Uma equipe forense removeu nesta quinta-feira (20) os ossos de pelo menos 14 pessoas mortas por uma gangue liderada por um ex-policial que enterrou as vítimas em sua casa no oeste de El Salvador.
Com trajes de biossegurança, membros do Instituto de Medicina Legal entraram na casa do ex-agente, que identificaram como Hugo Ernesto Osorio Chávez, em Chalchuapa, cerca de 90 quilômetros a oeste de San Salvador.
O ministro da Justiça e Segurança, Gustavo Villatoro, afirmou que até quarta-feira “cerca de 14 corpos foram identificados separadamente nas escavações”. Somam-se a essas vítimas os assassinatos de uma mulher com sua filha, casos em que o ex-agente foi inicialmente preso em 8 de maio, após a polícia ter sido alertada por vizinhos.
Esse fato abriu caminho para exumações na casa, onde se encontravam as demais vítimas.
No processo de identificação, segundo Villatoro, o Instituto de Medicina Legal fará os testes de DNA de moradores da região que "procuram seus parentes".
O Ministro da Justiça celebrou que o primeiro juiz de Paz de Chalchuapa ordenou na quarta-feira a prisão provisória de 11 sujeitos relacionados ao "psicopata" e que foram acusados de "feminicídio qualificado e homicídio qualificado".
O ex-policial tem “ficha criminal” e já foi processado pelo crime de “estupro”.
A casa 11, no Callejón Estévez, onde morava o ex-policial e que fica em frente a um canavial, continua sendo vigiada por policiais e militares. Jornalistas não têm acesso ao local.
O criminologista forense Israel Ticas disse à AFP que na sexta-feira as escavações continuariam em outras partes da casa e que o trabalho pode durar mais de um mês.
El Salvador terminou 2020 com 1.322 homicídios, uma média de 20 mortes por 100 mil habitantes, uma redução significativa em relação a 2019 e o menor número desde o fim da guerra civil em 1992, segundo estatísticas oficiais.