A gigante americana da tecnologia Apple, que deseja reforçar sua presença na China, investiu US$ 1 bilhão no aplicativo chinês de reserva de táxis Didi Chuxing, número um do país e rival do americano Uber.
Este é o investimento individual mais importante que Didi já recebeu, o que torna o grupo californiano um de seus investidores estratégicos, indicou o conglomerado chinês que opera o aplicativo em um comunicado.
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O novo investimento coincide com um momento de notícias ruins para a Apple. Depois da queda nas vendas do iPhone no último semestre, na quinta-feira (12) a empresa perdeu o posto de número um em capitalização na bolsa em todo o planeta para a gigante da internet Alphabet, matriz do Google.
"O apoio da Apple nos dá um ânimo enorme", celebrou Cheng Wei, fundador e diretor da Didi. Ao mesmo tempo, o CEO da Apple, Tim Cook, declarou à agência oficial estatal de notícias chinesa que prevê muitas oportunidades para uma cooperação mais profunda entre os dois grupos.
A região chinesa - China continental, Macau, Hong Kong e Taiwan - representa o segundo maior mercado da Apple, atrás apenas dos Estados Unidos, mas a empresa viu a redução de sua participação no mercado de smartphones por conta dos concorrentes locais, entre eles Xiaomi e Huawei.
Ao entrar no capital do aplicativo Didi, a empresa americana se aproxima das duas grandes empresas de internet da China que respaldam o aplicativo - Tencent, operadora do serviço de mensagens WeChat, e Alibaba, número um do comércio online no país.
O Didi Chuxing afirma que domina 99% do mercado chinês de reservas de táxis online e mais de 85% do setor de reservas de veículos privados com motorista, com 300 milhões de usuários registrados.
No entanto, a empresa precisa lidar com o êxito do Uber, que chegou à China no início de 2014 e que alcançou quase 15% do mercado, com base em colossais investimentos, necessários para subsidiar os trajetos de seus clientes e aumentar, assim, sua base de usuários.
A estratégia tem um custo pesado - o Uber, que recebe principalmente apoio do Baidu, outro gigante chinês da internet, anunciou recentemente que perdia US$ 1 bilhão ao ano na China.
Para enfrentá-lo, o Didi arrecadou bilhões de dólares no ano passado. "Para a Apple, sem dúvida é um excelente negócio associar-se com um aplicativo que tem uma grande base de usuários e onde acontecem pagamentos com muita frequência", afirma o site de finanças Huxiu.
De fato, a Apple lançou em fevereiro na China o próprio serviço de pagamento, Apple Pay, mas encontra dificuldades para lutar com as plataformas de pagamento rivais do Alibaba, o Alipay, e Tencent, bem implementadas no país e que dominam o mercado.