Tópicos | incorporadoras

Os lançamentos e as vendas das 15 maiores incorporadoras do País ficaram praticamente estáveis no segundo trimestre, após uma sequência de crescimento nas operações vista há cerca de três anos. Apesar da desaceleração, os números mostraram mais resiliência do que a esperada pelos analistas de mercado imobiliário. Mesmo com a inflação e os juros em alta, que prejudicam o setor, o valor de venda dos lançamentos consolidados atingiu R$ 9,93 bilhões no segundo trimestre, alta de 2,4% ante igual período de 2021. As vendas ficaram estáveis, com queda de 0,6%, a R$ 7,7 bilhões.

Os números foram compilados pela reportagem a partir do balanço prévio de 15 incorporadoras listadas na Bolsa: Cury, Direcional, MRV, Plano & Plano e Tenda (atuação no segmento econômico) e Cyrela, Even, Eztec, Gafisa, Helbor, Lavvi, Melnick, Mitre, Moura Dubeux e Trisul (voltadas a consumidores de média-alta e alta rendas).

##RECOMENDA##

Algumas empresas se destacaram pelo crescimento dos lançamentos e das vendas, casos de Cyrela, Cury e Direcional. Pelo lado negativo, apareceram Tenda e Eztec. "De maneira geral, a temporada de prévias foi boa", disse o analista da XP Ygor Altero. "As melhores prévias foram de Cury, Direcional e Cyrela."

Baixa renda

Para entender a situação do mercado, é preciso olhar cada setor separadamente. No segmento de baixa renda, que concentra o programa Casa Verde e Amarela (CVA), com imóveis de até cerca de R$ 350 mil, os lançamentos subiram 7,5% no segundo trimestre, para R$ 4,73 bilhões, enquanto as vendas líquidas caíram 1,6%, para R$ 3,93 bilhões. "Está havendo uma clara movimentação de transferência de share (participação) das empresas pequenas para as grandes", afirmou o analista do Bradesco BBI Bruno Mendonça, em entrevista. "O segmento do Casa Verde e Amarela vem encolhendo no País, mas isso não conversa com os dados das grandes empresas listadas na Bolsa."

Além disso, começou a valer no segundo trimestre uma parte dos estímulos do governo federal ao Casa Verde e Amarela atualizando as taxas de juros e as curvas de subsídios, com ganho de poder de compra pela população. Isso ajudou as empresas a seguir repassando o aumento dos custos dos materiais para os preços finais dos apartamentos.

A MRV, maior construtora residencial do País, subiu os preços em 30,5% em um ano, para R$ 219 mil. Na Direcional, a alta foi de 13,5%; na Cury, 41%; na Plano & Plano, 6,3%, e na Tenda, 33,2%. A exceção, neste caso, foi a Tenda, que, endividada, reduziu os lançamentos e subiu os preços, levando a uma perda na velocidade das vendas.

Média e alta rendas

Entre as construtoras voltadas ao público de maior poder aquisitivo, os lançamentos atingiram R$ 5,2 bilhões no segundo trimestre, baixa de 2% na comparação anual. As vendas líquidas foram de R$ 3,7 bilhões, alta de 0,5%. Aqui, a maioria das empresas buscou fazer lançamentos residenciais de alto padrão e luxo, com apartamentos entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão.

Os consumidores destes segmentos têm renda elevada e sofrem menos com aumento da gasolina, comida e juros dos financiamentos, por exemplo. Já os imóveis de classe média, na faixa de R$ 500 mil a R$ 600 mil, têm perdido espaço justamente pelo aperto da renda.

Um dos resultados mais robustos, segundo os analistas, foi da Cyrela, líder em alto padrão. Even, Melnick e Gafisa também ampliaram lançamentos e vendas, impulsionadas por projetos de alto padrão. Já a Eztec e a Helbor, mais voltadas à classe média, encolheram. A Eztec cortou os lançamentos pela metade no trimestre.

"Em geral, as empresas aqui estão mais seletivas, buscando lançar unicamente aquilo que tenham segurança de que vão vender bem", disse Mendonça, do Bradesco BBI. "Os números estão melhores do que o humor do mercado sugeria. Mas fica a pergunta: até quando?"

Segundo Mendonça, muitos lançamentos podem ter sido adiantados pelas empresas para fugir da Copa do Mundo e das eleições presidenciais neste fim de ano - o que quer dizer, portanto, que devem baixar o mesmo ritmo até o fim do ano.

Crise à frente?

Analistas do Citi, André Mazini e Hugo Grassi lembram que há muitos canteiros em obra e com entregas das chaves em 2022 e 2023. Só que as taxas de juros estão bem mais altas. Há dois anos, beiravam 7%, enquanto hoje estão perto dos 10% ao ano - isso sem contar a correção dos contratos na planta pelo INCC, que acumula alta acima de 20% nos últimos dois anos. "Achamos que o filme vai ficar mais feio pela frente", estimou Grassi.

Nem todas as empresas divulgam os distratos em seus balanços, o que impede o levantamento de um dado consolidado pela reportagem. Tomando como base pesquisa da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), os distratos subiram 55% no trimestre fechado em abril, na comparação anual, chegando a 18,9 mil unidades. Em termos relativos, foram equivalentes a 11,2% das vendas brutas no período.

O aperto no crédito restringe a intenção das famílias em adquirir imóveis e tende a sustentar um nível elevado de distratos, pavimentando o caminho para uma espiral negativa de lançamentos e dificuldades adicionais de vendas. A situação, apontam especialistas ouvidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, agrava a perspectiva para as incorporadoras, que já lidam com a deterioração do cenário macroeconômico e o enfraquecimento da confiança dos consumidores.

Com inflação elevada e baixo crescimento econômico, já suficientes para afastar clientes dos estandes de vendas, a postura mais rígida dos bancos em relação ao mercado imobiliário faz cair o número de negócios. Reflexo desse processo pode ser observado nos primeiros três meses deste ano. No período, das 15 principais empresas de capital aberto no setor, 11 informaram perdas em volume bruto medido pelo Valor Geral de Vendas (VGV), umas mais outras menos, variando entre 7% e 90%.

##RECOMENDA##

Vale ressaltar que, em alguns casos, os números do começo do ano foram influenciados também pela ausência de contratações na faixa 1 do Minha Casa Minha Vida, que abarca famílias com renda mensal de até R$ 1,6 mil e tem subsídio quase total oferecido pelo governo para a compra do imóvel.

Para a analista Paola Mello, que trabalha com construção civil no Citigroup, a queda das vendas em 2015 pode ser maior que 20% entre as nove companhias acompanhadas pelo banco: PDG, Cyrela, Gafisa, Rossi, MRV, Even, Tecnisa, Direcional e EZtec. Ela afirmou que as companhias mais alavancadas, como Rossi e PDG, tendem a ficar mais vulneráveis e propícias a adotar estratégias de descontos e lançamentos reduzidos, pois precisam encontrar maneiras de aumentar os negócios e gerar caixa para liquidar obrigações.

Já entre segmentos de renda, há uma fragilidade maior em companhias que trabalham com classe média, que tem sofrido com o encarecimento do crédito e a perda do poder de compra, com o aumento da inflação. Para exemplificar, a analista citou a Even e a Tecnisa. Já nas linhas mais populares, Paola Mello ressaltou que a faixa 1 do MCMV parece estar "praticamente congelada" neste ano, por causa dos ajustes fiscais do governo, o que impacta companhias como a Direcional. Já as faixas 2 e 3 do programa, que têm juros mais baixos e dependência governamental menor, são "exceções à regra". "Esse é o único segmento que está positivo hoje", afirmou a executiva, ao apontar o foco de trabalho da MRV.

Ainda que afete as companhias em níveis distintos, o crédito mais restritivo dificulta a situação das incorporadoras ao elevar a perspectiva de que menos pessoas terão acesso ao financiamento, diminuindo a demanda por novas unidades, segundo o analista Marcelo Motta, do JPMorgan. O especialista afirmou que a resposta de muitas companhias é oferecer descontos e promoções, "o que reduz ainda mais a velocidade de venda, pois os compradores ficam ansiosos" à espera de preços cada vez menores.

Outra estratégia adotada pelas companhias é a redução de lançamentos e o esforço em negociar unidades em estoques, de modo a conter os gastos e evitar um aumento ainda mais acentuado da oferta no mercado. No primeiro trimestre, apenas o grupo Gafisa, liderado pelo segmento Tenda, registrou aumento no VGV de lançamentos, enquanto as outras 14 companhias ou diminuíram o volume de novos empreendimentos ou não lançaram projetos no período.

O problema é que, em geral, as vendas de produtos antigos tendem a ser mais difíceis em comparação com a negociação de unidades novas. "As vendas de estoques são mais lentas do que as de lançamentos. Por isso, cria-se uma relação de 'lança menos, vende menos", afirmou Paola Mello, do Citigroup. Por outro lado, o analista Lucas Gregolin, do Banco Fator, acredita que essa postura mais conservadora das companhias pode ajudar a equilibrar a relação entre oferta e demanda. Para ele, há a expectativa de que, caso a situação da economia brasileira mostre uma certa melhora, o mercado imobiliário pode apresentar uma reação a partir de 2016. "Teremos em 2015 menos lançamentos que em 2014, mas podemos ver uma certa recuperação em 2016, com patamares próximos a 2014", afirmou o analista, ao ressaltar que as empresas têm terrenos para construir, mas devem esperar a demanda.

Distratos

O nível de cancelamentos de vendas, processo conhecido como distrato, é outro problema que pode ser agravado pelo aperto de crédito. Em geral, a assinatura do financiamento imobiliário no Brasil só acontece no momento da entrega da unidade. Quando o comprador não é aprovado pelo banco, ele pode ficar impossibilitado de quitar os saldos e acaba sendo desligado pela empresa, gerando o distrato. Além disso, o aumento do custo dos empréstimos imobiliários torna as prestações mais salgadas.

As empresas têm entregado desde o ano passado uma grande quantidade de imóveis, que foram lançados há cerca de quatro anos, quando o mercado imobiliário estava aquecido. Cria-se assim um conflito entre dois momentos muito distintos da economia: o crescimento do passado e a presente crise. Em outras palavras, o consumidor que comprou uma residência com perspectivas de emprego estável, inflação contida e juros baixos hoje enfrenta outra realidade. "Se uma parte dessas pessoas não consegue mais obter o financiamento e não tem recursos próprios para quitar, não tem outra opção: o contrato tem de ser cancelado", diz Paola Mello, do Citi. "Já estamos partindo de um patamar de vendas brutas mais baixas e, ao acrescentar os distratos referentes ao pico de vendas de alguns anos atrás, temos vendas líquidas baixíssimas".

A analista explicou ainda que há uma perspectiva entre os empresários de que um nível de distratos de 20% na comparação com as entregas, em termos de VGV, é natural na vida do projeto. Nesse primeiro trimestre, muitas empresas chegaram a informar patamares bem mais elevados, como a proporção de 60% da Helbor, embora outras, como o segmento Gafisa, tenham se mantido perto desses 20%. Nem todas as companhias publicam o volume total de entregas ou cancelamentos.

Diante dessas perdas com os distratos, as empresas têm buscado endurecer a seleção dos compradores para se aproximar das exigências dos bancos para financiamentos, lembra Gregolin, do Fator. "Em 2010 e 2011, a análise de crédito não era rigorosa. Isso ocasionou um distrato bastante elevado. Mas as empresas têm se alinhado melhor com os bancos", afirmou Gregolin.

O diretor-executivo da Associação Brasileira de Incorporadoras (Abrainc), Renato Ventura, ressaltou que as companhias têm buscado formas de melhorar a atribuição de crédito, dentro de uma série de medidas para aprimorar a gestão. Segundo o dirigente, o setor é "cíclico" e está passando por um momento de ajustes, que abrirão caminho para a recuperação. Por enquanto, o mercado vive uma etapa de maior seletividade sobre os lançamentos e as vendas continuam a fluir, ainda que em volumes menores, afirmou. "O ajuste está sendo feito e, em breve, deve vir o momento da recuperação. As empresas vão voltar a construir e produzir de maneira mais acelerada. Embora a questão do crédito seja importante, vemos que ainda existe demanda no setor", afirmou o dirigente.

Incertezas econômicas, estoques elevados e o desaquecimento da demanda frearam os negócios das incorporadoras de capital aberto no último trimestre, provocando redução da venda de imóveis e dos lançamentos de novos projetos. Os empreendimentos imobiliários lançados entre julho e setembro totalizaram R$ 2,5 bilhões em valor geral de vendas (VGV) - 23% menos do que nos mesmos meses do ano passado. Já as vendas contratadas atingiram R$ 3,3 bilhões, uma redução de 10% no trimestre.

O levantamento foi feito pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, a partir do relatório operacional divulgado por oito das maiores companhias do País listadas na Bolsa (Cyrela, Gafisa, MRV, Direcional, EZTEC, Even, Helbor e Rodobens). Os números de vendas ainda são parciais e devem ser revistos para baixo, pois algumas empresas anunciaram apenas o volume bruto de vendas, sem considerar a quantidade de distratos. Esses detalhes serão conhecidos só no próximo mês, com a divulgação dos balanços completos.

##RECOMENDA##

Segundo o diretor financeiro da EZTEC, Emílio Fugazza, o ano tem sido muito desafiador para o mercado imobiliário. Além dos feriados da Copa do Mundo terem esvaziado os estandes de vendas em junho e julho, o quadro eleitoral também interferiu no resultado. "Nessa situação, é difícil ter clareza para investir."

O arrefecimento do setor também pode ser explicado por problemas operacionais das próprias incorporadoras, que estão trabalhando com estoques altos, diz o analista de construção do banco JP Morgan, Marcelo Motta. "As empresas tiraram o pé do acelerador e adiaram novos projetos para não criar mais estoques", disse. Motta lembrou que a prioridade das companhias é vender unidades já lançadas e controlar rescisões de vendas. Desde o ano passado, o distrato se tornou um problema de grandes proporções, reflexo do grande volume de obras em fase final.

Estoque

Os cancelamentos ocorrem no momento da conclusão das obras, quando o cliente que adquiriu a unidade na planta é repassado pela incorporadora para o banco, onde assumirá financiamento para quitar o saldo devedor. O problema é que muitos clientes não têm o crédito aprovado e são obrigados a abrir mão do imóvel, que retorna ao estoque. Há também os casos de clientes que compraram o imóvel esperando valorização na revenda, mas têm optado por devolvê-lo espontaneamente. Como o preço já não sobe tanto, o negócio deixa de ser atrativo.

No terceiro trimestre, a Gafisa foi a única das oito empresas a informar o número de distratos. No caso da empresa, as rescisões atingiram 43,6% das vendas brutas entre julho e setembro. Na Tenda, subsidiária da companhia, o patamar foi ainda mais alto: 80,2%. "A Tenda continua a finalizar e entregar seus projetos antigos, mantendo a política de cancelamento de vendas a clientes não elegíveis (ao financiamento bancário)", justificou a companhia, em relatório. Com a rescisão forçada, a Gafisa busca acelerar a revenda para compradores com condições financeiras melhores.

Outro ponto que contribuiu para a retração do mercado imobiliário foi o enfraquecimento da demanda. De acordo com Belmiro Quintaes, diretor de atendimento da imobiliária Lopes, os compradores têm levado mais tempo para fechar negócio, à procura de preços atrativos e ofertas especiais. "O cliente tem mais opções e está mais seletivo, então demora mais para definir a compra", disse.

Quintaes acredita que, com o fim do período eleitoral, pode haver melhora nas vendas e lançamentos. Ele pondera, no entanto, que a estabilização dos estoques levará muito tempo para acontecer, pois depende do aumento na velocidade de vendas, que, por sua vez, está associada à recuperação da economia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As incorporadoras imobiliárias que passam por processos de reestruturação conseguiram sair do vermelho e voltaram a ter lucro, conforme mostrou a temporada de balanços referente ao quarto trimestre de 2013. No entanto, os resultados ainda não foram suficientes para animar investidores.

A avaliação do mercado é de que parte dessa recomposição só ocorreu graças a efeitos não recorrentes, que não irão se repetir nos próximos meses. Além disso, ainda há muitos desafios para as empresas do setor imobiliário voltarem ao equilíbrio, como redução dos estoques, corte nos altos níveis de endividamento e busca de margens mais elevadas.

##RECOMENDA##

Juntos, esses fatores darão a tônica de 2014, dizem analistas do setor. "Os balanços melhoraram, mas isso não quer dizer que as empresas chegaram a um ponto de alta lucratividade", afirmou Marcelo Motta, do JPMorgan. "Por isso, os papéis na Bolsa estão meio jogados de lado. As empresas ainda não convenceram."

"Em linhas gerais, essa safra de balanços mostrou mais do mesmo. As empresas que estavam bem continuaram bem, e as que tinham um desempenho ruim ainda não reverteram de fato seus pontos negativos", avaliou Luis Maurício Garcia, analista do Bradesco.

No grupo das incorporadoras que passam por reestruturação, a PDG teve lucro de R$ 19 milhões no quarto trimestre, interrompendo uma série de quatro balanços consecutivos com prejuízos. No entanto, a incorporadora contou com eventos que não fazem parte de seu dia a dia para recuperar o lucro, como a venda de 100% do empreendimento comercial Domo Corporate. Sozinho, o negócio garantiu ganho líquido de R$ 56 milhões. Sem isso, a PDG teria amargado o quinto prejuízo trimestral seguido. "Ainda temos volatilidade nos resultados", admitiu o diretor-presidente da PDG, Carlos Piani, após a divulgação dos números.

Segundo ele, a companhia tem avançado e seguirá trabalhando para reverter a queima de caixa, de R$ 47 milhões no trimestre. Os estoques de imóveis prontos, que geram custos de manutenção, representam 19% do total, nível considerado elevado.

Venda

Outra incorporadora que fechou o ano no azul foi a Gafisa, com lucro líquido de R$ 921,2 milhões no quarto trimestre. O resultado foi turbinado pela venda da empresa de loteamentos Alphaville. Sem isso, o lucro seria de R$ 81,2 milhões. A venda também permitiu à Gafisa derrubar sua alavancagem de 126% para 36,1%. "A transação mostra que estamos virando uma página. É vida nova", disse o presidente, Duílio Calciolari.

Segundo o executivo, a companhia vai se concentrar neste ano na melhora da rentabilidade. O foco é a limpeza do portfólio, com a entrega de 7 mil unidades da Tenda. Muitas dessas obras estão atrasadas e tiveram o orçamento estourado, o que ainda vai pressionar as margens da companhia.

A Rossi também acumulou algumas conquistas no trimestre. A empresa reverteu prejuízo, obteve lucro de R$ 2,5 milhões, passou a gerar caixa e cumpriu sua meta de alavancagem. "Isso mostra a assertividade no cumprimento do plano estratégico colocado em prática em 2013. Esse foi o ano da virada", disse o diretor-superintendente, Leonardo Diniz. Para 2014, a tônica será expandir a geração de caixa e baixar o endividamento, que está no patamar de 97,3%. A Rossi tem estoque alto de imóveis para venda, com unidades prontas representando 11% do total.

A Brookfield também faz parte do grupo que está em processo de reestruturação, mas seus números ainda são desconhecidos, pois a empresa adiou a divulgação do balanço trimestral para 10 de abril. Analistas de quatro instituições financeiras (Bradesco, Itaú BBA, BTG Pactual e Morgan Stanley) não chegaram a um consenso na projeção dos resultados da incorporadora, mas indicaram que a Brookfield ainda não teve êxito na sua reorganização. Três analistas estimam prejuízo na faixa de R$ 9 milhões a R$ 31 milhões no trimestre, e um deles prevê lucro de R$ 3 milhões. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O volume de repasses de clientes das incorporadoras para a Caixa Econômica Federal cresceu 23% no primeiro quadrimestre de 2012 em relação ao mesmo período de 2011. Segundo informou nesta sexta-feira José Urbano Duarte, vice-presidente de Governo e Habitação da Caixa, o financiamento de imóveis novos saltou de 118 mil unidades para 145 mil no período.

Em 2011, as incorporadoras foram afetadas em seu fluxo de caixa devido a dificuldades operacionais no encaminhamento de clientes para o financiamento imobiliário junto aos bancos. No caso da Caixa, o processo enfrentou limitações operacionais, além de uma greve de funcionários. "Com o crescimento dos repasses até agora, é possível dizer que não estamos vendo dificuldades", afirmou Urbano, durante coletiva de imprensa no Feirão da Casa Própria.

##RECOMENDA##

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando