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O Corpo de Bombeiros precisou evacuar o prédio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) na manhã desta quarta-feira (26), após ameaça de bomba. O vice-presidente, Geraldo Alckmin, é o responsável pela pasta.

De acordo com a assessoria, uma bolsa foi deixada em uma garagem do prédio. Por essa razão, o prédio foi evacuado para a segurança dos funcionários. O material está sendo analisado por esquadrões antibomba da Polícia Militar e da Polícia Federal enquanto os servidores aguardam do lado de fora.

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O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) aproveitou o alvoroço provocado pela estreia do filme Barbie para promover as ações da pasta nas redes sociais.

"Hi, Barbies! A boneca mais famosa do mundo passou aqui para dizer que o Brasil já está no caminho certo para um desenvolvimento sustentável. Marque todo mundo e vem ver todas as ações e políticas públicas do #MDIC", escreveu o órgão no Twitter.

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Em uma série de postagens com imagens da boneca, o Mdic diz que o desenvolvimento passa pela indústria "forte, inovadora e sustentável", pela promoção do comércio "justo, competitivo e inclusivo", e pela oferta de serviços "qualificados e focados no bem-estar do consumidor".

Menos de 1% das empresas brasileiras exportam, mas empregam 15% da força de trabalho formal. O post também destaca que "a Barbie e o Mdic já sabem que neoindustrialização e desenvolvimento caminham juntos".

O Midc é chefiado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. Em maio, ele e o presidente Lula publicaram um artigo no Estadão detalhando quais as visões do governo para a chamada neoindustrialização.

O filme Barbie estreou na quinta-feira (20), e já levou milhares de pessoas aos cinemas de todo o mundo.

 As empresas de Pernambuco venderam R$ 18,37 bilhões pelo e-commerce entre 2016 e 2022, segundo levantamento inédito do Observatório do Comércio Eletrônico, plataforma do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) lançada nesta quinta-feira (11).

Os dados constam de uma ferramenta que acaba de ser lançada pelo MDIC, o Dashboard do Comércio Eletrônico Nacional, que reúne informações sobre vendas online realizadas no Brasil com emissão de nota fiscal. Para acessar o banco de dados, clique aqui.

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No caso de Pernambuco, os dados revelam que 75,3% das vendas se deram para fora do estado, com destaque para aparelhos celulares, televisores e calçados esportivos.

No mesmo período, os pernambucanos fizeram compras online de outros estados no valor de R$ 13,62 bilhões (especialmente de São Paulo, Paraíba e Minas Gerais), com destaque para aparelhos celulares, televisores e refrigeradores.

O Dashboard é a primeira ferramenta pública a agregar números oficiais do comércio eletrônico no país. Até então, boa parte das informações vinha de bases privadas.   

“A compilação e publicação das estatísticas está alinhada aos esforços do governo para impulsionar e dar transparência à economia digital”, afirma Uallace Moreira, secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC. “O dashboard vai subsidiar o desenvolvimento de políticas públicas para o setor, inclusive para equalizar eventuais concentrações regionais, podendo, ainda, balizar decisões de investimentos das empresas”, completa.

Crescimento 

Os dados do Dashboard referem-se às movimentações realizadas entre 2016 e 2022. Neste intervalo de sete anos, o valor total bruto movimentado no país foi de R$ 628 bilhões.

As vendas online tiveram crescimento exponencial com a pandemia de Covid 19 -- e a plataforma mostra o tamanho deste salto no caso brasileiro: as vendas eletrônicas foram de R$ 36 bilhões em 2016 para R$ 187 bilhões em 2022.

No panorama nacional, o líder absoluto de compras pela internet entre 2016 e 2022, em termos de movimentação financeira, foi o celular. No período, a venda de terminais portáteis de telefonia, incluindo smartphones, movimentou R$ 72,1 bilhões, ou 11,5% do total.

Na sequência, aparecem televisores, com faturamento de R$ 28 bilhões (4,5%), e notebooks, tablets e similares, com R$ 21 bilhões em vendas. Depois vêm geladeiras ou freezers, R$ 17,8 bilhões (2,8%); livros, brochuras e impressos semelhantes, com R$ 16,8 bilhões (2,6%); e máquinas de lavar roupas, com R$ 10,8 bilhões (1,7%).   

A lista completa abrange milhares de produtos -- de calçados a filtros d’água, de roupas a sapatos, de alimentos a móveis de madeira, além de cosméticos, medicamentos, bijuterias, acessórios gerais, eletroeletrônicos, pneus, automóveis e até barcos.

*Da assessoria 

O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Jorge, inicia neste domingo (4) uma missão na China com o objetivo de aumentar e diversificar as exportações brasileiras com o país asiático, que é o maior parceiro comercial do Brasil. De janeiro a setembro deste ano, o Brasil vendeu para a China um total de US$ 47,2 bilhões em produtos, principalmente soja, petróleo e minério de ferro. Esse volume comercializado representa 26,3% do total das exportações brasileiras para o exterior.

Entre as principais agendas de trabalho de Marcos Jorge no país, está uma visita ao ministro chinês da Indústria e Tecnologia da Informação, Miao Wei, e uma visita à Feira Internacional de Importação da China, em Xangai. 

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Também participam da viagem os ministros das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, e da Agricultura, Blairo Maggi, além de representantes da Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

Ainda neste domingo, os ministros deverão se encontrar, em Xangai, com a delegação de 120 representantes de 72 empresas da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). À noite, está previsto um jantar oferecido pelo presidente chinês, Xi Jinping.

Feira internacional

Na segunda-feira (5), o Brasil inaugura o pavilhão na 1ª edição da Feira Internacional de Importação e Exportação da China, cujo objetivo é promover as exportações de produtos estrangeiros ao país asiático. Coordenada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex-Brasil), a delegação brasileira será composta por cerca de 90 empresas do setor de alimentos e agrícola, equipamentos médicos e de saúde, comércio de serviços (software, engenharia e serviços esportivos) e de bens de consumo (moda e vestuário).

Maior comprador de produtos brasileiros, a China também é o segundo maior mercado consumidor e importador entre todos os países do mundo. No total, mais de 3 mil expositores de mais de 130 países apresentarão seus produtos em uma área de exibição de 240 mil metros quadrados entre os próximos dias 5 e 10. São esperadas mais de 2,8 mil empresas de 140 países, que reúnem cerca de 150 mil compradores durante o evento em busca de bens e serviços estrangeiros.

Em nível governamental, 82 países e três organismos internacionais promoverão exposições institucionais e está confirmada a presença de chefes de estado, de governo, de ministros e de vice-ministros, cujo número supera 200 integrantes, segundo o MDIC. 

Oportunidades

Essa é uma das poucas feiras do planeta em que o foco é a importação. As empresas estarão na disputa por uma fatia dos US$ 10 trilhões que os chineses estão dispostos a gastar, nos próximos cinco anos, na compra de produtos industriais e agropecuários. Integram a delegação brasileira empresas de economia criativa, setor no qual o Brasil já é reconhecido em especial pelo design, pela criatividade e pela inovação. Também serão destaque os setores de editoração, games, música e futebol.

“O Brasil é um país criativo, diverso e sustentável, com empresas e marcas de destaque mundial que oferecem produtos e soluções tecnológicas de vanguarda para os desafios globais da nossa sociedade”, afirmou o presidente da Apex-Brasil, Roberto Jaguaribe, ex-embaixador brasileiro na China. Ele disse ter certeza que o público que for à feira vai se encantar com o que o Brasil tem para mostrar.

O Brasil pode aproveitar a feira para se posicionar melhor no mercado chinês, disse a ministra conselheira para assuntos econômicos e comerciais da Embaixada da China, Xia Xiaoling. “A China tem 1,3 bilhão de consumidores e esse é um mercado enorme que o Brasil não pode perder”, acrescentou.

As commodities respondem por grande parte das exportações do Brasil para a China, mas a diplomata lembra que o Brasil não tem apenas commodities e que a China está disposta a comprar vários outros produtos como aviões executivos, vinhos brasileiros, cachaça, produtos derivados de leite, artigos de moda como sandálias e vestuário, biocombustíveis, veículos flex, entre outros.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nota nesta segunda-feira (22) defendendo a manutenção do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). O presidente da entidade, Robson Braga de Andrade, lembrou que a pasta é importante para elaborar, executar e coordenar as políticas públicas para o setor industrial e monitorar seus impactos.

“A indústria não pode estar ligada a uma área que tem como prioridades o aumento de receitas e a redução de despesas. Os ministérios da Fazenda e do Planejamento desempenham papéis específicos. Quem vai defender as políticas industriais?”, disse em nota.

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Ministério da Economia

A manifestação da CNI vem com a possibilidade de incorporação das atribuições do MDIC pelo Ministério da Economia, criado em um eventual governo Jair Bolsonaro. De acordo com programa de governo do PSL, o Ministério da Economia incorporaria as atuais estruturas e atribuições dos ministérios da Fazenda, Planejamento, Indústria e Comércio e a Secretaria do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI).

Para justificar a importância do MDIC na estrutura do Executivo, Andrade afirmou que o setor industrial contribui com R$ 1,2 trilhão para a economia brasileira e emprega 9,6 milhões de trabalhadores. Além disso, destacou Andrade, a indústria responde por 51% das exportações e 25% da arrecadação previdenciária.

“Para a indústria brasileira, o próximo governo tem o desafio de colocar o Brasil de volta no caminho do desenvolvimento econômico e social. Precisamos avançar nas reformas, garantir investimentos em infraestrutura e desburocratizar a economia de modo geral”, concluiu.

 

Apesar do pessimismo generalizado em relação à guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, as barreiras impostas de um lado a outro contribuíram para aumentar as exportações brasileiras para os dois países em alguns setores.

Levantamento feito pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) a pedido do Estadão/Broadcast, mostra que, de janeiro a julho, aumentaram as vendas para esses países de produtos como siderúrgicos, proteína animal e soja. Os setores atribuem o crescimento das exportações, em parte, à imposição de barreiras comerciais entre americanos e chineses.

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Em retaliação às sobretaxas impostas pelos americanos, a China também aumentou as tarifas de importação de produtos dos EUA, o que trouxe um efeito colateral positivo para a venda de produtos brasileiros para aquele mercado. Com isso, de janeiro a julho, houve alta de 18% na venda de soja para a China, o que já é visto como um sinal de que o Brasil pode ocupar o espaço dos EUA no fornecimento do grão ao país asiático. A venda de carne de porco aumentou 199% para a China nesse período.

Já a exportação de siderúrgicos subiu 38% no período para os EUA, passando de US$ 1,3 bilhão para US$ 1,8 bilhão. Em volume, as vendas crescem 14,2% no ano, acima do patamar de alta permitido pelos americanos para este ano.

Em maio, os EUA estabeleceram tarifas de 25% para a importação de aço de países como China e União Europeia. O Brasil ficou fora da sobretaxa, mas foi estabelecida uma cota anual com base na média das vendas do produto brasileiro nos últimos três anos o que, na prática, permite uma alta de cerca de 7,0% sobre 2017.

Nesta semana, os EUA flexibilizaram mais uma vez as importações de aço brasileiro e permitiram que as empresas locais solicitem exclusões da cota de produtos que são insuficientes ou não são produzidos no país.

De acordo com o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Lopes, o aumento neste ano se deu pelo preço maior do produto e porque houve uma antecipação de embarques nos primeiros meses de 2018, antes das cotas terem sido estabelecidas.

Ele acredita que o montante vendido para os EUA convergirá para o total permitido ao longo do ano e prevê uma queda nas exportações totais de siderúrgicos para todo o mundo de 0,6% neste ano. "O mundo siderúrgico está de cabeça para baixo, com uma escalada monumental do protecionismo, por isso a previsão de queda", afirmou.

Oportunidades

A expectativa da indústria é que a guerra comercial abra oportunidades para a exportação, para os Estados Unidos, de produtos como automóveis, fertilizantes, resinas. Até julho, já houve aumento também nas vendas de químicos inorgânicos, veículos de carga, autopeças e máquinas e equipamentos. A avaliação de técnicos do governo, porém, é que ainda é cedo para atribuir essas altas apenas à guerra comercial.

Para a China, já houve alta também nas vendas de produtos como suco de laranja e frutas, e a expectativa de que a briga com os EUA leve ao aumento em produtos como arroz e veículos. Por outro lado, o minério de ferro, insumo da produção siderúrgica, recuou 4,6% para a China, justamente por causa do recuo da produção no país asiático em meio à escalada protecionista.

Segundo Ricardo Santin, da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a guerra comercial contribuiu para quase triplicar a venda de suínos para a China, principalmente depois de a Rússia ter imposto embargo ao produto brasileiro. "A China é um mercado substituto e já vimos nos últimos meses um início do efeito do guerra comercial", afirmou.

Além disso, há uma oportunidade também para os exportadores de frango, já que o mercado chinês está fechado aos EUA por causa da influenza aviária e, com a disputa entre os dois países, ficará ainda mais improvável o fim desse embargo.

Para Sérgio Mendes, diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), as restrições impostas aos EUA pela China representam uma janela para que o produto brasileiro ganhe espaço cativo no mercado asiático. Segundo ele, a maior demanda pela soja brasileira representou um "prêmio" sobre o preço do produto de US$ 2 por tonelada acima do preço usual. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apesar das altas registradas neste ano na exportação de produtos brasileiros para China e EUA, mesmo os setores beneficiados criticam a guerra comercial entre os dois países por aumentar as incertezas no mercado. Ainda que identifiquem oportunidades, representantes dos exportadores e do governo são unânimes em dizer que preferem o comércio livre e que a disputa pode prejudicar as vendas brasileiras no futuro.

"No saldo líquido, o aumento de tensão comercial é negativo para o Brasil. Compromete o sistema multilateral de comércio, afeta a previsibilidade e a segurança jurídica e pode levar à redução do crescimento do comércio e da economia mundiais. Pode ter uma oportunidade em um ou outro setor, mas são pontuais", disse o secretário de Comércio Exterior do Mdic, Abrão Neto.

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A avaliação é de que, ao mesmo tempo que pode ganhar mercados na China e nos EUA, o Brasil também pode acabar perdendo espaço para concorrentes chineses e americanos em outros países. "Não estamos otimistas em relação à guerra comercial. Há um excesso de produção hoje e muitos países com medidas protecionistas. Temos uma grande preocupação de que o Brasil se transforme no lixo do resto do mundo", afirma o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Lopes.

O temor é compartilhado com outros setores. "Seria uma ótima oportunidade , mas o Brasil tem condições para competir mesmo sem a guerra comercial", ponderou o diretor geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais, Sérgio Mendes. Segundo Ricardo Santin, da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), mesmo com os ganhos em curto prazo, o setor não aprova a escalada protecionista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo reduziu de 2% para zero as tarifas de Imposto de Importação para 4.903 máquinas, equipamentos e produtos de informática que não são fabricados no País. Eles serão usados em projetos de investimento que somam US$ 3,1 bilhões. "É de extrema importância reduzir o custo do investimento produtivo no Brasil para gerar mais empregos e estimular a retomada da economia", disse, em nota, o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira.

O Brasil mantém, há muitos anos, um programa que reduz o custo de importação de equipamentos sem similar nacional, chamado ex-tarifário. Para ter acesso a essa redução, as empresas apresentam projetos e justificam a necessidade da compra do bem no exterior com tarifa reduzida, dada a inexistência de fabricação local. Com isso, a tarifa caía de 14%, na média, para um mínimo de 2%.

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No mês passado, por proposta de Pereira, o conselho de ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu reduzir os 2% para zero. "A alíquota de 2% tem impacto forte nos custos para o empresário, porque ainda tem outros tributos", disse a secretária executiva da Camex, Marcela Santos Carvalho. "Essa é uma medida de desoneração de investimentos."

A tarifa zero foi aplicada aos ex-tarifários concedidos desde 2016, cujos bens ainda não tenham sido internalizados. Esse prazo é necessário porque, após autorizada a importação com tarifa reduzida, o empresário tem dois anos para fazer a operação. A resolução da Camex não tem efeito retroativo.

Segundo Marcela, a redução da tarifa vai provocar uma renúncia fiscal de US$ 28 milhões. O cálculo parte do pressuposto de que todos os equipamentos beneficiados com o ex-tarifário desde o ano passado seriam internalizados. Por outro lado, observou a secretária, a medida ajuda a estimular decisões de investimento, uma vez que o custo foi reduzido. "No atual cenário, isso é sempre considerado", comentou.

De acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), dos produtos beneficiados com tarifa zero, 4.552 são bens de capital e 351 são bens de informática e telecomunicações. "Serão beneficiadas importações de equipamentos para indústrias dos setores médico-hospitalar, autopeças, alimentício, eletroeletrônico e de embalagem, entre outros", informa a pasta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O câmbio menos competitivo e a perda de rentabilidade não reduziram o apetite das empresas brasileiras por mercados internacionais, num contexto em que as exportações se tornaram a porta de saída da crise. Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), o número de companhias exportadoras do País, que já tinha sido recorde em 2016, continua em alta neste ano.

Só no mês de março, 12,2 mil empresas exportaram seus produtos ao exterior, na maior marca mensal de uma série iniciada em janeiro de 2015. Levantamentos anteriores, que consolidam resultados anuais, já mostravam que o número vem subindo desde 2013 e, não por acaso, ganhando corpo à medida que a recessão econômica se agravava.

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Com a crise, as empresas tiveram de buscar mercados no exterior para, de um lado, diminuir a ociosidade das linhas de produção e, de outro, escoar estoques não consumidos por clientes nacionais.

Hoje, porém, o comércio exterior não oferece o mesmo rendimento de quando novatos nesse ramo - a maioria, pequenas empresas, com exportações inferiores a US$ 1 milhão - decidiram explorar rotas internacionais. De acordo com a Funcex - instituição que, mensalmente, calcula um índice de quanto diversos setores lucram a mais ou a menos com vendas ao exterior -, a rentabilidade das exportações brasileiras caiu 10,2% no acumulado de 12 meses até fevereiro, se comparada a igual período do ano anterior. Com alta de 5% da rentabilidade, a mineração de metais, favorecida pela forte valorização do minério de ferro, é exceção entre 29 atividades monitoradas no período.

A apreciação do real, que reduz o montante obtido em moeda nacional com as exportações, mais o avanço de 6% do custo de produção, corroeu a recuperação de preço dos produtos exportados.

Tendo como base os dados da Funcex - ajustados a valores de janeiro de 1985 para obter índices comparáveis numa série de 32 anos -, Luís Afonso Lima, economista-chefe da Mapfre Investimentos, diz que a rentabilidade dos exportadores brasileiros está no segundo pior momento em mais de três décadas. "Só no começo desta década, estava mais baixa do que agora."

Conquista

Ainda assim, as empresas não deixam de exportar porque, segundo dizem analistas, o mercado doméstico segue fraco e, num quadro de recuperação econômica lenta, a ocupação das linhas de produção continua muitas vezes dependente das encomendas vindas do exterior. Da mesma forma, as empresas não querem abandonar mercados internacionais conquistados a duras penas.

"Conquistar clientes estrangeiros é difícil, perder é fácil e reconquistar é muito mais árduo e custoso, ainda mais quando se tem pela frente chineses com preços competitivos", diz José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), entidade que congrega empresas exportadoras e importadoras.

Puxada pela valorização das matérias-primas e pela supersafra de grãos, o surpreendente superávit comercial dos primeiros meses do ano já fez o mercado financeiro revisar de US$ 48,1 bilhões para US$ 53 bilhões, nas últimas cinco semanas, a previsão ao saldo da balança deste ano.

Risco

O cenário favorável para as exportações tem pelo menos dois sinais amarelos, segundo especialistas. O primeiro é o risco de correção de excessos nos preços das commodities - em especial do minério de ferro e da soja. Eles também levam em conta o impacto da desaceleração da economia chinesa, destino, se somados Hong Kong e Macau, de praticamente um quarto das exportações brasileiras no primeiro trimestre.

Em paralelo, com o dólar negociado numa média inferior a R$ 3,20 desde o início do ano, o câmbio reduziu a competitividade dos produtos manufaturados em mercados internacionais. Há algumas semanas, a consultoria britânica Capital Economics divulgou relatório no qual avalia que a apreciação do real não só pode frustrar um crescimento mais consistente das exportações como também colocar em risco a retomada econômica.

Nada que impeça o primeiro desempenho positivo das exportações após cinco anos. Mas, para parte do mercado, o ritmo de crescimento dificilmente seguirá nos 24% mostrados no primeiro trimestre. Para a AEB e a consultoria Rosenberg, a tendência é que o avanço das exportações seja moderado para 10% e 15%, respectivamente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os dois principais pleitos do Brasil nas negociações com o Paraguai para um acordo automotivo são que os paraguaios parem de importar veículos usados de outros países e que eles acabem com a chamada tarifa extra-zona, que cobra uma alíquota menor para veículos importados de países que não fazem parte do Mercosul, disse nesta quinta-feira, 10, o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Pereira.

As duas medidas tornariam os veículos brasileiros mais competitivos no Paraguai. A primeira, no entanto, é mais difícil de ser alcançada, reconheceu o ministro. "Então, nós queremos definir um parâmetro que seria reduzido aos poucos", disse Pereira, que terá uma reunião com o ministro paraguaio da Indústria e do Comércio, Gustavo Leite, no próximo dia 27, em São Paulo. A intenção, segundo Pereira, é que o acordo seja assinado até o fim do ano.

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O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Pereira, afirmou que as startups representam um setor que tem crescido mesmo com a recessão e que vão ter o respaldo do governo para criar mais empregos. Pereira ainda comentou que o País precisa avançar em inovação e que MDIC está trabalhando para isso.

O ministro citou como exemplo de esforço do governo o programa Nacional Conexão Startup-Indústria, apresentado em setembro, que prevê investimentos de R$ 50 milhões em três anos para que essas empresas inovadoras apresentem ideias e projetos para modernizar o setor industrial. O programa foi elaborado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e prevê renovação, após o período inicial de três anos, com mais R$ 50 milhões por mais três anos. Pereira também citou o programa Inovativa Brasil, que trabalha com aceleradoras e mentoras de startups.

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Outro ponto que, segundo o ministro, mostra o compromisso do governo com essas empresas nascentes é o projeto de lei, sancionado recentemente pelo presidente Michel Temer, que dá mais segurança jurídica para os investimentos iniciais nessas empresas, que são conhecidos como investidores anjo. Com a lei, o patrimônio pessoal do investidor é protegido caso a startup não seja bem sucedida.

Pereira ressaltou que a participação do governo para fomentar startups é de fundamental importância. Ele ainda disse que antes do governo Temer não havia essa aproximação tão grande com essa indústria e que, a partir de agora, as ideias inovadoras tem tudo para sair do papel e vir à prática.

A declaração foi dada na Conferência Anual de Startups e Empreendedorismo (Case 2016), promovida pela Associação Brasileira de Startups (ABstartups), com patrocínio do MDIC e da ABDI.

O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Pereira, fez nesta segunda-feira (8) um duro discurso durante evento na Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Ele afirmou não acreditar que o governo consiga avançar com reformas importantes antes das eleições municipais de outubro, mas disse que é preciso enviar as propostas ao Congresso até o fim de novembro, para conseguir aprová-las no primeiro semestre de 2017. "Se não aprovarmos no primeiro semestre, não se aprova mais nesse governo", afirmou.

Ele acrescentou ainda que já avisou ao presidente interino, Michel Temer, que, se ver que as reformas não estão avançando, não pretende ficar no governo. "Eu volto para meu escritório de advocacia", afirmou.

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Pereira não fugiu de temas polêmicos e disse que, dentro da reforma trabalhista, defende a terceirização, o trabalho intermitente e que o acordado prevaleça sobre o legislado. O ministro também disse que é preciso rever a isenção de tributação sobre importações abaixo de US$ 50,00.

Ele afirmou que se reuniu recentemente com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e pediu que nas discussões da reforma do PIS/Cofins não se eleva a alíquota. "Nós sabemos que a situação fiscal é extremamente difícil, mas precisamos dar fôlego ao setor produtivo. Eu disse ao Ministério da Fazenda que todos os empresários estão sufocados, e não podemos matá-los. Se a economia reage, isso gera renda e emprego."

O líder do MDIC reforçou bastante que é preciso avançar na melhoria do ambiente de negócios, com modernização e desburocratização.

Serra

O ministro disse ainda que não é rival do ministro de Relações Exteriores, José Serra. "Eu disse a ele que nós não somos concorrentes, porque eu não sou candidato a presidente", comentou, dando a entender que o tucano pretende disputar as eleições presidenciais de 2018.

O tema surgiu após Pereira ser questionado sobre o que achava da transferência da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) do MDIC para o Itamaraty. Segundo ele, quando o presidente Michel Temer o convidou para assumir o ministério já havia avisado sobre essa mudança. "Eu não vou dar minha opinião pessoal aqui, porque vai parecer que eu estou advogando em causa própria. Eu espero que essa transferência não atrapalhe a promoção do comércio exterior", afirmou.

Segundo Pereira, Serra foi a primeira pessoa que ligou para ele após a aprovação do impeachment. "Depois eu fiz a ele uma visita de cortesia e deixei claro que nossos ministérios são complementares, não concorrentes", afirmou.

Mercosul

Sobre o tema do comércio externo, Pereira lembrou que o Mercosul vive um impasse em relação à presidência do bloco, que deveria ser assumida pela Venezuela, mas houve uma objeção de Brasil, Argentina e Paraguai. "Isso paralisa as negociações", apontou, lembrando que as conversas do Mercosul com a União Europeia já duram anos.

Ele disse ainda que o fato de o governo ser interino também é um empecilho. O ministro contou que, recentemente, durante reunião de ministros do G-20 sobre serviços, foram iniciadas diversas conversas, mas todos preferiram continuar as negociações com o Brasil somente após o fim do impeachment de Dilma Rousseff.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro, afirmou que o MDIC pretende lançar medidas com impacto para o setor industrial até sexta-feira, 6, mas descartou uma liberação de crédito. "Isso nós já fizemos e não tem muito tempo", disse Monteiro.

Ele disse ainda que caso o preço das commodities estivesse no mesmo patamar do ano passado, o Brasil teria uma receita adicional de R$ 13 bilhões nos quatro primeiros meses desse ano. O ministro avaliou que o comércio global se ressente de uma forte queda de preço. "É evidente que teríamos reflexo na corrente de comércio", disse. O ministro ressaltou.

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Vale, Petrobras e Bunge continuaram como as maiores exportadoras do País em 2015, apesar de verem suas vendas externas recuarem devido, principalmente, aos preços de suas respectivas commodities. Conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), no ano passado, a mineradora, que se manteve na primeira colocação, teve receita cambial de US$ 11,251 bilhões, 45,07% a menos do que a de US$ 20,484 bilhões de 2014. Na sequência, Petrobras somou exportações de US$ 8,504 bilhões, diminuição de 34,70% ante 2014. A Bunge, que ficou no terceiro lugar no ranking geral e a primeira do segmento do agronegócio, apresentou receita cambial de US$ 5,056 bilhões, queda de 17,86% na comparação anual.

No quarto lugar ficou a Cargill Agrícola, cujas vendas externas totalizaram US$ 4,494 bilhões em 2015, aumento de 5,56%. Em 2014, a trading ficou na sexta colocação do ranking do Secex. A Embraer também subiu de posição, passando do sétimo para o quinto lugar, com exportações de US$ 4,078 bilhões, aumento de 7% frente a 2014.

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A empresa de alimentos JBS, que registrou exportações de US$ 3,887 bilhões em 2015, recuo de 16,72% ante 2014, caiu da quarta para a sexta colocação na lista da Secex. Mesmo caso aconteceu com a sua concorrente, a BRF, que passou do quinto para o oitavo lugar, com receita de US$ 3,146 bilhões, queda de 26,15%.

A ADM do Brasil, por sua vez, pulou da nona para a sétima colocação, com vendas externas de US$ 3,285 bilhões, leve recuo de 0,27%. A Braskem ficou no nono lugar da lista de 2015, com exportações de US$ 2,685 bilhões, queda de 12,26%, e a Louis Dreyfus Commodities Brasil ocupou a 10ª colocação, com receita cambial de US$ 2,403 bilhões, diminuição de 29,41%, no lugar que foi ocupado em 2014 pela Samarco Mineração. A empresa que protagonizou o maior desastre ambiental do País apresentou recuo de 33,54% em suas vendas externas no ano passado, para US$ 2,110 bilhões.

A possibilidade de a recessão econômica registrada em 2015 continuar neste ano e o ambiente de depreciação do câmbio serão determinantes para o superávit comercial saltar de US$ 19,681 bilhões, no ano passado, para US$ 33 bilhões, em 2016, comentou a economista da consultoria Tendências Gabriela Zini. "Esses mesmos fatores serão importantes para uma redução do déficit de transações correntes de uma marca próxima a US$ 59 bilhões em 2015 para US$ 44,1 bilhões neste ano", comentou.

Na avaliação de Gabriela, existe a possibilidade de o saldo comercial em 2016 ser ainda maior do que a estimativa de US$ 33 bilhões, estimulado pela intensa retração da atividade que levará a economia a uma queda de 3% neste ano, depois de já ter caído 3,8% em 2015, de acordo com projeção da Tendências.

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Além disso, deve haver neste ano um aumento do volume de exportações, especialmente na área agrícola, o que será motivado em boa medida pelo câmbio mais competitivo. Como ela estima que a cotação do dólar ante o real variará de R$ 3,95 no fim de dezembro passado para R$ 4,20 doze meses depois, a economista prevê que neste ano as importações deverão recuar perto de 12%, enquanto as exportações baixarão ao redor de 3%.

Expectativas

Os dados da balança comercial brasileira de dezembro vieram acima da expectativa da maioria dos analistas e é reflexo de um aumento atípico das exportações de manufaturados, apontou a economista da GO Associados Mariana Orsini.

A economista previa superávit comercial de US$ 5,900 bilhões em dezembro e de US$ 19,300 bilhões para o dado fechado de 2015. Mas, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o saldo positivo mensal da balança foi de US$ 6,240 bilhões e o anual foi de US$ 19,681 bilhões. "Houve aumento das exportações de plataformas da Petrobras, tubos flexíveis de ferro e aço, aviões e automóveis", afirmou.

De acordo com a economista, os impactos da paralisação das atividades da mineradora Samarco, por causa do rompimento de uma barragem de rejeitos em Mariana (MG), começam a aparecer nos dados da balança comercial.

"Estimamos uma redução de até 13% nas exportações de minério de ferro este ano por causa do acidente, o que pode ter impacto de US$ 1,7 bilhão na balança", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, disse nesta terça-feira, 22, que a pasta mantém a previsão de superávit comercial de US$ 35 bilhões em 2016. "Alguns analistas preveem de US$ 30 bilhões a US$ 40 bilhões de saldo, então eu vou ficar em US$ 35 bilhões, que considero um patamar razoável", avaliou.

O ministro disse não vislumbrar uma perspectiva de recuperação do preço de commodities minerais em 2016, mas estimou que as commodities agrícolas podem ter alguma recuperação de valor. "O que posso dizer é que, com certeza, haverá aumento de exportações de manufaturados em 2016, sobretudo automóveis, devido aos acordos automotivos e decisões da indústria mundial. A plataforma brasileira pode se constituir uma opção melhor que outras em 2016", afirmou.

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O ano de 2015, segundo ele, se caracterizou por uma virada na balança comercial, que de um déficit de US$ 4 bilhões no ano passado deve fechar este ano com superávit acima de US$ 17 bilhões. Até a terceira semana de dezembro, o superávit brasileiro é de US$ 16,660 bilhões.

"Isso se deve ao realinhamento do câmbio e à retração das importações, mas em 2015 houve também aumento da quantidade exportada, maior que a média mundial. Além disso, só a queda de preços das commodities fez Brasil perder US$ 30 bilhões em receitas", afirmou.

Monteiro avaliou que o desempenho positivo da balança contribui para que o País tenha um bom resultado este ano no setor externo. "Talvez essa seja a nossa única notícia positiva. Não vamos queimar reservas cambiais para financiar o déficit em transações correntes e todas as projeções apontam para um cenário melhor em 2016", estimou. "Temos que aproveitar a janela de oportunidade do câmbio para retomar canais de exportação", completou.

O ministro destacou a aproximação comercial do Brasil com os Estados Unidos neste ano, com incremento nas exportações para o mercado norte-americano. "Uma política comercial que não prioriza os EUA não é pragmática", enfatizou. Ele também citou medidas no sentido de aumentar as margens de preferência tarifária com o México, além de ajustes no acordo automotivo que elevou os embarques de automóveis para o parceiro. "Também costuramos acordo automotivo com a Colômbia", acrescentou.

Quanto ao Mercosul, Monteiro afirmou que a troca de ofertas para o acordo comercial com a União Europeia deve ocorrer no primeiro trimestre de 2016. "A Argentina deu sinalizações positivas nesta Cúpula do Mercosul e poderemos iniciar o processo no começo do ano", disse, referindo-se a reuniões realizadas nos últimos dias em Assunção, no Paraguai.

Perguntado sobre a demora de uma decisão sobre o imposto de importação do aço, Monteiro disse que um anúncio só deve ser feito no começo do próximo ano, já que a troca de ministros na equipe econômica levou ao prolongamento das discussões sobre o tema. "Vários países têm adotado medidas de proteção ao setor siderúrgico e o Brasil não pode ficar inerte. O governo tem adotado uma posição extremamente cautelosa no setor do aço, já que se trata de um insumo que impacta várias cadeias produtivas", concluiu.

China

Monteiro admitiu que o reconhecimento da China como economia de mercado é questão extremamente delicada que o País precisará lidar em 2016. Segundo ele, o governo analisa preocupações do setor privado, sobretudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). "O ministério vai opinar sobre a China, mas a decisão do governo será política e estratégica", considerou.

O diretor de estatística e apoio às exportações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Herlon Brandão, enfatizou nesta terça-feira (3) que a queda mensal da média diária das exportações de 4,1% em outubro na comparação com o mesmo mês de 2014 foi a menor do ano. "Essa foi a menor queda mensal das exportações e, mesmo assim, foi causada por preço", salientou. "O efeito preço vem se dissipando ao longo do ano com a estabilidade", acrescentou.

Segundo Brandão, como o efeito do preço é menos importante para o comportamento das exportações, é possível já ter crescimento mensal das exportações em novembro. "O preço deve afetar menos daqui para frente. Os preços estavam altos em 2014, tiveram baixa nos últimos meses e 2015 veio nesse patamar baixo", citou. Ele disse também que a queda dos preços vai deixar de pesar na comparação anual. A expectativa do MDIC é de superávit de US$ 15 bilhões este ano.

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O crescimento das quantidades também é importante, de acordo com o diretor. No ano, a alta está em 9%. "No mundo, é um dos maiores (crescimentos)", disse. "Enquanto em valor a baixa foi de 21,8%, o quantum teve aumento expressivo de 9%. No mês de outubro é mais significativa ainda a alta do quantum, de 25%", continuou.

Ao mesmo tempo, ele citou que o Brasil continuou a ter queda do déficit da conta petróleo este ano em outubro, o que contribui para o resultado de 2015. Nos primeiros 10 meses a conta está negativa em US$ 4,526 bilhões. O petróleo bruto teve aumento de 51,7% do volume exportado em 2015 e os preços caíram 50% este ano.

China

Brandão enfatizou que as exportações brasileiras para a China subiram pelo segundo mês seguido em outubro. Em setembro, a alta em relação ao mesmo mês de 2014 foi de 22,8% e no mês passado de 31,9% na comparação com outubro de 2014. Os principais destaques de venda foram soja, milho e petróleo. "A China deve manter crescimento ao longo dos próximos meses por conta do efeito preço", previu o diretor.

Depois de dois anos, é a primeira vez também que há aumento das exportações para a Argentina, puxadas, principalmente, pelo setor automotivo. O diretor disse ainda ser cedo para falar que se trata de uma tendência. "Precisamos analisar menor", enfatizou. Segundo ele, o setor automotivo brasileiro tem se beneficiado pela desvalorização cambial, mas pode também ser um motivo ou indício de recuperação econômica do país vizinho. "É interessante notar o crescimento para a Argentina e a China. Talvez elas se mantenham nos próximos meses."

Brandão destacou o crescimento das exportações e carne bovina para China, fruto da liberação sanitária de frigoríficos. "Estava incipiente até então", comparou. De janeiro a outubro de 2014, o Brasil vendeu US$ 338 mil em carnes para o País e nos mesmos meses deste ano a cifra saltou para US$ 306 milhões. Em quantidade, a elevação foi de 79 toneladas nos primeiros 10 meses de 2014 para 61 mil toneladas este ano.

Destaques

Especificamente sobre o mês de outubro, Brandão citou alguns itens que mereceram destaque de exportação, como minério de ferro, soja, milho, celulose e petróleo. Ele também disse que a venda de automóveis tem ajudado o resultado da balança comercial em alguns mercados, como o da Argentina e do México. Segundo ele, as vendas de veículos de janeiro a outubro tiveram aumento de 72,9% em termos de volume para o México em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto a alta foi de 56,3% em valor. O Brasil exportou para esse país 30 mil unidades de automóveis de passageiros nos primeiros 10 meses do ano passado e 51 mil em igual período deste ano.

Para a Argentina, de acordo com o diretor, as vendas de veículos subiram 4% em volume, mas ainda têm queda de 3,8% em valor. "Possivelmente isso ocorre por causa da venda de automóveis mais baratos", intuiu. O Brasil vendeu para o país vizinho 207 mil carros de janeiro a outubro de 2014 e 215 mil nos mesmos meses de 2015.

A balança comercial do Brasil deve terminar este ano com saldo positivo de US$ 12,5 bilhões, segundo o economista Thiago Biscuola, da RC Consultores. Nesta quinta-feira (1°) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) informou que em setembro o País teve superávit de US$ 2,944 bilhões, enquanto no acumulado deste ano o saldo está em US$ 10,246 bilhões. Já para 2016, o analista prevê superávit de quase US$ 24 bilhões.

"A última semana de setembro veio um pouco melhor do que o esperado. As importações estão salvando a balança comercial, porque a queda é muito significativa. Além da fraca demanda interna, em função do ambiente recessivo, a questão cambial também tem impactado", afirma Biscuola. Para ele, esse processo de melhora nas contas externas faz parte do ajuste pelo qual passa a economia brasileira.

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Já no âmbito das exportações, mesmo com a depreciação cambial o Brasil não tem conseguido um grande ganho de competitividade, em especial no setor industrial. Segundo os dados do MDIC, a média diária das exportações em setembro teve queda de 13,8% em relação ao mesmo mês do ano passado, enquanto as importações recuaram 32,7%.

O analista da RC explica que a pauta de exportações brasileiras tem um peso muito grande de itens básicos, e que quase todos tiveram uma forte queda nas cotações internacionais este ano. "Em valores as exportações caem, por conta da retração nos preços, mas em volume elas estão subindo". Ele diz que a janela para exportação de soja, por exemplo, já praticamente terminou, mas para alguns outros itens os produtores podem ter estocado para esperar uma cotação melhor do câmbio.

Biscuola diz que, com o ajuste nas contas externas, já é possível observar um processo de substituição de importações, mas que esse movimento é suavizado pela atividade doméstica muito fraca. "O espaço que o produtor local conseguiria ganhar fica limitado pela demanda interna caindo forte. Se houvesse uma demanda sólida, essa realocação seria mais rápida. De qualquer forma, sem essa substituição a indústria poderia estar caindo ainda mais", comenta.

O diretor de estatística e apoio à exportação da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Herlon Brandão, afirmou há pouco que não há perspectiva de melhora nos preços internacionais de produtos exportados pelo Brasil em um horizonte curto de tempo.

"Dada a instabilidade internacional, não vemos um desempenho mais robusto no curto prazo dos preços desses bens. É uma realidade que vamos ter que conviver", afirmou. Ele ressaltou também que, com uma economia desaquecida, a demanda do Brasil por bens importados é menor.

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Sobre o cenário de câmbio valorizado, ele afirmou que encarece os bens importados e, teoricamente, tem efeito, mas evitou se aprofundar em uma análise sobre o tema. "A magnitude desse efeito e quando esse efeito vai ocorrer é difícil mensurar", disse.

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 1,195 bilhão na terceira semana de julho (dias 13 a 19). De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira, 20, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações somaram US$ 4,667 bilhões e as importações US$ 3,472 bilhões no período. Em julho, o resultado é superavitário até o dia 19, com as exportações superando as importações em US$ 1,657 milhões. Neste mês, as vendas ao exterior somam US$ 10,717 bilhões e as compras US$ 9,060 bilhões. No ano, a balança comercial acumula superávit de US$ 3,878 bilhões, resultado de US$ 105,046 bilhões e importações de U$S 101,168 bilhões.

Na terceira semana, a média das exportações (US$ 933,4 milhões) subiu 23,4% em relação à média da segunda semana (US$ 756,3 milhões). De acordo com o MDIC, houve aumento nas exportações em todas as categorias de produtos: semimanufaturados (+81,0%, destaque para açúcar em bruto, celulose, semimanufaturados de ferro/aço e ferro-ligas), manufaturados (+21,2%, em razão, principalmente, de automóveis, laminados planos, óxidos e hidróxidos de alumínio, tubos flexíveis de ferro/aço, suco de laranja, polímeros plásticos) e básicos (+13,8%, por conta de soja em grão, farelo de soja, carne bovina, milho em grão). Houve queda de 0,6% nas importações no período.

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Porém, em julho há queda de 17,6% em relação ao mesmo mês de 2014. Há retração nas três categorias de produtos: básicos (-18,2%, de US$ 505,7 milhões para US$ 413,5 milhões, devido à redução nas vendas de petróleo em bruto, minério de ferro, fumo em folhas, carne bovina, café em grão), semimanufaturados (-17,5%, de US$ 123,3 milhões para US$ 101,7 milhões, por conta de ferro fundido, ouro em forma semimanufaturada, couros e peles, óleo de soja em bruto, açúcar em bruto, ferro-ligas, semimanufaturado de ferro/aço) e manufaturados (-15,8%, de US$ 347,0 milhões para US$ 292,1 milhões, por retração de itens como plataforma para extração de petróleo, motores para veículos, óleos combustíveis, açúcar refinado, motores e geradores, óxidos e hidróxidos de alumínio, autopeças).

Em relação a junho, também houve queda nas vendas ao exterior, de 11,8%, ainda com retração nas três categorias: semimanufaturados (-5,1%), manufaturados (-16,8%) e básicos (-9,0%).

Nas importações, houve queda de 25,3% em relação a julho de 2014. Queda nas compras de combustíveis e lubrificantes (-65,5%), aparelhos eletroeletrônicos (-28,0%), plásticos e obras (-25,7%), veículos automóveis e partes (-25,5%) e equipamentos mecânicos (-21,6%). Em relação a junho de 2015, há retração de 3,1%, destaque para as quedas em combustíveis e lubrificantes (-33,9%), farmacêuticos (-11,1%), veículos automóveis e partes (-11,0%), plásticos e obras (-10,5%), equipamentos mecânicos (-8,8%) e instrumentos de ótica e precisão (-7,2%).

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