A Polícia Civil prendeu preventivamente terapeuta holístico, em Canoas, por violação sexual mediante fraude. O homem abusava sexualmente de suas pacientes, alegando que o ato sexual era parte do tratamento. A ação foi realizada por policiais civis da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de Canoas (Deam) de Canoas, coordenados pela delegada Clarissa Demartini
Em maio de 2020, foi iniciada a investigação de provável crime sexual praticado contra duas mulheres, no município de Canoas. As vítimas procuraram a Delegacia relatando que faziam terapia holística com o mesmo profissional e, durante as sessões, ele mantinha contato sexual com elas sob a alegação de que aquilo faria parte do tratamento.
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Durante a investigação, outras vítimas foram identificadas e foi decretada a prisão preventiva do investigado. Ao final, 10 (dez) mulheres afirmaram que foram vítimas do terapeuta. Todas elas apresentavam-se abaladas emocionalmente e relataram que o contato sexual era aceito, pois indicado como forma de tratamento e cura aos problemas que apresentavam.
Nas sessões, o terapeuta, conhecendo a fragilidade da vítima, alegava que o contato sexual, estimularia a energia vital das pacientes e que ele seria o caminho da cura, para tanto ela precisaria manter relação sexual consigo.
Confiando nas palavras daquele que se intitulava como “mestre”, as vítimas cediam. Porém, quanto mais submissas se tornavam, mais deprimidas ficavam.
Além da violência sexual, as mulheres relataram perda de valores, tendo uma das vítimas mencionado que gastou cerca de R$ 25 mil em terapia e cursos que o acusado oferecia.
O inquérito foi concluído apontando a responsabilização do autor pela prática do crime de violação sexual mediante fraude.
O terapeuta foi preso pela primeira vez no dia 29 de junho e foi denunciado em 05 de agosto. No decorrer do processo foi posto em liberdade, cerca de quatro meses depois de ser recolhido.
A gravidade do fato, o meio insidioso que usava para atrair as vítimas e a forma de coagi-las a manter relação sexual motivou novo pedido de prisão, o qual foi deferido no dia 03 de dezembro e cumprido no dia de hoje.
A Delegada Clarissa relembra o caso e afirma: “foi uma investigação bastante complexa, pois a prova testemunhal sempre vinha carregada de emoção. Chegamos a esse resultado através de escuta qualificada e empatia com as vítimas que procuraram a Delegacia. A violência que elas sofreram se perpetuou por muito tempo, o que as deixou fragilizadas e, muitas vezes, com sentimento de responsabilidade por aquilo que aconteceu”.
O Delegado Mario Souza, Diretor da 2ª DPRM, reconhece o trabalho desenvolvido pela Delegacia e a importância social que tem: “esta investigação possibilitou que interrompêssemos a violência que estava acontecendo há anos. Foram diversas vítimas identificadas, mas estimamos que outras mulheres possam ter sido vítimas dos atos deste terapeuta e, por vergonha, permaneçam no anonimato”, afirma.
Após as formalizações, o indivíduo foi encaminhado ao sistema prisional.
Da PC-RS