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Cinco bebês morreram em decorrência de uma infecção pela superbactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), na UTI neonatal do Hospital Estadual Santa Casa de Cuiabá, em Mato Grosso. No total, as infecções atingiram um total de nove crianças, das quais quatro se recuperaram.

As mortes aconteceram entre os dias 16 e 21 de fevereiro, mas só vieram à tona neste mês. O Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) instaurou inquérito para investigar as mortes. O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) em nota, disse que o caso "será apurado e julgado, dentro dos princípios da legalidade com direito a ampla defesa e ao contraditório".

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Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT) informou que "os cinco pacientes já chegaram ao Hospital Estadual infectados" e negou que as crianças tenham contraído a bactéria dentro do hospital. Uma médica que trabalhava na UTI disse que o surto aconteceu depois que uma bebê infectada pela KPC foi internada, em janeiro.

A uma TV local, ela disse que oito crianças foram infectadas depois da internação da bebê infectada transferida de "um hospital particular da capital, que também atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para tratamento mais especifico".

Segundo ela, o hospital Santa Casa foi em busca de medicamentos para tratar do surto. Não houve negligência, reforçou. "Os bebês foram tratados com o antibiótico que foi comprado."

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT) informou que "os cinco pacientes internados entre os dias 16 e 21 de fevereiro e direcionados de outras unidades de saúde, que não são geridas pelo Estado, já chegaram ao Hospital Estadual infectados por uma bactéria multirresistente", mas que a infecção não foi o motivo da internação.

Ainda segundo a nota, "para receber os pacientes, o Hospital Estadual realizou exame protocolar de cultura de vigilância para determinação do tipo de leito, isolamento de contato e proteção". "O exame identificou a existência da infecção." E que a infecção pela bactéria multirresistente "só foi identificada no momento em que os pacientes deram entrada no Hospital Estadual".

Segundo a SES, "as equipes especializadas do Hospital Estadual Santa Casa envidaram todos os esforços para conter as infecções, que já eram consideradas graves no momento da internação dos pacientes na unidade".

De acordo com a nota, "as equipes da Vigilância do Estado e do Município, do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foram notificadas e também auxiliaram no processo de contenção da infecção". E informaram, por último, que os "leitos ocupados pelos pacientes infectados foram bloqueados, desinfectados e já estão em pleno funcionamento".

Bactéria está em categoria considerada crítica

A bactéria Klebsiella pneumoniae conhecida popularmente por superbactéria, recebe esse nome por ser resistente à maioria dos antibióticos.

Desde 2017 ela integra a categoria "crítica", a mais preocupante, na lista da Organização Mundial da Saúde (OMS) isso significa, segundo especialistas, que a busca pelo desenvolvimento de novos remédios "é mais urgente, já que esses microrganismos evoluíram se tornando mais fortes e desenvolvendo formas poderosas de driblar antibióticos existentes".

Ainda segundo os estudos, as infecções provocadas por elas são mais comuns em hospitais. Médicos afirmam que nas "unidades de saúde, a propagação acontece principalmente no contato com fluidos do paciente infectado, como por meio de sondas e cateteres".

Quatro pacientes internados no Hospital Municipal de Urgência (HMU) de Guarulhos, na Grande São Paulo, foram diagnosticados com uma superbactéria, de acordo com a Secretaria da Saúde do município. Apesar da falta de médicos e de limpeza devido problemas administrativos, a pasta nega que haja um surto de infeção na unidade.

O Hospital Municipal da Criança e do Adolescente, no centro da cidade, também está com problemas de higiene e sem médicos. Além de ambulâncias do Samu paradas porque o contrato de manutenção dos veículos expirou.

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A Prefeitura de Guarulhos e o Instituto Gerir, que administra os hospitais, se reuniram nesta terça-feira (14) para discutir a situação das unidades. A administração municipal informou que o repasse de recursos para o mês de agosto foi adiantado para que a situação seja normalizada e afirmou que fará uma auditoria para verificar os gastos dos hospitais.

Já o Instituto Gerir afirmou que a prefeitura repassa R$ 4,7 milhões por mês, mas que não é o suficiente para cobrir os gastos das duas unidades. Segundo a empresa, há ainda uma dívida de R$ 30 milhões.

Seis crianças estão internadas na enfermaria pediátrica do Hospital Barão de Lucena, na Iputinga, Zona Oeste do Recife, infectadas com bactéria multirresistente KPC, conhecida como superbactéria. As superbactérias possuem resistência a múltiplos antibióticos e sua transmissão ocorre em ambiente hospitalar.

Segundo a direção do hospital, por meio da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), casos de bactérias multirresistentes são esperados na população em geral e, principalmente, em ambiente hospitalar de alta complexidade. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), não se trata de um caso extraordinário, mas algo rotineiro de hospitais públicos e privados.

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A secretaria ainda destaca que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não recomenda a interrupção da assistência em serviços de saúde como medida de controle de microrganismos multirresistentes, orientando ações para evitar novos casos. As crianças internadas estão sendo tratadas com uso de antibiótico. A unidade está realizando exames em outros pacientes internados para saber se também estão infectados.

A nota da Secretaria Estadual de Saúde também salienta que a CCIH tem realizado todas as medidas necessárias para evitar novas contaminações, como reforço das técnicas de higienização, lavagem constante das mãos, desinfecção e orientação aos profissionais do hospital. Está sendo realizado ainda o isolamento de contato, como é recomendado pela Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), que também está em contato com o Hospital Barão de Lucena.

Para evitar que a população fique assustada e destacar que a infecção pela superbactéria é comum, o diretor da Apevisa, Jaime Brito, deve conversar com a imprensa nesta sexta-feira (8). A KPC pode causar pneumonia, infecções sanguíneas e evoluir para um quadro de infecção generalizada, muitas vezes, mortal.

Uma paciente que estava internada no Hospital Municipal Pedro I, em Campina Grande, morreu nesta sexta-feira (21) com suspeita de infecção por superbactéria. A bactéria em questão é a Klebsiella pneumoniae Carbapenemase (KPC), um tipo raro e muito resistente ao tratamento com antibióticos. Outro paciente, que está internado no hospital municipal, também está sob suspeita de ter contraído infecção pela KPC. Eles foram inicialmente atendidos na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e, de lá, foram encaminhados para o Hospital Pedro I.

De acordo com a Assessoria da Secretaria Municipal de Saúde o caso está sendo apurado para confirmar se a paciente morreu em decorrência da infecção. Os sintomas da infecção pela KPC são febre, dor no corpo e na bexiga e tosse, nos casos de pneumonia. Ela pode causar infecções no trato urinário, infecções no sangue, em feridas ocasionadas por cirurgias, pneumonia, e pode levar à infecção generalizada.

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O contágio pela superbactéria se dá pelo contato com secreções contaminadas. Se espalha rapidamente em ambiente hospitalar caso as normas básicas de higiene não sejam respeitadas. Por isso, a ala vermelha da UPA, onde estavam os dois pacientes, foi interditada para desinfecção e manutenção. Todos os equipamentos foram retirados, mas a UPA ainda mantém dois leitos da unidade semi intensiva, que fica em outra ala.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai divulgar na próxima semana um alerta sobre a confirmação da presença no Brasil de bactérias portadoras do gene mcr-1, capaz de torná-las imunes à Colistina, uma classe de antibióticos considerada como a última arma para combater bactérias multirresistentes. O comunicado de risco será encaminhado para todos os hospitais com leitos de unidade de terapia intensiva.

No documento, a Anvisa reforça a necessidade de equipes de saúde ficarem atentas para o risco, lista quais medidas são necessárias para diagnóstico e quais providências devem ser adotadas no caso de confirmação da presença de bactérias portadoras desse gene. Foram confirmados no Brasil até o momento três pacientes contaminados pela bactéria Escherichia coli, portadora da mutação - dois casos em São Paulo e um no Rio Grande do Norte. Há ainda outros três casos em análise, no Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo.

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"Estamos preocupados. Uma das últimas armas que temos para combater infecções multirresistentes pode tornar-se também inútil", afirmou a gerente da área de Vigilância e Monitoramento da Anvisa, Magda Machado de Miranda. "Ficaríamos sem opção terapêutica", completou. Magda aponta ainda outro risco envolvendo o gene mcr-1. "Seu poder de transmissão é muito alto. Há possibilidade de ele se transferir de uma espécie bacteriana para outra."

O coordenador de Controle de Doenças da Secretaria de Saúde de São Paulo, Marcos Boulos, afirmou que, entre os casos confirmados no Estado, um foi detectado no Hospital das Clínicas, em março. "O achado é muito importante. É preciso agora reforçar o alerta para que profissionais e instituições redobrem os cuidados para identificação de controle de casos suspeitos", completou.

Pelo mundo

O gene mcr-1 foi descoberto na China. Países da Europa, África e Ásia já confirmaram a presença de bactérias com essa mutação. "O gene não significa, por si só, que a bactéria será multirresistente", explicou o gerente de tecnologia e serviços de saúde, Diogo Soares. Ele compara o gene mcr-1 a uma armadura, que pode ser usada para proteger a bactéria do ataque de antibióticos. "A ferramenta está disponível. Basta agora que a bactéria faça uso da nova proteção."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O alarmante aumento das infecções resistentes a antibióticos é uma ameaça que tem preocupado autoridades de saúde em todo o mundo, mas a solução pode estar, literalmente, nos nossos narizes.

Cientistas da Alemanha descobriram, em uma das milhares de bactérias presentes nas narinas humanas, uma nova molécula com potente efeito contra outras bactérias, matando até mesmo a MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina, na sigla em inglês), que causa graves infecções hospitalares e resiste aos medicamentos atualmente disponíveis.

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Isolada a partir da bactéria Staphylococcus lugdunensis, a nova molécula, batizada de Lugdunin, é o primeiro exemplo conhecido de uma nova classe de antibióticos. O estudo que a descreve foi publicado nesta quarta-feira, 27, na revista científica Nature. Segundo os autores do artigo, a descoberta poderá auxiliar o desenvolvimento de novas terapias para as infecções bacterianas de difícil tratamento.

O estudo foi liderado por Andreas Peschel, Alexander Zipperer e Bernhard Krismer, todos da Universidade de Tübingen, na Alemanha. De acordo com Peschel, a Staphylococcus aureus também coloniza as cavidades nasais humanas e pode ser encontrada em cerca de 30% das pessoas.

Considerada uma bactéria oportunista, ela se aproveita de fragilidades do organismo - por exemplo, no contexto hospitalar - e causa inúmeras infecções, como bacteremia, pneumonia, osteomielite, endocardite, miocardite e meningite. "Não se sabe exatamente como os outros 70% da população resiste à colonização pela Staphylococcus aureus. Já sabíamos que a presença de várias bactérias nasais, incluindo outras espécies de estafilococos, tem correlação negativa com a sua presença. Por isso, resolvemos testar várias delas", explicou Peschel.

Os cientistas analisaram então 90 amostras de diferentes estafilococos presentes nas narinas humanas, a fim de testar até que ponto cada uma delas é capaz de inibir o crescimento da Staphylococcus aureus.

Nos testes de laboratório, uma das linhagens identificadas, a Staphylococcus lugdunensis, teve um efeito devastador sobre uma população de Staphylococcus aureus em desenvolvimento. Isso sugeria, segundo os cientistas, que a linhagem liberava algum composto antibiótico.

A equipe de pesquisadores então montou uma coleção de Staphylococcus lugdunensis mutantes, nas quais diversos genes foram individualmente "desligados". Em seguida, testaram novamente a ação da Staphylococcus lugdunensis contra a Staphylococcus aureus, utilizando desta vez as bactérias mutantes. Com isso, eles identificaram uma única mutante que era incapaz de inibir a bactéria super-resistente.

O grupo passou então a estudar a bactéria mutante, para descobrir qual proteína o gene "desligado" deixou de produzir, tornando-a ineficaz contra a Staphylococcus aureus. Eles identificaram então o composto, um antibiótico peptídico que foi batizado de Lugdunin.

"A descoberta sugere que o tratamento com a própria Staphylococcus lugdunensis, ou o uso da Lugdunin, pode ser uma ferramenta útil para a prevenção clínica da colonização por Staphylococcus aureus", disse Peschel.

Usando a Lugdunin, os cientistas conseguiram tratar, em camundongos, infecções de pele causadas por Staphylococcus aureus. O estudo também mostrou que o composto tem uma potente atividade antimicrobiana contra uma ampla gama de bactérias Gram-postivas, incluindo a MRSA. Foi demonstrado também que o novo antibiótico não causa o desenvolvimento de resistência do Staphylococcus aureus.

Os autores também examinaram a cavidade nasal de 187 pessoas hospitalizadas e descobriram que a Staphylococcus aureus coloniza os narizez de 5,9% dos indivíduos portadores de Staphylococcus lugdunensis, contra 37,7% no caso dos não-portadores.

Segundo eles, esses dados indicam que, nas narinas humanas, a Staphylococcus lugdunensis parece ajudar a manter a Staphylococcus aureus sob controle.

A administração do Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, em Americana, interior de São Paulo, confirmou na quinta-feira (17) a terceira morte causada pela superbactéria Klebsiella pneumoniae, conhecida pela sigla KPC, neste ano. As vítimas fazem parte de um grupo de 11 pacientes do hospital infectados pela bactéria, resistente aos antibióticos. Três pacientes continuam internados, dois deles em unidade de terapia intensiva.

De acordo com o médico Arnaldo Gouveia, infectologista do hospital, em todos os casos de óbito as vítimas tinham o estado de saúde muito debilitado. O último paciente a morrer apresentava quadro grave de pancreatite. O óbito já foi informado à Secretaria de Saúde do Estado, que acompanha o caso.

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A primeira infecção aconteceu em janeiro, mas o hospital entrou em alerta após a detecção do segundo caso, em fevereiro. Exames do Instituto Adolfo Lutz identificaram a bactéria e os novos casos foram surgindo. De acordo com Gouveia, desde 25 de fevereiro não aconteceram novas infecções, mas é preciso esperar oito semanas para considerar que a bactéria saiu de circulação. Todos os pacientes foram tratados em regime de isolamento.

Existe a suspeita de que o primeiro paciente pode ter entrado no hospital já com a bactéria, por isso as unidades de saúde do município estão em alerta para o possível surgimento de casos fora do ambiente hospitalar. A Klebsiella pneumoniae é considerada superbactéria porque sofreu uma mutação genética que fez com que adquirisse resistência a vários tipos de antibióticos.

Uma superbactéria infectou sete pessoas e causou a morte de duas delas, desde o início deste ano, no Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, em Americana, interior de São Paulo. O hospital já havia registrado surto da mesma bactéria em 2014 e um dos atuais infectados é reincidente. Exames do Instituto Adolfo Lutz identificaram a bactéria como a Klebsiella pneumoniae, conhecida pela sigla KPC, um organismo superresistente.

O primeiro caso de infecção ocorreu em janeiro, mas o alerta surgiu quando um segundo caso se manifestou no início de fevereiro. "Depois dos exames nessa paciente, fizemos em outros e vimos que outras três pessoas tinham sido infectadas", disse o médico infectologista do hospital, Arnaldo Gouvea. A última infecção foi detectada no dia 25 de fevereiro. O Ministério da Saúde foi notificado dos registros positivos.

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De acordo com o médico, é necessário o transcurso de oito semanas sem casos para considerar que a bactéria não está mais em circulação. Como no primeiro caso o paciente pode ter dado entrada no hospital já com a bactéria, ainda se investiga se o microrganismo, até então considerado exclusivo do ambiente hospitalar, está em circulação na comunidade. "Ainda não sabemos como a bactéria veio parar no hospital", disse.

Entre os portadores da superbactéria, apenas um é mulher - a paciente, uma idosa, está internada desde 25 de janeiro. Os dois homens que morreram ficaram internados na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) por mais de um mês. Um deles morreu no dia 17 de fevereiro, o outro, dia 8 de março. Nos dois casos, os pacientes já tinham a saúde debilitada por outras enfermidades. Dos outros quatro homens, três receberam alta e um permanece internado.

Segundo a prefeitura, o hospital mantém atendimento normal e segue os protocolos de isolamento para tratar esses pacientes, reduzindo o risco de ampliar a contaminação. A Klebsiella pneumoniae é considerada superbactéria porque sofreu uma mutação genética que fez com que adquirisse resistência a vários tipos de antibióticos.

O Hospital Regional de Taguatinga, no Distrito Federal, foi fechado e os atendimentos da clínica médica, ortopedia, cardiologia e cirurgia geral foram suspensos após suspeita de surto provocado por bactérias multirresistentes. As suspeitas tiveram início na quinta-feira, com a chegada de uma paciente com KPC, bactéria resistente à maior parte dos antibióticos disponíveis no mercado.

Depois disso, 25 pacientes tiveram amostras coletadas. Cinco deles permanecem em isolamento. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal, porém, descartou nesta segunda-feira, 1º, a existência de um surto.

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Do grupo sob suspeita, três pessoas morreram, incluindo a paciente com KPC, de 79 anos, no domingo. Os demais óbitos foram de duas mulheres, de 70 e 80 anos. Laudos indicam, no entanto, que as duas pacientes eram portadoras de bactéria enterococo resistente. "Não há como afirmar que as mortes aconteceram em virtude das bactérias", afirmou ontem a coordenadora de Infectologia da Secretaria de Saúde do DF, Maria de Lourdes Lopes.

As três pacientes apresentavam saúde frágil. A primeira vítima havia sofrido uma fratura. A paciente com 70 anos tinha insuficiência renal, hipertensão e cardiopatia. A de 80 anos tinha doença pulmonar e era hipertensa. Outros cinco pacientes apresentam exames positivos para enterococo resistente. Estão em observação e serão transferidos para o ambulatório de clínica médica, onde o tratamento deverá continuar. Os demais pacientes podem ser liberados, assim que os outros problemas de saúde que apresentam forem resolvidos.

As salas deverão passar por uma higienização. A expectativa da Secretaria de Saúde é de que o pronto-socorro seja reaberto hoje. A notícia do fechamento do local, onde diariamente são atendidas cerca de 300 pessoas, provocou alvoroço em Taguatinga e no Distrito Federal.

Brasília já havia registrado, em 2010, um surto provocado por KPC. Na ocasião, 17 hospitais apresentaram registros de casos de contaminação pela bactéria, que sofreu uma mutação genética e se tornou resistente a uma grande quantidade de antibióticos. Ao todo, foram 108 casos suspeitos, com 18 mortes. Após o surto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou um documento no qual recomendava instituições de saúde a isolar pacientes com suspeita de KPC.

A bactéria

A KPC é uma cepa da Klebisiella pneumoniae, resistente a uma classe de antibióticos chamada carbapenemas, usada em um amplo espectro de tratamentos. De acordo com a Anvisa, não há atualmente um registro sobre casos de infecção provocado pela bactéria, isolada pela primeira vez por cientistas em 2005. O Hospital das Clínicas de São Paulo, por exemplo, registrou 70 casos entre 2008 e 2010. Nesse período, houve 24 mortes suspeitas.

Um hospital de Los Angeles anunciou nesta quinta-feira (19) que pode ter infectado involuntariamente quase 180 pessoas com uma superbactéria resistente a tratamentos, relacionada à morte de dois pacientes. O Sistema de Saúde Ronald Reagan UCLA informou que pelo menos sete de seus pacientes foram infectados por enterobactérias resistentes ao carbapenemos (CRE), um tipo de bactéria aparentemente transmitida a eles no hospital por meio de instrumentos cirúrgicos contaminados.

A bactéria "pode ter sido um fator que contribuiu para a morte dos dois pacientes", informou o hospital em um comunicado. Inicialmente disseram que estavam tentando identificar 100 pacientes possivelmente em risco, mas uma atualização desta quinta-feira aumentou para 179 o número de infectados.

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Funcionários do hospital disseram que eles estavam disponibilizando kits para testes domésticos para determinar se os pacientes em risco foram infectados pela superbactéria. Em um comunicado, o hospital informou que uma investigação interna descobriu que a bactéria foi aparentemente transmitida por meio de instrumentos médicos utilizados em procedimentos de endoscopia para diagnosticar e tratar doenças do pâncreas e da vesícula biliar.

Os procedimentos - realizados entre outubro de 2014 e janeiro deste ano - aparentemente transmitiram a bactéria aos pacientes mesmo que o UCLA tenha "esterilizado os instrumentos de acordo com as normas estipuladas pelo fabricante", informou o comunicado do hospital.

"Os dois instrumentos envolvidos na infecção foram imediatamente removidos e o UCLA está utilizando um processo de descontaminação que vai além das normas nacionais e do fabricante", informou o comunicado.

O hospital completou: "ambos os hospitais, Los Angeles County Department of Health e o California Department of Public Health, foram notificados imediatamente quando a bactéria foi detectada.

A bactéria CRE é resistente a tratamentos com a maioria dos antibióticos comuns, e é particularmente perigosa nos hospitais, onde os pacientes podem estar com o sistema imunológico comprometido ou se recuperando de cirurgias.

Um surto de uma superbactéria multirresistente KPC (Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase) afetou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal do Hospital Barão de Lucena, situado na zona oeste do Recife. A KPC já atingiu dez crianças na unidade. Dentre essas, oito possuem a bactéria, mas não apresentam nenhum sintoma.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), um paciente está infectado. A criança já está recebendo o tratamento à base de antibióticos e o estado de saúde é clinicamente estável. Outro garoto passou por exames e deu negativo para bactéria. A unidade de saúde aguarda uma nova rodada de análises para dar alta ao garoto. 

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Um dos pacientes que contraiu a KPC, mas não está com sintomas é o pequeno Ryan Tenório. O menino de dois anos nasceu com a síndrome de Ondine, doença rara que provoca perda do controle da respiração durante o sono. Toda vez que o menino dorme, sofre parada respiratória.  Devido à doença, a criança não pode deixar a unidade hospitalar.

Segundo o padrinho do garoto, Michel Santos, Ryan está isolado com as outras crianças na UTI. "Ele tem a bactéria, mas não desenvolveu nenhum sintoma devido ao sistema de defesa do organismo dele, graças a Deus. O risco é se ele apresentar algum sintoma ou se a imunidade dele cair pode contrair a doença e até morrer, porque não tem nada que seja resistente a essa superbactéria", afirmou.

A SES explicou que todas as medidas de controle estão sendo recomendadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para evitar novos casos, como isolamento, técnicas de higienização, desinfecção interna e externa da UTI, além de orientação a todos os profissionais de saúde da unidade. Ainda segundo o órgão, não há novos casos detectados há cerca de uma semana.

A KCP - Pode ser encontrada em fezes, na água, ou até mesmo no solo, em vegetais, cereais ou frutas. A transmissão da superbactéria ocorre em hospitais pelo contato com secreções do paciente infectado. O portador da doença pode ter pneumonia, infecções sanguíneas, no trato urinário, em feridas cirúrgicas que podem evoluir para uma infecção generalizada e até mortal. Dentre alguns sintomas estão a febre, dores no corpo, na bexiga, e tosse nos episódios de pneumonia.

A notícia da presença da superbactéria NDM-1 numa paciente que ficou internada no HemoRio, instituição de referência para tratamento de pacientes com doenças do sangue e principal banco de sangue do Estado, fez cair o número de doadores quase à metade.

O HemoRio esclarece que não há risco para a saúde dos voluntários, já que a área hospitalar, onde estava a criança contaminada, fica em um prédio diferente daquele do centro de doação de sangue. Não existe ligação física entre os dois.

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A criança, que tem leucemia, já recebeu alta. As internações no HemoRio não estão suspensas. Uma parte dos leitos foi desativada e está sendo higienizada, e poderão ser reabertas até o fim dessa semana.

Resultado de uma mutação genética, a bactéria, detectada primeiro no Rio Grande do Sul, anula o efeito de antibióticos e, em casos de organismos muito debilitados, pode levar à morte.

Na terça-feira, 17, foram 170 coletas no salão do HemoRio, quando o normal são 300 bolsas. A presença de doadores já vinha baixa nas últimas semanas: em agosto, entre os dias 1º e 17, foram 4.892 comparecimentos e 3.442 coletas; este mês, no mesmo período, 3.965 comparecimentos e 2.833 coletas.

"O doador está apavorado, o que é perigosíssimo. Temos que deixar claro que não tem nada a ver uma coisa com a outra. Daqui a pouco, se chegarmos ao estoque crítico, a gente vai ter que parar de fornecer para as cirurgias eletivas", disse a diretora técnica do Hemorio, Vera Marra.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, nenhum dos três pacientes colonizados com a bactéria no Rio - houve outros dois casos, um paciente internado em Campos, no norte Fluminense, e outro em Duque de Caxias, na Baixada - desenvolveu infecções. Todas unidades pelas quais eles passaram estão sendo rastreadas. Não há registros de óbito, nem doenças ocasionados pela bactéria até o momento.

O HemoRio abastece de sangue e derivados cerca de 200 unidades de saúde do Estado, como grandes emergências e maternidades. Para atender a todo o Estado, seria preciso a colaboração entre 3% e 5% dos moradores seguissem a prática de doar pelo menos três vezes por ano, mas o índice em geral é de menos de 2%. Pode doar quem tem entre 16 e 68 anos, mais de 50 quilos e está bem de saúde. Não há necessidade de jejum.

O Rio de Janeiro registrou os primeiros casos de contaminação por bactérias modificadas pelo gene NDM-1. Essas superbactérias anulam os efeitos de antibióticos, inclusive aqueles que são mais utilizados para combater infecções por micro-organismos multirresistentes. Os casos foram registrados na pediatria do HemoRio, instituição de referência para tratamento de pacientes com doenças do sangue, e em hospitais de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, e em Duque de Caxias, na Baixada. Nenhum paciente morreu. Foi o segundo Estado do País a identificar a superbactéria. O Rio Grande do Sul teve cinco casos divulgados em maio.

A primeira pessoa do Rio de Janeiro a ser identificada com a superbactéria foi uma menina, que trata uma leucemia no HemoRio. Ela já havia recebido alta, depois de um mês de internação, e foi encaminhada para colocação de um cateter no Hospital da Criança. Lá, foi submetida ao exame de rotina para identificar possível infecção. O resultado deu positivo.

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A menina não chegou a desenvolver a infecção. O hospital procurou outras crianças que entraram em contato com a paciente. Também fechou leitos para permitir o isolamento daqueles que estavam internados e a desinfecção das enfermarias. Ainda há pacientes em isolamento, mas não foram diagnosticados novos casos.

O superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria Estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, esclareceu que nenhum dos pacientes identificados no Rio adoeceu. "Não foram casos de infecção. As pessoas foram colonizadas pela bactéria com mecanismo de resistência mais amplo. Não há indicação para interromper a rotina do funcionamento dos hospitais", afirmou Chieppe. Ele ressaltou que foram colocados em ação planos para conter a infecção, com intensificação da limpeza de ambientes.

O infectologista Alberto Chebabo, chefe do serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro, explica que a infecção por superbactéria pode ser grave para pacientes com baixa imunidade, que estão em longas internações. "A bactéria se torna resistente a vários antibióticos. São poucas as opções de tratamento". Ele ressalta que o controle é muito difícil. "É importante evitar a superlotação, melhorar a higienização das mães e a vigilância de bactérias. Agora vamos ter que saber se ela vai se adaptar e ficar permanentemente no Brasil, se vai se espalhar ou se serão casos esporádicos".

As superbactérias aparecem a partir de uma mutação genética. Bactérias que já estão presentes no organismo, como a E. Coli, sofrem a modificação e passam a produzir enzimas que anulam o efeito do antibiótico. NDM-1 é a sigla pela qual é conhecida a enzima que torna a bactéria multirresistente. Significa "New Delhi Metallobetalactamase". O primeiro caso foi registrado em Nova Délhi, na Índia, em um paciente sueco, em 2009. Superbactérias com essa mutação foram identificadas nos Estados Unidos, Canadá, países da Europa e da América Latina.

O Hospital Universitário de Santa Maria (RS) confirmou mais cinco casos de contaminação de pacientes pela Klebisiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC), conhecida como superbactéria por sua resistência a antibióticos, nesta sexta-feira, e anunciou que fará algumas restrições à movimentação de pessoas dentro de suas dependências.

Com os novos registros, o total de infectados pela KPC chegou a oito nos últimos dois meses. Uma mulher de 65 anos estava contaminada quando morreu, em fevereiro, por múltiplas doenças, depois de três meses de internação. Segundo nota distribuída pelo hospital, um paciente está internado, em isolamento, e seu quadro evolui de maneira satisfatória. Os outros já deixaram o hospital.

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Diante da constatação da presença da KPC, o hospital decidiu restringir o atendimento do Pronto-Socorro a casos de emergência e referenciados, suspender cirurgias eletivas e reforçar procedimentos internos para segurança de pacientes e controle da infecção.

O Hospital Regional Dr. Omero de Miranda Gomes, na cidade de São José, Região Metropolitana de Florianópolis, teve o setor de emergências fechado na manhã desta terça-feira, para uma desinfecção. O procedimento foi motivado pela constatação da superbactéria KPC (Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase) na unidade, identificada em um paciente que morreu no final de semana. Após uma reunião realizada na segunda, a direção do hospital, a Superintendência Hospitalar e a Secretaria Estadual de Saúde de Santa Catarina decidiram pela interdição da ala, que irá até as 20h de quinta-feira, 6. Os demais setores continuam funcionando normalmente.

Até o fim da desinfecção a Secretaria Estadual de Saúde recomenda que os pacientes que necessitam de atendimento de emergência se dirijam ao Hospital Governador Celso Ramos e ao Hospital Florianópolis, ambos estaduais e na cidade de Florianópolis. Segundo a pasta, há uma equipe de médicos de prontidão no Hospital Regional para atender pacientes que não possam se deslocar para outras unidades, mas apenas em casos excepcionais. A ala de emergência do complexo atende normalmente uma média de 40 mil pacientes por mês.

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Bactéria

A bactéria KPC costuma surgir em ambientes hospitalares, onde oferece o maior risco. Ela caracteriza-se pela alta resistência a antibióticos e pode causar complicações como infecções sanguíneas e pneumonia, especialmente em idosos, crianças, pessoas com doenças crônicas ou com a imunidade baixa. Entre os sintomas apresentados por quem a contrai estão febre, tosse e dores no corpo (especialmente na bexiga).

A Secretaria Estadual de Saúde de Santa Catarina informou que este foi o primeiro caso de morte causado pela bactéria no Estado neste ano. O paciente morto no fim de semana, segundo a pasta, foi a óbito em função de uma pneumonia. Sua identidade não foi revelada.

 

A morte de duas pessoas suspeitas de uma superbactéria no Instituto do Câncer do Ceará (ICC) nesta semana motivou uma ação do Ministério Público Estadual. A procuradora estadual da Saúde, Isabel Porto, quer saber dessa suspeita para responsabilizar o hospital pelas mortes e pelas suspeitas de que outros cinco pacientes estariam internados com a contração da superbactéria chamada de KPC.

Hoje o Ministério Público Estadual enviou ofício à direção do ICC pedindo todas informações sobre os casos de infecção pela KPC. Segundo a procuradora, Isabel Porto, somente com estes dados o Ministério Público poderá adotar alguma providência. "Não tive contato com a direção do ICC. Pretendo fazer isso na próxima semana, mas o procedimento já foi instaurado e os ofícios foram encaminhados", informa Isabel Porto, lamentando as duas mortes.

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No ICC há a suspeita, ainda não comprovada em laboratório, da existência da bactéria na unidade de saúde. São sete casos de contaminação que estão em investigação com as duas pessoas mortas. Os nomes das vítimas não foram revelados pelo ICC, que preferiu não se manifestar sobre o assunto, garantindo no entanto informar todo o procedimento à procuradora estadual da Saúde, Isabel Porto.

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