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O Centrão quer comandar o Ministério dos Esportes e vem pressionando pela saída da ministra Ana Moser. Assim como foi feito com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o bloco cobra a gerência da pasta depois do apoio ao governo nas votações da Reforma Tributária e do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) na Câmara. 

O doutor em Ciência Política Pedro Soares pontuou que os Ministérios servem como suporte ao desenvolvimento do governo, ao mesmo tempo que são parte do Executivo. Em uma gestão de coalizão, como a vivida no Brasil, eles acabam sendo negociados por apoio à agenda política da situação. 

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"Os ministérios, seja ele qual for, são mecanismos de apoio do Executivo e, pelo fato de serem mecanismo importantes na estruturação, no suporte e no caminhar de um governo, eles terminam se tornando moeda de troca, principalmente naqueles regimes que adotaram o presidencialismo de coalizão, como nos países da América Latina de maneira geral, explicou. 

O presidente Lula (PT) conseguiu manter Nísia Trindade no cargo e, agora, se desdobra para garantir a permanência de Ana Moser. A diferença nos dois casos é a posição do Ministério dentro do governo e a quantidade de recursos disponíveis. A Saúde é uma das pastas prioritárias e mais robustas, enquanto o Ministério dos Esportes tem status de pasta secundária, sendo alvo mais fácil na pauta de negociações. 

O presidente do Republicanos em Pernambuco e vice-líder na Câmara, o deputado Silvio Costa Filho, aparece entre os nomes cotados a assumir o cargo de Ana Moser. A escolha contraria a carreira da ministra, que fez parte do grupo que trouxe a primeira medalha olímpica de vôlei para o Brasil e conhece as necessidades de investimento para o desenvolvimento de atletas. 

"De maneira 'racional', Silvio Costa Filho não seria a pessoa mais indicada. Não teria uma pessoa mais indicada do que uma personalidade que foi esportista", comentou o cientista. 

Nas redes sociais, atletas e apoiadores do atual governo fizeram uma campanha pela permanência da gestora. Na avaliação de Pedro Soares, Lula não vai ceder à pressão sobre a cadeira da ministra, no entanto, terá que compensar o Centrão para preservar a relação com o Congresso. 

"Não acredito que vá acontecer, porque a pressão para que Ana Moser fique é muito grande. Talvez haja uma troca, como a gente presencia isso desde o primeiro governo Lula. O governo Lula é extremamente articulador e sabe estabelecer uma troca dentro das alas políticas que fazem parte dessa grande coalizão", concluiu. 

Nessa terça-feira (11), a ministra se reuniu com o presidente Lula e com os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta antes de viajar como representante do governo brasileiro na Copa do Mundo Feminina de Futebol, na Oceania. A previsão é que a pressão aumente enquanto a ministra estiver fora do país.

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