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Quem nunca passou ela esquina da travessa Quintino Bocaiúva e ficou admirado com os barquinhos de miriti expostos em frente ao Tribunal de Contas do Estado do Pará (TCE-PA)? Desde o dia 30 de setembro o TCE mantém sua programação cultural alusiva ao Círio de Nossa Senhora de Nazaré 2021, com a tradicional exposição “Canoas de Promesseiros”, que enche de cor os espelhos d’água da fachada do prédio, no bairro de Nazaré.
##RECOMENDA##Este ano, a “Canoas de Promesseiros” tem como tema “A arte do miriti: um sopro de cultura”. Idealizada pelo conselheiro Nelson Chaves há 11 anos, a exposição apresenta aos visitantes barquinhos de miriti de diferentes formatos e cores, em homenagem ao Círio Fluvial. A proposta da exposição é mostrar ao público a importância dos artesãos e do miriti para a cultura local. São 150 barcos de miriti, em miniatura.
Segundo o idealizador, a mostra também oferece oportunidades para os artesãos. “Depois de 11 anos, recebo esse momento com muita alegria. No início, recebia com certa incerteza. Mas, desde o primeiro momento, da nossa primeira exposição, a sociedade apoiou a nossa ideia. É a valorização da arte genuinamente paraense, um trabalho de Abaetetuba tão fantástico produzido através do Miriti. Eles trabalham nisso o ano todo. No momento do Círio, estamos a oportunidade de mostrar aquilo bom que realizam”, disse Nelson Chaves.
Pelo segundo ano consecutivo, a exibição de imagens - videomappings - na lateral do prédio, completando o cenário lúdico da exposição “Canoas de Promesseiros”, também chama a atenção.
Fotografias
Em conjunto com a “Canoas dos Promesseiros”, será realizada a exposição “A fé e o belo na cidade de Belém”, da fotógrafa Soraya Montanheiro, no Espaço Cultural Conselheiro Clóvis Moraes Rêgo. São 15 registros de momentos da maior festividade religiosa do Brasil, produzidos a partir de 2014.
As fotos apresentam o olhar do participante do Círio em diversas ocasiões, desde a contemplação da paisagem da Baía do Guajará, da Catedral Metropolitana, aos anjinhos da procissão e à manifestação das mulheres devotas da Virgem de Nazaré. “Eu sou paulista e venho só para o Círio. Me apaixonei pela cultura do Pará. Ano passado foi um Círio muito difícil. Círio da solidão. Mas, teve sua beleza. Mostrou a fé do povo paraense. Nessa exposição, eu quis mostrar o simples do Círio, como se o visitante passeasse pela cidade de Belém e pelos maiores símbolos. A corda, a Berlinda, a imagem original, a Basílica. É uma exposição pra quem nunca teve contato com o círio aprender um pouquinho dessa festa”, explicou.
Soraya Montanheiro começou sua carreira fotográfica há 18 anos e, em 2010, estudou no International Center of Photography (ICP), em Nova York, onde se especializou em impressão fine art e montagem de fotolivros. Participou de exposições no Harbourfront Centre, em Toronto, Canadá, com o ensaio “Minhas Amigas com a Cabeça no Brasil”; “Street Food”, em Ribeirão Preto (SP) e na convocatória “Ritos e Rituais”, do Festival de Fotografia de Tiradentes (MG), de 2016.
Por André Maia.