas de lavar automáticas, cujo IPI permaneceu em 10%.

As vendas de produtos das linhas brancas e marrom deverão crescer de 5% a 10% neste ano. A estimativa foi feita pelo presidente da Associação Eletros, Lourival Kiçula, na abertura da Eletrolar Show - 8ª Feira de Negócios para a Indústria e o Varejo de Eletrodomésticos e Eletroeletrônicos, nesta segunda-feira, 15. De acordo com ele, a expectativa é de que as vendas de máquinas de lavar roupas compensem a queda prevista em 6% nas vendas de geladeiras e em 5% de fogões.

Para Kiçula, as máquinas de lavar seguem beneficiadas por o governo ter mantido a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em 10% até 1º de outubro e o fato de apenas 52% dos lares brasileiros serem equipados com o produto. "O IPI para máquinas de lavar foi mantido em 10% e, segundo o ministro Mantega (ministro da Fazenda, Guido Mantega), permanecerá neste patamar", disse o presidente da Eletros.

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O ano, segundo ele, se desenha como mais difícil do que o ano passado pela deterioração da economia e pelo aumento do IPI para alguns produtos do setor. "Mas a expectativa é de crescimento", reforçou.

Kiçula ainda vê como favorável para o setor o Minha Casa Melhor, do governo federal, que visa a financiar itens das linhas marrom e branca para as famílias que participam do Minha Casa Minha Vida. "O programa foi um prêmio para o setor e para as pessoas de baixa renda, que não tinham condições de colocar estes produtos em casa."

O presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula, afirmou nesta quarta-feira que o termo de compromisso assinado pelo setor privado com o governo prevê que o varejo dará um desconto de 5% nas vendas de eletrodomésticos e móveis para os beneficiários do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), enquanto a indústria se comprometeu a focar a melhoria da eficiência energética. Kiçula afirmou acreditar que o programa anunciado nesta quarta-feira pelo governo pode promover até 8 milhões de vendas de refrigeradores, fogões, lavadoras de roupa e televisões.

Ele, no entanto, disse que prefere não fazer uma previsão do aumento das vendas da indústria porque esse aumento depende do tamanho do atual estoque do varejo e da procura dos consumidores. O mutuário do MCMV que receber o cartão tem até 12 meses para fazer a compra dos produtos. Kiçula admitiu, entretanto, que o programa dará impulso à indústria. De acordo com o presidente da Eletros, as vendas cresceram 20% em 2012, mas em 2013 estão no mesmo nível do ano passado. Segundo Kiçula, em 2012, foram vendidos 14 milhões de aparelhos de TV, 7,2 milhões de geladeiras, 5 milhões de lavadoras e 1,6 milhão de fogões.

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O presidente da associação disse que o menor índice de penetração na população é a lavadora de roupas automática, que foi incluída no programa Minha Casa Melhor. Por conta do novo programa, Kiçula disse acreditar que o governo prorrogará a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a linha-branca, cujo término está previsto para o fim do mês. "O nosso pedido é que não faça esse pulo agora. Não faria sentido aumentar o IPI num momento em que está se fazendo um programa incentivando as vendas", declarou.

"Minha aposta é que vai renovar", completou. O presidente da Aneel defendeu uma redução do IPI para as lavadoras automáticas, que pagam alíquota de 10%. Kiçula lembrou que a indústria paga 2% de IPI para fogões e lavadoras não automáticas e para os refrigeradores, de 5%.

Emprego

O vice-presidente da Samsung, Benjamin Sicsu, garantiu que o Minha Casa Melhor deve ajudar a manter o nível de emprego na indústria. Conforme Scsu, ao dar mais crédito e aumentar as compras, a administração federal também incentiva o emprego. Ele acredita que a medida ajudará a manter as vendas de televisores no mesmo nível atual, em torno de 15 milhões de unidades por ano. Na análise de Sicsu, a Copa das Confederações não "emocionou" e não ajudou no aumento das vendas. O vice-presidente da Samsung afirmou achar que a medida do Poder Executivo pode trazer mais um milhão de consumidores de televisão.

Sicsu, no entanto, julgou que, para o mercado de computador, é mais difícil fazer uma previsão porque o setor passa por mudanças com o aumento da procura por tablets. Na avaliação do vice-presidente da Samsung, a empresa só produz notebooks, mas ele admite que o Minha Casa Melhor também pode ajudar a manter as vendas entre 10 e 12 milhões de unidades por ano.

Estão quase prontos os estudos para renegociar com o Ministério da Fazenda o patamar atual da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a linha branca. A informação foi dada à Agência Estado nesta segunda-feira pelo presidente da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletrônicos), Lourival Kiçula. Estimulada pelo anúncio do governo, na semana passada, de que a redução do tributo federal para automóveis e caminhões será mantida até 2014, a Eletros também quer o benefício.

O anúncio da prorrogação da redução do IPI para automóveis e caminhões foi feito na noite de sábado (30) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, depois que a colunista Sônia Racy antecipou a notícia na edição do jornal O Estado de S.Paulo de quarta-feira (27). O imposto sobre carros e caminhões iria subir gradualmente a partir desta segunda-feira até chegar à alíquota normal em 1º de julho.

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Kiçula disse que o setor sempre pretendeu solicitar ao governo a extensão do benefício para a linha branca, mas observou que a indústria eletroeletrônica tem até o fim de junho para negociar. "Os trabalhos estão semiprontos, mas o ideal é começar as conversas à véspera do término do acordo. (Ainda) É muito cedo", afirmou o presidente da Eletros. "Mas você pode estar certo de que em junho bateremos na porta do Ministério da Fazenda para negociar."

Desde 1º de fevereiro último, a alíquota do IPI sobre os produtos da linha branca (fogões, geladeiras, máquinas de lavar e tanquinhos), móveis, laminados, painéis de madeira, luminárias e papel de parede começou a subir.

O acordo, feito no final de dezembro de 2012, previa que os aumentos seriam graduais até que o imposto chegasse a uma alíquota intermediária em junho e integral em julho. Assim, o IPI sobre fogões que em 31 de janeiro era 0% subiu para 2% em fevereiro e a partir de julho voltaria a 4%. As geladeiras cujo IPI em 31 de janeiro era de 5%, subiu a 7,5% no mês passado e retomaria a alíquota normal de 15% em julho. O tanquinho, seguindo o mesmo calendário, saltaria de 0% para 2% e chegaria em julho com o IPI em 10%. O único item da linha branca que manteria a alíquota reduzida, em 10%, seria a máquina de lavar. A alíquota normal do IPI para a máquina de lavar é de 20%.

A desoneração da folha de pagamentos para os fabricantes de fogões, refrigeradores e lavadoras, anunciada nesta quinta-feira (13) pelo governo federal, vai permitir que o setor mantenha o emprego dos 36 mil funcionários. A avaliação é do presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula. "Estamos muito felizes. A linha branca foi outra vez beneficiada e isso vai fazer com que a gente continue em janeiro com possibilidade de manter a mão de obra que temos", afirmou.

O setor já havia sido beneficiado pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), prorrogada até 31 de dezembro. De acordo com o presidente da Eletros, o setor já contratou 4 mil funcionários desde que a primeira redução do IPI foi anunciada. "Até 31 de dezembro, temos redução do IPI. O benefício da folha começa em 1º de janeiro. No momento estamos empregando, estamos com a casa cheia", disse. Segundo ele, os efeitos da desoneração da folha devem ter impacto nos resultados do primeiro trimestre de 2013.

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Kiçula avalia ainda que a desoneração para os fabricantes de parafusos e porcas pode beneficiar a produção de fogões, refrigeradores e lavadoras indiretamente. Os itens são insumos para a indústria de eletroeletrônicos e, se custarem menos, devem ajudar que o produto final também chegue mais barato ao consumidor. "É o que eu espero. E pode ter certeza que o governo, quando toma essas medidas, também espera", disse. "É uma cadeia produtiva muito interessante."

O presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula, disse que, ao estender para até o final de dezembro a vigência da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o governo conferiu maior previsibilidade e capacidade à indústria e ao varejo para se programar. "A nossa solicitação é sempre para que a desoneração de impostos seja perene mas, ao prorrogar para quatro meses, o governo permitiu que a indústria e o comércio possam se programar", comemorou Kuçula.

De acordo com o presidente da Eletros, tanto representantes da indústria como do setor varejista que estiveram reunidos na terça-feira, em Brasília, com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, temiam que a prorrogação fosse até outubro ou novembro, e não até o final do ano. Isso porque, de acordo com Kiçula, é entre outubro e novembro que a indústria começa a entregar para a rede varejista as encomendas para as vendas de Natal. Agora, com um prazo mais esticado, afirma o presidente da Eletros, a indústria e o varejo podem se programar para contratar mais pessoal, se for necessário.

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Kiçula disse que naquele encontro o ministro Mantega fez uma avaliação sobre os preços dos itens de linha branca. Isso porque nos últimos dias a imprensa estava denunciando aumentos de preços, o que teria ocorrido porque algumas matérias-primas internacionais, como resinas, tiveram seus preços aumentados. "Mas, com a redução do IPI, o consumidor percebeu que não teve repasse de preços", disse Kiçula.

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