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Na última segunda (27), a ONG Salve Maracaípe denunciou a devastação de uma área de restinga e desova de tartarugas marinhas na praia de Maracaípe, no município de Ipojuca, no litoral Sul de Pernambuco. Nesta terça, Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) realizou uma vistoria na área, onde a Prefeitura de Ipojuca construiria uma quadra de esportes. Após a operação, a gestão municipal teve a obra embargada, foi multada em R$ 5 mil e deverá apresentar, no prazo de 60 dias, o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD).

Por meio de nota, a CPRH informou que “foi constatada supressão da vegetação de restinga, o que configura crime ambiental”. Durante a visita da equipe ao local, ativistas da ONG Salve Maracaípe realizaram uma intervenção na faixa de areia, contornando os dizeres “SOS” com galhos de coqueiros.

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Em comunicado oficial emitido antes da divulgação das penalizações instituídas pela CPRH, a Prefeitura de Ipojuca colocou que a quadra, um projeto da Secretaria Municipal de Assistência Social e apoiado pelo Ministério Público da comarca, será de natureza móvel e teria a finalidade de combater “enfrentamento do trabalho infantil e violência contra criança e adolescentes, acompanhadas pelo CREAS”.

De acordo com a gestão municipal, a área vinha sendo utilizada para pouso e decolagem de parapentes e paramotores. A prefeitura alegou ainda que o projeto não causaria "impacto ambiental no espaço destinado à oficina de esportes na praia de Maracaípe, e que também foi analisada a desova das tartarugas no local”.

O sol ainda nem despontou no horizonte e Nirley de Freitas já está de pé para mais uma viagem. Escova os dentes, lava o rosto, prepara um chimarrão e verifica a calibragem dos 34 pneus do Volvo FH 540. Pelo rádio, convoca os amigos para uma oração. Reza um Pai Nosso e uma Ave Maria, pede proteção a Deus e acelera rumo ao Sul do País. Com quase 50 toneladas de soja, divididas em duas caçambas, o caminhoneiro percorrerá 2.350 quilômetros de Sinop (MT) até o destino final em Araucária (PR). No trajeto, vai atravessar os Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.

Durante quatro dias, a reportagem do Estado acompanhou a rotina de Freitas a bordo de seu caminhão Robocop, de nove eixos, 2018. A viagem começou em Sinop, às 5h30 do dia 16 de maio e terminou às 21h40 de domingo, dia 19 - mas ele só descarregou na última terça-feira. Por mais de duas semanas, o Estado tentou um motorista para fazer a viagem. Mas, por causa da falta de fretes decorrente da crise econômica, só conseguiu na terceira tentativa, quando Freitas pegou uma carga para o Sul.

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Paranaense, da cidade de Ivaiporã, ele virou caminhoneiro há dez anos, depois de trabalhar com o pai na agricultura. Chegou a fazer curso de genética e inseminação artificial de animais, mas abandonou tudo para viver na boleia de um caminhão. Só nos últimos 12 meses, percorreu mais de 100 mil km pelo Brasil - mais do que duas voltas ao redor da Terra. Nos últimos tempos, porém, anda desiludido com a profissão e já faz planos para mudar de vida. "Mas ser caminhoneiro é como um vício. Apesar dos problemas, é difícil largar."

Estradas. As queixas de Freitas foram aparecendo durante toda a viagem. No primeiro dia, foram quase 700 km rodados até Rondonópolis, pela BR-163 - estrada quase toda de pista simples, com poucas áreas de ultrapassagem. Meca do agronegócio brasileiro, por onde circulam milhões de reais todos os dias, a região tem rodovias sob concessão privada e com pedágios elevados. Mas isso não se reflete na qualidade das estradas, com asfalto ruim e remendos no pavimento.

O desnível entre a pista e o acostamento é um perigo constante para um caminhão que pesa no total 74 toneladas (carga mais veículo) e custa cerca de R$ 650 mil. Qualquer descuido, o veículo pode tombar. Por causa dos solavancos, os pneus sempre são danificados - dessa vez, Freitas até achou que saiu no lucro, com um pneu furado e outro com vazamento no bico.

Pela falta de segurança, os motoristas procuram viajar em comboios. Seguiram com Freitas, Clemilton Bueno Terra, conhecido como Cipó; Gustavo Aparecido de Oliveira, o Paraguai; e Leonildo Amarildo Soares, apelidado pelos demais de Gordinho. Apesar de terem se conhecido um dia antes do início da viagem, eles pareciam amigos de décadas. "A parte mais difícil é a solidão. Quando tem mais gente, fica mais fácil", diz Freitas.

Divertidos, gastam o tempo na boleia fazendo piadas e tirando "sarro" um do outro pelo rádio. Quando o ânimo começa a baixar ou o sono chega após o almoço, é hora de sacar o aparelho e começar a "prosear". Pelo rádio, eles fazem até disputa da melhor playlist com músicas de caminhoneiros - quase sempre de canções sertanejas.

Estacionamento. Na hora de dormir, surge um novo problema. Com a quantidade de motoristas pela estrada, os postos com estacionamento ficam lotados. E, no caso de Freitas, seu caminhão não pode trafegar à noite. Em alguns locais, os postos chegam a cobrar R$ 45 pela pernoite e R$ 9 pelo banho. Mas se o motorista abastecer o caminhão no estabelecimento, os serviços são de graça.

Depois de um dia inteiro na estrada, ainda sobra disposição para preparar o jantar no próprio caminhão. O cardápio varia de macarrão a um cozido de arroz, batata e linguiça, feito na panela de pressão. Sentados em cadeiras de praia ou banquinho de plástico, eles comem, tomam cerveja e colocam as conversas dos grupos de WhatsApp em dia. Também aproveitam para fazer selfies para enviar para as famílias - eles chegam a ficar um mês sem ver os familiares. Do comboio que seguiu com Freitas, todos estavam há mais de 20 dias fora de casa.

Diesel e pedágio. Animados, eles mudam de humor a cada parada no posto para abastecer ou a cada pedágio pago. De Sinop a Araucária, Freitas gastou R$ 5,25 mil de combustível - quase 50% do valor do frete, de cerca de R$ 11 mil. Por causa da variação de preços, eles abastecem o caminhão a conta-gotas. Quanto mais ao Sul, menor o valor do combustível. No Centro-Oeste, eles chegaram a pagar R$ 4,19 o litro do diesel S-10, enquanto a média nacional está em R$ 3,79. No caso do pedágio, a lógica é inversa: quanto mais ao Sul, mais caro o valor cobrado dos caminhoneiros. Em todo o percurso, Freitas passou por 23 pedágios e desembolsou mais de R$ 1,3 mil. O maior deles, no Paraná, custou R$ 88,20.

Depois dessa maratona, Freitas não vai descansar. Desde ontem, ele já está de volta às estradas. Só que desta vez no sentido contrário. Ele carregou adubo em Paranaguá e vai levar até Maracaju, em Mato Grosso do Sul.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) constatou falta de segurança em uma obra da empresa Salvatta Engenharia, em Santo Amaro, na zona sul, e o local foi embargado. A empresa é a mesma que trabalhava no prédio embargado que desabou matando dez operários em São Mateus, na zona leste de SP.

Segundo o MPT, após o acidente em 27 de agosto, foi aberta uma investigação sobre a empresa. Uma inspeção à obra de Santo Amaro foi feita na última sexta-feira, 06. "Foram constatadas diversas irregularidades na obra em razão do não atendimento das normas regulamentares em saúde e segurança", afirma nota do órgão.

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Diante dos problemas, auditores do Ministério do Trabalho e Emprego que acompanhavam a inspeção embargaram a obra, na Rua Barão do Rio Branco. Segundo funcionários da empresa, a construção está em estado avançado. Um ofício seria enviado para a Subprefeitura de São Mateus, comunicando o problema. Nesta segunda-feira, 06, esse documento ainda não havia sido recebido pela Prefeitura.

Na tarde desta segunda 20 funcionários da Salvatta foram à sede do MPT, no Paraíso, na zona sul, para prestar depoimentos a procuradores do órgão e a representante da Justiça Trabalhista sobre a obra de Santo Amaro.

À reportagem eles disseram que há riscos e se queixaram que a empresa não honra com os compromissos trabalhistas. "Quero voltar para casa porque tenho medo que aconteça comigo o que aconteceu com os outros colegas", disse um rapaz de 28 anos, que pediu para não ter a identidade revelada. "A obra está em mau estado, em mau funcionamento. A gente corre risco de morte lá", completou.

O operário Josilan Silva, de 35 anos, contou que ficou traumatizado após a morte de amigos em São Mateus. "Nós queremos ir embora, e eles não querem dar baixa na carteira", afirmou. "Eles querem que a gente faça acordo para perder a multa de 40% da rescisão", disse.

A reportagem ligou para a Salvatta, mas ninguém atendeu aos telefonemas. Sobre a obra em São Mateus, anteriormente a empresa havia afirmado que não tinha feito intervenções no local, jogando a responsabilidade sobre o dono do terreno. Nesta semana, a Polícia Civil deve intimar o proprietário do imóvel em São Mateus, Mostafá Abdallah Mustafá, os representantes da Salvatta e responsáveis pela rede de lojas Magazine Torra Torra, que havia alugado o espaço.

Quem passar pela Avenida Real da Torre, nesta quinta-feira (21), vai perceber que o trânsito não está interditado, como divulgado ontem (20), para o início das obras do Túnel de Abolição. A Secretaria das Cidades afirmou, por meia de nota, que cronograma da obra seguiria normalmente. No entanto, não é isso que é visto hoje. 

O motivo da paralisação seria uma recomendação do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional (IPHAN) que exigiu a presença de especialistas para acompanhar as obras no local, no intuito de preservar possíveis achados arqueólogicos.

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A obra não será paralisada. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria das Cidades (SECID), foram acatadas todas as recomendações feitas pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional (IPHAN), para a construção do Túnel da Madalena. Essas especificações eram relacionadas aos materiais da calçada, proposta de mobiliário urbano e arborização, projeto de fiação elétrica, a técnica construtiva do túnel e um projeto de arqueologia.

A SECID explicou ainda que contratou um arqueologista e um técnico estrutural para cuidar especificamente desta intervenção. Confira a nota na íntegra:

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A Secretaria das Cidades esclarece que vem mantendo conversas junto ao Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional (IPHAN), desde fevereiro de 2012, tendo, inclusive, a SECID, acatado todas as recomendações do Instituto em relação à intervenção como a especificação de materiais da calçada, proposta de mobiliário urbano e arborização, o projeto da fiação elétrica, a técnica construtiva do túnel sem causar danos ao monumento e o projeto de arqueologia. O projeto final com todas as exigências feitas pelo Instituto e atendidas pela SECID foi encaminhado para o órgão em 07 de fevereiro de 2013, que até então não se pronunciou em contrário.

 No que diz respeito à preservação do patrimônio histórico e aos aspectos construtivos da obra, a SECID contratou um arqueologista e um responsável técnico estrutural para cuidar especificamente desta intervenção. Este profissional (engenheiro estrutural) tem a missão de intervir e impedir qualquer intervenção que venha a prejudicar a estrutura do prédio do Museu.

Ressaltamos que esta é apenas uma etapa preliminar da intervenção onde apenas as demolições serão feitas. Deste forma, o cronograma da obra segue normalmente. A obra do túnel faz parte do corredor excluído do Transporte Rápido por Ônibus (TRO) do eixo Leste/Oeste que esta sendo implantado do Derby até Camaragibe - intervenção a ser concluída em março de 2014, para a copa do mundo.

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