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Depois de registrar um leve superávit em março, a balança comercial brasileira voltou a registrar déficit em abril. De acordo com dados divulgados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o déficit ficou em US$ 994 milhões, o pior resultado da história para o mês. As exportações somaram US$ 20,632 bilhões e as importações, US$ 21,626 bilhões.

Na quarta semana de abril, cujos dados foram divulgados nesta quinta-feira, 2, houve um superávit de US$ 322 milhões, com vendas externas de US$ 4,794 bilhões e importações de US$ 4,472 bilhões. Na quinta semana do mês, o superávit foi de apenas US$ 23 milhões, resultado de exportações de US$ 1,698 bilhão e compras de US$ 1,675 bilhão.

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No acumulado de janeiro a abril, a balança está deficitária em US$ 6,150 bilhões, com as vendas externas de US$ 71,468 bilhões e importações de US$ 77,618 bilhões.

Em janeiro deste ano, o déficit comercial foi de US$ 4,039 bilhões. Em fevereiro, o saldo foi negativo em US$ 1,278 bilhão. Em março, apresentou um resultado positivo de apenas US$ 161 milhões.

A balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 2,271 bilhões na terceira semana de abril, resultado de exportações de US$ 4,631 bilhões e importações de US$ 6,902 bilhões. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o alto valor das importações se deve ao aumento de 785,1% nas aquisições de combustíveis e lubrificantes em relação às duas primeiras semanas do mês. Esse crescimento foi consequência da normalização de registros no Siscomex relativas às operações realizadas em semanas anteriores e até mesmo em 2012 pela Petrobras.

No mês, a balança registra déficit de US$ 1,333 bilhão, com exportações de US$ 14,140 bilhões e importações de US$ 15,473 bilhões. No ano até 21 abril o saldo é negativo em US$ 6,489 bilhões em função de exportações de US$ 64,976 bilhões e importações de US$ 71,465 bilhões.

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As exportações da Braskem somaram US$ 705,3 milhões (preço FOB) no primeiro trimestre deste ano, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 18, pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O montante representa uma expansão de 1,31% em relação aos três primeiros meses de 2012.

Com isso, a petroquímica deixa a lista dos dez maiores exportadores do País. O ranking é liderado por Vale, Petrobras, BRF, Bunge, Cargill, Samarco, Estaleiro Brasfels, Louis Dreyfus, JBS e Embraer. As principais novidades da lista são a BRF, que no ano passado ainda não apresentava dados consolidados com a Sadia, e o Estaleiro Brasfels.

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Em março, as exportações da Braskem somaram US$ 260,7 milhões, queda de 9,92% em relação ao mesmo período de 2012. Os dados constam na lista das 40 maiores exportadoras do País, divulgada mensalmente pelo MDIC.

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 627 milhões na segunda semana de abril (8 a 14). Segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 15, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações no período somaram US$ 4,744 bilhões e as importações, US$ 4,117 bilhões.

Com esse resultado, no mês de abril até o dia 14, a balança comercial acumula superávit de US$ 938 milhões. As exportações somam US$ 9,509 bilhões e as importações, US$ 8,571 bilhões.

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Apesar do desempenho positivo do mês de abril, no ano o saldo comercial ainda é negativo. A balança acumula déficit de US$ 4,218 bilhões no ano, resultado de exportações de US$ 60,345 bilhões e importações de US$ 64,563 bilhões.

As exportações brasileiras registraram no acumulado no ano, até a primeira semana de abril, uma queda de 2% em relação ao mesmo período de 2012. As vendas externas registraram média diária de US$ 855,4 milhões. Por outro lado, as importações mostraram crescimento de 10,6% no período, com média diária de US$ 929,9 milhões.

Somente na primeira semana de abril, cujos dados foram divulgados nesta segunda-feira, a média diária das vendas externas foi de US$ 953 milhões, com queda de 2,6% em relação à média diária de abril de 2012. Nas importações, houve uma queda de 4,7% pela média diária, que foi de US$ 890 milhões na primeira semana de abril.

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De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a retração das exportações de produtos manufaturados foi de 6,7% por conta de aviões, óleos combustíveis, remédios, pneumáticos, motores e geradores, partes de motores para veículos, polímeros plásticos e autopeças.

Nos básicos, teve queda de 1,1%, puxada por petróleo em bruto, trigo em grãos, algodão em bruto, bovinos vivos, fumo e folhas e café em grãos. Por outro lado, cresceram em 0,5% as vendas de produtos semimanufaturados por conta, principalmente, de catodos de cobre, ouro em formas semimanufaturadas e açúcar em bruto. Nas importações, a queda em relação a abril de 2012 foi puxada por combustíveis e lubrificantes (-66,6%), cobre e suas obras (-22,6%), cereais e produtos de moagem (-7,8%) e siderúrgicos (-2,7%).

A exportação de petróleo bruto do Brasil caiu 32,9% na comparação da média diária de março com o mesmo mês de 2012. A média diária de venda externa do produto no mês em 2013 foi de US$ 64,5 milhões. Em 2012, o valor médio por dia foi de US$ 96,2 milhões. Em todos os casos, a média diária leva em conta os dias úteis do mês. Março deste ano teve 20 dias úteis. Em 2013, foram 22 dias úteis no mesmo mês.

A exportação de minério de ferro também teve queda, de 0,9%. Em março, a média diária de saída foi de US$ 125 milhões. No mesmo mês de 2012, o valor médio por dia foi de US$ 126,2 milhões. A comercialização externa de soja em grão teve alta de 1,9%. A média diária de venda em março deste ano foi de US$ 95,5 milhões. No mesmo mês de 2012, a média foi de US$ 93,8 milhões. Com a supersafra deste ano, o País registrou um aumento surpreendente do escoamento externo de milho em grão, de 613,7% em março. Enquanto em março de 2012, as exportações desse item foram de US$ 3,3 milhões pela média diária, no mesmo mês de 2013, passou para US$ 23,7 milhões.

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Com o desempenho dessas commodities, o grupo dos produtos básicos teve declínio de 3,7% nessa base de comparação, saindo de uma média diária de US$ 460,9 milhões em março do ano passado para US$ 444,0 milhões no mesmo mês deste ano. Já os produtos semimanufaturados assinalaram acréscimo das vendas, de 17,2% no período, saindo de US$ 109,1 milhões para US$ 128,0 milhões em março de 2013. Por fim, a ampliação das exportações de produtos manufaturados pela média diária avançou 4,1% em março de 2013 ante o mesmo mês de 2012. O resultado ficou em US$ 373,4 milhões neste ano, ante US$ 358,5 milhões em março de 2012.

Crescimento comercial

A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres, afirmou nesta segunda-feira que o crescimento das exportações "foi modesto, mas chama atenção". Tatiana referiu-se ao avanço de 1,6% nas exportações em março, comparado ao mesmo período de 2012. De acordo com o MDIC, foi o primeiro crescimento mensal sobre o mesmo mês do ano anterior desde maio de 2012.

As exportações brasileiras registraram retração de 3,1% no primeiro trimestre do ano em relação aos três primeiros meses de 2012, informou nesta segunda-feira o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). De acordo com a pasta, o saldo da média diária ficou em US$ 847,3 milhões neste período de 2013 ante US$ 874,3 milhões de iguais meses em 2012. Já as importações, também pelo critério de média diária, subiram 11,6% no período, passando de US$ 835,9 milhões para US$ 933,2 milhões.

Depois de dois meses de saldos vermelhos, a balança comercial brasileira ganhou força nos últimos dias de março para reverter a tendência negativa. De acordo com dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o saldo mensal ficou positivo em US$ 164 milhões, fruto de exportações de US$ 19,323 bilhões e importações de US$ 19,159 bilhões.

O resultado ficou dentro das expectativas do mercado financeiro. Conforme pesquisa da Agência Estado com 15 instituições financeiras, os economistas aguardavam desde um saldo negativo de US$ 450 milhões até um superávit de US$ 500 milhões, com mediana positiva de US$ 200 milhões. Este foi o pior resultado para o mês desde 2001, quando houve déficit de US$ 274 milhões.

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No primeiro trimestre do ano, porém, o saldo ainda segue negativo. No ano até o fim de março, a balança está deficitária em US$ 5,150 bilhões, com as vendas externas de US$ 50,839 bilhões e compras de US$ 55,989 bilhões. Esta é a primeira vez que o resultado fica negativo no acumulado dos três primeiros meses de um ano. A última vez que isso ocorreu foi em 2001, quando o déficit foi de US$ 404 milhões.

Em janeiro deste ano, o déficit comercial foi de US$ 4,035 bilhões. Em fevereiro, a soma negativa de US$ 1,276 bilhão foi a maior da série histórica do MDIC para o mês. Pela sequência, o último mês a apresentar um resultado positivo foi dezembro, com saldo de US$ 2,250 bilhões.

Na última semana do mês passado (dias 25 a 28), o saldo comercial ficou positivo em US$ 165 milhões, com exportações de US$ 4,552 bilhões e importações de US$ 4,387 bilhões.

A média diária exportada na quarta semana de março (18 a 24) chegou a US$ 976,4 milhões, valor 8,6% acima da média de US$ 899 milhões no acumulado até a terceira semana do mês. Dados divulgados na tarde desta segunda-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que o aumento foi motivado pelo crescimento das exportações de produtos básicos (20,1%) em razão, principalmente, das vendas de minério de ferro, petróleo em bruto, soja em grão, carne de frango e milho em grão; e de manufaturados (1,7%), por causa das vendas de automóveis de passageiros, hidrocarbonetos, máquinas para terraplenagem, torneiras/válvulas, suco de laranja não congelado e veículos de carga.

Por outro lado, em igual período de comparação, caíram as vendas de semimanufaturados (-5,1%), devido à retração nos embarques de açúcar em bruto, celulose, couros e peles, ouro em forma semimanufaturada e ferro-ligas.

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Com relação às importações, a média diária na quarta semana de março foi de US$ 934,2 milhões, o que representou um crescimento de 1,7% sobre a média acumulada até a terceira semana do mês (US$ 918,3 milhões). O desempenho, segundo dados do MDIC, é explicado pelo aumento nos gastos com equipamentos mecânicos, aparelhos eletroeletrônicos, veículos automóveis e partes, e adubos e fertilizantes.

No mês

No acumulado do mês de março, a média diária exportada foi de US$ 923,2 milhões, o que significa uma queda de 2,9% ante a média em março de 2012 (US$ 950,5 milhões). A retração é explicada pela queda nas exportações de produtos básicos (-3,7%), em razão das vendas de petróleo em bruto, algodão em bruto, farelo de soja, fumo em folhas e café em grão; e de manufaturados (-8,5%), motivada pelas vendas menores de máquinas para terraplenagem, aviões, óleos combustíveis, partes de motores para veículos e motores e geradores.

Já as exportações de semimanufaturados, no acumulado de março, cresceram 18,4%, pelos aumentos nas vendas de catodos de cobre, açúcar em bruto, ferro fundido, couros e peles, celulose e alumínio em bruto.

Na comparação com fevereiro deste ano, quando a média diária das exportações foi de US$ 863,8 milhões, houve um aumento de 6,9%. O incremento foi puxado pela alta das exportações de produtos básicos (13,2%), semimanufaturados (9,4%), enquanto que as exportações de manufaturados tiveram queda de 2%.

As importações registraram média diária também de US$ 923,3 milhões até a quarta semana do mês, o que representa um crescimento de 7,5% em relação a média alcançada em março do ano passado (US$ 858,7 milhões) e uma queda de 1,2% na comparação com fevereiro deste ano (US$ 934,8 milhões).

De acordo com dados do MDIC, na comparação com março, cresceram os gastos, principalmente, com adubos e fertilizantes (72%), cereais e produtos de moagem (37%), plásticos e obras (14,8%), aparelhos eletroeletrônicos (14,5%) e instrumentos de ótica e precisão (9,9%). Em relação a fevereiro deste ano, a retração foi motivada pelos seguintes produtos: combustíveis e lubrificantes (-21,4%), químicos orgânicos/inorgânicos (-14,4%), equipamentos mecânicos (-5,8%), plásticos e obras (-1,5%) e instrumentos de ótica e precisão (-1,0%).

A balança comercial brasileira registrou, na quarta semana de março (18 a 24), um superávit de US$ 211 milhões. O saldo é resultado de exportações de US$ 4,882 bilhões no período menos importações de US$ 4,671 bilhões.

Mesmo com o desempenho positivo na semana, no mês de março o saldo da balança comercial ainda é negativo em US$ 1 milhão. As exportações somam, até o dia 24, US$ 14,771 bilhões, e as importações, US$ 14,772 bilhões.

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No ano, as exportações chegam a US$ 46,287 bilhões e as importações, US$ 51,602 bilhões, levando o saldo acumulado no período de janeiro até 24 de março a um déficit de US$ 5,315 bilhões. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 236 milhões em março, considerando os resultados acumulados até o dia 10 (período de seis dias úteis). O dado foi divulgado nesta segunda-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) e considera um resultado de US$ 5,734 bilhões nas exportações e de US$ 5,498 bilhões em importações.

Apesar de março ter começado com números positivos, o resultado foi insuficiente para cobrir o déficit acumulado desde o início do ano. Ou seja, a balança comercial brasileira, considerando o acumulado de 2013 até 10 de março, registra um déficit de US$ 5,079 bilhões. Esse montante representa um total de exportações que soma US$ 37,250 bilhões e de importações de US$ 42,329 bilhões.

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O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, cumprirá período de recesso entre os dias 31 de dezembro e 4 de janeiro. Nessa primeira semana de 2013, a secretária de Comércio Exterior da Pasta, Tatiana Prazeres, exercerá, interinamente, o cargo de Ministra de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, conforme decisão publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União.

O Diário Oficial desta sexta-feira informa também que o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, terá período de férias entre os dias 26 de dezembro e 12 de janeiro. A ministra-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas, terá férias entre os dias 2 e 12 de janeiro.

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O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) publicou no Diário Oficial da União desta quinta-feira (22), edital de abertura de concurso público com 157 vagas para Analista de Comércio Exterior.

As inscrições serão abertas no dia 9 de abril e seguem até do dia 22 de abril através do site da Escola de Administração Fazendária. A taxa de inscrição será de R$140.

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Para participar da seleção, o candidato deve ter graduação em qualquer área de formação, gozar dos direitos políticos, estar quite com as obrigações eleitorais, estar quite com as obrigações do Serviço Militar, para os candidatos do sexo masculino, ter idade mínima de 18 anos e apresentar certidão dos setores de distribuição dos foros criminais dos lugares em que tenha residido, nos últimos cinco anos, da Justiça Federal e Estadual.

O concurso será composto por prova objetiva de conhecimentos gerais e específicos, prova discursiva que serão realizados no dia 27 de maio, em locais e horários que serão confirmados, por meio de edital a ser publicado no Diário Oficial da União. Ao final do processo seletivo, haverá prova de títulos e o curso de formação, que será realizado em Brasília. 

Os profissionais selecionados deverão atuar em Brasília e terão salário inicial de R$ 12.960,77.

O concurso terá a validade de um ano, contado a partir da data de publicação da homologação do resultado final do concurso, mas poderá ser prorrogado por igual período.

 

As decisões do governo sobre aplicação de sobretaxas para neutralizar a prática de dumping nas importações irão considerar outros aspectos econômicos, como impacto inflacionário ou o efeito sobre a cadeia produtiva. Hoje, foi criado o Grupo Técnico de Avaliação de Interesse Público (Gtip), que passará a fornecer um relatório aos ministros que compõem a Câmara de Comércio Exterior (Camex) e aprovam a aplicação de medidas compensatórias ao comércio desleal.

A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres, explicou ao jornal O Estado de S. Paulo que a legislação nacional e as regras na Organização Mundial do Comércio (OMC) permitem a suspensão de uma medida antidumping por interesse público.

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Com a intensificação do número de pedidos de aplicação de sobretaxas para conter a prática de dumping, o governo decidiu criar o grupo que fará a análise do impacto da aplicação da sobretaxa sobre outros aspectos econômicos, que não analisados na investigação de defesa comercial. Praticar dumping é exportar abaixo do preço de custo no país de origem até inviabilizar a concorrência.

Tatiana destacou que o trabalho do grupo não atrasará os prazos para conclusão das investigações de defesa comercial. "Isso não afeta em nada a orientação do governo de intensificar a defesa comercial", afirmou. Tatiana explicou que o Gtip não necessariamente atuará em todos os casos, mas apenas quando for demandado. O relatório do grupo terá conclusões sobre o impacto de uma medida antidumping, mas não fará recomendações aos ministros da Camex sobre a manutenção ou não do direito antidumping.

A secretária disse que o relatório do grupo pode, inclusive, ser concluído após a aplicação da medida. "Os ministros seguirão aplicando as medidas antidumping e, depois, baseados no relatório de interesse público, podem suspender ou não a medida", explicou.

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A criação do grupo, entretanto, já causou reação. Roberto Barth, da Comissão de Defesa da Indústria Brasileira (CDIB), disse que a possibilidade de revisão do antidumping a qualquer momento irá gerar mais insegurança na indústria nacional. "Ninguém é contra as importações. Somos contra a prática desleal, como o dumping", disse. Ele argumenta que as sobretaxas aplicadas devolvem equilíbrio ao mercado.

A partir do início das atividades do grupo, membros do novo grupo técnico, ou de outro órgão da Administração Pública Federal, poderão solicitar uma análise sobre qualquer medida definitiva vigente ou sobre investigação em curso.

A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres, afirmou quinta-feira que não se pode esperar que as medidas de defesa comercial resolvam problemas estruturais da economia brasileira e as dificuldades relacionadas ao câmbio. A secretária informou que o setor privado encontrará no ministério "eco" para suas preocupações, mas não pode esperar, da defesa comercial, o que ela "não pode entregar".

Tatiana disse que no atual cenário econômico é natural que o Brasil seja um mercado preferencial para as exportações de outros países. No entanto, ela destacou que o governo quer reforçar os mecanismos para evitar a concorrência desleal e ilegal das importações. "A ideia geral é apertar os parafusos para combater tudo que é desleal e ilegal", afirmou a secretária, em entrevista para explicar a aplicação da primeira medida de combate à falsa declaração de origem das importações.

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"É um passo a mais. É um passo inédito e muito importante", disse. Segundo a secretária, o que preocupa o governo é criar mecanismos para impedir a entrada de produto fraudado no Brasil. Hoje a Secex publicou no Diário Oficial da União uma portaria proibindo a entrada de ímãs exportados de Taiwan pela empresa Le Grand Corp. Com isso, a licenças de importação de empresas brasileiras para a compra dos ímãs da Le Grand foram indeferidas e os produtos não poderão mais entrar no Brasil. "É algo inédito que vai de encontro com nosso esforço de fortalecer a defesa comercial e que deve ser usado cada vez com mais frequência para combater a fraude de origem, que é um instrumento escuso", afirmou a secretária.

Segundo Tatiana, como o Brasil é um dos países que mais se utiliza de medidas de defesa comercial, é normal que os exportadores sobretaxados busquem novas maneiras de burlar a aplicação do direito antidumping. No caso dos ímãs de Taiwan, o MDIC constatou que a produção ocorre, na verdade, na China, cujas importações pelo Brasil estão sobretaxadas em 43%. De acordo com a secretária, quanto mais direito antidumping for aplicado, mais provável é que aumentem as tentativas de burla das regras.

Atualmente, há 79 medidas antidumping em vigor e mais 49 casos em investigação. "Estamos investigando e achamos que irão surgir novos casos", disse. Além disso, há mais dez investigações em curso de suspeita de falsidade no certificado de origem e a expectativa do MDIC é que novos pedidos surjam com a divulgação do primeiro caso aplicado hoje.

A investigação dos ímãs de Taiwan demorou cerca de quatro meses para ser concluída porque não houve necessidade de investigação in loco. A denúncia foi feita por uma empresa produtora de ímãs no Brasil chamada Supergauss. Os ímãs são utilizados na fabricação de alto-falantes. Tatiana disse que a Receita Federal e a Polícia Federal também foram acionadas para analisarem as punições que podem ser aplicadas ao importador brasileiro, cujo nome não foi revelado pelo MDIC. O importador declarou, na licença de importação, que o exportador de ímãs em Taiwan também era o fabricante do produto.

Tatiana revelou, também, que o MDIC estuda a possibilidade de suspender o CNPJ do importador dos ímãs de Taiwan do registro do Siscomex. Além disso, está sendo analisada a possibilidade jurídica de cobrar do importador o antidumping de 43% (conforme é aplicado sobre os ímãs chineses) sobre os produtos que já entraram no Brasil. Os dados do MDIC mostram que a licença de importação que foi indeferida representa 1,5% do valor importado de imãs em 2010, que foi de US$ 8 milhões. Na avaliação do MDIC, ainda, caso todas as investigações de antidumping sejam concluídas com a aplicação de 100% de sobretaxa, cerca de 4% a 5% da pauta de importação brasileira estará sobretaxada.

O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Alessandro Teixeira, mostrou-se confiante que o desempenho da economia brasileira neste ano e no próximo será favorável, a despeito do agravamento da crise financeira internacional. "Acredito que o crescimento neste ano deve chegar a 4%", comentou Teixeira, ressaltando que tal marca também poderá ser repetida em 2012.

Teixeira destacou que o Brasil tem um mercado interno muito forte, que é seu principal motor para viabilizar a expansão da economia em patamares favoráveis por um prazo longo. Mesmo assim, o secretário observou que no próximo ano ainda há incertezas sobre o desempenho da economia brasileira, diante de potenciais impactos da retração da economia mundial para o País, especialmente na área de investimentos e exportações de produtos nacionais para o mundo.

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O secretário manifestou-se favorável que os juros do País tenham um patamar melhor, corroborando declarações do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, no fim de semana ao jornal O Estado de S. Paulo. Pimentel disse que esperava ardorosamente que a taxa Selic (juro básico da economia) caísse no segundo semestre. "Todo mundo quer juros menores. Mas a condução da política monetária é de competência do Banco Central e ele vai avaliar qual deve ser a melhor decisão para o País na próxima reunião de 30 e 31 de agosto", disse. "A prioridade é o combate à inflação, pois ela pune muito mais a população mais simples", afirmou.

Classificação

O secretário-executivo do MDIC destacou hoje que as condições econômicas do País, sobretudo o bom desempenho fiscal e o avanço do crescimento sustentado com inflação sob controle, ao mesmo tempo em que melhora de forma substancial a distribuição de renda, credenciam o Brasil a receber melhores avaliações das agências de classificação de risco. "O Brasil merece posições de rating (nota) muito melhores, pois, inclusive, apresenta condições econômicas bem mais favoráveis do que muitos países, alguns deles europeus", afirmou.

Teixeira citou o caso, por exemplo, da Itália. O país, cujo primeiro-ministro é Silvio Berlusconi, possui uma dívida pública próxima a 120% do Produto Interno Bruto (PIB), o que é, em termos proporcionais, duas vezes maior que a relação entre dívida e PIB do Brasil, que atinge 56% em termos brutos.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, avaliou que as medidas apresentadas nesta terça-feira (2) pelo governo para estimular a indústria devem ser vistas como um "pontapé inicial". "Não é que sejam ou não sejam suficientes. Estamos dando hoje o início a um processo importante para a indústria do País", afirmou Andrade, ao final da cerimônia de lançamento do Plano Brasil Maior.

"O importante é que o País tenha a definição certa para fazer a indústria crescer e se desenvolver", disse Andrade, acrescentando que depois de avaliar os detalhes do plano discutirá com o governo a possibilidade de ajustes e novas medidas.

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Prudência

O presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, considerou prudente, por parte do governo, apresentar o plano de desoneração para alguns setores, com a promessa de que outros também serão contemplados no futuro.

"Foi prudente fazer esse passo a passo com a afirmação de que a desoneração será permanente", afirmou Godoy, ao sair do evento de lançamento da nova política industrial Brasil Maior.

Segundo ele, é importante que a indústria consiga manter a sua competitividade no mercado interno e também com seus concorrentes internacionais. "Não podemos perder o espaço que conseguimos", afirmou.

O Plano Brasil Maior, anunciado hoje, contará com desoneração da folha de pagamentos em setores intensivos em mão de obra, como confecções, calçados e artefatos, móveis e software. O detalhamento está no site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

De acordo com o material de divulgação, a desoneração é um projeto piloto que se estenderá até o próximo ano e terá medidas acompanhadas por um Comitê, formado por governo, sindicatos e setor privado.

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O plano conta com o regime especial de tributação para o setor automotivo. O incentivo tributário terá como contrapartida investimento, agregação de valor, emprego, inovação e eficiência. Conforme o plano, estão assegurados os regimes regionais e o acordo do Mercosul.

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