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No último dia 21, a Índia e países vizinhos testemunharam um eclipse solar que foi batizado de "anel de fogo", por conta da forma composta pela posição da Lua sobre o Sol. Na ocasião, o fenômeno foi compartilhado online por diversos canais de astronomia. Mas 2020 ainda reserva outros espetáculos astronômicos. De acordo com a NASA, três eclipses, dois lunares e um solar, ainda poderão ser observados em julho, novembro e dezembro.

No mês de julho, um eclipse lunar penumbral, aquele que acontece quando apenas parte da Lua é obscurecida pela sombra da Terra, acontecerá entre os dias 4 e 5, no momento em que a Terra receber uma parte da luz do Sol que deveria ser direcionada para a Lua. A outra parte da Terra, uma sombra chamada pelos especialistas de "penumbra", cobrirá toda a Lua. O fenômeno começará à 1h30, horário de Brasília, e será visto da América do Norte, do Pacífico, de boa parte da África e também da América do Sul.

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Já em novembro, outro eclipse lunar penumbral acontecerá entre os dias 29 e 30. Também será possível vê-lo no Brasil, além da Europa, América do Norte, parte da Ásia e Austrália. Por aqui, o fenômeno terá início às 5h32, horário de Brasília.

No último mês do ano, um eclipse solar total é esperado em função do movimento da Lua, que se posicionará entre a Terra e o Sol, jogando uma sombra escura sobre o planeta. O fenômeno será visível do Chile, partes da Argentina e nas cidades brasileiras de Rio Branco, Maceió, Salvador, Vitória, Goiânia, Cuiabá, Campo Grande, Belo Horizonte, Curitiba, Recife, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Porto Velho, Florianópolis, Brasília, São Paulo e Aracajú. Será no dia 14 de dezembro, com início às 14h05, horário de Brasília.

 

Os astrônomos descobriram um aglomerado de galáxias de 13 bilhões de anos, o mais antigo já observado - revela um documento publicado nesta sexta-feira (27).

Essa descoberta pode conter pistas sobre como o universo se desenvolveu.

"Um aglomerado muito antigo [chamado de 'protocluster' pelos astrônomos] não é fácil de encontrar", declarou Yuichi Harikane, pesquisador do Observatório Astronômico Nacional do Japão, que liderou a equipe internacional, em um comunicado à imprensa.

"Um 'protocluster' é um sistema raro e especial com uma densidade extremamente alta", disse Harikane, acrescentando que os pesquisadores usaram o amplo campo de visão do telescópio Subaru no Havaí para "mapear uma grande área do céu".

A descoberta do protoaglomerado, uma coleção de 12 galáxias, sugere que as grandes estruturas cósmicas estavam presentes nos estágios iniciais do Universo, que os cientistas acreditam ter nascido há 13,8 bilhões de anos.

Uma das 12 galáxias é conhecida como Himiko, uma gigantesca nuvem de gás encontrada em 2009, usando o mesmo telescópio.

A galáxia mais luminosa do Universo, situada a 12,4 bilhões de anos-luz da Terra, está se autodestruindo, segundo um estudo apresentado nesta sexta-feira na capital chilena, o qual conseguiu constatar a conturbada atividade em seu interior.

As observações puderam ser realizadas graças ao ALMA (na sigla em inglês), o radiotelescópio mais potente do planeta, localizado no norte do Chile, que permitiu a uma equipe de cientistas observar, pela primeira vez, o movimento interestelar da galáxia conhecida como W2246-0526, isto é, o gás e o pó presentes entre suas estrelas.

A galáxia W2246-0526 está muito distante da Via Láctea, a galáxia que hospeda o planeta Terra, e é 10 mil vezes mais luminosa que ela, de acordo com o estudo. O que mais surpreendeu os cientistas foi a conturbada atividade registrada em seu interior.

"A galáxia é tão caótica que está se autodestruindo", disse Tanio Díaz-Santos, cientista da Universidade Diego Portales do Chile e principal autor do estudo, durante uma coletiva de imprensa.

Tal turbulência poderia acabar esgotando todo seu conteúdo gasoso, a partir do qual se formam as estrelas, acrescenta o cientista, que compara o estado desta galáxia "ao de uma grande panela de pressão fervendo".

Ele afirma que, se suas condições se mantiverem assim, a intensa radiação infravermelha da galáxia terminará evaporando todo seu gás interestelar. Mas "nem todas as galáxias atravessam este estado evolutivo e têm seus dias contados por isto", conclui Díaz-Santos. O ALMA é formado por 66 antenas localizadas nos Observatórios do Llano Chajnantor, no norte do Chile, a mais de 5 mil metros de altura.

O grupo é uma associação entre o Observatório Europeu do Sul (ESO), a Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos e os Institutos Nacionais de Ciências Naturais do Japão, em cooperação com a República do Chile.

Graças ao potente rádio-observatório Alma, no norte do Chile, os cientistas descobriram um novo ninho de "galáxias monstruosas" a 11,5 bilhões de anos luz que ajudaria a entender como as galáxias se formam, informou um comunicado do observatório.

A equipe de astrônomos captou este ninho de galáxias "justamente na intersecção de filamentos gigantes que formam uma rede de matéria escura", enterrando a teoria segundo a qual estas galáxias se formam em áreas onde há grandes concentrações de matéria escura.

"Estas descobertas são importantes para compreender como as galáxias se formam e evoluem até se tornarem enormes galáxias elípticas", explicou o laboratório Alma em comunicado.

Há 10 bilhões de anos, muito antes que o Sol e a Terra se formasse, havia zonas do Universo habitadas por galáxias monstruosas que forjavam estrelas a um ritmo centenas de milhares de vezes superior ao que se observa hoje na Via Láctea, explica o texto.

Os astrônomos "acreditam que estas jovens galáxias amadureceram até formar as galáxias elípticas gigantes que são observadas atualmente".

A dificuldade para descobrir este tipo de galáxia estava até hoje no fato de que estavam rodeadas de poeira cósmica. A potência do Alma, que tem uma sensibilidade 10 vezes superior e uma resolução 60 vezes melhor do que o restante dos rádio-observatórios do mundo, permitiu a descoberta.

O Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (Alma, na sigla em inglês), é formado por 66 antenas colocadas em Llano Chajnantor, no norte do Chile, a mais 5.000 metros de altura.

O observatório é uma parceria entre o Observatório Europeu Austral (ESO), a Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos e os Institutos Nacionais de Ciências Naturais do Japão, em parceria com o governo do Chile.

Em forma de disco em sua juventude e ovais quando se tornam mais velhas, as galáxias são suscetíveis de mudar de forma durante sua vida, de acordo com uma equipe internacional de cientistas.

Ao observar o céu em sua forma atual e, em seguida, voltar no tempo usando os telescópios Hubble e Herschel, uma equipe de pesquisadores liderada por astrônomos da Universidade de Cardiff estabeleceu que uma grande parte das galáxias passaram por uma "metamorfose" desde a sua formação após o Big Bang.

Para o estudo, que foi publicado no Monthly Notices da Royal Astronomical Society, os pesquisadores observaram cerca de 10.000 galáxias em sua forma atual e as classificaram em dois grupos: galáxias espirais em forma de disco plano em rotação (como a nossa Via Láctea) e galáxias elípticas em forma oval, com estrelas que vêm e vão de forma irregular.

Graças aos telescópios Hubble e Herschel, os investigadores puderam, em seguida, voltar no tempo para observar as galáxias tais como eram logo após o Big Bang.

Os pesquisadores descobriram que 83% das estrelas em seus dias de juventude pertenciam a uma galáxia em forma de disco. Um número que cai para 49% nos dias atuais.

"Até agora tínhamos visto apenas casos particulares de transformação de galáxias espirais em galáxias elípticas", disse David Clements do Imperial College de Londres e co-autor do estudo.

"Este estudo mostra que este tipo de transformação não é excepcional, mas faz parte da história normal da evolução das galáxias", ressalta.

Duas teorias tentam explicar essas transformações. Para alguns cientistas, elas são o resultado da fusão de duas galáxias em forma de disco em uma única galáxia em forma oval. Uma fusão violenta causada pela gravidade e que destrói os dois discos, produzindo uma enorme pilha de estrelas.

Para outros, a transformação está ligada a um processo mais suave. As estrelas trancada em um disco moveriam-se gradualmente para o seu núcleo produzindo uma pilha central de estrelas, modificando gradualmente a forma da galáxia.

"Este estudo é um grande passo para a compreensão da evolução de galáxias. Ao usar alguns dos dados e das técnicas mais avançadas disponíveis, finalmente vamos começar a compreender os processos que moldaram o nosso universo", ressaltou Matthew Allen, membro da equipe e da Universidade de Cardiff.

O Universo está morrendo pouco a pouco, segundo uma equipe internacional de cientistas, que concluiu que a energia produzida atualmente por 200.000 galáxias é duas vezes menor que há dois bilhões de anos.

Os pesquisadores realizaram as medições mais precisas de energia já realizadas até agora em uma ampla zona do espaço.

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A energia produzida se dividiu em dois nos últimos dois bilhões de anos e não para de cair, concluíram.

"A partir de agora, o Universo está fadado ao declínio", explicou Simon Driver, membro do Centro Internacional de Pesquisas Radioastronômicas (ICRAR) da Austrália, que participou do projeto.

"O Universo se estirou no sofá, se cobriu com uma manta e se prepara para um sono eterno", acrescentou.

Os pesquisadores utilizaram sete dos telescópios mais potentes do mundo para observar durante oito anos galáxias em 21 longitudes de onda diferentes - como as infravermelhas ou as ultravioletas -, no âmbito do estudo Gama.

O estudo é fruto da colaboração de uma centena de cientistas de mais de 30 universidades australianas, europeias e americanas.

Boa parte da energia que circula no universo foi gerada depois do Big Bang, mas também há uma liberação constante de energia nova graças à fusão termonuclear das estrelas.

"Esta energia nova ou é absorvida pela poeira (...) ou viaja (pelo espaço) até que se choca em algo como uma estrela, um planeta (...)", afirmou Driver.

Os pesquisadores sabem há tempos que o ritmo de criação de estrelas no Universo está em declínio. Mas este estudo demonstra que a produção de energia diminui de forma similar nas diferentes longitudes de onda, ressalta Andrew Hopkins, do Observatório Astronômico Australiano.

Os pesquisadores esperam que os dados recolhidos também permitam melhorar a compreensão do processo de formação de galáxias.

O telescópio espacial Hubble detectou galáxias primitivas formadas há mais de 13 bilhões de anos, pouco depois do Big Bang, o que permitiria conhecer mais sobre nossas origens, anunciou a Nasa esta quarta-feira.

As observações, efetuadas durante seis semanas em agosto e setembro, permitiram descobrir sete novas galáxias, a mais antiga delas com 13,3 bilhões de anos.

"Foi uma campanha de observação muito ambiciosa, pudemos remontar até 13,3 bilhões de anos, depois do Big Bang. Neste momento, o Universo não tinha mais que 3% de sua idade atual", explicou em uma entrevista coletiva Richard Ellis, astrofísico do Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena, que participou do estudo.

"No total foram descobertas sete novas galáxias, a mais antiga data de 380 milhões de anos após o Big Bang", acrescentou Abraham Loeb, do departamento de astronomia da Universidade de Harvard.

"Observar estas primeiras galáxias permite aprender muito sobre as condições dos primeiros momentos após o Big Bang e aprender muitas coisas sobre nossas origens. Estas são as pesquisas arqueológicas mais antigas da que dispomos sobre as origens do Universo", acrescentou.

A idade estimada do Universo é de 13,7 bilhões de anos. Quanto mais longe os cientistas observarem, mais podem aprender sobre o que ocorreu depois do suposto nascimento do cosmos.

A este respeito, o lançamento, dentro de cinco anos, do sucessor do Hubble, o telescópio espacial de raios infravermelhos "James Webb Space/JWST" deveria permitir chegar muito mais longe.

Astrônomos anunciaram a galáxia mais distante já identificada no Universo, cuja luz viajou 13,3 bilhões anos para chegar à Terra. O anúncio foi feito nessa sexta-feira (16) no site do Telescópio Espacial Hubble.

Batizada de "MACS0647-JD", a decana das galáxias nasceu 420 milhões de anos depois do Big Bang, a explosão que deu origem ao Universo, quando nosso Universo tinha apenas 3% de sua idade atual (13,7 bilhões de anos).

Essa descoberta só foi possível graças à combinação dos poderosos telescópios Spitzer e Hubble, indicou o comunicado.

Ainda assim, os astrônomos teriam visto apenas fogo, se não tivessem recorrido ao zoom mais poderoso disponível, um fenômeno chamado de "lente gravitacional", proporcionado pelo espaço e que foi teorizado por Albert Einstein.

Há quase um século, Einstein previu em sua teoria da relatividade que objetos de grande massa, como um conjunto de galáxias, teriam um campo gravitacional tão forte que conseguiram desviar os raios de luz.

E, às vezes, esta deformação funciona como uma lupa gigante, ampliando a imagem percebida por um observador situado do outro lado.

Foi um telescópio cósmico deste tipo que permitiu detectar essa nova galáxia, segundo o comunicado, indicando que a luz da galáxia apareceu nos telescópios dos astrônomos com uma intensidade e brilho consideravelmente superior ao original.

Sem o efeito dessa lupa cósmica, a MACS0647-JD, que é muito pequena, jamais teria sido detectada. "Sem essa amplificação, observar essa galáxia teria sido uma proeza hercúlea", enfatizou Marc Postman, um dos chefes da pesquisa.

A galáxia parece tão pequena nas imagens captadas que os cientistas acreditam que se trata das primeiras etapas de formação de uma galáxia. Segundo as primeiras observações, seu diâmetro é de apenas 600 anos-luz, o que não é quase nada comparado com o diâmetro da Via Láctea, que é de 150.000 anos-luz.

"Este objeto pode ser um dos muitos blocos de construção de uma galáxia", explicou o cientista Dan Coe, do Space Telescope Science Institute e autor principal do estudo sobre esta descoberta, que será publicada em dezembro, no The Astrophysical Journal.

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