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A Anistia Internacional pediu uma investigação imediata sobre a morte de 13 pessoas, nos morros Fallet e Fogueteiro, na última sexta-feira (8), durante uma operação da Polícia Militar (PM). Parentes dos mortos disseram à imprensa que os jovens estavam em uma casa e foram executados pela PM, em vez de serem presos e levados à delegacia.

“A Polícia Militar alega que foi recebida a tiros ao entrar na região e que as mortes foram resultados de confronto. Entretanto, apenas através de uma investigação imediata detalhada, imparcial e independente, é possível determinar a circunstância exata de cada uma dessas mortes”, diz, em nota, a Anistia.

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A organização, que defende os direitos humanos em todo o mundo, pediu que a Polícia Civil e o Ministério Público investiguem, o mais rápido possível, as mortes.

“Assim, tanto a Polícia Civil quanto o Ministério Público, que tem a missão constitucional de exercer o controle externo da atividade policial, devem iniciar imediatamente uma investigação sobre as mortes decorrentes de intervenção policial”, completa a Anistia no comunicado.

Segundo a entidade, o estado do Rio tem um histórico de altos números de homicídios decorrentes de intervenção policial, e os números aumentam a cada ano. “Em 2018, foram 1.532 casos registrados de pessoas mortas pela polícia em serviço. Um aumento significativo em relação ao ano anterior, que já apresentava o inadmissível número de 1.127 homicídios pela polícia”.

Investigação

Por meio de sua assessoria, a Policia Civil do Rio de Janeiro informou que as investigações estão em andamento na Delegacia de Homicídios da capital para apurar os fatos. Segundo a Polícia Civil, houve perícia no local, os policiais militares envolvidos no confronto foram ouvidos na delegacia especializada, e suas armas foram recolhidas e encaminhadas para perícia.

O Ministério Público também foi procurado, mas, até a publicação desta reportagem, ainda não havia se manifestado.

Seis policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) dos morros da Coroa, Fallet e Fogueteiro, na região central do Rio, foram encaminhados neste domingo, 27, para o Batalhão Especial Prisional (BEP). Eles participaram de um tiroteio no morro do Fogueteiro, na tarde desse sábado, 26, que terminou com a morte de duas pessoas.

Eles serão investigados pelas mortes de Vitor Luiz Rodrigues, de 38 anos, e Rafael de Souza Zebinato, de 23. Três fuzis e sete pistolas usadas pelos policiais foram apreendidas por policiais da 5ª Delegacia de Polícia (Mem de Sá), que investiga o caso.

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O caso veio à tona porque a mulher de Rodrigues, Daniele Barbosa dos Santos, foi à delegacia e garantiu que o marido, que trabalhava como taxista, não tinha envolvimento com o tráfico. Ele foi encontrado em uma vala com quatro tiros na perna, um no abdômen e outro na cabeça. "Executaram meu marido", afirmou. Um policial ficou ferido no rosto por estilhaços de bala.

Pela versão apresentada pelos policiais, eles patrulhavam a localidade conhecida como Ziguezague, por volta de 15h, e foram recebidos a tiros por criminosos. Rodrigues, dizem os PMs, teria morrido durante a troca de tiros e com ele teriam sido apreendidos uma pistola calibre 40, drogas, um rádio transmissor e um caderno de anotações para o tráfico.

Ainda segundo os agentes, pouco depois do confronto, eles foram informados que Zebinato havia sido levado por moradores para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro, mas não resistiu aos ferimentos. No entanto, ainda não há informações sobre a forma como ele foi baleado.

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