Tópicos | julho 2014

O índice que mede a inadimplência das empresas brasileiras atingiu a maior marca mensal para um mês de julho de toda a série histórica, que teve início em 2000, segundo a Serasa Experian. O indicador subiu 12,9% no sétimo mês deste ano na comparação com junho, de acordo com a instituição. Em relação ao sétimo mês de 2013, a taxa de inadimplência do setor empresarial avançou 11,4%. De janeiro a julho, a alta foi de 6,9%.

A Copa do Mundo e a atividade enfraquecida ajudaram a elevar o índice de inadimplência das empresas, conforme análise dos economistas da Serasa. Em nota, os profissionais explicam que a realização do Mundial de Futebol, que gerou feriados e paralisações no setor, deprimiu a base de comparação mensal (junho) e impulsionou os registros de inadimplência em julho.

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Já a estagnação da economia, segundo a Serasa, prejudicou a geração de caixa das empresas. "A elevação do custo financeiro tendo em vista os juros mais altos neste ano em relação aos vigentes de 2013 e o avanço dos salários acima do crescimento da produtividade, vem proporcionando maiores dificuldades às empresas para honrar seus compromissos financeiros, aumentando os índices de inadimplência em suas comparações anuais", avaliaram os economistas.

De acordo com a Serasa, os títulos protestados e os cheques sem fundos foram os principais responsáveis pela alta do indicador de inadimplência no sétimo mês do ano, com variações positivas de 39,5% e 23,1%, respectivamente. As dívidas não bancárias, feitas por meio de cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica, água, dentre outros, avançaram 2,7%. Em contrapartida, as dívidas das empresas com bancos cederam 1,8% em julho e limitaram uma alta maior do índice de inadimplência no período, conforme a instituição.

Valor médio

Segundo a Serasa, o valor médio dos cheques sem fundos caiu 9,7% no acumulado de janeiro a julho de 2014, na comparação com o mesmo período do ano passado. Já o valor médio das dívidas com os bancos teve queda de 1,8%, enquanto os valores médios dos títulos protestados e das dívidas não bancárias subiram 7,5% e 5,5%, respectivamente, no período.

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho, divulgados nesta quinta-feira (21), pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), reforçam a análise de que o cenário atual no País é de uma atividade econômica com pouca força. A avaliação é do economista-chefe da Icatu Vanguarda, Rodrigo Alves de Melo, que, em entrevista ao Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, disse que o desemprego só não vem mostrando taxas um pouco mais elevadas porque a procura por trabalho vem diminuindo.

Segundo o MTE, o saldo líquido de empregos formais gerados em julho foi de 11.796 vagas. Ficou dentro do intervalo de expectativas do levantamento do AE Projeções, já que os analistas do mercado financeiro consultados aguardavam um resultado que ia de número negativo de 55.000 postos a um resultado positivo de 33.000 vagas em julho, sem ajuste sazonal, o que gerou mediana positiva de 6.051 postos.

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Na Icatu Vanguarda, Alves de Melo havia previsto um saldo positivo um pouco maior, de 17 mil postos de trabalho. "Veio um pouco abaixo. Em termos ajustados pela sazonalidade, fica um número ligeiramente negativo", comentou. "Reforça o ponto de atividade fraca", opinou.

Para o economista, em "tempos normais" o cenário atual deveria gerar desemprego, mas a diminuição da busca por trabalho vem impedindo esse movimento. "Como a PEA (População Economicamente Ativa) tem encolhido, a elevação de desemprego não tem aparecido, pelo menos nos dados da PME (Pesquisa Mensal de Emprego)", destacou, referindo-se ao levantamento mensal divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O saldo líquido de empregos formais gerados no mês de julho foi de 11.796 vagas, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quinta-feira (21), pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O saldo é resultado de 1.746.797 admissões e de 1.735.001 demissões. O resultado é o pior para o mês desde 1999, quando junho registrou a criação de 8.057 postos de trabalho.

A geração de empregos no governo Dilma Rousseff, com os dados de julho, atingiu 5.512.302 contratações formais. O resultado de julho ficou dentro do intervalo apontado pelo levantamento do AE Projeções realizado com 16 instituições do mercado financeiro, que variou de retração de 55 mil vagas a criação de 33 mil em junho. A mediana esperada era de 6.051l novos postos.

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Pela série sem ajuste, a queda foi de 71,55% na comparação com junho de 2013, quando o total de postos de trabalho criados foi de 41.463.

No acumulado do ano até julho a criação líquida de empregos formais somou 632.224 vagas. A série sem ajuste considera apenas o envio de dados pelas empresas dentro do prazo determinado pelo MTE. Após esse período, há um ajuste da série histórica, quando as empregadoras enviam as informações atualizadas para o governo.

Pelo terceiro mês consecutivo, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) alcançou um novo piso histórico. O indicador recuou 1% em julho ante junho na série com ajuste sazonal, para 108,4 pontos, informou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), nesta quarta-feira, 23. Houve piora tanto na percepção sobre o momento atual quanto do futuro, e os investimentos acompanharam a tendência de deterioração.

Na comparação com julho de 2013, houve recuo de 7,0% na confiança, a 12ª queda seguida. As perdas se dão em todos os quesitos, com destaque para expectativas (-8,8%), situação atual (-5,9%) e intenção de investir (-5,4%). Dos nove itens pesquisados, seis se posicionaram no menor nível desde o início da pesquisa em 2010, informou a CNC.

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Diante do quadro, a Confederação revisou novamente a previsão para as vendas no varejo restrito (sem veículos e materiais de construção). A CNC agora espera aumento de 4,4% no volume de vendas, pouco mais do que o registrado no ano passado (+4,3%).

Deterioração

Sobre as condições atuais, o que mais afeta a confiança do empresário do comércio é a situação da economia. "O crescimento moderado das vendas do comércio e o nível fraco de atividade em geral seguem comprimindo o grau de satisfação dos empresários com as condições correntes do setor e da economia. Para 70,0% dos empresários pesquisados as condições econômicas atuais pioraram nos últimos 12 meses", afirmou a CNC, em nota.

As expectativas também são piores em relação à conjuntura macroeconômica. Na comparação de julho contra junho, este quesito apresentou queda de 3,0%. Também houve deterioração nas avaliações sobre o setor varejista e o próprio negócio.

Nos investimentos, houve redução de 1,2% na intenção de contratar entre junho e julho. Entre os que ainda pretendem aumentar o quadro de funcionários, os dados apontam que as contratações devem ser tímidas. Ampliações estruturais ou de estoques também devem avançar pouco, diante da menor confiança nestes quesitos.

"Além do nível fraco de atividade, o encarecimento do crédito tem desestimulado a concretização de investimentos no setor", explicou a CNC. O Icec busca detectar as tendências das ações empresárias do setor do ponto de vista do empresário. A amostra é composta por aproximadamente 6 mil empresas situadas em todas as capitais do País.

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