Tópicos | Olimpíada de Tóquio

Faltando apenas cinco dias para a abertura oficial dos Jogos Olímpicos de Tóquio, foram registrados neste domingo (18) os dois primeiros caso de Covid-19 em atletas alojados na Vila Olímpica. Os organizadores confirmaram os casos, mas preservarem a identidade dos competidores, que seriam compatriotas.

No sábado já havia sido detectado o primeiro caso em Tóquio de um membro de delegação. Não era competidor, mas alguém "muito próximo" dos atletas, de acordo com a organização oficial. Seria um nigeriano, já hospitalizado.

##RECOMENDA##

São dois atletas da mesma modalidade e do mesmo país diagnosticados com o resultado positivo. apesar do problema, o COI minimiza os protestos dos japoneses, contra a realização dos Jogos, ao garantir que o controle será extremamente rigoroso. "Os participantes dos Jogos Olímpicos são a mais controlada população do planeta", garante Pierre Ducrey, diretor de operações do COI, ao anunciar os casos na Vila Olímpica de Tóquio.

Com rigoroso controle para a covid-19, o COI espera garantir uma disputa segura para todos os competidores, evitando assim uma contaminação em massa. A promessa da entidade é que ninguém entrará numa disputa sem que esteja livre do vírus, um medo entre os atletas.

Os competidores diagnosticados com a covid-19 na Olimpíada serão isolados em um hotel de Tóquio para evitar a disseminação do vírus. Vão ao hospital apenas caso a doença seja agravada. E nem o COI parece livre da pandemia. O sul-coreano Ryu Seung-Min, que faz parte do Comitê, também testou positivo.

A delegação brasileira em Tóquio contará com 75% dos atletas, comissões técnicas e staffs vacinados contra a covid-19. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) tenta convencer os outros 25% a serem submetidos ao imunizador.

O surfista Gabriel Medina mais uma vez está envolvido em uma polêmica por causa de sua mulher. A confusão da vez é com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) pelo fato de a entidade negar credenciamento a Yasmin Brunet, com quem está casado desde fevereiro, para os Jogos Olímpicos de Tóquio.

A confusão foi revelada em entrevista à CNN Brasil. De acordo com o COB, "há uma limitação de credenciais para as delegações e a sua política é de que os oficiais tenham funções estritamente técnicas. Em virtude desta limitação, cada surfista da equipe brasileira terá o acompanhamento de apenas um profissional da área técnica com experiência comprovada".

##RECOMENDA##

"Questionei o COB se posso levar a Yasmin. Eles falaram que ela não tem nada a ver com o surfe, que não poderia ajudar a delegação. Mas e o marido da Tati (Tatiana Weston-Webb)? Ele surfa, participou do Circuito Mundial? Estou só questionando por que eu não posso levar", reclamou Medina. "São as pessoas que me ajudam. Não é porque é melhor, é porque são pessoas que estão no meu dia a dia. Acho certo eles levarem o time deles, só que eu não sei qual a dificuldade de eu levar o meu time", seguiu no protesto. "Vou ter que viajar sozinho? Por que só comigo, sabe?"

Na entrevista o brasileiro seguiu em seu desabafo ao revelar qual seria a regra que lhe foi passado. "A gente pode levar para o Japão duas pessoas dentro da comissão, e cada atleta está levando o seu pessoal", enfatizou, mais uma vez usando outro surfista para defender o credenciamento de Yasmin. "O Ítalo (Ferreira) está levando um amigo que o ajuda, e comigo estão dificultando. Minha vida mudou, eu tinha outro coaching, outra estrutura, duas pessoas que não trabalham mais comigo, e não me deram a confirmação se vou poder levar meu atual coaching", disse.

Yasmin vinha acompanhando o surfista no Circuito Mundial de Surfe e Medina dava como certa o seu credenciamento. O COB, contudo, deu seu parecer, também ao canal de televisão.

"(O COB) No mês passado realizou a substituição e credenciou Andy King para atuar como treinador do atleta Gabriel Medina na Olimpíada de Tóquio", informou a entidade. "De acordo com o regulamento dos Jogos Olímpicos, somente um profissional que esteja credenciado na lista larga pode substituir outro."

Campeã mundial de street, a skatista Pâmela Rosa tem tudo para ser um dos principais nomes da delegação brasileira nos Jogos de Tóquio, quando a modalidade fará sua estreia no programa olímpico. A atleta de 21 anos vinha em um ótimo momento quando chegou a pandemia de Covid-19 e paralisou todas as competições esportivas.

Para não perder tempo, ela comprou obstáculos e adaptou um pequeno espaço na garagem de sua casa em São José dos Campos para continuar treinando suas manobras. O objetivo é chegar bem na Olimpíada e, quem sabe, confirmar o favoritismo e ganhar o primeiro ouro da história do skate nos Jogos. Confira a entrevista ao Estadão.

##RECOMENDA##

Como você tem lidado com a pandemia de coronavírus?

Eu vinha de um 2019 muito bom, mas infelizmente aconteceu tudo isso e seguramos tudo o que estava programado. Foi ruim, mas por outro lado foi bom porque consegui treinar mais. Meus pais têm um pouco mais de idade, então procurei me cuidar.

Você conseguiu treinar nesse período?

A gente conseguiu comprar uns obstáculos e treinamos na garagem de casa. Então aproveitava isso para não ficar parada, pois uma atleta precisa sempre estar evoluindo. O nível no skate está crescendo bastante.

Você é considerada talvez a maior chance de ouro do Brasil em Tóquio. Esperava ter esse "peso" nas costas?

Eu não levo isso como algo ruim, eu levo como uma coisa boa, que as pessoas estão torcendo por mim. Vou dar meu melhor, mas tento pensar que será uma competição como outras. Vou fazer o que posso para trazer um bom resultado.

Curiosamente, as principais atletas que podem tirar o ouro de você são brasileiras, como a Rayssa Leal e a Leticia Bufoni. Como é a relação de vocês?

Todas as skatistas que estão entre as 20 classificadas têm como objetivo ganhar a competição, então eu coloco todas com chances. Cada dia que passa eu me surpreendo ainda mais com a qualidade delas. Sempre vai ser assim. Sobre a Rayssa e a Leticia, somos muito amigas. Nos campeonatos, sempre tem um incentivando o outro, isso é normal no skate, até com outras atletas. Claro que cada um está com um objetivo, mas a amizade continua.

Você é a atual campeã mundial de street e já tem deixado um grande legado no skate. Como se sente?

Eu fico muito feliz de estar incentivando e poder estar inspirando muitas meninas que estão começando a andar de skate. Tenho orgulho enorme de estar junto com elas, estamos ali para nos divertir. O skate mudou muito e estamos felizes porque está crescendo demais. Agora estamos muito focadas para ir bem na Olimpíada.

Você acabou de anunciar mais um patrocínio. Essa entrada do skate no programa olímpico também atraiu mais investimentos?

Eu acho que todo apoio vem para somar. Eu acabei de acertar com a BV e tenho ainda Nike, G-Shock, TNT, Avon. Sem contar Bolsa Atleta e recursos da CBSk. Acho importante ter patrocínios de fora do mundo do skate também, é uma tendência. Acabei de fechar agora com um novo patrocinador e outros atletas também. Tenho ainda a parceria de uma construtora de São José dos Campos. Antes era um esporte marginalizado, mas marcas de fora estão de olho.

Sua situação financeira melhorou também?

Todo mundo fala que eu estou ficando rica, mas não é isso (risos). A gente acaba investindo muito na minha carreira. Por exemplo, eu não viajo sem minha mãe ou meu empresário. Por isso ter patrocinadores ajuda muito. Na pandemia contei com personal, fisioterapeuta... Tudo que faço é para o nosso bem e cada dia que passa investimos mais.

Os atletas costumam ter pouco tempo para a vida social. Como é isso para você?

Eu consigo conciliar muito bem. Claro que tenho saudade do futebol ou da escola de samba, mas sei que meu momento agora é o skate. Ele é o nosso trabalho e depois que vierem os resultados vou poder curtir.

Está otimista para a disputa olímpica em Tóquio? Já colocou uma meta?

Eu curto cada competição, pode ser de Street League, STU ou qualquer outra. Não posso pensar na Olimpíada antes dela. Meu foco é assim.

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, ficou animado, neste fim de semana, durante a disputa do Campeonato Mundial de Ciclismo, em Ímola, na Itália, e afirmou que os Jogos Olímpicos de Tóquio, ano que vem, serão disputados mesmo que uma vacina contra a covid-19 não seja encontrada antes da abertura.

"O sucesso do Tour de France (encerrado há oito dias) e do Campeonato Mundial de Estrada da União Internacional de Ciclismo (UCI) dão ao COI muita confiança. Isso nos deixa muito confiantes porque vimos nos últimos meses que é possível grandes eventos esportivos em um ambiente seguro (com público), mesmo sem vacina", afirmou Bach, que se irritou quando perguntado por um jornalista sobre os "Jogos da Pandemia".

##RECOMENDA##

"Não serão os Jogos da Pandemia, eles serão os Jogos adequados para o mundo pós-corona. Temos que nos adaptar ao novo mundo em que vivemos. Isso vai ter uma influência nos Jogos, mas eles vão manter o caráter de unir o mundo inteiro. Você verá e sentirá o espírito olímpico em Tóquio, mas adaptado ao novo mundo em que vivemos", disse o dirigente.

Prevista para ser disputada em 2020, a Olimpíada de Tóquio foi adiada para o ano que vem, entre 23 de julho a 8 de agosto.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando