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Indígenas que vivem no Vale do Javari, no extremo oeste do Amazonas, região com maior número de grupos isolados e de recente contato do mundo, afirmam que foram contaminados por covid-19 por meio de agentes de saúde do governo. Ao menos 20 indígenas da região já contraíram a doença, segundo informações de terça-feira, 9, do governo do Estado.

"Suspeita-se que seja através dos profissionais da saúde ou funcionários do DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena), como aconteceu com nossos parentes da região do Solimões", afirma a União dos povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), em nota divulgada no domingo, 7, que também pede "socorro" e "pronta resposta" a autoridades para o atendimento da população indígena.

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Indígenas que vivem no Vale do Javari, no extremo oeste do Amazonas, região com maior número de grupos isolados e de recente contato do mundo, afirmam que foram contaminados por covid-19 por meio de agentes de saúde do governo. Ao menos 20 indígenas da região já contraíram a doença, segundo informações de terça-feira, 9, do governo do Amazonas.

"Suspeita-se que seja através dos profissionais da saúde ou funcionários do DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena), como aconteceu com nossos parentes da região do Solimões", afirma a União dos povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), em nota divulgada no domingo, 7, que também pede "socorro" e "pronta resposta" a autoridades para o atendimento da população indígena.

Procurado, o Ministério da Saúde não informou sobre quantos agentes de saúde que estiveram no local estão infectados. A pasta apenas confirmou, em 4 de junho, que quatro agentes de saúde testaram positivo, mas que não sabiam como haviam sido infectados.

Após denúncias dos indígenas, o MPF fez recomendações no último domingo, 7, à Secretaria Especial de Saúde Indígena, do Ministério da Saúde, à Fundação Nacional do Índio (Funai), ao governo do Amazonas e à Prefeitura de Tabatinga.

Procuradores recomendam compra urgente de insumos para tratamento da covid-19, além da instalação de locais adequados de quarentena para profissionais de saúde e indígenas contaminados ou com sintomas do vírus.

A recomendação costuma ser a etapa anterior à apresentação de uma ação judicial, caso o problema não se resolva. O MPF aponta ainda "continuo desaparelhamento da Funai", inclusive no Vale do Javari.

Após três meses de pandemia, Funai e ministérios dos Direitos Humanos e da Saúde falaram à imprensa na terça-feira, 9, sobre combate ao vírus em comunidades tradicionais e indígenas. Em nota, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) reagiu às declarações do governo e disse que a resposta à doença é lenta.

"As equipes de saúde estão despreparadas e, em muitos casos, entrando em área sem cumprir quarentena e desrespeitando as estratégias de isolamento das comunidades. Na TI Vale do Javari, a própria equipe da Sesai entrou contaminada transmitindo a doença nas aldeias", disse a Coiab.

O Ministério da Saúde nega que agentes do governo tenham levado a doença para dentro da terra indígena. Em nota enviada à reportagem, a pasta afirma que a "região tem como característica a passagem de comerciantes e pescadores" e que já cumpre recomendação do MPF de testar profissionais para a covid-19 antes de enviá-los a campo.

A versão do governo federal diverge com a de indígenas da região. Em nota citada pelo MPF, lideranças Kanamari afirmam que o único contato com um não indígena na aldeia São Luiz, onde há suspeitos da covid-19, foi feito justamente entre um agente de saúde com um comerciante de bananas. "As lideranças relatam que provavelmente os profissionais da saúde já estavam contaminados, sendo esta, uma possível via de contágio nas comunidades", diz nota do povo Kanamari citada por procuradores.

Uma paciente que estava internada no Hospital Municipal Pedro I, em Campina Grande, morreu nesta sexta-feira (21) com suspeita de infecção por superbactéria. A bactéria em questão é a Klebsiella pneumoniae Carbapenemase (KPC), um tipo raro e muito resistente ao tratamento com antibióticos. Outro paciente, que está internado no hospital municipal, também está sob suspeita de ter contraído infecção pela KPC. Eles foram inicialmente atendidos na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e, de lá, foram encaminhados para o Hospital Pedro I.

De acordo com a Assessoria da Secretaria Municipal de Saúde o caso está sendo apurado para confirmar se a paciente morreu em decorrência da infecção. Os sintomas da infecção pela KPC são febre, dor no corpo e na bexiga e tosse, nos casos de pneumonia. Ela pode causar infecções no trato urinário, infecções no sangue, em feridas ocasionadas por cirurgias, pneumonia, e pode levar à infecção generalizada.

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O contágio pela superbactéria se dá pelo contato com secreções contaminadas. Se espalha rapidamente em ambiente hospitalar caso as normas básicas de higiene não sejam respeitadas. Por isso, a ala vermelha da UPA, onde estavam os dois pacientes, foi interditada para desinfecção e manutenção. Todos os equipamentos foram retirados, mas a UPA ainda mantém dois leitos da unidade semi intensiva, que fica em outra ala.

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