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O grupo separatista basco ETA voltou a defender nesta terça-feira, dia 27, o cessar-fogo definitivo e criticou os governos de Espanha e França por não ter alcançado um acordo com a organização como aconteceu recentemente na Colômbia entre o governo de Bogotá e os guerrilheiros das Farc.

Pouco antes de a trégua, decretada em outubro de 2011, completar cinco anos, o grupo armado apontou, em comunicado, que "apenas o ETA tem feito sua parte".

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Segundo eles, não foram cumpridos os mínimos compromissos fixados "e não foi respondido como se deveria aos assuntos que compõe a agenda de resolução" do conflito.

Para os dirigentes do ETA, os governos de Espanha e França, que pedem que os militantes se entreguem, vêm tendo nos últimos anos uma "atitude pobre", contrastando com o ocorrido na Colômbia, onde as negociações começaram mais tarde, no final de 2012, e já foram concluídas. O grupo quer negociar uma anistia.

Em seus cerca de 40 anos de história, o ETA, que pede a separação do País Basco, deixou centenas de mortos, comentando crimes como atentados e sequestros. Desde 2011, no entanto, eles lutam pela independência de forma pacífica.

O presidente do País Basco, Iñigo Urkullu, pediu neste domingo uma "consulta legal" sobre o estatuto da "nação" basca, no momento em que a Catalunha realiza eleições que os separatistas apresentam como um ativo crucial para se separar da Espanha.

"Acredito na possibilidade de uma consulta legal e pactada", disse o Lendakari em um comício do partido partido nacionalista basco (PNV) na região de Foronda, transmitido pela televisão.

"Precisamos de um novo status político para Euskadi, somos uma nação, somos o povo basco, somos cidadãos europeus, com suas liberdades e seus direitos históricos, temos um idioma, uma cultura", declarou Urkullu, presidente desde 2012 do País Basco, uma das 17 regiões autônomas que fazem parte da Espanha.

"O melhor é que os catalães possam decidir seu futuro em liberdade, sem coerção, sem ameaças, sem campanhas tão sujas como as que já vivemos, e que que eles possam realizar o que decidirem ser, democraticamente", afirmou o basco.

O líder do PNV, Andoni Ortuzar, convidou os milhares de participantes do comício a gritar "Visca Catalunya lliure!" ("Viva Catalunha livre", em catalão), em referência aos comícios na Catalunha, onde os separatistas prometeram abrir um processo separatista caso obtenham maioria no Parlamento regional.

O movimento político Batasuna ("unidade" em idioma basco) informou nesta quinta-feira que está se dissolvendo após 11 anos de atividades. O grupo é legalizado na França, embora esteja banido na Espanha desde 2003, suspeito de possuir laços com a organização terrorista ETA (Pátria Basca e Liberdade). A ETA anunciou em 2011 o fim da luta armada e a própria dissolução.

O Batasuna anunciou hoje no sul da França que continuará lutando para a autonomia dos três departamentos no sul francês onde a população é basca e prosseguirá nos planos para unir essas regiões com as quatro províncias bascas da Espanha. Segundo o grupo, a luta para "um País Basco livre e unido" continuará através de "ferramentas políticas".

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As informações são da Associated Press.

O Partido Popular da Espanha, do primeiro-ministro Mariano Rajoy, manteve o controle da região da Galícia, mas ficou atrás de dois partidos nacionalistas no País Basco, após as eleições regionais realizadas neste domingo (22). Os resultados foram considerados reações divergentes à forma como o atual governo central vem lidando com a crise de dívida espanhola.

Com a contagem dos votos praticamente encerrada, o partido conservador de Rajoy obteve 41 dos 75 assentos no Parlamento da Galícia, três a mais que o Partido dos Trabalhadores Socialistas da Espanha e dois partidos rivais menores. No País Basco, o Partido Popular e os Socialistas obtiveram um total de 26 dos 75 assentos do Parlamento, menos do que os 38 que tinham antes. O Partido Nacionalista Basco (PNV) - que é o maior partido no Parlamento local - ficou com 27 assentos, abaixo de 30 anteriormente, e o radical bloco EH Bildu conseguiu 21 assentos.

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A votação para os Parlamentos locais foi o primeiro teste eleitoral sobre os esforços que Rajoy fez nos seus 10 meses de governo para fortalecer as finanças da Espanha e conter o separatismo em partes do país. A eleição na Galícia, que foi dominada pelo Partido Popular em 24 dos 31 últimos anos, é considerada um indicador melhor sobre o sentimento dos espanhóis com relação às medidas de austeridade de Rajoy.

O resultado das eleições na Galícia darão a Rajoy algum espaço de manobra para implementar medidas de austeridade econômica; já os resultados no País Basco poderão se transformar em uma nova dor de cabeça para o premiê: uma representação parlamentar surpreendentemente forte dos separatistas em uma região que vem se recuperando de décadas de violência em prol da independência.

Inigo Urkullu, líder do PNV, deverá se tornar o presidente do País Basco, mas precisará de apoio de partidos menores para aprovar legislações. Em discurso a eleitores ontem, Urkullu não sinalizou se vai se aproximar do EH Bildu ou de partidos não nacionalistas. O EH Bildu surgiu do braço político do ETA, o grupo terrorista que há um ano abriu mão da violência usada em busca da independência da região, mas o bloco também inclui partidos que são contrários à violência.

Laura Mintegi, a escritora de literatura basca que lidera o EH Bildu, fez uma campanha contra os esforços do governo da Espanha para centralizar a autoridade e impor cortes no orçamento dos governos regionais espanhóis. Ontem ela afirmou a eleitores que planeja trabalhar para transformar o País Basco em uma nova nação europeia. As informações são da Dow Jones.

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