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Integrantes de movimentos estudantis em Pernambuco se reuniram, nesta quarta-feira (11), com um representante do Governo Estadual para pedir medidas de vacinação contra a Covid-19 para todos os alunos da rede de ensino. Os participantes argumentam que a imunização apenas dos profissionais da educação não é suficiente para o retorno seguro das aulas presenciais.

Estiveram presentes na reunião a União Nacional dos Estudantes (UNE), a União dos Estudantes de Pernambuco (UEP), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), a União Metropolitana de Estudantes Secundaristas (UMES) e a Associação Nacional de Pós-Graduando (ANPG). O governador Paulo Câmara iria participar do encontro, mas estava cumprindo agenda no interior, e quem recebeu o grupo foi um representante da Secretaria da Casa Civil do Estado.

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As entidades haviam assinado um manifesto nessa terça-feira (10) pela inclusão dos estudantes no plano de vacinação. No texto argumenta-se que as aulas remotas mostram a necessidade dos avanços tecnológicos voltados para o ensino, mas que apenas atividades virtuais não seriam suficientes, sendo preciso o retorno presencial, mas de forma segura a todos.

“O modelo remoto tem se mostrado insuficiente na formação plena de diversos futuros profissionais e formandos do ensino médio. A formação prática, que já era limitada em diversas instituições, é essencial para a qualidade da formação, e para esta é necessário um plano de ação para que as atividades aconteçam de maneira segura”, lê-se na carta.

As uniões e associações estudantis se posicionam a favor do retorno às aulas presenciais, mas apenas após a plena proteção dos alunos. “Nós, do movimento estudantil, acreditamos que neste momento de retomada de atividades presenciais é imprescindível que não só os profissionais da educação estejam plenamente vacinados, mas que cada estudante tenha o direito de estar protegido e em plenas condições de, de fato, seguir sua formação sem estar assolado pela ameaça do vírus”, diz o manifesto.

Stephannye Vilela dos Santos Souza, presidente da UEP Cândido Pinto, conversou com o LeiaJá sobre a reunião e a pauta defendida. “Sabemos que em Pernambuco há cidades no interior que já estão vacinando até 18 anos, então vemos essa necessidade, até porque estamos tendo uma evasão escolar e acadêmica muito grande por conta do ensino remoto, porque muitos alunos não estão se adaptando. Mas também temos uma posição de apoiar o retorno apenas quando todos se vacinarem”, ela afirma.

Leia o 'Manifesto pela inclusão dos estudantes no Plano de Vacinação':

Desde o início da pandemia da COVID-19 o setor da educação tem se reinventado, diante de todas a dificuldades, pra se manter funcionando e fornecendo formação com qualidade da maneira possível no momento difícil que está posto. Todavia, a experiência de limitação do ensino remoto tem sido constatada nas instituições de ensino públicas e privadas de todo o Brasil.

A experiência com o ensino remoto trouxe o ensinamento de como é importante a ampliação da inclusão digital no nosso país, e de como é imprescidível avançarmos na inclusão das ferramentas digitais nos processos educacionais em seus diversos níveis. Por outro lado o modelo remoto tem se mostrado insuficiente na formação plena de diversos futuros profissionais e formandos do Ensino Médio.

A formação prática, que já era limitada e diversas institituições, é essencial para a qualidade da formação, e para esta é necessário um plano de ação para que as atividades aconteçam de maneira segura. Com o avanço da discussão sobre a retomada das aulas presenciais em todo o Brasil novas questões precisam ser pesadas e exaustivamente discutidas. Uma delas é a definição dos limites do ensino remoto e o balanceamento com as atividades presenciais, formando assim um ensino híbrido de qualidade. A outra discussão é a garantia de segurança da retomada as atividades presenciais, e é sobre esta discussão que viemos nos debruçar neste documento.

No Brasil o número de mortos pela COVID-19 já ultrapassa os 560 mil. Em Pernambuco temos uma marca de quase 20 mil mortos entre os mais de meio milhão de casos registrados no estado. Diversas famílias perderam seus entes queridos durante estes longos meses de pandemia e a este ponto todos nós já conhecemos alguém que faleceu ou que pelo menos foi acometido pela doença. Os efeitos destes números não afetam apenas nosso convívio social, mas também a saúde mental de todos nós diante do medo de um vírus altamente contagioso e cujas consequência da uma possível infecção podem ser terminais.

Todos nós brasileiros desejam o fim deste período horroso da nossa história, e por isso o movimento estudantil tem se debruçado na luta nas redes e nas ruas por “Vida, Pão, Vacina e Educação!” que tem sido o nosso lema em contraponto ao negacionismo instaurado no Governo Federal e que é responsável por diversas mortes entre os números citados. Nós esudantes que desejamos e que lutamos históricamente por uma educação inclusiva e de qualidade também desejamos a volta das atividades presenciais, mas nós a queremos de maneira segura para que não soframos física e psicológicamente nem favoreçamos o surgimento de novas ondas de contaminação e mortes!

Diante deste quadro, a vacinação em massa tem se mostrado a única maneira de superarmos este momento difícil de luta contra este inimigo invísivel que assola o mundo. Por isso, através deste documento, as entidades estudantis vem solicitar uma atenção especial do Governo do Estado de Pernambuco em relação ao nosso estudantes. Nós do movimento estudantil acreditamos que neste momento de retomada de atividades presenciais é imprescidível que não só os profissionais da educação estejam plenamente vacinados, mas que cada estudante tenha o direito de estar protegido e em plenas condições de de fato seguir sua formação sem estar assolado pela ameaça do vírus.

No Brasil inteiro os estudantes tem lutado sob o lema de “Vacina pela vida!” e aqui no nosso estado seguiremos na luta até que todos nós estejamos vacinados e em plenas condições de retomarmos nossas atividades. Atividades presenciais seguras? Só com estudante vacinado!”.

Movimentos estudantis, sindicais e sociais promovem, nesta quinta-feira (26), protestos em defesa da educação pública em todo o Brasil. A previsão é que sejam realizados atos em todas as capitais brasileiras, tendo como palco de ação escolas, universidades, ruas e espaços públicos.

Em Pernambuco, o ato de maior força será realizado em frente ao Ginásio Pernambucano, na Rua do Hospício, Centro do Recife. Na ocasião, os manifestantes vão realizar um “Aulão Público” com a temática “A Educação não vai pagar pela Crise!”.

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Além de problemas na renovação e ingresso no Programa de Financiamento Estudantil (Fies), estudantes de todo o País sofrem com cortes no repasse de verbas para instituições federais de ensino superior, prejudicando o custeio de bolsas de pesquisa, assistência estudantil, entre outras atividades. Amanhã, além de integrantes dos movimentos, vão participar do protesto alunos de unidades de ensino públicas ou privadas que não têm vínculo com os movimentos, mas apoiam a causa.

Professores também estão na rua

A última segunda-feira (23) foi marcada pela passeata dos professores da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco por vias do Centro do Recife. Já em estado de greve, após assembleia os trabalhadores decidiram parar as atividades nesta quarta (25) e quinta-feira (26), em sinal de advertência contra o reajuste de 13% do salário dos docentes feito pelo Governo do Estado. 

E parece que o ato dos professores fez efeito. O projeto de reajuste que seria votado hoje foi retirado da pauta da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Leia também: PL do piso do magistério é retirado da pauta da Alepe.

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