Tópicos | Instrutores de tiro

Em meio ao debate mundial sobre o porte de armas de fogo, após um jovem balear e matar 17 alunos e funcionários numa escola dos EUA, a Polícia Federal inicia o processo seletivo para credenciamento de instrutores de armamento e tiro. Essa habilitação serve para o profissional atestar a capacidade técnica do cidadão comum que queira portar uma arma de fogo. A capacitação iniciou na última terça-feira (20) e segue até a próxima sexta-feira (23).

Segundo o chefe da delegacia de armas e produtos químicos, delegado Rodrigo Bastos, a pessoa que tiver interesse de adquirir uma arma, ou ter o porte da mesma tem que entrar com um processo no site da Polícia Federal. "Dentre os diversos documentos que deve apresentar está esse atestado de ‘capacidade técnica’ ,que é emitido pelo instrutor credenciado".

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Bastos explica que essa é uma capacitação corriqueira, que forma novos instrutores e requalifica outros, já que essa autorização só vigora durante cinco anos - precisando ser renovada (caso o profissional queira continuar atuando). "Não é obrigatório ser um policial, pode ser qualquer cidadão civil. A exigência mínima é que tenha feito o curso de 80 horas aulas anteriorente, numa escola credenciada, que não está diretamente ligada com a PF", pondera o delegado.

Passados por todos esses processos, os novos instrutores de armamento e tiro serão permissionários do serviço público para aplicar esse teste de capacidade técnica para o cidadão, em nome da Polícia Federal.  “Eles estão passando por um processo de credenciamento, realizando provas de caráter teórico, oral, prática, montagem e desmontagem das armas”, escalrece o instrutor da Academia Nacional da Polícia Federal, Luiz Fernando.

Dentre os que estão tentando a renovação da permissão, Sérgio Buonafina, de 52 anos, capacitado desde 2007, atua na área de segurança privada, formando futuros vigilantes de transporte de valores e escolta armada. O que ele aprende na capacitação, tenta passar para os seus formandos. "Através de aulas presenciais e na prática do tiro. O aluno tem que mostrar que aprendeu o mínimo necessário para atuar com uma arma de fogo”, diz.

Não é para todos - Segundo o delegado Rodrigo Bastos, o porte de arma de fogo no Brasil é uma excessão. "É importante esclarecer que pela legislação vigente , chamada Estatuto do Desarmamento, do ano de 2003, o porte de arma no Brasil é uma excessão. A lei diz expressamente que é proibido em todo território nacional. No entanto, os policiais, as forças de seguranças e, também, o cidadão comum; mas em casos excepcionais - quando demonstrados uma real necessidade que é analisada com muito rigor - podem ter uma arma. A pessoa tem que mostrar que inevitavelmente tem que andar armada para poder se defender; não pode ser uma justificativa genérica, dizendo que o bairro onde mora é perigoso. Só pode portar se sofrer alguma ameaça contra à vida, ou por situação do trabalho que fez com que ele sofresse acima de um cidadão comum. É um processo trabalhoso, tem vários documentos que precisa apresentar", afirma.

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