Tópicos | governo central

O caixa do governo federal recebeu um reforço extra de R$ 683,8 milhões em dividendos pagos pelas empresas estatais em maio. Desse total, R$ 655,7 milhões foram pagos pelo Banco do Brasil e R$ 27,7 milhões pelos demais. No acumulado do ano, as receitas com dividendos somaram R$ 2,917 bilhões, registrando uma queda de 67,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Mesmo com esse reforço de caixa, as contas do Governo Central registraram um déficit expressivo em maio, de R$ 8,05 bilhões.

Investimentos totais

##RECOMENDA##

Nos cinco primeiros meses sob o comando da nova equipe econômica, os investimentos do governo registram um queda real de 37,2%. De acordo com dados do Tesouro, os investimentos pagos somaram R$ 24,128 bilhões no período. Desse total, R$ 20,946 bilhões são restos a pagar, ou seja, despesas de anos anteriores que foram transferidas para 2015.

Em maio, as despesas com investimentos foram de R$ 4,312 bilhões, com queda de 47,4% sobre o mesmo mês de 2014.

Os investimentos com o Programa de Aceleração Econômica (PAC) somaram R$ 3,431 bilhões em maio e R$ 17,063 bilhões nos cinco primeiros meses do ano. As despesas com o PAC caíram 48,7% em maio e 40,5% no acumulado do ano. (Adriana Fernandes, Lorena Rodrigues e Rachel Gamarski)

Despesas>

Em meio ao ajuste fiscal realizado pela nova equipe econômica do governo Dilma Rousseff, o Ministério da Educação foi o mais afetado com os cortes nas despesas discricionárias nos cinco primeiros meses do ano, com uma queda de 10,4% dos repasses em relação ao mesmo período do ano passado.

O Ministério da Saúde também foi afetado com uma redução nos repasses e recebeu menos 5% de recursos de janeiro a maio, ante o mesmo período do ano passado.

As despesas com o pagamento do programa habitacional do governo Minha Casa Minha Vida apresentaram uma queda de 33,6% de janeiro a maio deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. Os pagamentos caíram no período R$ 3,09 bilhões, passando de R$ 9,22 bilhões de janeiro a maio de 2014 para R$ 6,12 bilhões no mesmo período deste ano.

O setor de construção civil está reclamando dos atrasos do governo no pagamento das despesas do programa, que é um das marcas da gestão da presidente Dilma Rousseff. Em maio, essas despesas caíram 1,7% ante abril e somaram R$ 1,06 bilhão.

O Tesouro Nacional pagou ainda R$ 7,5 bilhões em subsídios e subvenções econômicas entre janeiro e maio deste ano, resultado R$ 2,9 bilhões (61,2%) superior a igual período do ano passado. O salto nesses gastos é explicado principalmente pela correção mais acelerada do total devido pelo Tesouro ao BNDES no âmbito do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que oferece crédito subsidiado às empresas.

Além disso, o Tesouro também gastou 15,6% no seguro-desemprego, programa que foi alvo das chamadas "pedaladas fiscais" nos últimos dois anos. Apesar desse incremento no seguro aos trabalhadores demitidos, o governo gastou 58,2% menos com o abono salarial entre janeiro e maio deste ano e igual período de 2014.

Em meio à discussão do ajuste fiscal, o governo central - que reúne as contas do Tesouro Nacional, da Previdência Social e do Banco Central - registrou superávit primário de R$ 10,085 bilhões em abril, informou o Tesouro. É o pior resultado para o mês desde 2013, quando foi de R$ 7,336 bilhões.

Com isso, o resultado do ano acumula até abril superávit de R$ 14,592 bilhões (0,78% do PIB). A meta perseguida pelo governo central para este ano é de R$ 55,2 bilhões.

##RECOMENDA##

O Tesouro Nacional teve superávit de R$ 13,275 bilhões, valor 39,3% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado. A Previdência Social registrou saldo negativo de R$ 3,111 bilhões (alta de 1,3%) e o Banco Central registrou déficit de R$ 78,4 milhões.

Mesmo com a entrada em vigor de medidas como o aumento do PIS/Cofins sobre combustíveis, em abril, a receita total somou R$ 117,532 bilhões, queda real de 3,3% e alta nominal de 4,6%. Já as despesas subiram para R$ 89,111, alta real de 3,7% e nominal de 12,2%.

O resultado primário ficou em linha com o levantamento do AE projeções com 22 instituições do mercado, que projetaram expectativas para o saldo primário do governo central entre R$ 4,100 bilhões e R$ 15,000 bilhões, com mediana de R$ 11,330 bilhões.

Os investimentos totais do governo federal despencaram 31,3% no primeiro trimestre. A queda reflete o ajuste fiscal do governo, que afeta os gastos com investimentos. Dados do Tesouro Nacional divulgados nesta quarta-feira, 29, mostram que as despesas totais com investimentos somaram R$ 15,336 bilhões (valores já corrigidos pela inflação) nos três primeiros meses do ano. As despesas com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tiveram queda de 37,3% no primeiro trimestre, somando R$ 10,587 bilhões.

Em março, os investimentos totais tiveram queda nominal de 26,7%, e baixa de 32,2% em valores corrigidos pela inflação. Já as despesas do PAC somaram R$ 2,961 bilhões, com queda real de 32,5% sobre o mesmo mês de 2014.

##RECOMENDA##

Embora as despesas do governo central tenham crescido no primeiro bimestre do ano, o secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, disse na manhã desta terça-feira, 31, que os gastos devem apresentar um menor ritmo a partir dos dados fechados ao fim de abril. Negou haver dificuldade para controlar os gastos. "Nosso compromisso é com o pagamento tempestivo das despesas. Se é para pagar em um determinado mês vamos pagar. Não há nada distorcido ou fora do nosso controle", afirmou.

O secretário do Tesouro diz que o objetivo é controlar mais de perto o limite de gastos para os órgãos a partir de fevereiro, a partir do Decreto de Programação Orçamentária. "Veremos um decréscimo nas despesas a partir do primeiro quadrimestre. A evolução real no primeiro bimestre não é tão importante", disse.

##RECOMENDA##

Segundo ele, ainda não há uma decisão para o tamanho do contingenciamento que deve ser anunciado pelo governo como parte desse controle. "O contingenciamento é uma discussão em curso e será no montante necessário para o cumprimento da meta, esse é o dado relevante. Queremos cortar em custeio em vez de investimentos, mas essa será uma decisão que será tomada ao longo do mês de abril", completou.

O secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, avaliou nesta terça-feira, 31, que o déficit primário de R$ 7,357 bilhões em fevereiro das contas do Governo Central é um resultado "de certa forma esperado". Esse foi o pior resultado para o mês desde 1997, quando começa a série histórica do dado.

"O resultado de fevereiro contrapõe um pouco o mês de janeiro, mas todos sabemos que o mês de fevereiro é mais fraco em termos de receitas e isso impactou o resultado. Não foi tão diferente do resultado de fevereiro de 2014", disse Saintive. "Há uma queda nas receitas administradas e decidimos fazer uma adequação de pagamentos pelo lado do custeio, o que fez com que o resultado tivesse essa performance", completou.

##RECOMENDA##

O secretário destacou uma queda de R$ 916,5 milhões em fevereiro na comparação com o mesmo mês de 2014 na cota de compensações financeiras, devido à queda no preço do petróleo. Essa rubrica apresentou receitas de R$ 1,194 bilhão no mês passado. Saintive também citou a redução de R$ 2,981 bilhões nas receitas com dividendos na mesma comparação, para R$ 132,9 milhões.

O secretário afirmou ainda que no bimestre houve queda de 4,6% das receitas e manutenção das despesas. Estamos atentos e vigilantes na contenção das despesas, e na arrecadação há uma tendência atual de queda, conforme já anunciado pela Receita Federal", completou.

O Ministério da Fazenda informou nesta quinta-feira (26), que o decreto que estabelece provisoriamente a programação financeira do governo sinaliza o efetivo comprometimento de todo o governo federal com a realização do ajuste fiscal necessário. Em nota à imprensa, a Fazenda informa que o ministro da Fazenda terá autorização, preventivamente, de autorizar a ampliação ou remanejamento dos valores constantes dos anexos, por ato próprio ou delegação. A medida, de acordo com a nota, visa a permitir o tratamento de situações excepcionais e que requeiram atendimento imediato.

Segundo o Ministério da Fazenda, o decreto é uma medida de ajuste financeiro que se alinha ao escopo do decreto anterior, de janeiro deste ano, para garantir o equilíbrio entre receitas e despesas, necessário à reconstrução da credibilidade fiscal.

##RECOMENDA##

"Nesse sentido, o decreto tem o propósito de conferir aos órgãos, fundos e entidades do Poder Executivo previsibilidade acerca da disponibilidade financeira para a execução de suas atividades, até a aprovação da programação financeira e do cronograma de execução mensal de desembolso", diz a nota.

Segundo o Ministério da Fazenda, o decreto preserva a execução de atividades prioritárias dos diversos órgãos, dos fundos e das entidades do Poder Executivo.

O governo publicou, nesta quinta-feira (26), em sessão extraordinária do Diário Oficial (D.O.), o Decreto nº 8.412, que traz a reprogramação da execução financeira dos órgãos do Poder Executivo para o primeiro quadrimestre. Mais cedo, o secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, antecipou que o governo iria reescalonar os pagamentos dos ministérios para conseguir ajustar as despesas às receitas.

Segundo o decreto, as despesas de custeio e investimentos foram limitadas a R$ 75,155 bilhões em pagamentos com custeio da máquina pública e para investimentos. Desse montante, R$ 15,175 bilhões serão usados exclusivamente para pagamento de despesas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Outros R$ 59,980 bilhões serão usados em custeio e demais investimentos.

##RECOMENDA##

O decreto estabelece que o Tesouro Nacional poderá requerer dos órgãos setoriais do Sistema de Administração Federal a transferência ou devolução de saldos financeiros em excesso nas unidades. Os ministros da Fazenda e do Planejamento poderão, por ato conjunto, ampliar ou remanejar os valores constantes no decreto.

O secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, afirmou, na tarde desta quinta-feira (26), que "certamente" outras medidas serão adotadas pelo governo para garantir o cumprimento da meta fiscal. Sem antecipar nenhuma delas, o secretário fez questão de ressaltar que o decreto com limitação de despesas que será editado pelo governo é um passo adiante para a política fiscal. "Vamos pagar o passado. E pensar bem nas novas despesas", destacou ele, sinalizando que o governo vai ser mais exigente na qualidade dos novos gastos.

"Existem passivos e estamos analisando casa a caso. Isso não é uma coisa trivial. Temos que aprender a lidar com os passivos", afirmou ao ser questionado sobre esqueletos fiscais. Saintive disse também que a projeção de PIB para 2015 "em princípio" é correlacionada com a do governo. Ele deu essa declaração ao esclarecer comentário anterior de que o Tesouro trabalha com as projeções do mercado.

##RECOMENDA##

Segundo ele, o governo vai fazer a previsão de PIB para 2015 no momento adequado. O governo, disse sua assessoria, mantém a previsão de alta de 0,8% que consta na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

As despesas do governo com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no mês de janeiro caíram 34,5% em relação a janeiro de 2014, somando mês R$ 4,739 bilhões. O PAC sofreu uma redução de 34,5% em relação a janeiro de 2014. A medida faz parte da decisão do governo de colocar um freio nos gastos.

O secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, afirmou que o quadro atual das contas públicas exige o que classificou de "reescalonamento" do pagamento das despesas. Segundo ele, reescalonar as despesas é melhor do que não pagá-las. Para ele, esse reescalonamento visa dar previsibilidade das despesas. Ele ressaltou que esse era o recado, a mensagem que queria transmitir. Ele destacou ainda que a redução das despesas do PAC em janeiro é resultado desse reescalonamento.

##RECOMENDA##

"Precisa ter claro que na situação atual precisaremos reescalonar os pagamentos", afirmou, ressaltando que se trata de um motivo "nobre". "Queremos cumprir a meta do governo, que é a meta da presidente Dilma Rousseff", acrescentou.

Saintive destacou que o governo tem o compromisso de pagamento de despesas já realizadas, já feitas, mas tem, por outro lado, que cumprir a meta fiscal. "Essa é a mensagem. Temos de estar atentos a qualidade dos gastos e olhar para que podemos fazer os pagamentos em tempo tempestivo. Esse é o objetivo do governo", afirmou. Ele admitiu que o superávit primário de janeiro não era o esperado pelo governo, mas ficou bem próximo do que o governo gostaria. Ele destacou que as despesas e receitas tiveram em janeiro variação real negativa.

O governo pagou R$ 739,4 milhões em janeiro de precatórios e sentenças judiciais de benefícios previdenciários. Em 2014, o valor pago no mês com essas despesas foi de R$ 1,3 bilhão, uma queda de 55,8%.

No primeiro resultado fiscal entregue pela nova equipe econômica, as contas do Governo Central registraram superávit primário de R$ 10,405 bilhões em janeiro, com um queda de 20,2% em relação ao mesmo mês do ano passado. Foi o pior resultado para o mês desde 2009. Em janeiro do ano passado, o Governo Central registrou um superávit de R$ 13,036 bilhões.

O resultado, anunciado nesta quinta-feira (26), pelo Tesouro Nacional, ficou abaixo da mediana estimada, após coleta do AE Projeções, de R$ 11,914 bilhões, mas ficou dentro do intervalo previsto, de R$ 9 bilhões a R$ 17,1 bilhões. O Governo Central reúne as contas do Tesouro Nacional, INSS e Banco Central. O Tesouro apresentou um superávit de R$ 16,197 bilhões. Já as contas do INSS tiveram déficit de R$ 5,651 bilhões e as do BC registraram saldo negativo de R$ 140,5 milhões.

##RECOMENDA##

O desempenho das contas do Governo Central em janeiro refletiu uma receita total de R$ 125,425 bilhões e uma despesa de R$ 92,530 bilhões. Enquanto as despesas registraram alta de apenas 2,8%, as receitas apresentaram uma expansão de 0,3%.

Esse resultado foi obtido com a retração das despesas com investimentos e regras mais rígidas de contenção de gastos aprovadas pela equipe econômica no início do ano que vão vigorar até a aprovação do Orçamento de 2015 pelo Congresso Nacional. Pelas regras, o limite de autorização de gastos foi fixado em 1/18 avos, valor menor do que os 1/12 avos fixados na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Esses regras derrubaram o ritmo de expansão das despesas.

Na tentativa de rever as desconfianças em torno da política fiscal, o governo prometeu entregar um superávit primário de R$ 66,3 bilhões (1,2% do PIB) das contas do setor público consolidado neste ano. Mas antes mesmo de a lei orçamentária ser aprovada pelo Congresso Nacional, aumenta a cada dia a desconfiança em torno da capacidade de o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, entregar a meta deste ano.

Em 12 meses até janeiro, as contas do governo central acumulam um déficit primário de R$ 19,9 bilhões, o equivalente a 0,39% do Produto Interno Bruto (PIB). A meta do governo central para 2015 é de R$ 55,3 bilhões.

CDE

O governo transferiu em janeiro R$ 1,250 bilhão de recursos orçamentários para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo setorial que bancou a redução da conta de luz. Essa despesa deveria ter sido paga no ano passado, mas foi "pedalada" para 2015. A autorização foi dada no último dia de 2014, com o pagamento em janeiro deste ano. Em janeiro de 2013, a transferência para a CDE foi de R$ 688,7 milhões.

Por outro lado, o governo praticamente não contou com recursos de concessões para melhorar as receitas. Foram apenas R$ 301,8 milhões, 59,3% a menos que em janeiro de 2014. Não houve nenhuma transferência de dividendos no mês passado, assim como em 2014.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou nesta quarta-feira, 26, que o governo optou este ano por adotar uma política não recessiva para manter os investimentos e as políticas sociais. Segundo ele, a decisão do governo de descontingenciar R$ 10,1 bilhões no último relatório de avaliação de receitas e despesas divulgado na última sexta-feira, 21, tem como objetivo manter as despesas em áreas essenciais, como saúde. "São despesas essenciais em áreas sociais. Não é gasto que podemos decidir fazer ou não", afirmou.

O secretário disse ser normal fazer ajustes nas projeções do governo. Ele contou que houve ano em que a receita, no último dia, ficou R$ 9 bilhões a menos que o previsto. "É um fato. E nós tivemos que ter condições de cumprir a meta. A existência de diferenças ao longo do período sempre ocorre", justificou.

##RECOMENDA##

Augustin afirmou que sempre tem análises mais conservadoras que dizem que o resultado primário vai ser pior. "Esse ano não está bem. Então a previsão conservadora estava certa, mas em outros anos estava errada", disse.

O secretário afirmou que há momentos em que o resultado primário é ajustado ao ciclo econômico para ajudar quando a economia perde dinamismo. "Foi uma decisão que achamos correta, de apostar e trabalhar para que a economia não tivesse danos maiores por conta da crise internacional", afirmou.

Rebaixamento

De acordo com Augustin, há uma "grande vontade de enxergar dificuldades" e que, por isso, muitos usam o plural para dizer que agências de classificação de risco rebaixaram a nota do Brasil, quando, na realidade, foi apenas uma. "É tanta vontade de alguns de enxergar isso que eles usam o plural, "as agências", quando é um caso e uma agência", disse.

Em seguida, Augustin argumentou que o Brasil teve, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, sete rebaixamentos. "Portanto, isso não é uma situação não usual, isso pode ocorrer", disse. "Isso não é uma situação anormal. Evidentemente, quando há momentos em que você tem que ter política anticíclica, é normal que isso se reflita na avaliação das agências. Três agências fizeram reavaliação, uma manteve como estava, uma rebaixou e outra colocou outlook negativo", lembrou.

Augustin evitou dizer se acredita que ocorrerá novo rebaixamento. "As análises previstas são para o ano que vem. Até lá vamos ter um trabalho normal e acho que fundamentos não indicam isso (rebaixamento)", disse, acrescentando que a participação dos estrangeiros na dívida tem crescido.

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, disse nesta terça-feira, 30, que o resultado primário de agosto acumulado em 12 meses é o pior para o período como proporção do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo os dados do BC, o indicador recuou de 1,23% em julho para 0,94% no mês passado, na quarta queda consecutiva dessa proporção.

Maciel observou, no entanto, que os dados fiscais também têm notícias boas. As despesas com juros, segundo ele, tiveram redução significativa. Como proporção do PIB, a despesa de juros no ano atingiu 4,93% do PIB, o melhor desde julho de 2013.

##RECOMENDA##

As despesas do Tesouro Nacional tiveram em agosto um crescimento de 1,4% (R$ 800,8 milhões) em relação a julho deste ano. Segundo os dados divulgados nesta terça-feira, 30, o aumento é explicado pela elevação de R$ 5,9 bilhões (16,2%) nas despesas de custeio e capital, apesar de ter havido uma queda de R$ 5 bilhões nos gastos com pessoal e encargos sociais.

O aumento em custeio e capital é explicado pela elevação em R$ 5,1 bilhões com despesas do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Também teve um incremento de R$ 1,2 bilhão em outras despesas de custeio e capital, puxado pelo aumento de R$ 3,4 bilhões nas despesas com a Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

##RECOMENDA##

Também teve um aumento de R$ 1,9 bilhão nas despesas com Previdência em função do pagamento da primeira parcela do décimo-terceiro salário aos segurados. A queda em pessoal e encargos sociais aconteceu porque, em julho, houve o adiantamento da parcela do décimo terceiro salário dos servidores do Executivo.

Os resultados ruins das contas públicas divulgados nesta sexta-feira, 29, pelo Tesouro e Banco Central demonstram que, em 2015, haverá a real necessidade de uma grande discussão fiscal. A opinião é do professor de Economia do Ibmec-MG, Reginaldo Nogueira.

"Está muito claro que o Brasil não conseguirá cortar impostos e as desonerações que foram feitas deverão ser revistas. E como resolver isso em 2015? Com mais cortes de gastos (o que não foi feito até agora) ou aumento de impostos? Aí está a necessidade de haver uma grande discussão fiscal em 2015", disse. Para ele, se o mercado tinha dúvidas se a meta de superávit primário fosse ou não cumprida, os números divulgados hoje ajudam na certeza de que não.

##RECOMENDA##

Além disso, não atingir a meta, conforme o especialista, tem efeito negativo sobre a dívida líquida do setor público. "Podemos ver problemas de custos de financiamento do governo e uma pressão maior na conta de juros", falou.

O professor também comentou que os resultados fiscais apresentados hoje sofrem influência direta do resultado "horroroso" do Produto Interno Bruto (PIB), também divulgado nesta sexta-feira. "Nossa economia está em processo de recessão, o que gera um efeito negativo grande na arrecadação do governo. Isso só piora a confiança do mercado e do setor privado na economia, inibindo investimentos", ressaltou.

O Tesouro Nacional corrigiu a informação divulgada nesta sexta-feira, 29, de que o Banco do Brasil teria pago R$ 466,7 milhões de dividendos em julho. Segundo informou o órgão, o documento estava incorreto. O resultado geral, de R$ 5,2 milhões de dividendos no mês, está correto.

O governo dificilmente conseguirá cumprir a meta do segundo quadrimestre (até agosto) das contas do governo central de R$ 39 bilhões. Faltando apenas o resultado deste mês, as contas do governo central registram um saldo de apenas de R$ 15,230 bilhões pela metodologia de cálculo do Tesouro Nacional. Logo mais o BC, divulgará o resultado fiscal e ficará mais claro quanto de superávit que o governo precisará registrar em agosto para cumprir a meta. O resultado de agosto será divulgado às vésperas das eleições de outubro.

Os dados do governo do governo central até julho mostram uma forte deterioração do esforço fiscal, com queda de 60,3% do superávit em relação ao mesmo período do ano passado O esforço fiscal caiu de 1,4% do PIB para 0,52%. O déficit de julho foi o terceiro resultado negativo consecutivo.

##RECOMENDA##

Concessões

Em julho, as contas do governo receberam um reforço extra de R$ 1,414 bilhão de concessões. No ano, as concessões somam R$ 2,658 bilhões, volume 56,5% menor do que os R$ 6,108 bilhões obtidos no mesmo período de 2013. As receitas com dividendos somaram apenas R$ 5,2 milhões em julho. Enquanto o Banco do Brasil pagou no mês R$ 466,7 milhões, o Tesouro devolveu R$ 461,5 milhões de dividendos para empresas que não foram citadas na nota. No ano, as receitas de dividendos somam R$ 10,495 bilhões, com alta de 35,2%.

CDE

As despesas do Tesouro Nacional com a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) somaram R$ 1,2 bilhão em julho. No ano até julho, o gasto chega a R$ 5,301 bilhões. O Tesouro Nacional transferiu mais verba para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) em julho de 2014 do que em junho. O total de R$ 4,664 bilhões que o Tesouro gastou com o FAT no mês passado é 27,3% maior que os R$ 3,664 bilhões gastos em junho. De janeiro a julho deste ano, o Tesouro passou R$ 23,663 bilhões para o FAT, valor que é 5,6% inferior aos R$ 25,073 bilhões do mesmo período do ano passado.

Os dividendos responderam por 61% do resultado primário do governo central no primeiro semestre do ano, bem acima da participação de 22,3% registrada no mesmo período do ano passado, afirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, Felipe Salto, economista da consultoria Tendências. Entre janeiro e junho de 2014, o repasse de dividendos ao caixa da União foi responsável por R$ 10,5 bilhões dos R$ 17,2 bilhões de superávit apurado pelo conjunto formado pelo Tesouro, Previdência Social e Banco Central. Para os mesmos seis meses de 2013, os dividendos alcançaram R$ 7,7 bilhões, de um saldo positivo total das receitas sobre as despesas de R$ 34,6 bilhões.

"Isso indica um sinal vermelho nas contas públicas, pois está a todo vapor o uso da contabilidade criativa pelo governo", ponderou Salto. Para ele, o resultado do primeiro semestre do governo central lhe dá a certeza de que o setor público consolidado não cumprirá a meta de 1,9% do PIB de superávit primário para este ano.

##RECOMENDA##

"Há três fatores que podem explicar esse desempenho abaixo do esperado. Um deles é que a arrecadação federal está muito baixa, motivada basicamente pelo PIB fraco", comentou. "Outros dois elementos são as desonerações tributárias adotadas pelo governo, como uma aposta para estimular o nível de atividade, mas que não deu resultados, e o descompasso entre o ritmo das despesas e o das receitas", comentou.

Salto estima que o superávit primário do setor público consolidado será de 1,5% do PIB neste ano. Caso fossem descontados receitas extraordinárias e dividendos, esse resultado cairia quase pela metade e atingiria 0,8% do PIB. "Estes números estão bem abaixo do patamar de 2,31% do PIB do superávit primário necessário para estabilizar a dívida pública como proporção do Produto Interno Bruto", destacou.

Segundo Salto, a receita líquida do governo central caiu 0,4% em termos reais entre janeiro e junho deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto as despesas totais subiram 3,9%, já descontada a inflação. No primeiro semestre de 2013 ante os mesmos seis meses de 2012, a receita subiu 1,5% e as despesas totais avançaram 5,8%, também em termos reais. No caso das desonerações tributárias, com base em dados fornecidos pela Receita Federal, Salto destaca que elas atingiram R$ 50,7 bilhões no primeiro semestre deste ano, número superior aos R$ 35,5 bilhões atingidos no mesmo período de 2013.

Para julho, o economista da Tendências estima que o resultado do governo central e do setor público consolidado deve crescer devido a fatores de melhora de arrecadação de alguns tributos, como Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Neste contexto, ele estima que o setor público consolidado deve apresentar em julho um superávit próximo a R$ 1 bilhão, sendo que a União deverá registrar um saldo positivo de R$ 500 milhões, número mais favorável do que o déficit de R$ 1,946 bilhão exibido em junho.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou nesta quarta-feira (30) que a inflação está tendo trajetória positiva. "Ela tem perdido bastante dinamismo", afirmou. Ele lembrou que o Banco Central flexibilizou a liberação dos depósitos compulsórios por conta da situação econômica atual. "O BC, na última sexta, fez uma operação visando a melhoria na distribuição da liquidez para que ela pudesse não empossar. Esse é o fato econômico do momento. É preciso ter correta avaliação dos fatos econômicos para poder agir de uma forma correta", argumentou.

O secretário disse que o quadro fiscal no primeiro semestre foi menos dinâmico como resultado também da atividade econômica mais fraca. "A temperatura da economia ficou menor. Isso significa menos inflação", disse. "Esperamos que a economia possa se recuperar. O próprio número de feriados no primeiro semestre foi relevante para atividade econômica", completou.

##RECOMENDA##

Augustin reconheceu que o resultado fiscal do primeiro semestre não foi bom. "Junho não é um mês totalmente diferente dos outros. Não foi um bom resultado em junho. É um mês em que a receita não é tão boa", disse. "Esperamos que possa melhorar a atividade econômica", completou.

Subsídios

Ele afirmou também que a previsão de subsídios para 2014 é semelhante à do ano passado e que não há mudança nisso. "Eventualmente tem mês maior ou maior", afirmou. Questionado sobre dívidas com o BNDES, Augustin disse que "dívida é o que já venceu". "Todas as equalizações têm prazo de pagamento e dentro desse prazo elas estão absolutamente normalizadas; tem portarias que definem quando é devido um subsídio", disse. "São operações de longo prazo. Pagamentos são devidos ao longo do tempo. Na contabilidade, você traz a valor presente. Não tem dívida, tem um ativo e um passivo."

Sobre os resultados da Previdência, Augustin lembrou que o próximo semestre inclui o mês de dezembro, em que a previdência tem superávit por efeito calendário. "Nós mantemos a programação. É normal que isso possa ser um pouco maior ou um pouco menor, em função de vários fatores."

Augustin disse ainda que as contas da previdência têm melhorado ano a ano, porque há crescente formalização no Brasil. O secretário afirmou, ainda, que não há alterações na previsão dos dividendos neste ano.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, reconheceu na tarde desta quarta-feira (30) que o mês de junho contou com uma receita "que não teve o mesmo dinamismo de outros momentos", depois de lembrar que se trata, tradicionalmente, de um mês com altas receitas. Augustin lembrou, ainda, que o déficit do mês passado divulgado nesta quarta ocorreu após um saldo negativo também recorde no mês de maio.

Logo no início da entrevista, Augustin destacou que o governo já considerou os dados do mês de junho para elaborar o último relatório de receitas e despesas, divulgado no último dia 22. "Nesse relatório, como vocês sabem, nós aumentamos a previsão de Refis em R$ 6 bilhões, que será verificado no mês de agosto", disse.

##RECOMENDA##

Segundo o secretário, no mês que vem será possível ter "noção do tamanho" da receita com Refis. "Este movimento vai se confirmar em agosto, quando teremos uma noção mais precisa. É uma parte importante da receita real que acontecerá", disse.

Augustin declarou, ainda, que o governo espera que a atividade econômica seja melhor no segundo semestre de 2014, na comparação com os primeiros seis meses do ano. "Junho foi mês de muitos feriados e claro que isso diminui atividade econômica e arrecadação", disse. Esses fatores, segundo ele, levarão a um melhor desempenho da receita no próximo período.

O governo central terá que fazer um superávit de R$ 21,763 bilhões em julho e agosto para conseguir atingir a meta do segundo quadrimestre, que é de saldo positivo de R$ 39 bilhões. O esforço terá que ser maior que todo o acumulado de janeiro a junho, quando o governo central obteve um superávit de apenas R$ 17,237 bilhões. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (30), pelo Tesouro Nacional.

A meta para todo o ano é de um superávit de R$ 80,774 bilhões para o governo central. Com a arrecadação subindo menos que o previsto, o governo terá que contar com receitas extraordinárias do Refis para atingir a meta no segundo quadrimestre.

##RECOMENDA##

O mercado já coloca em dúvida a capacidade do governo de entregar a meta prometida para este ano. Incluindo Estados e municípios, a meta do setor público consolidado em 2014 é de R$ 99 bilhões, ou 1,9% do PIB.

Receita com dividendos

As contas do governo receberam em junho um reforço extra de R$ 1,479 bilhão de dividendos. Desse total, R$ 931,5 milhões foram pagos pelo BNDES, R$ 466,7 milhões pelo Banco do Brasil e outros R$ 81,2 milhões por outros. No ano, os dividendos recebidos somam R$ 10,490 bilhões, volume 36,3% maior do que os R$ 7,695 bilhões obtidos no mesmo período do ano passado.

As concessões garantiram no mês de junho receitas de R$ 14,4 milhões. No ano, as concessões somam R$ 1,244 bilhão.

Despesa com CDE

As despesas do Tesouro Nacional com a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) somaram R$ 800 milhões em junho, segundo os dados divulgados hoje. No primeiro semestre de 2014, o gasto chegou a R$ 4,101 bilhões.

Para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), o Tesouro transferiu R$ 3,664 bilhões em junho. O valor é 78,1% maior que os R$ 2,057 bilhões pagos em maio de 2014. De janeiro a junho deste ano, o Tesouro passou R$ 18,998 bilhões para o FAT, valor que é 9,6% superior aos R$ 17,333 bilhões do mesmo período do ano passado.

Investimentos

Os investimentos totais do governo federal registraram uma alta de 21,7% de janeiro a junho deste ano, informou o Tesouro Nacional. No período, os investimentos somaram R$ 40,4 bilhões.

Os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que podem ser abatidos da meta fiscal, alcançaram até junho R$ 28,8 bilhões, com alta de 26,9%.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando