O meia Gustavo Scarpa, ex-Palmeiras, usou suas redes sociais para desabafar nesta sexta-feira sobre o caso envolvendo criptomoedas e seu antigo colega de clube, Willian Bigode. O atleta chamou de "pilantras" os que praticaram o suposto golpe e disse que por causa do ocorrido perdeu o hábito da leitura, que está retomando aos poucos na Grécia, onde atua no Olympiacos.
"Depois que o golpe que eu levei se tornou público, nunca mais havia conseguido me concentrar direito para ler livros, uma paixão e um hábito que adquiri há algum tempo. Acabei optando por hobbies com mais adrenalina, tipo skate e wakeboard. Graças a Deus, porém, após quase um ano, o pai tá de volta com a leitura", iniciou Scarpa.
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O meia também apontou hipocrisia daqueles que praticaram o golpe e que, segundo Scarpa, continuam vivendo suas vidas normalmente, sem que o prejuízo causado a outras famílias os afete, enquanto os lesados pela artimanha ainda trabalham para superar o impacto financeiro e psicológico.
"Infelizmente, os pilantras que fizeram isso comigo e com milhares de outras pessoas, de forma direta ou indireta, continuam vivendo normalmente. Com muita cara de pau, continuam lesando famílias com destreza, simpatia e hipocrisia, desejando 'o bem' para todos, como se não devessem nada para ninguém", escreveu Scarpa.
O jogador ainda reafirmou sua confiança em reaver o valor milionário investido e criticou o uso de questões religiosas para praticar golpes como o que sofreu. "De forma descarada ainda usam o nome de Deus para disfarçar suas desonestidades. É apenas um desabafo e uma inconformidade com a situação. Mas, enfim, estou contente porque consegui vencer mais uma batalha da mente. Estou ligado que quem me deve vai me pagar."
Um ano após deixar o Palmeiras e partir para a Europa, Scarpa ainda não se firmou. Após passagem apagada pelo inglês Nottingham Forest, ele se transferiu para o grego Olympiacos. No entanto, o meia tem interesse em retornar ao País e tem negociado com alguns clubes.
RELEMBRE O CASO DAS CRIPTOMOEDAS
O processo movido por Scarpa e Mayke aponta que partiu de Willian Bigode e de sua sócia Camila Moreira de Biasi a sugestão de investimentos na XLand, que ofereceria uma rentabilidade de 2% a 5% sobre o valor investido. Scarpa aplicou R$ 6,3 milhões, enquanto Mayke e sua mulher, Rayanne de Almeida, investiram R$ 4.583.789,31.
Os problemas com a XLand começaram em meados de 2022, quando os jogadores do Palmeiras tentaram resgatar a rentabilidade, mas não tiveram sucesso após seguidas negativas e adiamentos da XLand. Mais tarde, eles tentaram romper o contrato, mas também não receberam o valor devido. Os investimentos estariam assegurados em pedras de alexandrita.
Após seguidos contatos com os sócios da XLand, Jean do Carmo Ribeiro e Gabriel de Souza Nascimento, com Willian e Camila e um coach de gestão financeira, Marçal Siqueira, que tinha parceira com a empresa acriana, Scarpa e Mayke procuraram seus advogados e registraram um boletim de ocorrência. Desde então, o processo corre na Justiça paulista, ainda sem decisões proferidas sobre culpabilidade dos réus. Desde que iniciou o processo por causa do investimento em criptomoedas, Scarpa e Mayke não conseguiram reaver nenhum centavo.