Tópicos | Ignácio de Loyola Brandão

Na próxima sexta-feira (1), o Sec Santa Rita abre espaço para uma roda de debate com dois grandes escritores de literatura infanto-juvenil. Participam do encontro Ignácio de Loyola Brandão, jornalista e escritor de 42 livros entre romances, contos, crônicas e infantis, e Pedro Bandeira, jornalista, escritor infanto-juvenil, com 24,5 milhões de exemplares vendidos em 2015. A palestra tem início às 19h no salão de eventos do Sesc Santa Rita. A entrada é gratuita.

Em pauta, estarão os entraves do estímulo ao gosto pela leitura em detrimento do estímulo ao uso das tecnologias contemporâneas, a desmistificação do livro para as crianças e jovens e a consolidação deste tipo literário na formação social de seu público-alvo. O evento, realizado pelo Laboratório de Autoria Literária Ascenso Ferreira da instituição, promove a abertura da programação literária de 2016.

##RECOMENDA##

Sesc Santa Rita

Rua Cais de Santa Rita, 156

São José – Recife – PE

(81) 3224.7577

Leitura, tecnologias contemporâneas e desmistificação do livro serão abordadas

Dia desses, em Macapá, depois de se dar conta de que tinha percorrido todos os estados brasileiros para falar sobre literatura, Ignácio de Loyola Brandão resolveu que era hora de reunir, em livro, as crônicas que escreveu para o "Caderno 2", do jornal "O Estado de S.Paulo" sobre essas andanças - e extrapolam as fronteiras nacionais. Ontem, 7, em Frankfurt, o escritor recebeu a reportagem para falar sobre "O Mel de Ocara - Ler, Viajar, Comer", que lança agora pela Global. Ele é um dos 70 escritores da comitiva oficial do Brasil na maior feira de livros do mundo.

A viagem que faz agora é seu reencontro com o "cheiro verde e metálico" da Alemanha, onde viveu entre 1982 e 1983. E é seu reencontro com a feira de livros, que visitou nesses mesmos anos e também em 1988 e 1994, quando o Brasil foi, como é nesta semana, o convidado de honra.

##RECOMENDA##

Na segunda-feira, 7, ele participou de uma leitura de Zero, seu livro traduzido em 1979. Foi apenas o primeiro de seus compromissos literários oficiais de uma agenda que só é possível organizar porque, anos atrás, Brandão deixou o jornalismo para se dedicar à literatura. "Não estou rico e nem vou ficar, mas estou livre para me dedicar a isso que chamam de literatura. E isso não envolve apenas o trabalho solitário da escrita, mas viajar o Brasil todo e ajudar na formação, um a um, de leitores", diz.

Entre os encontros e eventos que mais o tocaram, estão um com uma senhora que lhe deu um pote de mel em Ocara - experiência que deu nome ao livro - e o cruzeiro literário da Livraria da Vila pelo Rio Negro. Já no rol dos lugares mais inusitados onde falou sobre literatura, o porão de uma igreja em Ijuí e a plataforma da estação Paraíso do metrô, em São Paulo.

A rodinha no pé herdou do pai - que, assim como outros familiares e amigos do passado, acabam voltando nas crônicas originalmente escritas para contar sobre algo que aconteceu bem longe de sua Araraquara natal. "Tudo volta muito para a infância e a adolescência. Para as coisas mal resolvidas. E esses momentos são resolvidos com a escrita e também com a idade, que limpa muita coisa", diz o incansável escritor de 77 anos.

"Perto dos 80, pergunto-me por que não estou em casa lendo ou jogando bocha. Mas, de repente, me vejo na estrada, e estou tão feliz", completa.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Rádio Unesp disponibiliza para download gratuito mais de 1.700 entrevistas realizadas pelo programa Perfil. As conversas com nomes como Ignácio de Loyola Brandão, Moacyr Scliar, José Roberto Torero, Daniel Piza, Rosana Rios, Xico Sá, Anita Costa Malufe, Tereza Yamashita, Betty Mindlin, Sergio Villas Boas e Ruy Proença, já se encontram na página da rádio

Aqueles que desejarem podem conferir o conteúdo através de streaming. A atração que vai ao ar de segunda à sexta-feira na Rádio Unesp FM realiza uma entrevista diferente por dia. O programa é apresentado por Oscar D'Ambrosio, e é uma realização pela Assessoria de Comunicação e Imprensa da Universidade Estadual Paulista. O Perfil Literário tem como objetivo divulgar a cultura brasileira contemporânea.

##RECOMENDA##

O escritor Ignácio de Loyola Brandão conversava, há mais de um ano, com amigas na Fundação Carlos Chagas, quando ouviu um velho bolero no rádio de uma secretária. "Nossa, eu me vejo diante do clube Araraquarense, aos 20 anos, no final da domingueira", comentou o cronista do jornal O Estado de S. Paulo. A frase provocou o comentário de uma das amigas, que se transformou em desafio: "Você tem muito episódio da vida ligado a músicas? Por que não escreve um livro?"

"Fiquei pensando nisso e fui trabalhando: memórias de infância, adolescência, juventude, maturidade. Cuba, Roma, Paris, São Paulo, Araraquara, tudo me passou pela cabeça", conta o autor, que autografa nesta terça-feira o fruto de seu trabalho, "Solidão no Fundo da Agulha" (Fundação Carlos Chagas). Além dos textos, o volume traz imagens do fotógrafo Paulo Melo Jr. e um CD com canções interpretadas por Rita Gullo, filha de Loyola.

##RECOMENDA##

São 32 crônicas que remetem a lugares e canções que marcaram de forma especial a trajetória do escritor - como o relógio da extinta loja do Mappin, no centro da cidade, imagem que ilustra a capa do livro; ou canções como "Quizás" e "Amado Mio". "Poderia ter feito um livro de 500 páginas se conseguisse reunir lembranças suficientes para justificar músicas que continuam em minha cabeça", comenta o escritor. "Detalhe: não guardo uma melodia e nem uma letra. Mas basta ouvir algum trecho, que me vem à memória um momento, atual ou antigo."

A fórmula já foi utilizada por Loyola em outro livro, "Veia Bailarina" (Global). Ali, ele elencou músicas que gostaria que cantassem em seu funeral. "Havia de tudo, de gosto popular a ritmos que me embalaram na juventude e adolescência", conta. "Nessa fase, eu sofria muito (nessa idade, adoramos sofrer), porque não arranjava namorada, era tímido, não tinha coragem de 'tirar' as moças para dançar. Daí a lembrança de canções que marcavam as festinhas, os bailes de formatura (sempre com grande orquestras), as músicas tocadas no cinema antes da sessão começar - no cine Odeon, tocou-se por anos a Suíte Quebra Nozes, de Tchaikovsky, preparando a plateia para a abertura de cortinas e o início do filme."

A criação dos contos baseou-se nos acasos, ocorrências que fascinam o escritor. Um bom exemplo está no texto em que Loyola, enquanto descia uma rua, foi atraído por "Amado Mio". "Era o caminho inverso ao de minha casa. Eu devia ter ido para o lado contrário, mas não. Levado pela canção, segui a música do filme Gilda. E foi assim que consegui meu primeiro emprego em São Paulo, quando pensava em desistir, depois de tentativas fracassadas de conseguir trabalho." A obra, entre escrita e reescrita, consumiu nove meses de dedicação. O resultado, segundo o autor, não é um livro longo, mas intenso.

Quando surgiu a ideia de formatar o livro na Fundação Carlos Chagas, a coordenação do projeto LivrosPara Todos (iniciativa da entidade) sugeriu que Rita Gullo gravasse um CD com as músicas citadas. A cantora se entusiasmou com o projeto, foi atrás das canções. "Nenhuma é do tempo dela, mas Rita se emocionou, formou um conjunto, todos jovens", comenta Loyola. "E me foi devolvido o encanto destas canções que me embalaram. Recuperei a emoção de instantes diferentes. Quer dizer, algumas destas canções, que tem mais de 60 anos, tocaram os jovens. Não se vive apenas de Claudia Leite, Luan Santana ou Michel Teló. Há setores, há segmentos, há zonas sem contaminação da mediocridade, do rasteiro." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

SOLIDÃO NO FUNDO DA AGULHA

Autor: Ignácio de Loyola Brandão.

Editora: LivrosPara Todos (168 páginas, R$ 59,50)

Lançamento: Bar Vianna. Rua Cristiano Viana, 315. 3ª, São Paulo, às 19 h.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando