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Com a demissão de Rita Serrano do comando da Caixa Econômica, em reunião nesta quarta-feira (25), a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dispensou, até o momento, três mulheres em cargos públicos de liderança de primeiro escalão para acomodar homens indicados por partidos do Centrão.

Para a vaga de Rita, o líder petista vai nomear Carlos Antônio Fernandes, indicado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A decisão de hoje foi tomada após meses de pressão de Lira e de outros líderes do Centrão, que miravam o comando do banco público.

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Fernandes é funcionário de carreira do banco, atuou como ministro interino das Cidades e Integração, na gestão Dilma Rousseff (PT), e em cargo de chefia do banco público do DF (BRB).

Além disso, ele é ligado ao deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), com quem trabalhou em 2012 no Ministério da Integração Nacional.

 Ministérios entregues ao Centrão

Não é a primeira vez que Lula substitui mulheres por um homens indicados pelo Centrão. A primeira demissão no time feminino foi a da então ministra do Turismo Daniela Carneiro, após desentendimentos dela com o seu antigo partido, o União Brasil. Quem assumiu o cargo foi o deputado federal Celso Sabino, amigo próximo de Arthur Lira.

Mesmo fazendo parte da gestão, Sabino já se mostrou como um nome de oposição ao presidente em determinados momentos. Em 2016, ele criticou a nomeação de Lula para a Casa Civil do governo da então presidente Dilma Rousseff (PT). Já em 2022, apoiou a reeleição do ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL), derrotado no segundo turno pelo líder petista.

Depois da demissão de Daniela, veio o desligamento da então ministra do Esporte, Ana Moser, no mês de setembro. No cargo dela, entrou o deputado federal André Fufuca (PP-MA), também apadrinhado por Lira.

A substituição gerou polêmica, já que Fufuca abasteceu com recursos de uma emenda parlamentar de sua autoria uma empresa fantasma envolvida em um grande esquema de desvio de verbas federais.

De saída do cargo para o presidente Lula dar assento na Esplanada a um parlamentar do PP, partido do presidente da Câmara, Arthur Lira, a ministra do Esporte, Ana Moser, não esconde a frustração em ser demitida com ainda muito a fazer. A ex-atleta entende que conseguiu avanços na pauta do esporte ao longo de seus nove meses à frente da pasta, e vê a marca do machismo no processo político que resultou na sua substituição. "Quanto mais mulheres nas altas rodas de decisões políticas, mais equilibradas essas decisões serão. Faltam mulheres nos momentos decisórios", afirmou em entrevista ao Estadão.

Ana Moser revela que a primeira-dama Janja da Silva disse a ela, após a demissão, "sentir muito pelo processo". A partir da semana que vem, o Ministério do Esporte será ocupado pelo deputado federal André Fufuca (PP-MA), que foi vice-líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara e votou no ex-presidente na última eleição.

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A ministra demissionária, contudo, evita criticar o presidente Lula e diz que sua saída do cargo não pode ser atribuída apenas ao presidente porque é resultado de um contexto político. "A articulação política não é desejo, é o que é dado". E afirma que não se arrependeu de ter trabalhado pela eleição do petista. "Pelo amor de Deus. Isso não existe."

A seguir, os principais trechos da entrevista:

Como foi a reunião com o presidente Lula na quarta-feira, dia 6, no Palácio da Alvorada? A sra. pode detalhar um pouco? O que Lula disse exatamente?

Foi uma reunião em dois dias, na terça e na quarta. E o que o presidente (Lula) falou (na terça) foi o que se falou ‘para fora’, que a gente sabe. Que já vinham há meses fazendo a negociação para a entrada destes dois novos partidos; que foram tentadas várias soluções, e que no fim teve que fazer essa escolha pela troca no Ministério do Esporte. Falei para ele sobre todas as nossas realizações e toda a nossa construção; falei da preocupação de interromper este trabalho; que o tempo tinha sido curto para apresentar resultados; e ele ficou de pensar. Deu mais 24 horas a esse processo de escolha; e na quarta-feira então ele deu a posição final.

E como foi quando ele fez esse anúncio para a senhora?

Foi normal, né? Uma reunião normal. Eu estava sentada, ele estava sentado, numa mesa. Não teve um roteiro dramático. Foi o que era sabido.

A senhora considera que o processo de demissão conduzido pelo governo foi respeitoso? A senhora e sua equipe se sentiram expostas?

O comando da política é feito pelo Palácio do Planalto. É um tempo das conversas deles. Não tenho como entender quais são os processos, ou acompanhar qual é o ritmo das negociações que são feitas pelo Planalto. A articulação política não é a nossa função. Enquanto isso tudo vinha acontecendo, (e nós ficávamos sabendo pelo que) saía na imprensa, porque essas conversas não chegavam até nós, nós continuamos trabalhando, porque era o que se tinha para fazer. É lógico, eu entrei para fazer um trabalho e para concluir o trabalho, não entrei para sair. Então há uma frustração que faz parte de todo o investimento feito e da visão que se tem, ou se tinha. Não só minha, mas de toda a equipe do ministério, de onde a gente queria chegar. Então, lógico, se é um processo de quebra, isso gera um sentimento. Mas é da política, é o tempo da política. Que não é dado por nós, é dado por quem faz essa gestão da política. E com certeza com as melhores intenções, dentro deste governo que tem muita coisa para entregar (...).

Mas a senhora esperava que fosse conduzido de uma outra forma, ou isso não é uma questão? A senhora não está pessoalmente magoada?

Acho que isso não é uma questão, né? Mais uma vez, a política está sendo feita, e nós estamos no ministério fazendo política pública de esporte. Acho que é assim que deve ser mesmo.

Toda a equipe da senhora saiu junto do Ministério? A pasta vai ser entregue "de porteira fechada", como dizem? Como fica agora a gestão da política pública do esporte?

Essa estruturação vai ser feita nos próximos dias. Na semana que vem, por causa desse feriado (da Independência, em 7 de setembro). O processo de transição normalmente é da equipe, né? Isso já está encaminhado, mas ainda não começou.

A senhora acredita que é um bom movimento colocar a regulação das casas de apostas online, as chamadas "bets" no Ministério do Esporte? A eventual arrecadação pode ajudar a impulsionar o esporte brasileiro?

A regulamentação das "bets" e dos sites de apostas é algo que vem sendo discutido desde o começo do ano, e o debate que vem sendo feito dentro do governo (envolve) especialmente Fazenda, Justiça e Esporte, além da Controladoria-Geral da União (CGU). Esta medida provisória que está no Congresso é resultado dessa construção. É uma conquista desta equipe, exatamente porque se defendeu que parte do recurso desta tributação deve ser direcionado ao esporte, para a construção das políticas públicas de esporte. O que está acontecendo agora é resultado do trabalho desta gestão.

Mas a sra. acha que a Secretaria Nacional das Apostas (a ser criada) deveria ficar com a Fazenda ou com o Esporte?

Acho que cabe ao governo decidir isso.

O que a senhora pensa para o seu futuro profissional? Há relatos de que a senhora poderia assumir um novo cargo no governo, como a Autoridade Olímpica, a ser criada.

Não existe Autoridade Olímpica. Essa gestão é feita pelo Comitê Olímpico Internacional. Em primeiro lugar, eu não tenho interesse, o convite foi para ser ministra do Esporte. A partir do momento em que houve essa mudança, qualquer coisa é uma outra coisa. A questão dessa proposta, que nem foi proposta, que na verdade eu ouvi pela imprensa, não tem muito fundamento. O meu interesse nunca foi o esporte olímpico. Tenho mais de 20 anos de trabalho na área social com o esporte para todos. Qualquer outra coisa não está colocada agora.

A primeira-dama Janja disse que "não estava feliz" com a sua saída do governo. A sra. chegou a falar com ela? Sentiu que houve sororidade, isto é, solidariedade, das colegas mulheres do governo?

Conversei com a Janja, com ministras e ministros. Publicamente, algumas ministras se pronunciaram, como Cida (Gonçalves, das Mulheres), Anielle (Franco, da Igualdade Racial), Esther (Dweck, da Gestão). A ministra Marina (Silva, do Meio Ambiente) me ligou várias vezes nesse processo. Existe essa sororidade. Todo esse jogo de poder é mais complicado para as mulheres, a dinâmica do poder é masculina. As decisões, mesmo com a participação de mulheres, ainda são tomadas por homens. Mesmo com número recorde que se colocou no início do governo, não é algo simplesmente posto, é construído.

Como foi a conversa com Janja?

Da mesma forma que as outras, (disse) sentir muito pelo processo. Entramos para entrar e concluir esse processo. Política é uma negociação, se entende os porquês e quais os fins, os objetivos. Mas não se deixa de lamentar os processos e os meios. Então, isso tudo faz parte.

Na campanha, Lula chegou a dizer que o Esporte não seria "moeda de troca". Ele quebrou uma promessa?

Eu acho que não tem como isolar a questão no presidente Lula. O contexto político se coloca de uma maneira que aquilo que se visualizava no início do ano não continuou. Agora, o momento é outro. Tenho certeza que a vontade do presidente Lula era dar continuidade a este trabalho. Vai ter que dar continuidade de outra maneira, porque a política impõe. A política é feita de avanços em maior ou menos velocidade, mas sempre buscando avançar.

Como a senhora avalia o trabalho feito nestes nove meses? Que iniciativas te deram mais orgulho, qual foi a sua marca no ministério?

A marca foi trazer a dimensão do esporte para todos, buscar caminhos para ampliar o esporte para além do alto rendimento, que trabalha com menos de 5% da população. A marca foi trazer o conceito de que esporte e atividade física têm que ser amplos, democráticos, intersetoriais, e também buscar meios de alcançar escala e chegar aos municípios. Foi uma prioridade. Houve a inserção da mulher dentro do futebol feminino, com visibilidade. Fizemos a Bolsa Atleta para gestantes. Colocamos percentual de participação de mulheres em projetos financiados pelo ministério. Em poucos meses, conseguimos muito.

Se fosse dar nota de 0 a 10 para sua gestão, qual daria?

Não vou dar 10, porque eu não sou 10. Mas com certeza um 8 alto ou 9.

No programa de governo de Lula, consta a necessidade de "democratização e descentralização do acesso ao esporte". Isso é compatível com trocar o ministério por governabilidade?

A articulação política não é desejo, é o que é dado. Claro, tem um desejo de mundo ideal. Especialmente eu tenho a característica de buscar a utopia, com resiliência e com firmeza. Esse é o mundo que estamos, e vamos buscar construir mais. Olhando de fora e com perspectiva de minha posição de mulher, tenho a impressão que, quanto mais mulheres estiverem participando de momentos de decisão, dessas altas rodas de decisões políticas, mais equilibradas essas decisões serão. Falta mais participação de mulheres nesses momentos de decisão. Não é só ocupar os espaços, é estar nos momentos decisórios. Isso pode ser um avanço para a situação atual que vivemos. E não é algo fácil de ser alcançado, e com certeza é a intenção deste governo. Mas o caminho é esse: buscar equilíbrio, ampliação de valores e de maneiras de fazer política.

A senhora se arrepende de ter apoiado o presidente Lula na campanha?

Claro que não. Imagina. Pelo amor de Deus. Isso não existe.

A sra. pensa em entrar para a política eleitoral?

Foi anunciada a minha saída do ministério anteontem. Não tem decisão de nada de futuro. Por enquanto, estamos fechando esse processo. Depois, vou pensar.

A primeira-dama Janja da Silva disse nesta quinta-feira, 7, não ter ficado feliz com a demissão de Ana Moser do Ministério do Esporte. O comentário se deu como resposta a uma publicação do empresário Omar Monteiro Jr., dono do Bar do Omar, um reduto da esquerda no Rio de Janeiro.

"Não tem ninguém do nosso campo feliz com a saída da Ana Moser. Política é assim mesmo, nem sempre é do jeito que a gente quer, infelizmente", disse Omar, ao que Janja respondeu: "Eu também não estou feliz".

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A interação se deu no Twitter nesta quinta, pouco antes de Janja e o presidente Lula (PT) embarcarem rumo à Índia, onde participam do G20. Antes de chegar a Nova Delhi, a comitiva brasileira fará escala na Tunísia.

A decisão de Lula demitir Ana Moser foi tomada para abrigar o Centrão no governo. O deputado André Fufuca (PP-MA), próximo ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), assumirá o Ministério do Esporte em seu lugar.

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência não informou, na nota divulgada na noite de quarta-feira, 6, se Ana Moser terá outra função no governo Lula. A ainda ministra, porém, criticou a escolha do presidente em nota divulgada na quarta.

Ana Moser afirmou que vê "com tristeza e consternação a interrupção temporária de uma política pública de esporte inclusiva, democrática e igualitária no governo federal".

"Durante a conversa com Lula, Ana Moser lamentou que as promessas de campanha, de um esporte para toda a nação, tenham tido tão pouco tempo para que se desenvolvessem na retomada da gestão do Ministério do Esporte voltada para a implementação de uma política que efetivasse o direito social à prática esportiva", completou.

A ex-jogadora de vôlei Ana Moser, medalhista olímpica em Atlanta-1996, deixou o Ministério dos Esportes nesta quarta-feira, após um acordo entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Centrão, que entregaram a pasta para André Fufuca (PP-MA). Sem partido e nomeada como cota pessoal de Lula, a ex-atleta tem uma trajetória ligada ao ativismo social.

Sua escolha foi festejada na nomeação pela turma do esporte. Embora tenha sido diretora do Centro Olímpico do Parque do Ibirapuera, parte da estrutura da Secretaria de Esportes de São Paulo, e integrante do Conselho Nacional do Esporte, Ana viveu no Ministério sua primeira experiência maior dentro da política nacional e acabou se despedindo após oito meses no cargo, durante os quais sustentou o discurso de diminuir a desigualdade no acesso à prática esportiva no Brasil e implementar uma política de esporte para todos.

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Ana Moser perdeu o posto no momento em que a regulamentação das apostas esportivas apareceu como uma forma de turbinar financeiramente o Ministério dos Esportes, que deve receber um fração do dinheiro recolhido pela taxação das empresas do ramo. A questão das apostas, dividida entre o Esporte e a Fazenda, contudo, não foi a principal pauta da atleta em sua atuação política.

No período em que foi ministra, Ana Moser viveu desconfortos em Brasília, como a polêmica com praticantes de eSports, mas conseguiu concluir projetos como a Lei do Bolsa Atleta para grávidas e se dedicou a passos mais ambiciosos, caso do lobby para trazer a Copa do Mundo de futebol feminino para o Brasil em 2027, o que ainda pode acontecer. Nesses oito meses, viu seu nome ser comentado de lá para cá, sempre como um cargo a ser oferecido nos arranjos do Governo. A pasta ficou mais pesada após a determinação da taxação das empresas de apostas no Brasil.

POLÊMICA COM A COMUNIDADE GAMER

Ana começou a jornada em uma pasta resgatada por Lula após ser reduzida a secretária no mandato do presidente Jair Bolsonaro. Em sua primeira manifestação, ela irritou a comunidade gamer ao dizer que eSports não era uma modalidade esportiva e que fazia parte da indústria do entretenimento. Na ocasião, debateu nas redes sociais com profissionais do meio e defendeu que o Ministério até poderia atuar em políticas relacionadas a jogos eletrônicos, mas em parceria com outros ministérios. Ela também arrumou confusão ao relacionar os eSports ao sedentarismo e isso não estava de acordo com seus pensamentos para a pasta.

"Nós sabemos, isso é uma coisa que não é novidade. Na verdade, foi até bem discutido isso no meio esportivo. O que acontece é que muitas vezes até o meio esportivo pouco fala a respeito, não se posiciona tanto a respeito. Existe uma pressão até grande do próprio business, do próprio negócio em cima e acaba sendo preponderante porque tem uma presença grande em várias redes sociais e acaba tendo um público grande, fazendo um barulho grande frente ao posicionamento do próprio setor esportivo... Tem questões trabalhistas, tem implicações com o turismo, porque é um entretenimento, é uma indústria. Tem questões tributárias, tem uma série de envolvimentos", disse Ana Moser ao Estadão, em abril, sobre o tema.

APOIO ÀS MULHERES E COPA NO BRASIL

O entendimento de que os eSports não podem ser classificados como esporte impedia que os praticantes dos games tinham benefícios como o Bolsa Atleta, criado durante o primeiro Governo Lula, em 2005. Sem incluir os gamers, o programa foi usado por Ana Moser para atender a uma antiga demanda de atletas mulheres ao determinar a continuidade do pagamento da bolsa para grávidas e puérperas. Até então, ao engravidar e deixar de participar da somatória dos pontos em competições, as atletas deixavam de atender aos critérios para receber o benefício. A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei. Neste ano, 7.868 atletas foram contemplados pelo Bolsa Atleta, maior número desde a criação.

Ana Moser teve o olhar bastante voltado para as mulheres do esporte em sua curta gestão no Ministério. Em março, foi publicado o Decreto 11.458/2023, que institui a Estratégia Nacional para o Futebol Feminino, elaborada pela ex-jogadora e sua equipe. O texto traz diagnósticos sobre o que precisa ser melhorado para desenvolver a modalidade no Brasil e cita problemas de calendário, investimentos, direitos trabalhistas e formação de novos atletas.

"É uma mudança de questões objetivas e uma mudança de cultura, a médio prazo. O movimento tem de ser conjunto. Não se muda cultura de uma hora para outra, tem de ter planejamento", disse Ana Moser em julho, após voltar de viagem para a Nova Zelândia e a Austrália, onde acompanhou a Copa do Mundo Feminina deste ano, em que o Brasil caiu na fase de grupos e a técnica Pia Sundhage foi demitida.

A ministra voltou da Oceania otimista de que o Brasil pode ser sede do próximo Mundial feminino, uma possibilidade que vinha levantando desde o início de seu trabalho na pasta e apontava como uma oportunidade de alavancar o futebol feminino no País. Chegou a dizer, inclusive, que a candidatura era vista "com muita simpatia" por Gianni Infantino, presidente Fifa.

"Como argumentos para justificar a candidatura, tem a questão da infraestrutura. O Brasil tem uma estrutura muito além do que é necessário para acontecer, construída para a Copa de 2014, mantida e ampliada. Estádios, hotéis, aeroportos… Toda essa estrutura é uma vantagem para a candidatura do Brasil", afirmou. O ministério preparava a candidatura do Brasil, em parceria com a CBF, para ser entregue até 8 de dezembro.

EXPLICAÇÕES APÓS VETOS À LEI GERAL DO ESPORTE

Durante seu trabalho no Ministério, Ana Moser se envolveu em um desconforto com a Câmara dos Deputados, referente à Lei Geral do Esporte, que unifica todas as normas do esporte brasileiro em um único dispositivo, como Lei Pelé, o Estatuto do Torcedor, Lei de Incentivo ao Esporte e o Bolsa Atleta.

A ex-atleta foi articuladora da nova legislação, antes de ser ministra, atuando como líder da organização Atletas pelo Brasil, que comandava ao lado do ex-jogador Raí, mas se viu do outro lado da moeda ao apoiar os 134 vetos impostos por Lula na hora de sancionar o texto aprovado pela Câmara dos Deputados e Senado. Ana Moser disse à Câmara que vetar itens foi necessário para fazer com que a nova legislação fosse implementada.

"O governo não vai fazer o que as instituições fazem com excelência: os seus planejamentos, as suas estruturações, o seu trabalho de desenvolvimento das modalidades", afirmou à época. "Não é uma interferência, mas alinha a uma política macro que tenha um impacto em torno das metas a serem alcançadas."

Um dos vetos envolveu a parte do texto que tratava da cláusula compensatória de atletas em contratos de trabalho - valor devido pelo clube ao atleta nas hipóteses de rescisão de contrato ou dispensa sem motivo -, após protestos de jogadores de futebol em partidas do Campeonato Brasileiro. O texto previa que as agremiações não precisariam ressarcir jogadores demitidos se eles encontrassem emprego em outra equipe com salário igual ou maior.

A lei também previa a criação da Autoridade Nacional para Prevenção e Combate à Violência e à Discriminação no Esporte (Anesporte), vinculada ao Ministério dos Esportes, mas o ponto também foi vetado pelo presidente Lula. Isso porque, segundo Ana Moser, a criação de órgãos do Executivo deve ser feita mediante projeto de iniciativa do governo. Um novo Projeto de Lei com a proposta para a criação da agência ficou de ser apresentado. Lula também derrubou do texto da criação do Fundo Nacional do Esporte. De acordo com Ana, o veto foi motivado pela falta da previsão de receitas para o órgão.

Após lamentar a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em tirá-la do cargo de ministra do Esporte, na quarta-feira, Ana Moser voltou a se manifestar sobre o assunto nesta quinta, com uma publicação no X, rede social antes conhecida como Twitter. No breve texto, a ex-jogadora de vôlei de 55 anos reforçou sua frustração por ter ficado tão pouco tempo no cargo e disse que continuará lutando pela valorização do esporte no País.

"Para mim, o potencial social, educacional e comunitário do esporte ainda está para ser reconhecido e valorizado, especialmente pelos gestores públicos. Por isso a luta continua. Agradeço aos que estiveram comigo percorrendo este caminho curto e árduo", escreveu a medalhista olímpica, que, desde que se aposentou das quadras, se dedica ao ativismo social voltado ao esporte.

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Antes de atuar como ministra, Moser foi líder da ONG Atletas pelo Brasil, ao lado do ex-jogador de futebol Raí, e teve experiências ligadas à política, como integrar o Conselho Nacional do Esporte, e dirigir o Centro Olímpico do Parque do Ibirapuera, parte da estrutura da Secretaria de Esportes de São Paulo. "Construí minha vida inteira para chegar aqui. Como mulher lutei para conquistar espaços e no Ministério do Esporte trabalhei para transformar a realidade do esporte brasileiro. E continuarei lutando", completou.

A agora ex-ministra perdeu seu cargo por causa de um acordo costurado por Lula junto ao Centrão. O presidente concretizou uma reforma ministerial que envolveu a demissão de Moser e a entrega do Esporte para André Fufuca (PP-MA), em um momento no qual a pasta tem a expectativa de receber uma grande injeção financeira com o avanço da regulamentação das apostas esportivas.

O remanejamento foi lamentado por atletas e ex-atletas, que já vinham se manifestando antes da oficialização da demissão de Moser para tentar impedir o movimento, caso de Raí e a lenda do basquete Hortência, que encabeçaram o movimento "Ana Moser Fica" com uma hashtag nas redes sociais. Depois o anúncio de que ela estava fora do governo, novas manifestações foram realizadas.

A ex-nadadora Joanna Maranhão, presidente do Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil, disse que "não será a eleitora que irá aplaudir os erros do governo" e defendeu Moser como "a pessoa certa para propor uma política pública de esporte de Estado, e não de um governo". Já Carol Solberg, jogadora de vôlei de praia, entende que "o esporte foi mais uma vez usado como moeda de troca" e afirmou que o argumento da governabilidade "não pode justificar tudo".

Desalojada do governo Lula para possibilitar o embarque de mais partidos do Centrão na Esplanada dos Ministérios, a ex-atleta e agora ex-ministra do Esporte Ana Moser afirmou nesta quinta-feira, 7, que sua saída foi uma decisão política e representa um "abandono do esporte". A declaração foi feita à CNN Brasil, em breve fala no aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

"Foi uma decisão política, pena para o esporte. É pena para o esporte mesmo, é o abandono do esporte, mas faz parte da política", disse Moser, que será substituída pelo deputado federal André Fufuca (PP-MA), de 34 anos, próximo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do presidente do PP, Ciro Nogueira, que faz oposição ao governo Lula.

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Na quarta-feira, ao confirmar as escolhas de Fufuca e de Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) - que assumirá Portos e Aeroportos -, a nota do Palácio do Planalto não fez menção a Moser.

Também na quarta-feira ex-atleta já havia divulgado nota por meio de assessoria em que disse ver "com tristeza e consternação a interrupção temporária de uma política pública de esporte inclusiva, democrática e igualitária no governo federal". "Durante a conversa [com Lula] Ana Moser lamentou que as promessas de campanha, de um esporte para toda a nação, tenham tido tão pouco tempo para que se desenvolvessem na retomada da gestão do Ministério do Esporte voltada para a implementação de uma política que efetivasse o direito social à prática esportiva", afirmou ainda em nota.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está para anunciar uma minirreforma ministerial, que deve incluir a demissão da ministra do Esporte, Ana Moser, ex-jogadora de vôlei e medalhista olímpica e que deve ser substituída por um político do "centrão".
Lula e Moser conversaram por cerca de uma hora na última terça-feira (5), no Palácio do Planalto, mas a saída da ministra ainda não foi oficializada. "O técnico entra com um time em campo, mas no decorrer do jogo ele vai mudando.

É muito difícil chamar uma pessoa para dizer: 'Eu vou precisar do teu ministério'. Essa é a política, nós precisamos construir maioria no Congresso", afirmou o petista no programa Conversa com o Presidente.
Moser deve ser substituída pelo deputado federal André Fufuca (PP), correligionário do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que vem pressionando o governo para ampliar o espaço do "centrão" nos ministérios. Em troca, Lula espera obter uma margem mais confortável de votos para aprovar seus projetos no Congresso.
As negociações entre o presidente e Lira, que foi aliado do ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL), já duram quase dois meses.
"A reforma ministerial está caminhando", afirmou ontem o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento e Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), após uma reunião com Lula.
Alckmin poder ter que deixar o Ministério do Desenvolvimento para dar lugar ao atual ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB), cuja pasta atual seria entregue ao deputado Silvio Costa Filho, do Republicanos, partido do "centrão" e ligado à Igreja Universal do Reino de Deus.

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*Da Ansa

A ministra do Esporte, Ana Moser, disse nesta quinta-feira (27), em São Paulo, que não tem controle sobre uma possível saída do ministério. Segundo ela, a possibilidade é uma “questão externa”, que vai ser definida pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.  “Externamente, não tenho nenhum controle sobre [o assunto]. E internamente, tenho que manter o nosso trabalho”, disse.

“Essa é uma questão externa, não tenho nenhum controle ou nada disso. Fui convidada pelo presidente Lula em dezembro [para ser ministra] e estou aqui. E, quando ele me desconvidar, eu saio”, acrescentou. 

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A ministra viajou recentemente para a Austrália e Nova Zelândia para acompanhar o início da Copa do Mundo Feminina de Futebol e para promover e costurar a candidatura do Brasil para sediar o evento em 2027.  Em entrevista, a ministra disse que seu foco no momento é a candidatura do Brasil para sediar a Copa do Mundo Feminina de Futebol e para entregar, nos próximos dias, a Estratégia Nacional para o Futebol Feminino.

  “[A Estratégia Nacional para o Futebol Feminino] é uma série de ações. São sete itens diferentes, com uma visão e diagnóstico do que é o contexto do futebol feminino no Brasil. E já dá para adiantar que os números são muito pequenos do que existe de ações, de times e de volume de futebol feminino no país”, adiantou.

Entre as ações que devem constar na estratégia, de acordo com a ministra, estão a construção de um calendário melhor e mais amplo, um número maior de investimento dos clubes para que haja mais atletas profissionais do que amadoras e o fomento para a construção de centros de formação e treinamento para mulheres.

Candidatura Sobre a Copa do Mundo de Futebol Feminino no Brasil, a ministra disse que a ideia é que ocorra em oito cidades sedes, ainda não definidas, aproveitando as estruturas que foram construídas para a Copa do Mundo de Futebol masculino, que ocorreu no país em 2014. 

“A candidatura brasileira é vista com muita simpatia. E como argumentos para justificar a candidatura, temos exatamente a questão que é a infraestrutura. O Brasil tem uma infraestrutura além do que é necessária para receber [o evento], que foi construída para a Copa de 2014 e vem sendo mantida e ampliada. Temos estádios, hotéis, aeroportos. E é uma vontade e intenção do governo brasileiro, até pela experiência, fazer eventos que sejam positivos em todos os sentidos, que não tenham grandes gastos, que aproveitem a estrutura que já tem e que tirem o proveito de toda essa experiência”. 

A definição sobre qual país abrigará a próxima Copa do Mundo acontecerá somente em maio do próximo ano pela Federação Internacional de Futebol (Fifa). E, até dezembro deste ano, informou a ministra, o país deve entregar a sua proposta de candidatura. 

Edição: Fernando Fraga  Ana Moser Ministério do Esporte Futebol Feminino Share on WhatsApp Share on Facebook Share on Twitter Share on Linkedin DÊ SUA OPINIÃO SOBRE A QUALIDADE DO CONTEÚDO QUE VOCÊ ACESSOU. Escolha sua manifestação em apenas um clique. 

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O Centrão quer comandar o Ministério dos Esportes e vem pressionando pela saída da ministra Ana Moser. Assim como foi feito com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o bloco cobra a gerência da pasta depois do apoio ao governo nas votações da Reforma Tributária e do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) na Câmara. 

O doutor em Ciência Política Pedro Soares pontuou que os Ministérios servem como suporte ao desenvolvimento do governo, ao mesmo tempo que são parte do Executivo. Em uma gestão de coalizão, como a vivida no Brasil, eles acabam sendo negociados por apoio à agenda política da situação. 

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"Os ministérios, seja ele qual for, são mecanismos de apoio do Executivo e, pelo fato de serem mecanismo importantes na estruturação, no suporte e no caminhar de um governo, eles terminam se tornando moeda de troca, principalmente naqueles regimes que adotaram o presidencialismo de coalizão, como nos países da América Latina de maneira geral, explicou. 

O presidente Lula (PT) conseguiu manter Nísia Trindade no cargo e, agora, se desdobra para garantir a permanência de Ana Moser. A diferença nos dois casos é a posição do Ministério dentro do governo e a quantidade de recursos disponíveis. A Saúde é uma das pastas prioritárias e mais robustas, enquanto o Ministério dos Esportes tem status de pasta secundária, sendo alvo mais fácil na pauta de negociações. 

O presidente do Republicanos em Pernambuco e vice-líder na Câmara, o deputado Silvio Costa Filho, aparece entre os nomes cotados a assumir o cargo de Ana Moser. A escolha contraria a carreira da ministra, que fez parte do grupo que trouxe a primeira medalha olímpica de vôlei para o Brasil e conhece as necessidades de investimento para o desenvolvimento de atletas. 

"De maneira 'racional', Silvio Costa Filho não seria a pessoa mais indicada. Não teria uma pessoa mais indicada do que uma personalidade que foi esportista", comentou o cientista. 

Nas redes sociais, atletas e apoiadores do atual governo fizeram uma campanha pela permanência da gestora. Na avaliação de Pedro Soares, Lula não vai ceder à pressão sobre a cadeira da ministra, no entanto, terá que compensar o Centrão para preservar a relação com o Congresso. 

"Não acredito que vá acontecer, porque a pressão para que Ana Moser fique é muito grande. Talvez haja uma troca, como a gente presencia isso desde o primeiro governo Lula. O governo Lula é extremamente articulador e sabe estabelecer uma troca dentro das alas políticas que fazem parte dessa grande coalizão", concluiu. 

Nessa terça-feira (11), a ministra se reuniu com o presidente Lula e com os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta antes de viajar como representante do governo brasileiro na Copa do Mundo Feminina de Futebol, na Oceania. A previsão é que a pressão aumente enquanto a ministra estiver fora do país.

O edital do Bolsa Atleta 2023 foi publicado nesta terça-feira (31), no Diário Oficial da União. O programa contempla atletas a partir de 14 anos, que disputaram modalidades dos programas olímpico e paralímpico e obtiveram destaque em competições durante 2022.

As inscrições vão até 17 de fevereiro, com o envio de documentação acontecendo online. De acordo com dados do Governo Federal, 6.419 pessoas são agraciadas pelo programa, com os repasses mensais variando entre R$ 370 e R$ 3.100, dependendo da categoria. Trata-se de 3.578 homens e 2.841 mulheres.

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“O Bolsa Atleta é uma das políticas mais importantes do Ministério do Esporte e beneficia milhares de atletas brasileiros que precisam desse apoio para manter os treinamentos, a preparação e para se manter avançando em suas carreiras esportivas”, afirmou Ana Moser, ministra do Esporte.

Com o incentivo, vão continuar representando o Brasil em competições internacionais e praticando o esporte de alto desempenho no Brasil. É uma superpolítica e o ministério tem muito orgulho de estar lançando, hoje, o edital de 2023”, concluiu.

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 A ministra do Esporte, Ana Moser, foi criticada por gamers depois de anunciar que não vai investir em eSportes por se tratar da indústria do entretenimento. A fala feita nessa terça-feira (10) foi apoiada pelo presidente do Porto Digital do Recife, Pierre Lucena. 

Nas redes sociais, o gestor do parque tecnológico afirmou que a ministra está "absolutamente correta em não considerar games como esporte" e apoiou que a pasta foque no desenvolvimento de esportes tradicionais, como mencionou Moser. Contudo, Pierre cobrou investimentos na indústria dos jogos digitais como forma de dinamizar a economia do setor e sugeriu aproximar a relação dos eSportes com o processo de Educação. 

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O posicionamento da ministra contrariou o incentivo feito pelo presidente Lula (PT) durante a campanha. Em agosto, o então candidato afirmou que videogame vai além do entretenimento e também está envolvido com Cultura, geração de empregos e no próprio desenvolvimento tecnológico. Ele chegou a receber propostas para incluir políticas públicas do segmento em seu Programa de Governo. 

O mundo dos games reprovou uma fala da Ministra dos Esportes, Ana Moser, que afirmou que eSports não são esportes e fazem parte da indústria do entretenimento. Gamers e outras personalidades da área usaram as redes sociais para criticar a ex-jogadora de vôlei, que assumiu a pasta recriada no governo Lula.

Alguns relembraram uma publicação do perfil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a campanha eleitoral, em que o chefe do Executivo afirmava que os jogos eletrônicos não eram apenas entretenimento.

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"Videogame não é apenas entretenimento, é também cultura, emprego e desenvolvimento tecnológico. Ontem gamers apresentaram propostas para o nosso Programa de Governo, pedindo políticas públicas que fortaleçam o setor de jogos eletrônicos no Brasil", escreveu Lula em 18 de agosto de 2022.

Nesta terça-feira, Ana Moser afirmou que os eSports fazem parte da indústria do entretenimento. Ela comparou a preparação de um gamer à de um cantor, como Ivete Sangalo, para um show. A Ministra também ponderou que, diferentemente dos esportes convencionais, os eSports são forjados sobre uma programação que de alguma maneira limita a imprevisibilidade.

"A meu ver, o esporte eletrônico é uma indústria de entretenimento, não é esporte. O que você fez foi se divertir, você não praticou esportes. ‘O pessoal treina para fazer’. Sim, treina, assim como a Ivete Sangalo também treina para dar show e ela não é uma atleta da música. Ela é uma artista que trabalha com entretenimento. O jogo eletrônico não é imprevisível, ele é desenhado por uma programação digital, cibernética", afirmou a Ministra em entrevista ao Uol.

"A parte boa disso é que a gente nunca precisou nem vai precisar dessa galera para dizer se é ou não esporte", afirmou Gaules, uma das principais vozes dos eSports no País, em uma live na Twitch.

Nas redes sociais, outros gamers e streamers se posicionaram de forma crítica à declaração da Ministra dos Esportes. Uma das principais divergências quanto ao ponto de vista de Ana Moser se dá sobre a capacidade dos eSports transformarem vidas, assim como os esportes convencionais. 

A ministra do Esporte, Ana Moser, declarou que a pasta comandada por ela não vai investir em e-sports. Na visão dela, a modalidade não é esporte. Ela chegou disse que o segmento está ligado ao entretenimento.

A fala feita nesta terça-feira (10) gerou reações diversas nas redes sociais. Muitos criticaram e chamaram de arcaicos o posicionamento da ministra, mas alguns defenderam a opinião dela.  

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“A meu ver, o esporte eletrônico é uma indústria de entretenimento, não é esporte. Então, você se diverte jogando videogame, você se divertiu. 'Ah, mas o pessoal treina para fazer'. Treina, assim como o artista. Eu falei esses dias, assim como a Ivete Sangalo também treina para dar show e ela não é atleta da música. Ela é simplesmente uma artista que trabalha com entretenimento. O jogo eletrônico não é imprevisível. Ele é desenhado por uma programação digital, cibernética. É uma programação, ela é fechada, ela não é aberta, como o esporte”, disse a ministra em entrevista ao UOL.

A nova ministra do Esporte, Ana Moser, disse hoje (4), em Brasília, durante a cerimônia de transmissão do cargo, que atividades físicas e esportivas têm relação direta com diversas outras áreas que são foco das políticas sociais tanto da esfera federal como estadual e municipal. É o caso, por exemplo, das áreas de saúde, educação e assistência social.

Tendo por base essa premissa, a primeira mulher a ocupar o cargo de ministra do Esporte disse que pretende usar redes de desenvolvimento esportivo que, distribuídas pelo país, poderão se tornar “ambientes organizados onde outras políticas sociais encontrarão caminho para interagir com as populações locais”.

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Segundo ela, as primeiras agendas a serem tocadas levam em conta um dos grandes desafios da educação, que é a escola integral.

“O esporte tem muito a contribuir para isso, assim como na área da saúde, porque não existe saúde sem atividade física. A janela de oportunidade é única porque há um direcionamento e um grande entendimento do presidente Lula com relação ao tema”, afirmou a ex-jogadora de vôlei.

A ministra defendeu, também, a aproximação das educações física e artística, algo que costuma apresentar ótimos resultados, a exemplo do que foi observado no Instituto Esporte & Educação (IEE), entidade do terceiro setor fundada e presidida por ela.

“O impacto do esporte e da arte juntos é total, em amplo espectro para a formação de crianças e jovens”, assegurou ela ao ressaltar que “somente o poder público tem condição de dar escala” a iniciativas como essa.

Ana Moser lembrou que vigoram no país duas legislações muito importantes com relação ao assunto: a Lei Geral do Esporte, que estabelece um sistema nacional e o Plano Nacional do Esporte.

“Vamos dar foco grande na conversa com o Poder Legislativo e com outros setores para que essas legislações avancem e possam dar a base para avançarmos nossos índices de participante e termos mais gente praticando esporte”, afirmou ao classificar como “grande desafio” o de dar escala e estrutura para que a população tenha acesso a atividades físicas e esportivas.

A ministra avaliou que, para que surjam mais vagas para a população ter regularidade nessas atividades, é necessária a ajuda de estados e municípios. “Após desenharmos um Sistema Nacional de Esporte, precisaremos construir o espelhamento dessa estrutura nos níveis estadual e municipal”, destacou ao explicar que o Plano Nacional também precisará desse tipo de “espelhamento”.

Ana Moser acrescentou que as metas para esse atendimento estão no Plano Nacional de Esporte, que terá de ser gradualmente ampliado a cada período, “até chegar a 100% da população, o que certamente não será feito no período de quatro anos porque estamos muito defasados”, explicou.

Em seu pronunciamento, ela acrescentou: “nossa proposta é conquistar aos poucos todo o território nacional e organizar redes de desenvolvimento local de esporte a serem distribuídas por todas regiões do país. A ideia é organizar essas redes nacionais a partir de centros de rede similares a alguns centros de administração esportiva já construídos”.

Para atingir esse objetivo, será necessário, segundo disse, articular instituições e projetos que estejam alinhados com princípios como incentivo a práticas de atividades físicas na população, fomentar ações, programas e projetos que atuem nas regiões, sejam eles públicos ou privados, e, por fim, qualificar e fortalecer a atuação desses atores públicos e privados.

“Essas redes regionais têm potencial para se tornar ambientes organizados onde outras políticas sociais encontrarão caminho para interagir com as populações locais. Esporte é participação e integração. Todas as políticas atendem a uma mesma população. É necessário que haja pontes de integração entre as políticas que queremos mostrar para o povo brasileiro. E o esporte tem potencial para exercer esse papel. Essa é a nossa proposta”, argumentou.

Ainda segundo Ana Moser, o esporte tem capacidade de cuidar dos espaços públicos, das comunidades e das pessoas, “incluindo mulheres, negros, gays, ricos, pobres, deficientes, autistas, pessoas que moram em cidades grandes ou pequenas, indígenas; e todas as pessoas porque todos são todos e cada um”, completou.

O desafio de estabelecer essa cultura de atividades físicas e esportivas não será fácil numa nação que, conforme observado pela ministra, “é um dos países mais sedentários do mundo", com apenas 30% de sua população praticando alguma atividade física.

“Esses índices pioraram com a pandemia da covid-19 de maneira muito desigual. Alguns poucos, como eu, tiveram mais tempo para praticar atividade física, mas outras [pessoas] não tiveram essa condição de enfrentar tão bem, o que aumentou a inatividade física”, finalizou.

A ex-jogadora de vôlei Ana Moser tomou posse, nesta quarta-feira, como ministra do Esporte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em solenidade na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, a ex-atleta de 54 anos afirmou que a principal missão da pasta será diminuir a desigualdade no acesso à prática esportiva no País, invertendo o foco do setor no esporte de alto rendimento nos últimos anos e garantindo o direito constitucional.

O Ministério do Esporte foi rebaixado no governo de Jair Bolsonaro (PL), sendo incorporado ao da Cidadania. Durante a campanha, Lula assumiu o compromisso de recriar a pasta. Segundo Ana Moser, ela foi procurada pelo petista para fazer uma "revolução" na área, atrelando o esporte à educação, saúde e assistência social, para que mais pessoas se beneficiem da prática esportiva em todos os sentidos possíveis. O desenvolvimento do esporte amador também está em pauta.

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"Quando conversamos houve muito entendimento. É uma pessoa que entende na pele o que é o esporte", disse Ana, recordando a experiência de Lula como jogador na várzea de São Paulo. "Esse sempre foi um desafio: como sensibilizar as lideranças para entender o potencial do esporte. É preciso desenvolver a cultura da prática motora nas famílias e nos bairros."

Primeira mulher na história a assumir o ministério, Ana Moser afirmou que o seu grande desafio à frente do Ministério do Esporte será a implantação de uma estrutura no País para atender o máximo de cidadãos. Segundo ela, as metas da pasta serão negociadas no Plano Nacional do Esporte (PNEsporte), mas não serão alcançadas durante o seu mandato de quatro anos porque a defasagem no acesso ao esporte no Brasil é "muito grande".

"Precisamos estabelecer metas factíveis, conquistando aos poucos o território nacional, estabelecendo essa estrutura por centros de redes, articulando com instituições e projetos que estejam alinhadas com o incentivo da prática do esporte", disse a ministra. "Temos essa cultura (do Esporte) no País, mas, dependemos da sorte para ter acesso. Não temos noção do total da população que pratica esporte. Será necessário construir uma união com outras pastas, como Saúde e Educação."

O Ministério do Esporte sofreu com seguidas perdas no orçamento ao longo dos últimos anos. O Bolsa Atleta, programa carro-chefe do ministério criado durante a primeira gestão de Lula, não tem reajuste desde 2015 e não teve edital lançado pela União em 2020. Ana Moser afirmou que irá manter diálogo aberto com órgãos e atletas por meio da Secretaria de Esporte e Rendimento, chefiada pela ex-jogadora de basquete Marta Sobral. A ministra disse ainda que, no futebol, irá abrir diálogo com as torcidas organizadas, citando a função social destes grupos.

Ao final da cerimônia, Ana Moser fez uma menção à Pelé, falecido no último dia 29 de dezembro, aos 82 anos. Ela fez um apelo para que o nome do Rei do Futebol batize escolas espalhadas pelo Brasil. "Assim, os alunos dessas escolas vão conhecer a história do Pelé e a história do Esporte". Também foram lembrados a ex-jogadora de vôlei Isabel Salgado, que faz parte do Grupo Técnico de Esporte do grupo de transição do governo Lula e faleceu em novembro, e Sócrates, ídolo do Corinthians.

Ana Moser é fundadora do Instituto Esporte e Educação (IEE), ONG criada em 2001 com objetivo de atender crianças e adolescentes com uma metodologia de esporte educacional, além de formar professores e estagiários. O órgão nasceu do projeto Ana Moser Sports, que visava a formação de atletas baseado no ensino de vôlei em escolas públicas e privadas.

A medalhista olímpica, e ex-integrante da seleção brasileira de vôlei, Ana Moser será a ministra dos Esportes a partir do próximo dia 1. O anúncio foi feito pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira (29).

Ana Moser faz parte das 11 mulheres indicadas por Lula para um ministério e será a primeira a comandar a pasta dos esportes. A ex-atleta é líder de um projeto social  que usa o esporte como ferramenta de inclusão para jovens carentes. 

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Na saída do Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília, onde o governo de transição está trabalhando, a nova ministra indicou, em breve fala ao canal Eixo Político, qual será prioridade dela no comando da pasta. 

“Inverter a lógica. Sempre teve um trabalho muito mais voltado para o esporte de competição e a gente quer inverter essa prioridade, queremos dar prioridade para que o maior número de crianças, jovens, adultos e idosos brasileiros frequentem esportes”, disse ela, que postou sobre o tema no twitter.

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A bicampeã olímpica Fabi Alvim usou o Twitter, nesta terça-feira (27), para anunciar e celebrar a escolha da também campeã olímpica, Ana Moser, ao comando do Ministério dos Esportes no futuro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Até a publicação desta matéria, nem Lula ou a própria Ana se posicionaram sobre o assunto, mas há a expectativa de que nomes de novos futuros ministros sejam divulgados ainda hoje. 

Na publicação, a líbero da seleção brasileira de vôlei destacou o fato de que Ana será a primeira mulher a ocupar o cargo. O nome da ex-jogadora de vôlei vem sendo especulado nos bastidores e dado como confirmado deste essa segunda-feira (26). 

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"Primeira mulher ministra do esporte! Orgulho, @anabmoser! Firme na luta!", escreveu Fabi no Twitter.

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Ana Moser é presidente do Instituto Esporte e Educação e fez parte da equipe que discutiu o tema na transição do governo. Segundo o jornal Folha de São Paulo, a dedicação aos projetos de esportes e políticas públicas, além do trânsito livre entre organizações pesou para a escolha de Lula. 

Com a presença de medalhistas olímpicos como Gustavo Borges, Hortência e Ana Mozer, foi lançado em São Paulo, nesta quarta-feira (28), o chamado 'Pacto pelo Esporte'. O projeto, liderado pela ONG Atletas pelo Brasil, pelo Instituto Ethos e pelo Grupo de Lides Empresariais (Lide), promete revolucionar o apoio privado a confederações, federações e clubes.

Vinte empresas, dentre as quais algumas das que mais investem em esporte no País, são signatárias do Pacto. O acordo é voluntário e vai definir regras e mecanismos nas relações entre os patrocinadores e as entidades esportivas.

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Os signatários do Pacto se comprometem com cláusulas que determinam que apenas as entidades que cumprirem determinados requisitos de gestão terão acesso a investimentos destas empresas. A tendência é que, com as entidades apresentando melhores modelos de gestão, aumente o interesse privado em investir no esporte.

"As cláusulas da autorregulamentação foram estipuladas pelas companhias participantes do grupo de trabalho do Pacto, formado há cerca de um ano, e tratam das novas condições nas áreas de gestão, governança e transparência para efetivação dos patrocínios feitos pelas empresas às entidades. Os contratos já em vigor serão respeitados. Após o período de dois anos, os novos patrocínios passarão a seguir as regras firmadas pelo acordo", explica o Pacto.

A secretaria-executiva do grupo será exercido pela ONG Atletas pelo Brasil, liderada pela ex-jogadora de vôlei Ana Moser. As empresas signatárias, que farão parte da plenária do Pacto, terão uma série de ações que visam contribuir para que as entidades esportivas consigam cumprir os itens presentes no documento.

São signatários do Pacto: Aché, Banco do Brasil, Bradesco, BRF, Carrefour, Centauro, Coca Cola, Construtora Passarelli, Correios, Decathlon, Estácio, EY, GOL, Itaú, Johnson & Johnson, McDonald's, P&G, Somos Educação, TAM e Vivo.

Nesta terça (22), às 22h15, começa na Record uma nova temporada do programa O Aprendiz, com Roberto Justus. Esta edição terá um formato diferente. Aprendiz Celebridade marcará dez anos do reality no ar e terá 15 famosos como participantes: Alexia Dechamps, Ana Moser, Andréa Nóbrega, Beth Szafir, Maria Cândida, Michele Birkheuer,  Mônica Carvalho, Priscila Machado, Amon Lima, Christiano Cochrane, Kid Vinil, Nahim, Nico Puig, Pedro Nercessian e Raul Boesel.

Público também participará de Aprendiz Celebridades

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Logo no primeiro episódio, um aprendiz será eliminado sem nem mesmo passar pela sala de reunião. No começo do programa, as celebridades passarão por uma dinâmica de grupo e Justus desistirá de um concorrente, sem deliberar com seus conselheiros - Cacá Rosset e Renato Santos. Depois desta primeira eliminação os participantes serão divididos em dois grupos de sete e irão competir pelo prêmio de R$ 1 milhão.

A primeira fase do plano de ação do programa Esporte para Todos foi apresentada pelo Instituto Esporte & Educação (IEE), na tarde desta quinta-feira (12), na Prefeitura da Cidade do Recife. A iniciativa tem como objetivo ampliar o orçamento da área esportiva e mapear as possíveis fontes de financiamento. A ação reúne o programa Cidades da Copa, que pretende deixar um legado após o Mundial de 2014, visando o fortalecimento das políticas publicas e da qualificação dos profissionais que atuam na área esportiva.

A presidente do Instituto, a ex-jogadora de vôlei Ana Moser está há cerca de três meses projetando o programa para a capital pernambucana. “Apresentamos o sétimo plano para as cidades sedes da Copa aqui no Recife. A partir dela, as instituições públicas e privadas das capitais têm se mobilizado cada vez mais para priorizar estratégias que definirão os benefícios que os eventos deixarão para a estrutura do esporte voltada para a população em geral”, disse Ana.

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O plano foi elaborado após a primeira parte do projeto, que avaliou a situação da cidade em relação a temas como estrutura, incentivo governamentais, educação física nas escolas, formação dos professores e as atividades já existentes no setor. Ele irá se integrar a outras iniciativas já criadas pelo governo, como por exemplo, o Recife Bom de Bola e o Programa Esporte e Lazer na Cidade (PELC).

O secretário de Esportes do Recife, George Braga acredita que o programa poderá reunir os Esportes e a Educação para proporcionar mais qualidade de vidas para os jovens e idosos. “Nossa proposta é valorizar nossos espaços públicos e garantir o direito a pratica esportiva para os recifenses. Já estamos com alguns projetos bem avançados junto com outras secretarias, como é o caso da de Educação, para garantir o acesso ao Sport nas escolas da cidade. Além disso, estamos reformando o símbolo do esporte na nossa cidade, o Geraldão, que terá suas obras concluídas em dezembro de 2015”, afirmou o secretário. 

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