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A Universidade de Brasília (UnB) informou que abrirá um processo seletivo exclusivo para pessoas com 60 anos ou mais como parte de uma política de valorização de pessoas idosas na sociedade. A UnB tem trabalhado para implementar a Política do Envelhecer Saudável, Participativo e Cidadão (Pespc) e, entre as medidas, está o vestibular exclusivo para essa faixa etária.  

A iniciativa foi divulgada após reunião da Câmara de Direitos Humanos (CDH) da universidade que enumerou três iniciativas para a terceira idade: a criação de atividades, ações, projetos e programas para inclusão, valorização e respeito à dignidade das pessoas idosas; o enfrentamento ao etarismo, e o envelhecer como direito. O etarismo é o preconceito que a pessoa sofre em função da idade

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Entre os compromissos assumidos pela UnB, está “a realização do processo seletivo voltado a pessoas idosas, com 60 anos ou mais, para ingresso em cursos de graduação da UnB". Os detalhes com datas, números de vagas e cursos que terão vagas disponíveis serão divulgados em breve.

A reitora da UnB, Márcia Abrahão, indicou que a primeira prova deve ser realizada no 1ª semestre de 2024. “O processo seletivo será uma redação. Para que as ações da política se concretizem é preciso que a comunidade se engaje e colabore”, destacou. 

Política do Envelhecer

A Política do Envelhecer Saudável, Participativo e Cidadão foi definida pela UnB em fevereiro de 2023 quando a Comissão de Direitos Humanos da Instituição aprovou documento com as diretrizes para “preparar as gerações para o envelhecimento saudável, participativo, digno e cidadão”.  

O documento prevê a criação de medidas que valorizem os idosos, seus conhecimentos, memórias e contribuições para universidade. Entre os objetivos, está “ampliar a participação de pessoas idosas como estudantes e como participantes de equipes de projetos de pesquisa e extensão”.  

A política foi apresentada como necessária devido ao cenário social de transição demográfica. No Distrito Federal, em 2030, haverá aproximadamente 565 mil pessoas idosas, segundo dados da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). 

A estudante do curso de Biomedicina da Unisagrado, em Bauru, no interior de São Paulo, que foi vítima de deboche por parte de três colegas da universidade, registrou um boletim de ocorrência contra elas nesta semana. O caso foi registrado como injúria e difamação na Delegacia de Bauru, onde segue sendo investigado. O etarismo ou velhofobia corresponde à discriminação por idade contra indivíduos ou grupos etários com base em estereótipos.

No dia 10 de março, viralizou um vídeo no qual três calouras do curso debocharam de Patrícia Linares, de 45 anos, que também começou a estudar neste ano, por ela ser mais velha. Na publicação, uma das jovens pergunta como fazer para "desmatricular" uma colega de classe. A segunda estudante que aparece no vídeo responde: "Ela tem 40 anos já", disse. "Era para estar aposentada", continua uma terceira aluna no vídeo. "Gente, 40 anos não pode mais fazer faculdade", afirmou, com ironia, uma delas.

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De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), a vítima compareceu à delegacia na última segunda-feira, 20, onde foi ouvida. Ela representou criminalmente contra as autoras do vídeo.

As estudantes não foram localizadas pela reportagem. O espaço permanece aberto para que se manifestem sobre o caso.

Desistência de graduação

Barbara Calixto, Beatriz Pontes e Giovana Cassalati, as três alunas do curso de Biomedicina da Unisagrado que gravaram o vídeo debochando de Patrícia, desistiram da graduação.

Após a repercussão do vídeo, a Universidade Unisagrado disse, em uma publicação nas redes sociais, que não compactua com qualquer tipo de discriminação. "Defendemos uma causa: a educação. Na verdade, somos a causa. Acreditamos que todos devem ter acesso à educação de qualidade, desde pequenos até quando cada um quiser, porque educação é isso: autonomia. Isso tudo faz sentido para nós", afirmou.

Posteriormente, a instituição de ensino instaurou um processo disciplinar para apurar o caso. No entanto, segundo a própria entidade, em meio ao andamento da ação que avaliava a conduta das três universitárias, elas decidiram solicitar a desistência do curso.

"Comunico que foi instaurado processo disciplinar e, durante, as três estudantes solicitaram a desistência do curso de Biomedicina. Dessa forma, o processo perdeu o objeto e, por isso, foi finalizado", disse a instituição em nota no dia 16.

O etarismo ou velhofobia corresponde à discriminação por idade contra indivíduos ou grupos etários com base em estereótipos. Na última sexta-feira, 10, viralizou um vídeo em que três calouras de Biomedicina da Universidade Unisagrado, em Bauru, no interior de São Paulo, debocharam de Patrícia Linares, de 44 anos, que também começou a estudar neste ano, por ela ser mais velha. Segundo a universidade, o caso está sendo tratado em âmbito institucional.

A ofensa também é conhecida como idadismo ou ageísmo, ou seja, é o preconceito com relação à idade, definido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) como aquele que "surge quando a idade é usada para categorizar e dividir as pessoas por atributos que causam danos, desvantagens ou injustiças, e minam a solidariedade intergeracional", afirma Leonardo Pantaleão, especialista em Direito e Processo Penal, mestre em Direito das Relações Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

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Na publicação, uma das jovens pergunta como fazer para "desmatricular" uma colega de classe. A segunda estudante que aparece no vídeo responde: "Ela tem 40 anos já", disse. "Era para estar aposentada", continua uma terceira aluna no vídeo. "Gente, 40 anos não pode mais fazer faculdade", afirmou, com ironia, uma delas.

Após a repercussão do vídeo, a Unisagrado disse, em uma publicação nas redes sociais, que não compactua com qualquer tipo de discriminação. "Defendemos uma causa: A educação. Na verdade, somos a causa. Acreditamos que todos devem ter acesso à educação de qualidade, desde pequenos até quando cada um quiser, porque educação é isso: Autonomia. Isso tudo faz sentido para nós", afirmou.

O que é o etarismo?

O etarismo é a discriminação por idade contra indivíduos ou grupos etários com base em estereótipos. É também conhecido como idadismo ou ageísmo, ou seja, é o preconceito com relação à idade, de acordo com Pantaleão.

Em quais tipos de crimes podem ser enquadradas as estudantes que debocharam da colega? E a universidade?

"Por se tratar de conduta que ofende a honra subjetiva, em especial sua autoestima, ou seja, a visão que ela tem sobre si mesma, pode-se cogitar o delito de injúria, que corresponde a uma das espécies de crime contra a honra tipificados no Código Penal brasileiro", afirma o especialista em Direito e Processo Penal.

Já a universidade não sofre consequências criminais, mas é passível, diz ele, a análise sobre aspectos indenizatórios, como por dano moral, por exemplo.

Como identificar o preconceito relacionado à idade? Como agir nessa situação?

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o idadismo é prevalente, amplamente disseminado e insidioso, porque passa em grande medida despercebido e incontestado. "É uma espécie de preconceito que pode assumir inúmeras formas, das atitudes individuais às políticas e práticas institucionais que perpetuam a discriminação etária, trazendo sérias consequências", disse o especialista.

Segundo Pantaleão, deve-se concentrar na intenção efetiva de constranger alguém em face de seu estágio de vida. Caracterizada tal finalidade, os órgãos públicos devem ser acionados para a imposição das consequências que cada caso exigir.

Como isso pode afetar a vida de uma pessoa mais velha que busca uma oportunidade na faculdade ou no mercado de trabalho?

"Sabemos que não existe idade para que a vida aconteça. Mas, infelizmente, muitas pessoas de mais idade, acima dos 40 anos, desistem de realizar seus sonhos porque acreditam não terem mais tanto valor quanto um jovem. E, infelizmente, as poucas pessoas acima dos 40 anos que tentam realizar seus sonhos correm riscos de enfrentar discriminação, preconceito e injúrias, como no caso da estudante de uma universidade de Bauru", disse Luana Ganzert, psicóloga especialista em emoções.

Segundo ela, os prejuízos do etarismo ou velhofobia são inúmeros, mas as principais consequências são emocionais. "Sentimentos de invalidez, baixa autoestima, tristeza e até mesmo sintomas ansiosos e depressivos dependendo da maneira como a vítima internaliza a ofensa. Não é natural invalidar o outro, mesmo que isso seja uma simples brincadeira. Comentários ofensivos sobre outras pessoas podem trazer sérios prejuízos, inclusive problemas com a Justiça. Afinal, qualquer forma de preconceito é crime", afirma Luana.

Para a psicóloga, há ainda pessoas que desistem de realizar seus sonhos pelas piadinhas preconceituosas. "É importante considerar que nem toda oportunidade chega para nós em momentos comuns. Alguns não têm o privilégio de estudar enquanto são jovens, outros desistem dos seus sonhos para cuidar da família, da casa, e, após um tempo, conseguem voltar a buscar as suas realizações. Então, não julgue a história do outro sem conhecê-la", diz ela.

Homenagem de colegas

Estudantes do quarto ano de Biomedicina se solidarizam com Patrícia. "Nós, do último ano de Biomedicina da USC, fomos até ela e a presenteamos com uma flor e chocolate! A Pati é um amor e só merece coisas boas dessa vida", disse o grupo em publicação nas redes sociais.

A sobrinha de Patrícia, Beatriz Linares, de 23 anos, também agradeceu o apoio recebido pela tia.

O envelhecimento populacional gera impacto em diversas áreas da sociedade, mas sobretudo, na configuração do mercado de trabalho. Embora ainda exista preconceitos que dissociem profissionais mais velhos do setor da tecnologia, a pesquisa Diagnóstico Comportamental dos Profissionais de TI, realizada pela IT Mídia, apontou que 55% dos diretores de TI possuem mais de 50 anos. O levantamento ouviu 445 profissionais de todo o Brasil durante 2 meses.  

Segundo o estudo, o engajamento e o nível de satisfação no trabalho aumentam proporcionalmente à senioridade profissional. Enquanto 55% dos trabalhadores na faixa entre 25 e 30 anos desejam mudar de emprego, 62% acima de 50 anos almejam permanecer na empresa. Além disso, 46% dos jovens destacaram o reconhecimento profissional como motivação, 31% o salário, e somente 23% optam por grandes responsabilidades. 

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Por outro lado, os dados revelam que 35% dos funcionários acima dos 50 buscam reconhecimento, mas um número significativo, cerca 32%, se sentem motivados pelas responsabilidades.

Para muitas empresas, a faixa etária dos funcionários é um fator determinante para a construção da carreira profissional na companhia. De acordo com a pesquisa Etarismo, realizada em agosto pelas plataformas Vagas.com, Colettivo e Talento Júnior, um a cada quatro trabalhadores, cerca de 24%, perderam seus empregos por serem considerados mais velhos.

O levantamento tem como objetivo dar visibilidade sobre o cenário, os desafios e oportunidades na contratação de pessoas discriminadas pela idade. Cerca de 252 profissionais de Recursos Humanos (RH) participaram.

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O estudo questionou se a empresa na qual trabalham considera eliminar candidatos mais velhos por conta da idade no momento da contratação. Um em cada cinco (21%) informou que consideraria essa possibilidade, enquanto 79% foram contrários. 

A pesquisa também buscou informações sobre a contratação de pessoas com mais de 50 anos nos últimos seis meses. A maioria (58%) se manifestou positivamente, contra 42% de negativas. Em contrapartida, 81% disseram que a companhia onde trabalham não promoveu nenhum programa para contratação de pessoas com mais de 50 anos no último ano contra 19% de respostas afirmativas.

Um problema que dificulta o ingresso de profissionais mais sêniores nas empresas é a falta de conhecimento sobre etarismo. A maioria dos participantes (58%) diz não ter domínio suficiente do assunto para recrutar esses profissionais enquanto 42% disseram ter conhecimento do tema. As palestras e ações sobre etarismo são praticamente inexistentes no ambiente corporativo. Segundo os dados, 90% afirmaram não ter conhecimento de ações nesse sentido, enquanto apenas 10% conhecem.

Outra informação relevante é o esforço que precisa ser feito nas empresas para contratação de pessoas mais experientes. O levantamento aponta que 55% analistas de RH tiveram de convencer o gestor ou alguém da equipe sobre a importância de contratar uma pessoa mais velha. Outros 45% reportaram que não tiveram de passar por essa experiência.

Alessandra Negrini sempre serviu muita beleza e uma pele de fazer inveja a qualquer mortal. Aos 52 anos, nada mudou a não ser o incômodo da atriz com comentários etaristas. Em um desabafo, ela disse que não aguenta mais.

Em entrevista à revista Quem, "Alessandra demonstrou sua irritação quanto a esse tema. Enche o saco. Me deixa em paz. Não gosto de ficar julgando os outros... Hoje em dia, é tudo muito assim. As pessoas têm o direito de parecer quem elas quiserem, não tem que parecer mais novo não. Isso é bobagem, está todo mundo gato com 50 anos", justificou a atriz.

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Alessandra voltou às novelas, no papel de Guida, na nova trama das 21h, Travessia, nesta segunda-feira (10). Ela também falou sobre esse trabalho. "É uma novela de peso como a Gloria, uma mestra, e estou muito feliz. Ela é uma pessoa feliz que gosta de viver a vida. É uma personagem bem animada".

 

Fátima Bernardes foi uma das convidadas do Fantástico, no último domingo (24), para a estreia do quadro ‘Isso tem nome’. O tema do episódio era etarismo, preconceito em relação à idade, e a apresentadora falou sobre o que escuta por namorar um homem 25 anos mais novo que ela, o deputado federal Túlio Gadêlha. Segundo Bernardes, algumas coisas que ouve são um “verdadeiro massacre”. 

Com 59 anos de idade, Fátima namora há quatro com o deputado, que tem 33. A diferença não parece ser um problema para os dois, que sempre compartilham seus momentos juntos demonstrando bastante harmonia e cumplicidade. No entanto, vários são os comentários preconceituosos que o casal, sobretudo a apresentadora, recebem. "Acho que as mulheres que têm relacionamentos com homens muito mais novos é quase um massacre mesmo. E não vejo o mesmo tipo de comportamento quando você vê um homem mais velho namorando uma mulher bem mais jovem”, disse.

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Fátima frisou, também, que qualquer elemento em uma mulher que possa destoar de um certo padrão imposto pela sociedade gera desconforto. “Todas as relações em que a mulher quebra os padrões, a gente sofre por isso. Se você é uma mulher mais velha que o seu parceiro, até se você é mais alta que o seu parceiro, as pessoas se metem em absolutamente tudo. Porque foge daquilo que eles estabeleceram como o padrão".

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