Tópicos | Emendas shows

Com 100% das emendas direcionadas para a realização de shows e eventos nas cidades onde concentra votos, o deputado estadual Isaltino Nascimento (PSB) recebeu, nesta quarta-feira (6), o título de “deputado chicleteiro”. A “desomenagem” foi entregue pelo candidato do PSOL a deputado, Edilson Silva. 

“Ele recebe o título de deputado chicleteiro do dinheiro público. Destinou 100% das emendas para shows e o maior gasto foi com Chiclete com Banana”, cravou Silva, durante um protesto em frente à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Isaltino Nascimento gastou toda a verba que tem direito como parlamentar, R$ 1,3 milhão, a shows. Entre os contratados com emendas do socialista estão Chiclete com Banana, Luan Santana e Calypso. 

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Para Edilson Silva é um absurdo ter um parlamentar destinando o dinheiro público para demandas festivas e esquecendo-se de investir na melhoria do estado. “É um absurdo o que estamos vendo na Alepe. É preciso uma lei para que o deputado entenda que determinada cidade precisa mais de um posto de saúde do que um show de forró. Um teatro, um cinema é prioritário diante de um show da Calcinha Preta”, pontuou o candidato.

Questionando a legitimidade dos contratos feitos com o dinheiro destinado pelos parlamentares, Edilson apontou que por trás dos “grandes gastos” pode haver um negócio. “Por trás destas emendas a impressão que a gente tem é que existe um grande negócio. Precisamos abrir isso, a quem estão ligados os produtores?”, questionou.  

Durante este ano mais de R$ 20 milhões foram destinados, por deputados, a shows pelo estado. Quase 500 eventos foram financiados por 39 dos 49 parlamentares estaduais. 

Intervenção do Executivo

Alguns parlamentares reclamam que as emendas foram direcionadas para shows por falta de espaço com o executivo para realizar obras de infraestrutura. O candidato a governador pelo PSOL, Zé Gomes, afirmou que uma maneira de se resolver isso é fazendo com que os orçamentos tornem-se impositivos e que o estado possa dar margem para execução de obras sugeridas pelos deputados. 

“Parte do orçamento tem que ser impositivo, agora o que não pode ser impositivo é o que é liberado automaticamente. Existe por parte do governo esta troca de favores, com os shows”, criticou, lembrando que muitos municípios que sofrem com catástrofes ambientais, ao invés de receberem auxílios para se reestruturar, são agraciados com festas.

“Não podemos deixar que cada parlamentar tenha um cifrão na testa. Precisa ter uma limitação em determinadas áreas. Mas o processo legislativo é livre”, afirmou o postulante. 

 

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