A China vai endurecer a regulamentação das empresas de tecnologia para combater com mais eficácia as práticas monopolísticas e os fluxos financeiros que representam um risco para o sistema financeiro, anunciou nesta sexta-feira (5) o primeiro-ministro, Li Keqiang.
"Os esforços [para combater] as situações de monopólio e os fluxos de capital não regulamentados serão intensificados" com o objetivo de garantir uma concorrência saudável, manifestou Li na abertura da sessão plenária anual do Parlamento chinês.
##RECOMENDA##No final de 2020, o governo comunista interrompeu a saída na bolsa da gigante do pagamento online Ant Group, fundada por Jack Ma, pioneiro do comércio eletrônico na China com seu grupo Alibaba. A operação abortada deveria ter sido a maior entrada na bolsa de todos os tempos.
Alibaba e sua rival Tencent (com o serviço WeChat Pay) são os dois gigantes privados que compartilham o imenso mercado de pagamento eletrônico na China, um setor que até agora é pouco regulamentado em um país onde o dinheiro em notas quase desapareceu.
Pequim está especialmente preocupada com o crescente peso dos gigantes privados, em detrimento dos bancos tradicionais e cujos empréstimos representam um risco para o sistema financeiro do país.
Nos últimos meses, o governo chinês já havia começado a reforçar o controle sobre os gigantes digitais. Em dezembro, Alibaba foi colocada sob investigação por "práticas suspeitas de monopólio".
Os reguladores endureceram também as normas sobre o microcrédito online, popular entre os chineses e as pequenas empresas que têm dificuldades para obter empréstimos em bancos tradicionais.
A economia digital teve nos últimos anos um forte desenvolvimento, graças à generalização dos pagamentos eletrônicos e à multiplicação dos serviços online ao alcance dos smartphones.