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Autoridades de saúde dos EUA anunciaram nesta segunda-feira (27) que reduziram pela metade o tempo de isolamento recomendado para pessoas com Covid-19, de 10 para cinco dias em casos assintomáticos, no momento em que o aumento do número de casos provoca caos nas viagens.

"A variante Ômicron se propaga rapidamente e tem o potencial de impactar todas as facetas da nossa sociedade", advertiu a diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças Rochelle Walensky, ao anunciar a mudança. "Essas atualizações garantem que as pessoas possam continuar com segurança suas rotinas."

O presidente Jair Bolsonaro (PL) associou a situação dos moradores desabrigados após a enchente no sul da Bahia com o isolamento social aplicado pelo governo estadual durante a pandemia da Covid-19 em 2020. Neste domingo (12), Bolsonaro sobrevoou as áreas atingidas pelas fortes chuvas.

"Também tivemos muitas catástrofes ano passado quando muitos governadores, o pessoal da Bahia fechou todo o comércio e obrigou o povo a ficar em casa. O povo, em grande parte, informais condenados a morrer de fome dentro de casa", disse o presidente durante coletiva. 

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O governo federal vai repassar R$ 5,8 milhões para municípios baianos impactados pelas chuvas. O Ministério do Desenvolvimento Regional reconheceu situação de emergência em 17 cidades. 

Durante a visita à cidade de Itamaraju, umas das atingidas, Bolsonaro passeou pela cidade acenando em carro aberto e provocou aglomerações. 

Segundo a Defesa Civil da Bahia, as chuvas deixaram cinco mortos, 3,7 mil desabrigados e impactaram diretamente cerca de 70 mil pessoas.

A ex-secretária especial de cultura do governo de Jair Bolsonaro, Regina Duarte, usou uma de suas redes sociais neste final de semana para criticar a realização do Carnaval em 2022 e o isolamento social adotado durante o auge da pandemia do novo coronavírus.

Em sua conta oficial no Instagram, Regina postou um texto que criticava medidas de distanciamento social, como o fechamento de escolas e igrejas. No final, a publicação questiona: "E agora querem festejar o Carnaval?".

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Na legenda da postagem a atriz aproveitou para reforçar o seu posicionamento contra as medidas de restrição social. “Isolados naquele 'fique em casa' maligno, privados da maior arma de defesa da nossa imunidade, ou seja, o SOL , a nossa vitamina D gratuita … complexo, né? E a Economia , agora, quem assume…?”.

A postagem ganhou o apoio de vários seguidores da ex-secretária. “Absurdo, não ao carnaval e outros. Estou com você Regina”, comentou uma mulher. “O carnaval tem que ser remoto, assim como foram as aulas dos nossos filhos! Em forma de live! #nãoaocarnaval”, apoiou outra seguidora.

Assim como a testagem em massa e o uso de máscaras por parte da população, o isolamento social foi recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como forma de evitar a disseminação do coronavírus pelo mundo. A medida foi adotada por vários países, e também foi aplicada nos estados brasileiros.

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No ano passado, 98,6% (ou 5.393) das prefeituras que responderam à Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) 2020, divulgada nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa (IBGE), adotaram alguma medida de isolamento social por causa da pandemia de Covid-19. Em 76% delas foram instaladas barreiras sanitárias. Apenas 74 administrações municipais não adotaram qualquer medida de distanciamento.

Entre as ações realizadas durante a pandemia em 2020, 94,5% das prefeituras adotaram o uso obrigatório de máscaras, 78,9% fizeram a desinfecção de locais públicos, 78,7% compraram testes para a Covid-19 e 78,5% testaram a população para o novo coronavírus.

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“Em 18,6% dos municípios, a população foi orientada a ficar em isolamento por meio de campanhas publicitárias e em 81,4% por decreto de isolamento social”, disse a gerente da pesquisa do IBGE, Rosane Teixeira de Siqueira e Oliveira.

Em 88,8% dos municípios foram registrados óbitos por Covid-19 no ano passado. Em todas as cidades com mais 500 mil habitantes ocorreram mortes pela doença. Em 68,2% dos municípios menores, com até 5 mil moradores, foi contabilizado pelo menos um óbito pelo novo coronavírus. Em todas as cidades do Acre, Amazonas, de Roraima, do Pará, Amapá, Ceará e de Alagoas, houve a ocorrência de mortes pela doença em 2020.

Em 99,7% dos municípios, houve casos confirmados de Covid-19 no ano passado. Apenas 18 cidades não tiveram casos, todas com menos de 10 mil habitantes. Em 93,8% dos municípios com casos foram registradas internações.

Dos 5.109 municípios onde foram necessárias internações por Covid-19, 23,6% informaram que o número de doentes ultrapassou a capacidade de leitos e de unidades de terapia intensiva (UTIs) públicas e privadas e conveniadas ao Sistema Único do Saúde (SUS).

Cerca de 58,2% desses municípios ampliaram o número de leitos, 12,3% instalaram hospitais de campanha, 91,6% encaminharam pacientes para outros municípios e 39,1% mantiveram pessoas por mais de 24 horas em unidades sem internação.

Munic 2020

Além da Covid-19, a Munic 2020 abordou outros temas com as prefeituras, como a gestão de riscos e desastres. Cerca de 66,2% dos municípios relataram a ocorrência de algum impacto ambiental nos 24 meses anteriores. Os eventos mais frequentes foram as queimadas (49,4% dos municípios) e condições climáticas extremas, como secas e enxurradas (40,9%). De 2017 para 2020, o número de cidades com ocorrência de queimadas aumentou 42,9%.

Quanto à habitação, em 67,9% dos municípios havia loteamentos irregulares e/ou clandestinos em seus territórios. Em 91,7% das cidades com mais de 500 mil habitantes foram registradas favelas e em 79,2% havia ocupações de prédios ou terrenos por movimentos de moradia.

Cerca de 49,4% dos municípios tinham transporte por ônibus para deslocamentos internos. Apenas 20,7% das cidades com transporte por ônibus intramunicipal tinham frota de ônibus totalmente adaptada.

De acordo com a pesquisa, havia política de apoio à agricultura familiar em 87,2% dos municípios e ações de fomento à agricultura orgânica em 42,2% deles.

Em 2020, havia 6.416.845 servidores nas administrações direta e indireta dos municípios do país, 1,8% a menos que em 2019. Cerca de 62,2% dos servidores municipais da administração direta e 44,8% da indireta eram estatutários.

Estadic 2020

O IBGE também divulgou hoje a Pesquisa de Informações Básicas Estaduais (Estadic) 2020. De 2017 para 2020, houve mudança na prioridade de temas ambientais dos governos estaduais. A gestão de recursos hídricos se tornou prioridade em 15 unidades da Federação (UFs). Licenciamento ambiental, prioritário para 19 UFs em 2017, caiu para oito em 2020.

No ano passado, 24 UFs contaram com recursos financeiros específicos para os órgãos estaduais de meio ambiente. O percentual médio do total do orçamento direcionado à área foi 1,6%, abaixo dos 2% verificados em 2017.

Das 25 UFs com Fundo de Meio Ambiente (FMA) em 2020, 19 o utilizaram para ações ambientais.

Em 2020, 18 UFs tinham legislação sobre ICMS Ecológico ou Socioambiental, sendo que 14 efetuaram repasse para os municípios. O critério ambiental para o repasse mais considerado em 2020 foi a presença de unidades de conservação (13 UCs), seguido pela coleta e destinação final de resíduos sólidos (oito).

Segundo a pesquisa, houve queda de 3,1% no número de ocupados nos governos estaduais e distritais frente a 2019. Do total de 2020 (2.891.337), 85,7% estavam vinculados à administração direta e 14,3%, à administração indireta. A administração direta era composta, em sua maioria, por estatutários: 79,8%. Na administração indireta, os estatutários também eram maioria (45,3%), e os celetistas, 35,3%.

Deixar de seguir as regras de isolamento social, implementadas para combater a covid-19, nos Emirados Árabes Unidos não costuma sair barato. Algumas violações podem render multas de 50 mil dirhams (cerca de R$ 75 mil no câmbio de hoje), como se recusar a seguir orientações médicas como internação ou tratamento para a doença.

Uma multa de mesmo valor recai sobre pessoas que tenham tido exame positivado para covid-19 e se recusam a fazer uma quarentena que pode chegar a duas semanas, em casa ou em um hotel. Isso vale também para turistas.

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Ao chegar aos Emirados Árabes, por exemplo, brasileiros precisam fazer exame PCR para detectar covid-19. Até chegar o resultado, que costuma demorar algumas horas, é importante manter-se dentro do quarto do hotel.

Desde o início da pandemia as autoridades dos Emirados Árabes têm recorrido a multas e até a prisões para garantir que as medidas de prevenção sejam cumpridas. “Aqui a quarentena é para valer”, conta a brasileira Natalia Arreguy, que vive nos Emirados Árabes há 16 anos.

Com uma população de cerca de 10 milhões de pessoas, os Emirados Árabes já aplicaram mais de 20 milhões de doses de vacina contra a covid-19. Mais de 80% da população já foram imunizados. Em média, o país conduz 364 mil testes por dia. Desde o início da pandemia, foram registrados 737 mil casos e 2.104 mortes, de acordo com a Autoridade Nacional para Gerenciamento de Crises e Desastres do país.

* O repórter Vitor Abdala e o fotógrafo Marcelo Camargo viajaram a convite da Apex-Brasil.

Quase 10 milhões de australianos receberam a ordem de cumprir um confinamento em várias cidades do país, que luta contra o aumento dos casos de Covid-19.

Depois dos habitantes de Sydney (sudeste), Darwin (norte) e Perth (oeste), os de Brisbane (leste) e várias áreas do estado de Queensland terão de ficar em casa a partir da noite de terça-feira, por pelo menos menos três dias.

Há algumas semanas, a Austrália, elogiada por sua resposta à pandemia, enfrenta um surto de casos, especialmente da variante Delta, altamente contagiosa, devido a falhas nos sistemas de quarentena para viajantes que chegam do exterior.

"São decisões difíceis. Há confinamentos nas grandes cidades, porque o vírus entra com as chegadas do exterior", declarou a primeira-ministra de Queensland, Annastacia Palaszczuk.

Além de Brisbane, várias zonas do litoral de Queensland e, sobretudo, a pequena cidade de Townsville (norte), estão incluídas no confinamento.

A medida foi tomada após a detecção de casos. Em um deles, um trabalhador da saúde não estava vacinado viajou durante 10 dias por Queensland quando estava infectado.

- Abordagem prudente -

Os moradores de Perth também estão proibidos de sair de casa, em virtude do início, nesta terça-feira, do confinamento de quatro dias.

Apenas três casos positivos foram detectados recentemente nesta grande cidade do oeste, que há muito tempo age com extrema cautela no caso de um surto epidêmico.

"Conhecemos os riscos que a covid apresenta e, observando o mundo, sabemos que a variante Delta é uma nova besta, com a qual não podemos nos arriscar", disse o primeiro-ministro da Austrália Ocidental, Mark McGowan, em entrevista coletiva na noite de segunda-feira.

Os confinamentos acontecem no meio das férias escolares. No setor turístico podem levar a muitos cancelamentos, já que os estados não afetados recomendam aos seus habitantes que não visitem aqueles que registram casos de covid-19.

A Nova Zelândia anunciou que reabrirá parcialmente sua "bolha" para viagens com a Austrália, a partir de 5 de julho - mas apenas com estados que não registraram casos.

O governo conservador australiano tem sido criticado pela lentidão da campanha de vacinação e pela falta de melhorias nos dispositivos de quarentena.

Sob pressão, o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, anunciou que a vacinação será obrigatória para funcionários de instituições que cuidam de idosos e dos centros de quarentena.

O governo também é criticado por não divulgar o número de australianos totalmente vacinados.

Cerca de 7,4 milhões de doses foram administradas. Alguns veículos de comunicação afirmam, no entanto, que menos de 5% dos 25 milhões de australianos receberam as duas doses.

Desde o início da pandemia, a Austrália registrou pouco mais de 30.000 casos e, destes, 910 óbitos.

A CPI da Covid ouve nesta terça-feira, na condição de convidado, (22) o deputado Osmar Terra (MDB-RS), médico e ex-ministro da Cidadania, apontado como integrante do suposto “gabinete paralelo” que teria orientado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. O tal gabinete, cuja existência é negada por Terra, supostamente compartilhou medidas anticientíficas e que tiveram impacto negativo no controle do vírus no Brasil.

Durante seu depoimento, o ex-ministro voltou a defender a imunidade de rebanho, mesmo após negar tê-la defendido, e também criticou o isolamento social. Osmar é médico especialista em medicina perinatal, não em virologia, infectologia ou áreas correlatas.

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Na comissão, foram exibidas cerca de três compilações diferentes, contendo diversos vídeos, datados entre 2020 e 2021, nos quais Terra aparece defendendo, ferrenhamente, a imunidade de rebanho. O conceito controverso e majoritariamente descartado pelos profissionais de saúde se tratando da Covid-19, insinua que a alta contaminação da população pode gerar anticorpos naturais, assim, a doença teria capacidade de se controlar sozinha.

O relator da CPI da Pandemia, senador Renan Calheiros (MDB-AL), perguntou ao deputado federal se o número alto de mortos na busca pela imunidade de rebanho seria defensável. O parlamentar reafirmou que nunca defendeu imunidade de rebanho como estratégia para o enfrentamento à pandemia. Osmar Terra também disse não acreditar que sua visão sobre imunidade de rebanho tenha influenciado diretamente a gestão federal. Segundo ele, Bolsonaro ouve diversos especialistas, e que os dois coincidem apenas sobre “condenar” o lockdown. A medida restritiva é rejeitada pelos políticos.

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Para dar força ao argumento, o ex-chefe da Cidadania mencionou a Suécia como um exemplo de sucesso no controle da pandemia, ressaltando que o país não optou pelo lockdown e manteve medidas de proteção básicas, sem fechar escolas e ambientes de trabalho. A informação não é verdadeira. Sem isolamento, Suécia sofria já no final de 2020 com Covid-19 fora de controle, UTIs lotadas e escassez de profissionais de saúde.

“Se o isolamento funcionasse, não morria ninguém em asilo. Os asilos foram o lugar com maior número de mortos em 2020; 46% das mortes nos Estados Unidos foram em asilos em 2020, 80% das mortes no Canadá. 70% das mortes da Suécia que não fechou nada, só orientou lavar as mãos e manter distância. O que a Suécia, Japão e Coreia fizeram foi o que sempre se fez em pandemias, as pessoas guardam distância, tem protocolos de segurança no trabalho e nas escolas”, testemunhou Terra.

O deputado também citou que a imunidade de rebanho poderia ser alcançada no Brasil quando 60% a 70% da população contrair a doença. Esse porcentual significaria a infecção de mais de 120 milhões de pessoas no país. Atualmente, cerca de 19 milhões de casos foram confirmados oficialmente, com 502.817 mortes.

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Com a pandemia do novo coronavírus as pessoas estão passando mais tempo em casa. Segundo o Ministério da Educação, 70% dos acidentes ocorrem dentro de casa e crianças e idosos são as principais vítimas. Outro dado mostra que quedas poderiam ser evitadas através de cuidados e adaptações nos ambientes domiciliares. Confira as dicas que o Home Center da Ferreira Costa trouxe para diminuir acidentes domésticos:

1) O ambiente deve ser mais favorável para crianças e idosos. Utilizar redes e grades nas janelas, guardar objetos pontiagudos, deixar produtos de limpezas e remédios fora do alcance de crianças e tomar cuidado com as estantes, onde crianças podem subir e cair, são algumas medidas que tornam o espaço mais seguro. 

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2) Tapetes e mesas de centro devem ficar próximas de paredes e tapetes podem ganhar fixadores de silicone nas pontas, assim evita que os idosos se machuquem. 

3) Acessibilidade nos banheiros vai além de uma barra de apoio. Um box mais amplo que englobe o vaso, divisão entre o assento e a área de chuveiro por portas de vidros com dobradiças, fazem parte do conjunto de medidas acessíveis. 

4) Cuidados com o piso devem ser tomados. Pisos antiderrapantes e portas de correr(como de acesso a sacadas e varandas) embutidos no piso, evitam quedas.

5) Nos quartos a utilize camas mais baixas. O ideal é que sentado, os pés encostem no chão e a perna forma um ângulo de 90º.

Todos os ambientes devem ser o mais arejado é livre possível. 

6) Utilizar das luzes para trabalhar com a temperatura é uma boa solução. Entre o neutro e o mais amarelado, traz a sensação de ambiente aconchegante. Balizadores também podem ser implantados. São luzes que fixação na parede, como pequenas luminárias, ajudam a iluminar o corredor de um cômodo para o outro. 

Essas são algumas dicas que você pode adotar em casa para diminuir o risco de acidentes, principalmente com crianças e idosos. Nesse período de pandemia evite ao máximo sair e aproveite o conforto de casa com segurança.

 

O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta sexta-feira (14), que a situação do país estaria muito pior caso os trabalhadores do campo tivessem parado suas atividades em decorrência da pandemia. O presidente voltou a criticar as medidas de isolamento social. A afirmação foi feita durante a cerimônia de entrega de 307 títulos de posse de terra a agricultores familiares da comunidade Santa Mônica em Terenos (MS).

“Se vocês do campo tivessem ficado em casa, a exemplo do pessoal engravatado das cidades, as cidades teriam sucumbido”, disse o presidente, dirigindo-se aos agricultores que participaram do evento, ao destacar que é a produção dos agricultores familiares que alimenta o povo brasileiro.

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O presidente voltou a reiterar as críticas que vem fazendo ao isolamento social enquanto instrumento de combate à pandemia. “Vocês sofreram muito com medidas restritivas sem qualquer comprovação científica. Não existe comprovação científica de lockdown. Não existe. Quase quebraram o Brasil ano passado para atingir o governo. Não conseguiram porque eu falei que só Deus me tira de lá”, disse Bolsonaro.

Ele acrescentou que os gastos com auxílio emergencial endividaram o país em R$ 700 bilhões “para atender questões da pandemia”, e que, “só de [gastos com] auxílio emergencial foi o equivalente a 10 anos de bolsa família”. “E agora se faz uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] em Brasília, não para apurar propina da vacina. Se faz uma CPI com aquela composição para apurar omissões no governo federal, mas que, na hora de convocar governadores, ela é contra”, argumentou o presidente.

Entrega de títulos

Também presente no evento, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, lembrou que, com os 307 títulos fundiários entregues hoje no Mato Grosso do Sul, o governo já contabiliza, desde 2019, 3.296 documentos de titulação definitivas e provisórios emitidos no estado. Deste total, 1.128 são títulos definitivos.

“A partir de hoje, esses produtores são independentes e podem fazer o que quiserem [com a terra] porque o título é de vocês. Vocês são donos da vida de vocês”, disse ao anunciar a assinatura do programa Titula Brasil, criado para apoiar a titulação de assentamentos e de áreas públicas rurais da União e do Incra passíveis de regularização por meio de parcerias com os municípios.

Terras indígenas e quilombolas

Bolsonaro aproveitou o evento, de entrega da posse de terras a agricultores familiares, para defender medidas similares aos povos indígenas, no sentido de dar a eles a posse de terra para fazerem, com ela o que bem quiserem. “Temos um projeto que torna a terra do índio igual à fazenda de vocês. Ele pode produzir, garimpar e fazer tudo que o fazendeiro do lado quer fazer”, disse o presidente.

“Não tivemos demarcação de terras indígenas ao longo dos meus quase 2 anos e meio [de governo], assim como não tivemos de quilombolas. Qual é a diferença de quem tem uma pele mais escura do que nós?”, acrescentou.

Ainda segundo o presidente, o país vive uma crise hidrológica devido à dificuldade para passar linhas de transmissão de energia elétrica em territórios indígenas.“E, por causa disso, gastamos mais de R$ 1 bilhão por ano em subsídio para que o povo de Roraima tenha energia elétrica”.

Eles são adolescentes e não querem voltar para as aulas presenciais. Não retornaram em 2020 nem querem agora em 2021, quando a educação foi autorizada a abrir no Estado. Estão há mais de um ano sem praticamente ver amigos, ir a festas, namorar. Pais e médicos se preocupam porque sabem que a escola não é apenas a aprendizagem acadêmica - e na maioria das vezes eles até se saem muito bem no online. Ela é fundamental para a criação de valores, de noções de sociedade, regras, politização, independência e habilidade de lidar com conflitos que, com certeza, não acontecem dentro de um quarto.

Apesar de nem todos serem casos de transtornos da saúde mental, adolescentes com crises de pânico e ansiedade se tornaram comuns em consultórios psiquiátricos durante a pandemia. Pode ser a síndrome da gaiola, como nomeou um especialista. Ou seja, a gaiola é aberta, mas o pássaro não quer sair. Médicos dizem que o prejuízo é enorme agora e para o futuro de jovens que completaram 15, 16, 17 anos fechados em casa.

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Marcelo acabou de fazer 18 (todos os nomes dos jovens e dos pais nesta reportagem são fictícios para preservar a privacidade das famílias). Foi seu segundo aniversário na pandemia. Começou a fazer terapia em novembro quando sentiu que já não tinha mais vontade de nada. "Via que meus amigos estavam muito ansiosos para a escola voltar, mas eu não sentia falta."

Ele foi um dos poucos que não retornaram ao presencial em fevereiro, o que preocupou a mãe. "Ele sempre foi um menino disciplinado, nunca precisei supervisionar nada, mas percebi que estava muito desinteressado. Eu tinha medo de ele entrar em depressão, pedi para ele ir para a escola", conta. Mas o adolescente diz que tem medo de contaminar sua família e se organizou bem para estudar em casa. "Eu olho para a escola como algo do passado, como um momento que acabou. Aquela escola não existe mais."

A única exceção aberta por Marcelo para sair de casa durante a pandemia foi uma viagem com alguns amigos no ano-novo - todos testados para covid. "Eu vi o sorriso dele nas fotos e vídeos da viagem e até chorei de emoção. Era um sorriso genuíno, que eu não via fazia tempo", diz a mãe.

"O que mais me deixa preocupado é a desesperança que vejo em adolescentes", diz o psiquiatra da infância e adolescência, da Associação Brasileira de Psiquiatria, Gabriel Lopes, que cunhou o termo síndrome da gaiola. "É uma entrega." Para ele, os pais precisam se preocupar quando o jovem deixa de se revoltar com a dificuldade que a pandemia traz para sua vida.

Estudo realizado por um grupo de pesquisadores de 20 universidades americanas, analisando adolescentes de Estados Unidos, Peru e Holanda, mostrou que os sintomas de depressão aumentaram 28% com seis meses de pandemia. Foram acompanhados 1.339 estudantes, de 9 a 18 anos, antes e depois da covid.

Segundo os autores, o apoio social é um dos fatores que mais protegem contra a depressão dos adolescentes. A conclusão do estudo é a de que políticas públicas durante a pandemia precisam considerar a saúde mental dos adolescentes, como o incentivo à volta das aulas presenciais.

Evitar convívio social e situações de conflito traz problemas

Pesquisas também mostram, no entanto, que retornar para a escola pode ser um fator de forte ansiedade. Isso porque, explica o psiquiatra da infância e adolescência da Universidade de São Paulo (USP) Guilherme Polanczyk, ela é um espaço de ameaça social, onde o jovem pode se deparar com situações de conflito, inesperadas. "Eles se sentem confortáveis em casa, só mantêm contato com os amigos, com quem têm uma boa relação, se sentem seguros."

Mas, segundoPolanczyk, ao evitar essas dificuldades, não desenvolvem habilidades importantes para toda a vida. "Muitos estímulos que eram normais para um adolescente deixaram de existir. Eles perdem autonomia."

Paulo, de 15 anos, se formou no ensino fundamental sem nunca ter pisado na escola. Ele mudou de instituição no meio da pandemia, no ano passado. E em 2021, como foi para o ensino médio, mudou de novo, para outra que também nunca esteve. Mas não tem vontade de conhecer.

"Ele faz tudo pelo computador, para ele está ótimo. Me preocupo muito como vai ser quando abrir o mundo", diz a mãe Fátima. Ela conta que sente o menino ansioso, mas muito quieto e sem reclamar de nada. E lamenta que, antes da covid, Paulo estava começando a sair sozinho, ir a festas, ao shopping com amigos. "É muito triste."

"Um aluno que está em casa muito mal nos preocupa muito, mas o que está em casa muito bem também nos preocupa muito", diz o orientador educacional do Colégio Santa Cruz, Silvio Hotimsky. Segundo especialistas, a escola é fundamental para identificar eventuais problemas, mesmo por meio das câmeras da aula online. Ele conta que tenta levar ao presencial adolescentes que estão desconectados do grupo. "Adolescência é o momento do encontro, de identificações, e tudo isso sofre uma regressão quando se está em casa só com a família."

Para Lopes, pais e mães muitas vezes veem como "um motivo nobre" o fato de o adolescente não querer ir para a escola, já que estaria se preocupando com os outros. "Tem de olhar melhor para isso. Claro que tem a preocupação legítima com os pais, o medo, mas pode estar escondendo outro motivo."

Alice, de 13 anos, ficou o ano passado todo fechada em casa e resolveu, perto do Natal, ir pela primeira vez a um shopping no interior de São Paulo, onde mora. Ao passear pelos corredores, começou a sentir falta de ar e muito medo. Foi diagnosticada com transtorno de ansiedade, algo que nunca tinha ocorrido. "Eu tinha muito medo de pegar a covid, de passar para os meus pais."

Em março, quando estava se preparando para voltar às aulas presenciais, a crise veio de novo. "Sentia que tinha algo na minha garganta, fiquei duas semanas quase sem comer nada e emagreci três quilos. "Era a escola. Voltar me deixou muito nervosa". Alice passou a tomar remédios, agora se sente melhor. Sua escola será aberta amanhã, mas os pais não a deixaram voltar por medo de contaminação. "Estou mais tranquila e com saudade dos meus amigos."

Após crises de pânico, aluno parou aulas presenciais e online

Antonio fez 15 anos durante a pandemia, em um ano que, mesmo sem quase sair de casa, seu pai se contaminou com a covid-19 e seu avô morreu da doença. Até então, era um aluno excepcional, que adorava o colégio e gostava muito de ler.

Mas os eventos de 2020 fizeram Antonio passar a ter crises de pânico só de pensar em escola e a praticamente parar de estudar neste ano.

O menino já tinha diagnóstico de transtorno obsessivo compulsivo (TOC), caracterizado pela obsessão por ideias ou imagens que muitas vezes só é amenizada por um ritual de compulsão, com regras rígidas e preestabelecidas. A mãe Marta, também com TOC, percebeu aos 8 anos que o filho lavava excessivamente as mãos. Segundo especialistas, adolescentes já com um transtorno mental foram ainda mais prejudicados com a falta de escola durante a pandemia.

"Passamos o ano presos e com muitas fobias, rituais de limpeza, ele não teve aulas presenciais nem saiu para lugar nenhum em 2020", conta Marta. Em fevereiro, com a proximidade da volta às aulas presenciais, a mãe conta que o menino "não tinha mais unhas para roer".

Ele chegou a ir três vezes à escola e passou a ter crises de pânico. "Ele já despertava para o café com olhos arregalados, veias saltando no pescoço, tremendo."

Quando a educação fechou novamente em São Paulo, o ensino remoto também não foi fácil. "A pior coisa que inventaram nessa pandemia foi o ensino a distância", diz Antonio. Já no ensino médio, ele começou a estudar compulsivamente por 12 horas e ter ideias recorrentes de que nunca conseguiria tirar nota boa, sendo que era um aluno exemplar. Mesmo com medicação e acompanhamento médico, ele não melhorava.

A mãe, então, contou a situação à direção da escola, que permitiu que ele apenas fizesse as provas e não precisasse mais participar das aulas online. Marta passou a cronometrar o tempo de estudo do filho, que não poderia passar de meia hora por dia. Mesmo assim, ele tirou ótimas notas. O arranjo deve continuar durante todo o semestre, para alívio de Antonio.

"Só de falar em voltar, ele já não dorme mais, começa a tremer", diz Marta. Antonio ainda não consegue ler livros porque a compulsão pela checagem o impede de passar do primeiro parágrafo. Mas já se sente mais tranquilo, ao menos em casa. Desligou seu celular e pouco fala com os amigos da escola, que insistem em saber se está bem.

Antonio agora se preocupa com os jovens ocupando as UTIs. "Só volto para a escola quando todos os professores e alunos forem vacinados."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A antecipação de três feriados municipais na capital paulista e o recesso de dez dias articulado pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) tiveram baixo impacto no isolamento no Município, que ficou na média de 44,7% na sexta-feira e no sábado, 3. Nos dias úteis anteriores, a taxa variava entre 42% e 43% - 1,5% a menos.

Dados do Sistema de Monitoramento Inteligente do governo de São Paulo, que mostra o índice de adesão ao isolamento social no Estado, apontam que o domingo foi o dia em que a população da capital menos circulou: o isolamento chegou a 50%. Mas os fins de semana já costumam apresentar um número maior de pessoas em casa.

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Nas últimas quarta e quinta-feira, 31 e 1º, a folga dos feriados municipais ampliou em apenas 1% o índice de isolamento na capital, que ficou em 43%. Nos mesmos dias da semana anterior, a taxa era de 42%. O movimento anunciado na capital foi repetido em cidades próximas, mas o impacto também foi baixo na taxa estadual, que teve média de 45,3% nos nove primeiros dias do feriadão e pico no domingo, com 51%.

A administração municipal não anunciou qual era a meta pretendida. No ano passado, o Estado havia divulgado no início da pandemia que o ideal era chegar a 60%, mas o Centro de Contingência da Covid-19 tem evitado usar esse porcentual. Se ele ainda fosse válido, só três cidades paulistas teriam atingido o índice neste sábado: São Joaquim da Barra (68%), Mococa (61%) e Bertioga (60%).

Litoral norte

O anúncio do megaferiado preocupou os municípios do litoral norte e da Baixada Santista, que fizeram barreiras sanitárias e tomaram medidas diversas para desestimular a procura de turistas. Kayo Amado (Podemos), prefeito de São Vicente, que se diz "grande crítico" da antecipação dos feriados, mandou instalar barreiras sanitárias e pontos de orientação, além de faixas em áreas mais visitadas. No mirante da Ilha do Porchat, contudo, turistas arrancaram a sinalização e se aglomeraram para fazer fotos e confraternizar. "É um cenário muito ruim que a gente observa. Se o prefeito de São Paulo precisa tomar medidas mais rígidas , que as tome. Mas que não jogue a responsabilidade para a gente", afirmou.

Em Bertioga, 15 entradas foram bloqueadas e três barreiras sanitárias foram criadas entre o centro e a Riviera de São Lourenço, que abordaram mais de 21,5 mil veículos até sábado. A cidade está com 100% de ocupação de UTIs, média com baixa variação nas últimas duas semanas. Em São Sebastião, a barreira sanitária incluiu a realização de testes rápidos, em que ao menos 65 pessoas deram positivo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nesta quinta-feira (18), a Prefeitura de São Paulo anunciou que cinco feriados municipais serão antecipados para o final de março e começo de abril e que haverá  mudança no horário do rodízio de veículos. As medidas ocorrem em virtude do avanço dos casos e mortes por Covid-19 e são uma medida para reduzir a circulação da população trabalhista dos setores industriais e empresariais, que não tiveram as atividades encerradas durante a fase emergencial.

Entre os feriados que sofreram alteração, dois deles são deste ano e os outros três são de 2022. Assim, o calendário da capital paulista estende um período que obrigará a população a ficar em casa, em isolamento, entre 26 de março e 1° de abril. O período se juntará com o feriado nacional da Sexta-Feira Santa (2), sábado (3) e domingo (4). Já o rodízio de veículos passará a ser feito das 20h até as 5h, a partir da próxima segunda-feira (22).

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A antecipação dos feriados também ocorreu no ano passado, quando o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), sancionou o projeto e o aplicou de 20 a 24 de maio. Naquele período, os índices de isolamento social ficaram entre 49% e 52% nos dias da semana, e teve melhora no sábado e domingo, quando registrou cerca de 57% de aderência. Diante do ocorrido, espera-se que este ano o resultado seja melhor que o do ano passado por compreender um período mais extenso.

Segundo Covas, a taxa de ocupação de leitos nos hospitais da capital paulista é de 88%. Nesta quinta-feira (18), 475 pessoas estão aguardando vaga para atendimento. Por conta da alta demanda de internações, ocorreu a primeira morte de uma pessoa que estava à espera de leito na UTI na capital, no último sábado (13). Foi Renan Cardoso, 22 anos, que tinha dado entrada no Pronto Atendimento de São Mateus, na zona leste, na quinta-feira (11).

O prefeito anunciou a abertura de 640 leitos exclusivos para o tratamento de pacientes com Covid-19 na cidade. E o secretário municipal de saúde, Edson Aparecido informou a abertura de hospitais de campanha, que ficarão localizados no Jabaquara (zona sul), Itaquera (zona leste) e na Vila Maria (zona norte).

No dia 7 de março de 2020, um sábado, Sport e Santa Cruz se enfrentavam na Ilha do Retiro, pela sexta rodada da Copa do Nordeste. Cerca de 14 mil espectadores estiveram presentes. Poucos sabiam, mas aquela vitória rubro-negra por 1 x 0, com um gol de Elton, seria o último clássico no Recife a contar com torcedores no estádio. 

Após isso, decretos estaduais por todo o país suspenderam o futebol. O objetivo era conter o avanço da Covid-19. Quando as competições retornaram, em meados de julho, as partidas começaram a ser disputadas com os portões fechados. E vem sendo assim, desde então, deixando torcedores órfãos das arquibancadas, lugar que, para alguns, é como uma segunda casa.

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Ilha da Saudade

O rubro-negro Alberto Capela estava na Ilha, naquele 7 de março, e recorda das incertezas após o jogo. “Lembro que (a pandemia) já era um assunto. Não tinha definição sobre o futebol no Brasil, mas na Europa já tinham fechado os portões”, conta.

O rubro-negro Alberto Capela (centro) sempre vai à Ilha do Retiro e sente falta hoje

Frequentador das arquibancadas desde os quatro anos de idade, Alberto revela que a saudade de acompanhar seu time in loco está demais. “É até difícil falar. Um ano sem sequer pisar na Ilha. Sinto falta de basicamente tudo, pré jogo na sede, beber com os amigos, de ver a Treme Terra. Das filas enormes para entrar não sinto tanta falta, mas até isso faz parte”, brinca.

Para aplacar o vazio, as redes sociais ajudam um pouco. “Twitter, Whatsapp, mas não tenho me encontrado com ninguém, ainda estou seguindo o isolamento", garante. E mesmo contando as horas para o retorno do público, Alberto afirma que a cautela será a ordem da vez. “Ainda não penso em ir assim que abrir os portões. Enquanto não puder tomar a vacina, não devo voltar. E mesmo assim, tomarei o cuidado de usar máscara e não abraçar todo mundo. A não ser que tenha um gol no fim do jogo, aí não vou me conter”, diz.

Arruda querido

Após esse clássico, a torcida do Santa Cruz ainda teve mais uma chance de ver o time de perto. Cinco dias depois, em 12 de março, o clube tricolor recebeu o Botafogo da Paraíba, também pela Copa do Nordeste. Vitória por 3 x 0. O clima estava tão bom, que o torcedor Diogo Nascimento deixou o Arruda já pensando na partida seguinte. “A gente saiu falando ‘domingo, a gente vem de novo’”, relembra. Mal sabia ele, que já não teria mais ninguém nas arquibancadas do José do Rego Maciel.

O tricolor Diogo acredita que o retorno da torcida pode estar próximo

Diogo, assim como tantos, é  mais um que aplacou a saudade usando a internet. “Como uso transporte público, não me sinto seguro de ir na casa dos outros. Vi os jogos sozinho em casa, me comunicando pelas redes sociais”. Porém, nem sempre a interação virtual é suficiente. “Às vezes, o entorno do estádio é o que alimenta mais o torcedor, é encontrar as pessoas, tomar uma cerveja. Tem amigos meus que não vejo há um ano, porque só os vejo no Arruda e isso faz muita falta”, lamenta.

Diogo acredita que o retorno da torcida pode estar próximo e ele estaria presente, se for de um jeito organizado. “Se definissem um protocolo, com o clube respeitando as medidas, eu voltaria sim. No Arruda, por exemplo, espalhando o público, dava para fazer”, garante.

Aflitos distante

O último clube a jogar com torcida no Recife foi o Náutico. Resultado ruim, derrota por 3 x 0 para o Fortaleza, pela Copa do Nordeste, no dia 14 de março. Lembranças boas dessa partida nenhum alvirrubro tem, mas o torcedor Nelson Melo se recorda que a Covid-19 era assunto naquele sábado. “Já tinha o anúncio da suspensão das aulas presenciais, a partir da quarta-feira seguinte. Mas, no início, a gente não imaginava que o coronavírus teria essa dimensão”, relembra.

Nelson Melo diz que a Covid-19 já era assunto no último jogo com torcida nos Aflitos

Mesmo conectado em dia de jogo, Nelson não esquece do estádio. “Sinto falta de tudo, gosto de reclamar, gritar, cornetar. Até porque, eu vejo o futebol como uma terapia. Consigo colocar muita coisa pra fora em uma partida de futebol. Em casa, não chega nem a um quinto da emoção de uma arquibanca”, relata.

Os Aflitos, no entanto, só terá a sua presença quando houver segurança total. Se os portões fossem abertos hoje, por exemplo, Nelson não iria. “Estamos com uma das maiores taxas de mortalidade, desde o início da pandemia e a proliferação do vírus está cada vez mais forte. Só vejo um retorno prudente com a vacina e a diminuição da taxa de contágio. No momento, não vejo perspectiva de volta”, lamenta.

O Dia Nacional do Combate ao Alcoolismo, nesta sexta-feira (19), também inicia a Semana Nacional de Combate ao Alcoolismo, que conscientiza a sociedade dos prejuízos que o álcool pode causar à saúde física e psicológica. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o vício alcoólico é responsável por matar cerca de 3 milhões de pessoas ao ano.

Segundo levantamento da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que entrevistou mais de 12 mil pessoas de 33 países da América Latina e Caribe, onde 30,8% eram brasileiros, o consumo de álcool se intensificou durante a pandemia do coronavírus (Covid-19). O estudo indica que 35% das pessoas com idade entre 30 e 39 anos, passaram a beber com mais frequência, numa média de cinco ou mais doses.

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A pesquisa também aponta que dobrou o consumo mensal de bebidas contrabandeadas ou produzidas em casa (como a cerveja artesanal), de 2,2% para 4,9%. De acordo com a entidade, a produção dessas bebidas possui nível exagerado de álcool, que corresponde a riscos de saúde, como intoxicação. Além disso, o estudo também constatou que, durante o isolamento social, a cerveja liderou 48,7% das preferências, contra 29,3% do vinho.

O alcoolismo, assim como a dependência de outras drogas, é uma doença crônica, que atinge o indivíduo como um todo. A psicóloga especialista em dependência química e professora da Universidade Guarulhos (UNG), Alessandra Chrisóstomo, explica que essa enfermidade já foi tratada como uma doença individual, biológica e considerada um desvio de caráter, mas, após diversas pesquisas, foi dado um novo olhar para o problema.

Segundo a psicóloga, é constatado que a dependência alcoólica prejudica funções cerebrais, como atenção, memória e percepção; aspectos psicológicos, entre eles, sentimentos e autoestima; sociais, como destruição de amizades e vida profissional; além de prejudicar a família. "Como uma doença multifatorial, necessita de um olhar sistêmico que atenda a todos estes aspectos, bem como de uma abordagem terapêutica efetuada por equipe multidisciplinar", explica Alessandra.

Durante o tratamento, Alessandra recomenda a inclusão de acompanhamento psiquiátrico junto a medicamentos, psicoterapia, terapia familiar, participação em grupos, como o Alcoólicos Anônimos (AA), e a reconstrução dos projetos de vida, como trabalho, estudo ou alguma atividade prazerosa e saudável. "A família, ou quem efetua este papel, é parte fundamental em todo o processo. Costumo intitular a dependência química de 'a doença dos vínculos', e desta forma, através da terapia familiar, um melhor relacionamento poderá ser restabelecido", afirma.

Durante o procedimento, cabe ao acompanhante estabelecer uma comunicação harmoniosa e determinar os limites do dependente. "Com isso, vínculos mais seguros e saudáveis poderão ser reconstruídos para que este ser humano que está em sofrimento possa ter uma vida plena, com qualidade, e que, finalmente, encontre seu caminho e seja verdadeiramente feliz", orienta.

De acordo com o levantamento apresentado no relatório Global Outlook 2021 da Mastercard, cerca de 20% a 30% das atividades de ecommerce, que foram estabelecidas pelas lojas físicas durante a crise sanitária do coronavírus (Covid-19), continuarão após o fim da pandemia.

Os dados também informam que, durante a crise, os gastos das plataformas de vendas digitais subiram de 10% a 16%, e isso pode refletir na redução de pagamentos feitos em papel moeda. Na última semana, o Banco Central do Brasil divulgou que a cédula de R$ 200 está com baixo índice de circulação, um fato que pode ser explicado pelo crescimento de aplicativos de pagamentos.

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Outra pesquisa realizada pela Mastercard e a Americas Market Intelligence (AMI) no final de 2020 mostrou que parte dos brasileiros planejam continuar com algumas práticas adotadas no distanciamento social. De acordo com os dados, 32% dos entrevistados pretendem continuar no modelo de trabalho home office, 36% continuarão a realizar compras pela internet, e 27% optará pelo serviço de delivery no comércio de refeições.

O ecommerce também registrou crescimento no Natal de 2020. Um estudo feito pela Lucro Antes de Juros e Imposto de Renda (Lajir) e Nielsen destaca que entre 10 e 24 de dezembro, o faturamento foi de R$ 3,8 bilhões, uma alta de 44,6% quando comparado ao mesmo período de 2019.

A expectativa para 2020 era alta no setor aéreo. O presidente da Gol, Paulo Kakinoff, previa que seria o melhor ano para as empresas desde 2010. Com a saída da Avianca Brasil do mercado e a consequente redução da concorrência, as companhias tinham elevado os preços das passagens em 2019 e viam a situação de seus caixas melhorar. A Azul prometia elevar a oferta em 20%, enquanto Gol e Latam, entre 6% e 9%. Mas não poderia ser mais diferente do que aconteceu. Com a Covid-19 e o distanciamento social, o setor teve o pior ano de sua história, com uma queda de demanda que chegou a 94,5% no pior momento.

"No pré-covid, as coisas estavam indo super bem. Os voos estavam cheios. Seria um ano recorde para nós. Aí, de repente, tudo parou", lembra o presidente da Azul, John Rodgerson.

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A paralisação dos voos foi global e o setor acabou sendo um dos mais atingidos pela crise do coronavírus. O impacto foi tão profundo que, rapidamente, governos passaram a resgatar empresas aéreas privadas. Nos Estados Unidos, inicialmente, US$ 25 bilhões foram destinados às companhias do setor - mais US$ 15 bilhões foram aprovados no fim do ano. Na Alemanha, US$ 9 bilhões socorreram a Lufthansa.

Por aqui, as discussões por uma ajuda estatal foram travadas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BDNES) e fracassaram. O modelo proposto pelo banco, que financiaria 60% do empréstimo - 10% deveriam vir de um sindicato de bancos e 30%, levantados no mercado - foi considerado caro e ineficiente pelas companhias.

Isso porque os títulos das empresas já são negociados hoje no mercado. As companhias teriam, portanto, de oferecer juros mais elevados para essa nova dívida se tornar atraente. A esse preço mais alto, bancos privados poderiam fornecer o crédito.

A saída encontrada por Gol e Azul acabou sendo recorrer ao mercado financeiro. Já a Latam entrou em recuperação judicial (chapter 11) nos EUA.

Além do pedido de recuperação em Nova York, a Latam adotou outra saída inesperada e fechou uma parceria de "code share" com a Azul para as empresas realizarem voos de forma conjunta.

Até o ano anterior, as companhias viviam disputa acirrada pelas autorizações de pouso e decolagem no aeroporto de Congonhas (SP) deixadas pela Avianca Brasil, que havia falido. A briga levara os presidentes das empresas a trocarem acusações publicamente e ainda fez com que a Azul deixasse a Abear, a entidade que representa o setor.

"Não consigo imaginar, e duvido que a Azul imaginasse, um 'code share' entre Latam e Azul se não estivéssemos em uma crise como essa. Mas, neste momento, faz sentido, porque tanto eles como nós queremos vender mais e aumentar a receita. Se uma forma de elevar a receita é vender um voo operado por eles, tudo bem", diz Jerome Cadier, presidente da Latam no Brasil.

A parceria surgiu após uma reunião virtual de relacionamento entre o presidente da Azul, John Rodgerson, e o presidente do grupo Latam, Roberto Alvo, que havia assumido o cargo em abril, no meio da crise.

O acordo entre as empresas garantiu a sobrevivência de algumas rotas que poderiam desaparecer por causa da queda da demanda. Mas não de todas elas.

"A crise cria uma deseconomia de escala. Voos que tinham um certo número de passageiros acabam não sendo mais viáveis. As empresas vão sair menores depois disso tudo. O mercado não vai se recuperar totalmente", diz André Castellini, sócio da consultoria Bain & Company e especialista no setor.

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o total de passageiros no mercado doméstico em outubro era metade do registrado um ano antes. Castellini prevê que o número só volte ao patamar anterior à crise em junho de 2023.

Segmento corporativo

No mercado internacional, que hoje se aproxima dos 15% do que tinha em dezembro de 2019, a recuperação total só deve ocorrer daqui a quatro anos, estima o consultor. Já para o segmento corporativo, que paga as tarifas mais caras e é uma importante fonte de receita para as empresas, não é possível nem fazer previsões concretas.

"Entre 25% e 35% da demanda de negócios deve acabar porque o setor vai perder uma parte não desprezível da demanda no pós-pandemia por causa das soluções de videoconferência. Mas esse número ainda é impreciso", acrescenta Castellini.

Diante desse cenário e das incertezas, os presidentes das companhias aéreas afirmam não poder cravar que o pior ficou para trás com o fim de 2020.

Apesar de sentirem uma recuperação mais sólida na demanda desde setembro, destacam que não respirarão tranquilos enquanto a população não estiver vacinada e dizem, ainda, que a saída dessa crise pode ser tão complexa quanto o início dela. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No último dia deste insólito ano de 2020, a repórter que vos fala amarga um derradeiro plantão. Sozinha em home office, o silêncio só não é absoluto por conta do barulho que vem das casas ao lado; e o perfume que sobe da cozinha da vizinha de baixo indica que a ceia vai ser farta. Não poderia ser diferente porque, apesar da pandemia que ainda habita lá fora, hoje é dia de festa. 

A pauta para este 31 de dezembro é: pessoas que moram sozinhas e passarão o réveillon em casa. Seria até irônico caso não tivesse sido escolha da própria repórter; houve uma identificação imediata, compreenda.  A busca por personagens que se enquadrassem no perfil começou há dois dias, mas a animação em torno da comemoração pela despedida de 2020 vista nos stories e posts alheios, consultados nesse meio tempo, deram logo o recado: não seria fácil encontrar tais tipos. A não ser pela própria que escreve. Poderia ter feito um diário então, mas fui demovida da ideia para não parecer tão preguiçosa.

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Após os últimos nove meses de confinamento, distanciamento social e quarentena - com um tenebroso lockdown no meio do percurso - quem iria querer ficar preso em casa, sozinho, em pleno réveillon?; me pergunto. Os mais de 190 mil mortos no país pela Covid-19 deveriam ser motivo suficiente para querer continuar em isolamento, mas as pessoas andam cansadas do esforço, é o que se ouve por aí. E o último dia de um ano é aquele que costuma ser repleto de esperança, planos e alegria, como se arrancar a última folhinha do calendário fosse garantia de que os próximos 12meses serão incríveis. 

Em meio aos tantos devaneios - e consulta aos amigos - encontrei Frederico Toscano. Ele já mora sozinho há quase 10 anos e me animou tanto encontrar alguém disposto a contribuir com pauta de relevância um tanto duvidosa que fiz o que muitos estão fazendo nas ruas indevidamente: quebrei alguns protocolos em uma entrevista meio torta, sem as tradicionais perguntas sobre profissão, idade, local onde reside e outras formalidades.   

Ao invés disso, perguntei a ele coisas como: você não fica triste?;  não parece depressivo?; as pessoas não ficam no seu pé pra você sair?;  não exatamente com essas palavras para não soar como se estivesse buscando uma espécie de abrigo para a minha própria confusão em estar em igual situação. 

Frederico me contou que, geralmente, até marca algo com os amigos em dias assim, mas em virtude da pandemia, em 2020 passará o réveillon só mesmo. Ele fez, ainda, uma observação: “Eu gostava de passar com minha família, mas desde 2016, com toda aquela questão política, (de) Bolsonaro, ficou mais difícil passar os feriados com a família toda junta. É difícil, porque são divergências políticas muito severas. De maneira geral, sim, eu poderia estar com meus amigos, mas a pandemia impede, é perigoso demais, é um absurdo você aglomerar então não tem nem o que pensar”. Correto!

Para hoje, não haverá nada de especial no dia de Frederico - diferentemente do que aconteceu no Natal, quando ele compartilhou a ceia com a namorada que mora nos EUA, através de uma chamada de vídeo. Com fala rápida e direta - que me pareceu ser de alguém de senso prático extremamente aguçado - ele disse: “O calendário é uma coisa arbitrária, mas acho importante você marcar essa passagem de alguma forma. Você não precisa marcar a passagem desse ciclo que se espera que acabou da maneira que as pessoas fazem: pular ondas, se vestir de de branco; você passa do jeito que você quiser, mas é importante reconhecer que você está passando de um ciclo para o outro”. 

Então tá. Pode ser assim, bem prático e simples mesmo. Afinal, não deixa de ser apenas mais um dia que também vai passar, como todos os outros, independente de estarmos sozinhos ou não. Convenci-me. 

A entrevista terminou com uma tímida  troca de votos de próspero ano novo, com vacina, é claro. Agora, encerro o texto olhando o relógio como se o fim do expediente significasse algo mais atrativo do que trocar a sala pelo quarto de dormir. No entanto, a tranquilidade dada a mim pelo entrevistado do dia me garantiu, também, um certo alento. Lembro-me de um ditado popular que, a partir de agora, poderia até ser modificado: antes só do que mal aglomerado. 



 

O isolamento social – medida adotada para combater a propagação do novo coronavírus – pode trazer alguns prejuízos no desenvolvimento da fala e linguagem das crianças obrigadas a ficar em casa devido à pandemia, alertam especialistas. “Principalmente pela falta de estímulos ambientais e sociais que estavam anteriormente expostas, como por exemplo, na escola, saída com amigos e passeios em família”, explica a fonoaudióloga e especialista em linguagem Lilian Papis. 

Mesmo com a reabertura das escolas, muitos pequenos mantiveram sua rotina em casa com os pais trabalhando em home office ou sob os cuidados de outros adultos. Agora, com as férias escolares e o aumento do número de casos de covid-19, muitos pequenos voltarão a ficar exclusivamente em casa o que deve aumentar o uso de aparelhos eletrônicos como tablets, celulares ou computadores para distrair e entreter as crianças que acabam ficando privadas da comunicação verbal.

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“Pode começar a haver atrasos no desenvolvimento oral, como também gráfico, dificuldades auditivas, tanto periféricas, pelo alto volume ou uso excessivo de fones de ouvido, como também de atenção e concentração e processamento auditivo central”, aponta a fonoaudióloga.

Os meses de quarentena em casa provocaram mudanças nos hábitos até mesmo das crianças que não tinha uma rotina escolar, pois os parques, clubes, praças e áreas de lazer foram fechados para evitar aglomerações.

É o caso do filho da zootecnista Paula Amano Yoshisato, Roberto, de 2 anos e meio. Ela conta que os planos eram que Roberto começasse a frequentar a escola este ano, mas, com a pandemia, ele continuou em casa, aos cuidados da mãe, em tempo integral. “Tínhamos mais contato com outras pessoas e área externa. Agora, ele quer ficar mais tempo em eletrônicos.”

Paula conta que, com a falta de convívio com outras pessoas e crianças, o filho deixou de falar as poucas palavras que já conhecia. Segundo os médicos e fonoaudiólogos, é um processo comum a crianças nessa idade que precisam de estímulos corretos para voltar a falar.

A mãe tem se esforçado para diminuir os efeitos negativos do isolamento no garoto. “Tenho estudado mais sobre atividades, como brincar com tinta, piscina, areia, hortinha”, conta Paula.

Na avaliação da fonoaudióloga Lilian Papis, crianças que estão começando a falar, por volta de 1 ano ou que estão em pleno desenvolvimento de fala e linguagem, entre os 2 ou 3 anos, devem ser diariamente estimuladas através dos cinco sentidos, audição, visão, tato, olfato e paladar. 

“É primordial cantar músicas, brincar com miniaturas, fantoches, contar histórias, nomear figuras ou pedir para que as repita, falar frases relacionadas ao que estão comendo, apresentar diferentes sabores ao seu paladar e estimular o olfato através do cheiro da comida, frutas; imitar sons de animais, meios de transporte, objetos eletrodomésticos, brincar de fazer caretas, mandar beijos, estalar a língua também ajudam muito”, enumera Lilian.

Retrocessos

A supervisora de vendas Leandra Paula Lago diz que percebeu que o filho Raul, de 3 anos, ficou muito ansioso nos primeiros meses da pandemia. “Ele ficou irritado e com necessidade de chamar a atenção dos pais, pedindo para ficar no colo enquanto trabalhávamos, tentava desligar nossos computadores, gritava. Na fala houve alterações, pois o estímulo escolar foi interrompido, então percebi que ele ficou com várias dificuldades, até mesmo no desfralde que foi interrompido”, relata. 

“Já tinha percebido, antes mesmo da pandemia, que os colegas da escola [estavam] sempre na frente e ele com muitas dificuldades em se comunicar. Com a pandemia e encerramento das aulas, piorou muito.”

Raul começou a fazer tratamento com a fonoaudióloga em abril e a mãe logo percebeu uma evolução. “Hoje ele ainda não se comunica como uma criança da idade dele, mas já melhorou muito. Retornei o processo de desfralde com isso. Fazíamos [o tratamento com a fonoaudióloga] on-line e agora estamos presencial”, relata. 

Atualmente ela está oferecendo outros estímulos para a criança. “Estou lendo bastante com ele, brincando mais junto e evitando celular. Claro que, no horário de trabalho, fica complicado não dar o celular para ele, senão ele nos atrapalha, mas com novos brinquedos estamos conseguindo mantê-lo mais calmo”, completa Leandra.

Mesmo sem o convívio escolar, as brincadeiras em casa devem estimular a fala, recomenda a fonoaudióloga Lilian Papis. “Em casa as crianças precisam ser estimuladas todos os dias, pelo menos uma hora, com os pais ou responsáveis a brincar, cantar músicas, falar, estabelecer diálogos, conversar”, destaca a especialista.

“Para as crianças em fase de alfabetização, incentivar também brincadeiras que envolvam reconhecimento e nomeação das letras, relacionando-as com seus sons, brincar com rimas, memória auditiva, memória visual, quebra-cabeças, dama, xadrez, jogos que requeiram a atenção, como também a escrita das letras, sílabas e palavras. Para os maiores, além de tudo isso, acrescentar leitura de textos, livros, gibis, escrita de pequenos textos, jogos como forca, stop, caça-palavras, palavras cruzadas, dentre outros”, elenca Lilian.

Avanços

Já com Samuel, 4 anos, o processo de isolamento não trouxe retrocessos na fala, ao contrário, o vocabulário aumentou, surpreendendo a mãe, Danielle Pereira Mateus.

Antes mesmo da pandemia, o menino já fazia acompanhamento com fonoaudióloga e psicóloga porque, na escola, batia nos amigos. “Procuramos uma psicóloga e ela notou que ele tinha um atraso de linguagem, como não conseguia se comunicar direito, batia nos amigos, era a maneira dele se comunicar. Começamos um trabalho com a fonoaudióloga em julho do ano passado, quando a gente ainda nem pensava em pandemia! Fizemos esse trabalho até março, quando veio o isolamento e as sessões pararam”.

Danielle disse que temia o retrocesso no processo de fala do pequeno o que acabou não se confirmando. “Tinha muito medo que ele regredisse, mas não, por incrível que pareça, o vocabulário dele aumentou, como o tempo dele em tela era muito maior, ele começou a ver vários vídeos diferentes, mudou o vocabulário, eu confesso que me surpreendi, porque para mim a quarentena ia ser um caos! Hoje ele já fala tudo certo e já está em processo de alta com a fonoaudióloga. No caso dele, o que me deixou feliz foi que não houve nenhum tipo de regressão”. 

A especialista em linguagem Lilian Papis explica que a estimulação - tanto auditiva quanto visual - é benéfica para o desenvolvimento da fala e da linguagem infantil e que, nos aparelhos eletrônicos, os vídeos e desenhos são bem coloridos e estimulantes. “A criança aprende através de estímulos repetitivos e imitação, portanto em alguns casos isso pode ajudar, ou em outros prejudicar este desenvolvimento, pois existe a privação da necessidade de comunicação, de diálogo com a família, o que pode atrasar ou interferir neste processo, além de poder prejudicar o desenvolvimento da atenção e gráfico”. 

Lilian enfatiza que é importante saber dosar a quantidade de horas diárias que as crianças passam na frente das telas e estimular a brincadeira infantil, contação de histórias, rodas de conversas e jogos entre os familiares.

“Oriento ainda a estimular a criança sempre de frente para ela, na altura dos seus olhos para ter um adequado contato visual; não falar infantilizado; dar sempre um correto modelo de fala, não repetir o erro da criança, pois ela aprende a falar através da audição, repetição e imitação, mesmo que ela não consiga pronunciar a palavra corretamente, fale o certo. Ela deve ainda comer alimentos adequados para sua idade, pois a mastigação também é de extrema importância para o desenvolvimento da fala e linguagem”, acrescenta a especialista.

Mudanças de comportamento

Durante a infância, o cérebro da criança se desenvolve com muita rapidez gerando grandes aprendizados. Com a chegada da pandemia e o isolamento dos pequenos em casa, muitos estímulos necessários para a ampliação do desenvolvimento cognitivo infantil podem ter diminuído. 

Para especialistas, essa falta de contato com outras pessoas e de vivência fora de casa pode ter prejudicado não só a fala, mas trazido alterações no sono, no humor e no apetite das crianças.

“Não podemos desconsiderar os possíveis estressores ambientais que impactam nas crianças, sobre isso podemos pensar em mudança de rotina e novos papéis atribuídos aos pais, perda de familiares pela covid-19, mudanças estruturais como perda de emprego e pais com pouco manejo emocional”, destaca a psicóloga especialista em terapia cognitivo comportamental e neuropsicologia Roberta Alonso.

“As crianças têm apresentando humor mais irritado, alterações do sono e comportamentos de impaciência, assim como regressão em sua autonomia, sobrecarregando os pais”, completa a especialista.

A psicóloga sugere aos pais trabalhar as próprias emoções e expectativas. “As crianças estão em desenvolvimento e têm condições de retomar e melhorar suas habilidades quando começarmos a retomar a rotina em segurança. É importante pensar que a frustração também faz parte do desenvolvimento e esse período também está a ensinar isso”, afirma.

O cantor e compositor pernambucano Juvenil Silva havia dado um tempo das plataformas digitais mas, decidiu voltar. E para marcar esse retorno, ele lança o clipe de Regalia, canção  composta e produzida neste período de pandemia e toda gravada à distância. O resultado já pode ser visto no canal do YouTube do artista. 

Regalia conta com algumas participações como as de Irmão Victor, Mestre Nico e Marcos Gonzatto. O clipe do single foi gravado na Zona Norte do Recife, e produzido pelo próprio Juvenil em parceria com o músico e designer multimídia, Daniel Silva. Assim como a música, toda a produção do vídeo foi feita de maneira remota. 

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A narrativa do clipe transita por temas e sensações advindas do atual contexto pandêmico instaurado no mundo, como o isolamento social e as desigualdades evidenciadas por ele. Tudo isso ilustrado pelo personagem criado por Juvenil, o Profeta do Novo Normal, vivido pelo ator Fernando Arruda. A obra pode ser conferida no canal do YouTube do artista. 

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O coronavírus vitimou mais uma pessoa que duvidava de sua capacidade mortal. O senador Arolde Oliveira (PSD-RJ) faleceu na última quarta (21) por complicações da Covid-19. Aliado do presidente Jair Bolsonaro, o senador não acreditava na gravidade da pandemia do coronavírus, defendia o uso da cloroquina e chegou a falar publicamente, várias vezes, sobre esses temas. 

Arolde tinha 83 anos e estava internado desde o dia quatro de outubro. Ele faleceu em decorrência de uma falência de órgãos, uma complicação da Covid-19. A morte foi anunciada pela própria família nas redes sociais. Ele estava em seu segundo mandato como senador e uma de suas pautas, ultimamente, vinha sendo a defesa do uso da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes afetados pelo coronavírus. 

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Em suas redes sociais, o senador costumava criticar o isolamento social e colocava em dúvida a capacidade letal do coronavírus. Em algumas postagens, ele falou. “Os números do vírus chinês no mundo e no Brasil demonstram a inutilidade do isolamento social. Autoridades, alarmistas por conveniência, destruíram o setor produtivo e criaram milhões de desempregos. O Presidente Jair Bolsonaro, isolado pelo STF, estava certo desde o início”.

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