Tópicos | Feira de Frankfurt

No boletim mensal que envia a seus associados, o Sindicato Nacional dos Editores de Livros lista as dez obras que foram mais pirateadas na internet no mês anterior. E, entre os títulos, há tanto de ficção como de não ficção - ironicamente, em setembro, ostentava o segundo lugar o romance A Menina que Roubava Livros (Intrínseca), do australiano Markus Zusak, que há anos faz sucesso no Brasil.

"Não temos condições de dimensionar quantos downloads de cada obra são feitas por dia, apenas temos um software que vasculha a rede em busca de sites piratas, que oferecem os títulos gratuitamente de forma ilegal", comenta Sônia Machado Jardim, presidente do Snel e executiva da editora Record. "Tão logo detectamos um site, entramos na Justiça para impedir a pirataria. Mas, é como enxugar gelo, pois para cada site fechado, outro é rapidamente aberto."

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De fato, com o avanço tecnológico, um livro ocupa uma parte ínfima de um arquivo, exigindo apenas alguns segundos para a transferência completa de seu conteúdo. E, graças à tecnologia e-ink presente nos e-readers, um livro eletrônico pode acomodar milhares de textos em um único arquivo do tamanho de um vídeo. "É incrível a facilidade", comenta Sônia.

Como ainda não há uma jurisdição específica para o tema, o que implicaria, por ora, na violação dos direitos do cidadão, a solução prática é aumentar o policiamento e a filosófica é acreditar na conscientização dos usuários.

"Desde que o Snel começou a apoiar a operação de busca e notificação de oferta de cópias piratas na web, percebemos que número de ofertas e de download tem se mantido alto, independentemente do crescimento da oferta de e-books, aumento no número de livrarias digitais e da distribuição de dispositivos de leitura",

comenta Roberto Feith, da Alfaguara/Objetiva. "Perdura um fenômeno de comportamento bastante curioso: pessoas que seriam absolutamente contra a ideia de alguém entrar numa livraria, escolher meia dúzia de livros e sair sem pagar, acham perfeitamente normal fazer o mesmo no formato digital. Enquanto a sociedade como um todo não compreender que a remuneração do trabalho do autor, em qualquer formato, impresso ou digital, é fundamental para preservar a produção de cultura e conhecimento, a pirataria digital continuará como um grave problema para todo o universo dos livros."

O mesmo pensamento é compartilhado por Luiz Schwarcz, da Companhia das Letras. Para ele, a disposição de reconhecer o livro como o trabalho de um conjunto de pessoas é fundamental para controlar a ilegalidade. "Ao menos não vivemos a mesma situação que a Espanha, onde a pirataria quase liquidou com o mercado digital do livro", comenta.

Um dos mais importantes centros editoriais da Europa, a Espanha foi surpreendida quando, em 2010, os downloads ilegais de livros digitais saltaram para 35% do total do mercado, frente a 19% do ano anterior. Por conta disso, estima-se em 400 milhões de euros o total da perda só no primeiro semestre daquele ano, número superior ao correspondente de todo 2009.

O fenômeno logo se tornou assunto de Estado. Ainda em 2010, a Federação de Grêmios de Editores da Espanha revelou que, em abril, a pirataria digital havia superado todas as fotocópias ilegais de 2009, a pirataria da pré-história. O surgimento dos tablets e sua rápida difusão eram apontados como principais responsáveis.

Já na Rússia, o que os editores esperavam se transformar em uma nova fonte de receitas - conteúdos comercializados por meio de dispositivos eletrônicos - quase se converteu em um buraco negro. Lá, com o surgimento de novas ferramentas digitais, subiu para 70% a quantidade de russos que leem e-books. O problema é que 92% desse total admitiu baixar seus livros gratuitamente na internet. Para se ter uma ideia da gravidade dessa cifra, nos EUA o número não passa de 12%.

Apesar do tremendo malefício provocado na indústria, a pirataria é vista, muito particularmente, como um selo de garantia. "Com exceção dos técnicos, normalmente obrigatórios, os livros de ficção, quando copiados ilegalmente, servem para nós como sinal de aceitação", conta um editor, que pede anonimato. "Afinal, ninguém vai perder tempo pirateando porcaria."

A prática, aliás, também não auxilia na definição do perfil do leitor que busca download gratuito proibido. "Não se pode dizer que se trata, em sua maioria de jovens, só porque eles dominam as ferramentas da internet", acredita o escritor Eduardo Spohr, raro exemplo de sucesso que começou na web e que se transferiu para uma grande editora, a Record, na qual publica, desde 2011, a série Filhos do Éden. "Percebo nessa meninada uma adoração pelo livro como objeto de colecionador. Assim, quando eles não resistem e baixam algum arquivo ilegal, é normalmente para ter uma ideia de como é a trama - algo como, em uma livraria, ler a orelha e os primeiros capítulos do volume para ter a certeza da escolha."

Idêntica impressão tem Paulo Rocco, presidente da editora que leva seu nome. "Os fãs baixam, sim, arquivos ilegais, mas é porque querem ter o sabor de serem os primeiros a descobrir a nova edição", acredita. "Depois, com o livro lançado, eles compram."

Rocco enfrentou um verdadeiro ataque na web quando publicava a saga do bruxinho Harry Potter, entre 1997 e 2011, dividida em sete volumes que venderam mais de 600 milhões de cópias em todo o mundo. Segundo ele, o mais comum era algum fã afoito adquirir um exemplar do original em inglês e, depois de passar madrugadas traduzindo de forma atabalhoada, colocar sua versão na internet. "Normalmente, era rejeitada porque mal escrita."

O editor, no entanto, realmente ficou surpreso com a audácia de alguns leitores que, como verdadeiros hackers, conseguiram invadir o computador da tradutora Lia Wyler em busca de seus arquivos sobre a série. "Fomos obrigados a acomodar a Lia em uma sala na editora, onde mantinha contato direto com os editores, conseguindo assim terminar sossegadamente a tradução."

O desejo de um fã, realmente, não tem limite. Sônia Jardim conta que determinada obra da americana Meg Cabot, autora da famosa série O Diário da Princesa, certa vez, já estava disponível na internet enquanto o livro ainda rodava na gráfica. "Isso revela que, a partir do momento em que o texto sai do computador e viaja para alguém na editora e daí para a gráfica, existem diversos pontos frágeis, que abrem brechas para o vazamento do conteúdo", explica.

Para tentar ao menos detectar em qual ponto aconteceu o desvio, Rocco (assim como diversas editoras) instituiu diferentes marcas d’água que ficam nas páginas e identificam quem detinha aquele arquivo pirateado. "Assim, conseguimos ter uma ideia de quem poderia ter feito o desvio."

Medidas como essa formam conjunto de defesa arquitetada pelos editores, que contam ainda com rastreadores na internet e eficientes escritórios de advocacia, que notificam os infratores. Isso enquanto aguardam uma definição da Justiça, que poderia ter vindo com o projeto de lei 5937, apresentado no ano passado e examinado pela comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados.

O projeto pedia a "proibição de publicação de conteúdo na internet sem autorização prévia do autor". Ainda estabelecia que o usuário ou provedor que disponibilizem conteúdo na internet sem autorização prévia autor devem ser responsabilizados por danos gerados. A deputada Iara Bernardi, relatora do processo, rejeitou-o, alegando que apenas o Poder Judiciário pode julgar se determinado conteúdo fere os direitos autorais.

Os 10 Livros Mais Pirateados em Agosto

1 - Atlas de Anatomia Humana

2 - A Menina que Roubava Livros

3 - Alienação Parental

4 - As 48 Leis do Poder

5 - Álgebra Linear

6 - A Náusea

7 - A Vida Como Ela É

8 - A Torre Negra

9 - As Sete Leis Espirituais do Sucesso

10 - Anatomia Humana - Atlas Fotográfico Anatomia

Fonte: Associação Brasileira de Direitos Reprográficos

Cinco autores brasileiros foram selecionados pelo Ministério da Cultura para participar da maior feira de livros do mundo, a de Frankfurt, na Alemanha, que acontece de 8 a 12 de outubro. Na edição deste ano, a feira homenageia a Finlândia. No ano passado, o Brasil foi o país homenageado.

Os escolhidos foram a poetisa Ana Martins Marques; o escritor e pesquisador Cuti, pseudônimo de Luiz Silva; o jornalista e escritor Edney Silvestre; o jornalista, cientista político e professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP) Bernardo Kucinski e o jornalista e romancista Eduardo Sphor.

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Um dos critérios utilizados na escolha dos autores foi a existência de obras traduzidas para o alemão. Os cinco selecionados participarão de uma programação paralela à feira, no Instituto Cervantes, no próximo dia 10 de outubro.  Intitulada Noite de literatura brasileira em Frankfurt, o evento terá duas mesas de debates mediadas pelo tradutor e difusor da língua portuguesa na Alemanha, Michael Kegler.


O cartunista e escritor Ziraldo, 81 anos, teve alta neste sábado (dia 12) do hospital em que esteve internado por dois dias, em Frankfurt, na Alemanha. Ziraldo está no país europeu para participar de uma feira de livros e passou mal na última quinta-feira (dia 10).

O escritor foi internado e submetido a um cateterismo, após ter sofrido um pequeno enfarte. Ziraldo passa bem e confirmou presença, neste domingo (13), em palestra na feira literária. A feira literária em Frankfurt termina hoje e, este ano, homenageia o Brasil. As informações são da Agência Brasil.

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Desde o sucesso de "O Filho Eterno", de 2007, o escritor Cristóvão Tezza não enfrenta a escrita de um romance, que exige fôlego. "Cuidei apenas de algumas sonatas, como considero Um Erro Emocional e Beatriz, meus livros seguintes. Agora, estou me dedicando novamente a uma sinfonia", brinca ele, revelando estar próximo de encerrar sua próxima obra, "O Professor". "Gosto desse título - é enigmático", completa, sem entrar em detalhes.

O livro deve ser lançado em 2014, ano em que a editora Record pretende relançar outros títulos do autor catarinense, como "A Suavidade do Vento" (de 1991). Mas a grande novidade é o acordo que Tezza firmou com a Amazon, gigante que atua na internet, para uma nova edição de obras cujos direitos voltaram para ele, como "Ensaio da Paixão" (1982). "Foi um negócio compensador, pois me ofereceram um bom adiantamento - e ainda o acordo saiu rápido, sem grandes empecilhos", conta o escritor, que também acertou com a empresa a venda digital de contos soltos - sem a necessidade de o leitor adquirir o livro completo.

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Eis um dos primeiros passos da empresa de venda digital, que pretende entrar no Brasil também com venda física. Pelo menos outros nove escritores, entre eles Luiz Ruffato, já acertaram os direitos de publicação de alguma de suas obras esgotadas ou cujos direitos não pertencem mais a determinada editora. Um avanço que a Amazon não encontra em países como Alemanha e França.

Desde o início da Feira do Livro de Frankfurt, na terça-feira, seus principais organizadores e participantes fizeram questão de manifestar seu apoio à leis que fixam o preço dos livros, evitando que gigantes como Amazon, Apple e Google desmobilizem a concorrência pedindo valores mais baixos por seus produtos. "Essas empresas dominam a logística, mas não são editoras e nem têm paixão pela edição de um livro", declarou Jurgen Boos, diretor da Feira de Frankfurt. "São máquinas eficientes em fidelizar a clientela e, além de dominar o comércio, controlam também os suportes de leitura, deixando, com isso, os leitores em suas mãos."

"A ideia é boa, mas não sei ainda se funcionaria no Brasil", comenta Sônia Jardim, presidente do Sindicato Nacional de Editores, o Snel. "Temo que a discussão, ao se tornar política, ganhe adendos que não vão favorecer o mercado editorial." Ela se lembra, por exemplo, da existência de um lobby para que se aprove uma lei de reserva para os quadrinhos nacionais. "O risco é o mercado ser inundado por HQs ruins só para se cumprir a cota."

Pedro Herz, presidente da cadeia de livrarias Cultura, também opta pela prudência. "Cabe ao livreiro estipular o desconto no preço para tentar atrair mais consumidores. Até hoje, todos trabalharam com margens compatíveis", disse ele, desaprovando a tática de empresas como Amazon. "Elas querem destruir os concorrentes e não disputar lugar." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O escritor e cartunista Ziraldo, de 80 anos, passou mal no final da manhã desta quinta-feira, 10, enquanto visitava o pavilhão brasileiro na Feira do Livro de Frankfurt. No ambulatório do evento e sentindo forte arritmia, teve a pressão medida por um médico, que o encaminhou para um hospital da cidade.

Até o início da noite (15h no Brasil), quando ainda passava por exames, sua pressão não tinha voltado ao normal, mas ele permanecia animado, agitado e falante, contou sua filha, a cenógrafa Daniela Thomas. Pela feira, porém, circulava a informação de que ele teria sofrido um pequeno enfarte, o que não foi confirmado. Ziraldo é um dos 70 autores da comitiva oficial do Brasil na feira do livro.

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Dia desses, em Macapá, depois de se dar conta de que tinha percorrido todos os estados brasileiros para falar sobre literatura, Ignácio de Loyola Brandão resolveu que era hora de reunir, em livro, as crônicas que escreveu para o "Caderno 2", do jornal "O Estado de S.Paulo" sobre essas andanças - e extrapolam as fronteiras nacionais. Ontem, 7, em Frankfurt, o escritor recebeu a reportagem para falar sobre "O Mel de Ocara - Ler, Viajar, Comer", que lança agora pela Global. Ele é um dos 70 escritores da comitiva oficial do Brasil na maior feira de livros do mundo.

A viagem que faz agora é seu reencontro com o "cheiro verde e metálico" da Alemanha, onde viveu entre 1982 e 1983. E é seu reencontro com a feira de livros, que visitou nesses mesmos anos e também em 1988 e 1994, quando o Brasil foi, como é nesta semana, o convidado de honra.

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Na segunda-feira, 7, ele participou de uma leitura de Zero, seu livro traduzido em 1979. Foi apenas o primeiro de seus compromissos literários oficiais de uma agenda que só é possível organizar porque, anos atrás, Brandão deixou o jornalismo para se dedicar à literatura. "Não estou rico e nem vou ficar, mas estou livre para me dedicar a isso que chamam de literatura. E isso não envolve apenas o trabalho solitário da escrita, mas viajar o Brasil todo e ajudar na formação, um a um, de leitores", diz.

Entre os encontros e eventos que mais o tocaram, estão um com uma senhora que lhe deu um pote de mel em Ocara - experiência que deu nome ao livro - e o cruzeiro literário da Livraria da Vila pelo Rio Negro. Já no rol dos lugares mais inusitados onde falou sobre literatura, o porão de uma igreja em Ijuí e a plataforma da estação Paraíso do metrô, em São Paulo.

A rodinha no pé herdou do pai - que, assim como outros familiares e amigos do passado, acabam voltando nas crônicas originalmente escritas para contar sobre algo que aconteceu bem longe de sua Araraquara natal. "Tudo volta muito para a infância e a adolescência. Para as coisas mal resolvidas. E esses momentos são resolvidos com a escrita e também com a idade, que limpa muita coisa", diz o incansável escritor de 77 anos.

"Perto dos 80, pergunto-me por que não estou em casa lendo ou jogando bocha. Mas, de repente, me vejo na estrada, e estou tão feliz", completa.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O escritor Paulo Coelho reafirmou ontem, 6, que não solicitou ao Ministério da Cultura um auditório de mil lugares como condição para participar da Feira do Livro de Frankfurt, na qual o Brasil é o país convidado. "Demonstrei não apenas espanto, mas irritação", disse ele, em e-mail encaminhado à reportagem. "Nunca pedi isso - tinha um auditório de 600 lugares na Feira, e outro de 2 mil no Maritm Frankfurt." Coelho, que se desligou da delegação brasileira, disse que tentou explicar o mal entendido à ministra Marta Suplicy por meio de e-mail enviado via seu amigo, o biógrafo Fernando Morais. "Ela disse a Fernando que conseguira o auditório, o que me deixou indignado."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Terminou nesta quarta (18), o prazo para que empresas hoteleiras alemães mandassem suas propostas para a concorrência recém-aberta pelo Consulado Geral do Brasil em Frankfurt para hospedar parte da comitiva brasileira que participa, em outubro, da Feira do Livro de Frankfurt. Maior e mais importante evento do gênero, ela terá o País como convidado de honra - convite que vai custar ao Brasil R$ 18 milhões. Com hotel, os organizadores esperam gastar R$ 800 mil.

Na comitiva, há 70 escritores, além de músicos, artistas plásticos, atores, funcionários das instituições envolvidas (Ministério da Cultura e das Relações Exteriores), etc. A concorrência em questão é para 79 quartos - em alguns casos, há pedidos especiais como berço ou cama extra para filhos.

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Este foi um dos três processos licitatórios abertos pelo governo brasileiro às vésperas do início do evento - os editais foram publicados no site do consulado no fim da semana passada e na terça-feira, 17, no Diário Oficial da União. A feira será realizada de 9 a 13 de outubro.

Esta quinta-feira (19), é o último dia para o processo que prevê a "contratação de empresa especializada em produção executiva de eventos, com dedicação exclusiva, para apoiar o governo brasileiro", como diz o texto. E amanhã (20), termina o período de inscrições para assessoria de imprensa. O Brasil aceitou o convite para ser o convidado de honra da feira há três anos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Programas de apoio à tradução, a recém-lançada Granta brasileira, o fato de as editoras nacionais estarem mais atentas à literatura feita no País e do Brasil ser o país convidado da Feira do Livro de Frankfurt em 2013. Somando esses elementos à curiosidade que o País anda despertando, este é um bom momento para ser escritor no Brasil; e os que ainda não contrataram agentes literários têm de correr para não perderem a chance de fazer parte do que se espera ser o novo boom da literatura brasileira.

A Record se impressionou com a quantidade de editores em seu estande interessados no romance de estreia de Luisa Geisler, "Quiçá". Ela, que é a autora mais jovem da Granta, pode ter seu livro editado agora em Israel, Itália, Holanda e Espanha. Luiz Schwarcz, da Companhia das Letras, conta que entre os autores de sua casa, Carola Saavedra, Michel Laub e Daniel Galera foram bem procurados. "No caso do Galera, o fato da Suhrkamp ter destinado três leitores para o novo livro no fim de semana e ofertado alto para o livro se espalhou pela feira e abrirá as portas de muitos países." Cristovão Tezza aproveitou a vinda à Alemanha para assinar o contrato de edição de "O Filho Eterno" na Dinamarca.

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Record e Companhia montaram estandes próprios. As editoras que integraram o estande coletivo organizado pelo projeto Brazilian Publishers também fizeram, ou começaram a fazer, bons negócios. Até sexta-feira, último dia forte de reuniões - no sábado e domingo a feira abriu as portas para o público e os editores foram embora -, tinham sido realizadas no estande 388 reuniões. Esperava-se que os editores fechassem, no evento ou nos meses seguintes, negócios da ordem de US$ 150 mil. Porém, na primeira tabulação da pesquisa, respondida por 23% dos expositores, o valor já tinha subido para US$ 195 mil, entre venda de livro impressos e de direitos autorais de obras brasileiras.

Gustavo Faraon, da Não Editora e Dublinense, esteve em Frankfurt como parte do programa de treinamento de editores independentes da própria feira. Estudou e ganhou um estande pequeno, junto com os companheiros do Nepal, Senegal, Paquistão e Egito, entre outros países. Faraon não marcou muitas reuniões para o período da feira, e nem por isso o estande ficou vazio. "Vieram tradutores, distribuidores de livro em português e editores da China, Alemanha, Egito e Croácia. Voltando ao Brasil, vou tentar com todas as minhas forças fazer essas traduções darem certo", conta.

Montado pela primeira vez na feira, o espaço da Associação Brasileira de Editoras Universitárias também recebeu, entre outros profissionais, livreiros interessados em distribuir as obras produzidas nas universidades.

"Há muito mais gente falando o português hoje no mundo. Só de um título que ensina o idioma para estrangeiros, já vendemos, ao longo dos anos, 135 mil cópias", conta Susanna Florissi, diretora da SBS, livraria, distribuidora e editora especializada em livros técnicos. Nessa linha, a Melhoramentos deve finalizar a venda do banco de dados da Michaelis para o Japão. Se der certo, vai ganhar algo em torno de US$ 60 mil ou US$ 80 mil por ano.

A Record garantiu os direitos do novo livro de Isabel Allende e de "The Rosie Project", do australiano Graeme Simpson. A Globo entrou na onda dos eróticos e comprou o "S.E.C.R.E.T.", de E. M. Adeline. A aposta da Lafonte é "The Lost Husband", de Katherine Center. E a da Alfaguara, o italiano Alessandro Baricco. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

"Brasil, o palco agora é de vocês". Foi assim que Jürgen Boos, diretor da Feira do Livro de Frankfurt, oficializou o País como o convidado de honra da edição do próximo ano. O evento aconteceu neste domingo no pavilhão ocupado pelo atual homenageado, a Nova Zelândia, que se despediu com canções tradicionais maori. Empossado, o Brasil respondeu com bossa nova: um show de voz e violão, com Celso Sim e Arthur Nestrovski.

A cerimônia começou, na verdade, com uma conversa entre Milton Hatoum, cronista do jornal O Estado de S. Paulo, e a poeta neozelandesa Hinemoana Baker. Um encontro oportuno, pois ambos tratam da imigração em sua obra, tema muito caro aos dois países.

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Em seguida, o presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim, órgão responsável pela organização da participação brasileira, subiu ao palco para receber o bastão de Taonga Manatu, ministra da Cultura e Patrimônio da Nova Zelândia. Nesse bastão, constam frases de grandes escritores brasileiros - um gesto simbólico que se tornou inusitado: de paletó e gravata, equilibrando-se com o bastão, o microfone e o aparelho de tradução simultânea, Amorim buscava se localizar no palco ao se ver em meio a um apresentação maori, com seus participantes gritando e fazendo caretas.

Passada a festa, a realidade. O Brasil precisa decidir com urgência como vai se espalhar pela feira, além de ocupar o pavilhão de convidado de honra: com apenas um enorme estande (como costuma fazer), ou dividindo as editoras pelos pavilhões temáticos, como o de livros infantis e de quadrinhos. Os organizadores da feira necessitam da resposta até no máximo o final de janeiro.

Já os cenógrafos e diretores Daniela Thomas e Felipe Tassara foram conhecer, no sábado, o pavilhão reservado ao país homenageado. A dupla será responsável pela criação da ocupação brasileira. "Achei o espaço pequeno", disse Daniela, referindo-se aos 2.500 metros quadrados. "Também fiquei impressionada com a visitação: só no sábado, 25 mil pessoas passaram por ali." É bom lembrar que, no fim de semana, a feira é aberta ao público.

Os cenógrafos foram responsáveis pelo pavilhão brasileiro da Feira do Livro de Bogotá, na Colômbia, em abril, quando o Brasil também foi homenageado. Criaram divisórias de palavras vazadas. "Mas foi uma experiência diferente da que enfrentaremos em Frankfurt, pois o espaço lá era muito menor", observou Daniela. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

São Paulo - Durante dois anos, a Frankfurter Buchmesse, empresa responsável pela organização da maior feira de livros do mundo - a de Frankfurt - e de conferências em diversos países, estudou o mercado brasileiro para ver se seria viável a realização de uma feira aqui. A ideia não era repetir o modelo alemão, já que o evento, lá, é exclusivamente voltado a profissionais do mercado editorial internacional e aborda todos os aspectos da indústria do livro. Tampouco queria fazer algo como as bienais, cujos objetivos são, basicamente, venda de livros e apresentação do mundo literário para crianças e jovens.

O objetivo era promover o debate entre profissionais da educação, do mercado editorial e de empresas de tecnologia. Foi criada, então, a Contec Brasil - Conferência Internacional de Tecnologia, Cultura e Alfabetização, realizada gratuitamente entre terça e quarta, no Auditório do Ibirapuera.

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O projeto será ampliado em 2013 e o modelo estará mais próximo do idealizado pelos alemães. A Contec continua no programa, e será realizada paralelamente a uma sonhada feira, que, assim como as conferências, será focada no livro e na educação. São esperados expositores brasileiros e estrangeiros nas áreas educacional e editorial - sobretudo de livros infantis e juvenis, desenvolvedores de jogos, fornecedores na área de tecnologia, empresas especializadas em crossmedia e em licenciamento de produtos, entre outros. O anúncio da nova feira foi feito nesta quarta-feira, em São Paulo, por Jurgen Boos, presidente, e Marifé Boix García, vice-presidente da Feira de Frankfurt.

Os dois alertam que não se trata de fazer uma versão menor da tradicional feira alemã - a edição deste ano será entre os dias 10 e 14 de outubro. "Não se pode copiar ou fazer uma mini-Frankfurt por causa de seu tamanho e de sua abrangência", diz Boos. A feira ocupa uma área equivalente a 14 campos de futebol, recebe 280 mil profissionais de 129 países e chega a ter pavilhões inteiros dedicados a livros de artes, de gastronomia, de turismo, etc. É lá que as editoras vendem e compram os direitos dos livros que serão publicados internacionalmente nos meses seguintes.

De acordo com Marifé García, são esperados no evento brasileiro editores, professores, bibliotecários, livreiros, funcionários do governo e quem mais se interessar pela causa. Assim como em Frankfurt, haverá os chamados Hot Spots, espaço oferecido para que os expositores debatam assuntos relacionados a seus produtos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Conferência Internacional de Tecnologia, Cultura e Alfabetização: formando leitores do futuro acontece nos dias 7 e 8 de agosto, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo. Serão dois dias de atividades com o objetivo de apresentar soluções práticas, experiências de sucesso na área de incentivo à leitura e promoção de discussões aprofundadas sobre a formação de leitores, novos públicos, ambientes de aprendizagem e as tecnologias disponíveis para a alfabetização e formação de professores e incentivadores da leitura no Brasil e no mundo.

A CONTEC Brasil terá a participação de especialistas nacionais e internacionais, e marca o início da atuação da Feira de Frankfurt - mais importante feira literária do mundo - no Brasil. Podem participar educadores, universitários, administradores e gestores educacionais do setor público e privado, especialistas em tecnologia educacional, editores, agentes literários, autores, livreiros, jornalistas, bibliotecários e profissionais de empresas de crossmidia.

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As incrições podem ser feitas através da página da CONTEC Brasil.

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