Sim, sim! Pernambuco tem mania de grandeza. Independente do momento, do clima, da improbabilidade, somos assim mesmo: megalomaníacos. Mas a culpa é da nossa história, que de tantas vitórias nos “mal-acostumou” a querer sempre mais e achar que somos, literalmente, imortais, imortais.
Parafraseando nosso hino, podemos saldar os alvirrubros, esse “povo coberto de glória”, que está de volta à Série A e – diga-se de passagem – com muito merecimento.
##RECOMENDA##
De desacreditado, goleado na estreia, comprovando a máxima de que a união de duas cores mágicas faz a força e, com raça, o vermelho de luta terminou no branco de paz e alívio pelo dever cumprido.
A derrota contra o Boa Esporte foi apenas um detalhe que, de tão mínimo, passou despercebido dentro de uma festa mais que merecida.
Porque não comemorar? O Náutico cumpriu tão bem o seu papel que nem precisou vencer para poder chegar onde muitos que venceram estão longe. Afinal de contas, esse acesso “quem olha não esquecerá jamais”. O que vale mesmo é a união de sete letras mágicas.
Comemora, torcedor! Sempre “proclamando o valor de teus brios” e nunca esquecendo das “batalhas cruéis”. Canta, alvirrubro... Lembrem do Rei, que fez uma música para vocês: “Eu voltei, agora pra ficar... Porque aqui, aqui é meu lugar”. E é mesmo! Parabéns, parabéns, Náutico, grande orgulho pernambucano.
E se você acha que parou por aí, está muito enganado. Eu disse que Pernambuco é a capital da megalomania!
O Sport teve tudo contra si, combinações quase improváveis. Mas, e daí? Nunca esqueçamos que aqui “corre sangue de heróis rubro veio” e que jamais desistem. E com Mazolla, ele mesmo, quem diria? O Leão pode voltar a rugir forte na série A.
Pois é! E o Leão tem que, literalmente, agradecer aos céus. Afinal de contas, ver o Vitória perder no Barradão, de virada, com gols relâmpagos do São Caetano, lutando contra o rebaixamento, além do Bragantino, que tinha tudo – eu disse tudo – para subir e foi derrotado em casa para o ASA, candidato à série C, não pode ter outra definição que não seja: milagre.
Torcedor rubro-negro, parabéns por fazer se cumprir o hino que diz: “Com o Sport eternamente estarei. Pois rubro-negras são as cores que abracei. E o abraço, de tão forte, não tem separação”. Até porque, como vocês mesmo dizem: o “Sport é religião, uma razão para viver”.
E que se viva... Mas com os pés no chão. Nada, absolutamente nada, foi conquistado. Não devemos esquecer outros tropeços. Que eles sirvam de lição e para que, caso se conquiste o acesso, o Leão siga como “Eterno símbolo de orgulho [...] de listras pretas e vermelhas [...] Que encanta, enobrece e dá prazer”. Mais que nunca, só dependem de si próprios para salvar o ano e iniciar uma nova história.
Se acabou? Não! Somos megalomaníacos.
Com o descenso do Salgueiro – que vai pagar pela sequência de erros durante o ano – teremos dois times na série C, uma vez que o Santa Cruz, orgulho pernambucano, recordista de público, destaque internacional de amor e carinho, está volta. Quem mandou acordar o gigante? Repito: Pernambuco é grande! Amanhã, o Mais Querido, no sentido literal da palavra, que emociona multidões, além de fita azul, pode entrar no seleto hall de grandes campeões brasileiros. Merecido também! Muito!
Grandeza, teu sinônimo é Pernambuco! Nem tudo está garantido, mas para quem já esteve tão longe e hoje vê tudo tão perto, podemos sonhar com voos bem altos. Afinal de contas, se o pulso ainda pulsa, lembremos: “Pernambuco Imortal, Imortal”.