O índice que mede a inadimplência das empresas brasileiras atingiu a maior marca mensal para um mês de julho de toda a série histórica, que teve início em 2000, segundo a Serasa Experian. O indicador subiu 12,9% no sétimo mês deste ano na comparação com junho, de acordo com a instituição. Em relação ao sétimo mês de 2013, a taxa de inadimplência do setor empresarial avançou 11,4%. De janeiro a julho, a alta foi de 6,9%.
A Copa do Mundo e a atividade enfraquecida ajudaram a elevar o índice de inadimplência das empresas, conforme análise dos economistas da Serasa. Em nota, os profissionais explicam que a realização do Mundial de Futebol, que gerou feriados e paralisações no setor, deprimiu a base de comparação mensal (junho) e impulsionou os registros de inadimplência em julho.
##RECOMENDA##Já a estagnação da economia, segundo a Serasa, prejudicou a geração de caixa das empresas. "A elevação do custo financeiro tendo em vista os juros mais altos neste ano em relação aos vigentes de 2013 e o avanço dos salários acima do crescimento da produtividade, vem proporcionando maiores dificuldades às empresas para honrar seus compromissos financeiros, aumentando os índices de inadimplência em suas comparações anuais", avaliaram os economistas.
De acordo com a Serasa, os títulos protestados e os cheques sem fundos foram os principais responsáveis pela alta do indicador de inadimplência no sétimo mês do ano, com variações positivas de 39,5% e 23,1%, respectivamente. As dívidas não bancárias, feitas por meio de cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica, água, dentre outros, avançaram 2,7%. Em contrapartida, as dívidas das empresas com bancos cederam 1,8% em julho e limitaram uma alta maior do índice de inadimplência no período, conforme a instituição.
Valor médio
Segundo a Serasa, o valor médio dos cheques sem fundos caiu 9,7% no acumulado de janeiro a julho de 2014, na comparação com o mesmo período do ano passado. Já o valor médio das dívidas com os bancos teve queda de 1,8%, enquanto os valores médios dos títulos protestados e das dívidas não bancárias subiram 7,5% e 5,5%, respectivamente, no período.