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Baseado na canção homônima da banda Legião Urbana, o filme Faroeste Caboclo ganhou as telonas dos cinemas de todo o Brasil na última quinta (30). Estrelado por Fabrício Boliveira, Ísis Valverde e Felipe Abib, que interpretam respectivamente João de Santo Cristo, Maria Lúcia e Jeremias. Com uma verba de R$ 6 milhões, o longa usou a icônica música como inspiração para narrar a história do anti-herói sertanejo que segue em busca de uma melhora de vida na Capital Federal.

"O nosso grande desafio no começo do projeto foi encontrar um roteiro que traduzisse o que a gente gostaria de contar. Muita gente diz que a letra é um roteiro pronto, mas a gente sabe que não é. A letra tem liberdades e possibilidades que a dramaturgia de um filme não tem", disse o diretor René Sampaio durante uma entrevista coletiva realizada na terça (28). Sampaio destaca que Faroeste Caboclo não é um videoclipe, e sim um filme com 105 minutos: "O maior estímulo era transpor a essência da música para a tela sem ser literal. Buscar fazer o que é essencial para que a gente reconheça a música na tela sem cair nas armadilhas de fazer tudo exatamente igual ao que fala a música e virar um videoclipe para as pessoas sentirem que veem um filme de cem minutos agora".

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Sobre sua estreia no mundo dos longas-metragens, o diretor pareceu otimista. "Eu acho que comecei com os dois pés, foi com o direito, foi com tudo. Foi um começo com muita energia, eu acho que foi uma escolha muito acertada fazer este filme". A trilha sonora ficou a cargo do vocalista da Plebe Rude, o músico Phillipe Seabra. Sobre sua escolha, René Sampaio revelou ter sido um processo natural.

"Escolhemos o Phillipe Seabra por vários motivos, principalmente por que eu gosto do trabalho dele como músico, além dele ser produtor musical há bastante tempo e também por que eu queria uma pessoa que fosse ligada ao rock dos anos 1980, que entendesse muito do assunto para poder nos orientar em escolhas como, inclusive, que bandas que esse povo ouvia na época", disse ele.

Questionado sobre uma possível eleição de um membro da Legião para ficar a cargo da parte musical do projeto, ele foi enfático: "Nem chegamos a pensar se chamaríamos algum integrante da banda para fazer a trilha. (A escolha de Seabra) foi natural e, como eu sou muito próximo a ele, a gente fechou a trilha e eu acho que ele fez um belíssimo trabalho", afirmou o diretor.

Antonio Calloni, que vive um personagem especialmente criado para o projeto cinematográfico, contou como surgiu o convite para viver Marco Aurélio: "Foi através da Bianca de Fillipes, a produtora. Ela tinha essa ideia e me convidou, me mostrou o roteiro e eu o adorei, então eu tive uma reunião com o René e foi tudo fluindo, tudo muito bem, muito tranquilo, e o trabalho aconteceu", conta o ator.

Segundo Calloni, a película tem "Tudo o que existe na trajetória humana". "Sem exagero nenhum, é amor, é ódio, é prazer, é dor, é vontade de ser feliz e tem uma morte no final, que acontece com todo mundo", explica. Você pode conferir a entrevista exclusiva de Fabrício Boliveira ao Portal LeiaJá e também conhecer a opinião do sobre o faroeste sertanejo criado por René Sampaio. Também assista a entrevistas exclusivas no programa Classificação Livre.

Estrelado por Fabrício Boliveira, Isis Valverde, Felipe Abib e Antonio Calloni, o filme Faroeste Caboclo chega aos cinemas de todo o Brasil nesta quinta (30). A produção marca a estreia de René Sampaio como diretor de longas e apresenta ao público uma obra inspirada na canção homônima da banda Legião Urbana. Os 168 versos da música se transformaram em uma história completa com 105 minutos recheada de romance, crítica social e momentos impactantes.

O longa conta a trajetória de João de Santo Cristo (Boliveira), sertanejo, negro e sem família, que parte do povoado baiano de Santo Cristo para Brasília em busca do sonho de mudar de vida depois de passar um tempo no reformatório. Ao chegar à Capital Federal no meio do natal, ele segue para a cidade-satélite de Ceilândia, periferia onde encontra um primo distante de seu pai, único parente vivo.

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Sem nada a perder, João corrompe seus valores mais uma vez e se envolve com o tráfico. Em meio a uma fuga, ele conhece Maria Lúcia (Valverde), filha de um senador que está longe de ser um pai presente. A paixão pela bela patricinha e o sucesso de vendas das drogas do sertanejo incomodam Jeremias (Abib), que comandava o comércio ilegal de drogas para os bem nascidos do local e nutre um amor não correspondido pela herdeira do político.

Com referências ao western spaghetti, Faroeste Caboclo promete arrastar milhares de pessoas para as salas de cinema de todo o Brasil. Fabrício Boliveira constrói um personagem único e cativante, em que a cada cena o espectador consegue se envolver e torcer para o anti-herói moderno. Ísis Valverde mostra-se segura e convincente, fato nem tão comum ao longo de sua carreira.

Cores marcantes ajudam a contar a história criada por René, que estreia memoravelmente como diretor de longas. A trama enxuta, direta e sem rodeios mostrou-se um acerto. Destaque para a cenografia e figurino, que nos leva para a década de 1980. A trilha sonora recheada de hits internacionais do momento ajuda a ilustrar a realidade dos jovens burgueses brasilienses, exibidos sem nenhum disfarce e ajudando a compor os caminhos que levam para o nascimento da paixão entre esse casal tão improvável.

Um final de tirar o fôlego pontua a película, que mesmo conhecido consegue surpreender, seja pelas cores usadas, pela atuação fervorosa de Boliveira ou simplesmente pelo modo poético de se contar. Longe de ser um videoclipe, Faroeste Caboclo é um filme que merece ser visto e revisto. Faz refletir, cativa e passa sua mensagem.

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