O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), afirmou, nesta quinta-feira (30), que todos os dias o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) promove um "pesadelo matinal" ao se pronunciar ou conceder entrevistas à imprensa na saída do Palácio da Alvorada.
"Todo dia acordamos com esse pesadelo matinal que é a aparição do presidente Jair Bolsonaro diante da imprensa, em Brasília. Nenhum dia assistimos a qualquer ato de humildade do presidente, qualquer ato de boas intenções ou declarações que tranquilizem os brasileiros", escreveu o governador no Twitter.
##RECOMENDA##"São sempre discursos raivosos contra algo ou alguém. Para o presidente tudo é pessoal", acrescentou Witzel.
Nesta quinta, ao deixar a residência oficial, Bolsonaro questionou o isolamento social defendido pelos governadores e disse que as ações dos gestores estaduais não "achataram a curva" de mortes do novo coronavírus. "Governadores e prefeitos que tomaram medidas bastante rígidas e não achataram a curva, a curva tá aí. Partindo do princípio que o número de óbitos é verdadeiro", afirmou o presidente.
Para Wilson Witzel, não há argumentos científicos que endossem a fala do presidente. "Não é possível que até agora ele continue afirmando que o isolamento social não gerou resultados, numa opinião que não resiste a um embasamento científico, à avaliação de um especialista", cravou o gestor.
Ao avaliar a postura do presidente, o governador ainda se solidarizou com a imprensa. "E a imprensa sofre. Hoje de manhã um jornalista foi humilhado várias vezes pelo presidente, com gritos e grosserias. A imprensa é livre. Se não quer responder, não responda. Mas tenha um mínimo de educação com os profissionais, que estão trabalhando", afirmou Witzel.