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Com mais de 50% dos votos, o movimento de independência catalão saiu reforçado das eleições regionais de domingo (14) e deve manter o poder, neutralizando a vitória mínima dos socialistas do presidente espanhol Pedro Sánchez.

A aposta de Sánchez em Salvador Illa, seu ministro da Saúde que controlou a pandemia, foi insuficiente: venceu as eleições, mas sem chances de presidir esta rica região de 7,8 milhões de habitantes.

"Se esperavam tirar os separatistas do poder, não interpretaram bem o cenário. Era uma meta irreal", comentou a cientista política Berta Barbet, da Universidade Autônoma de Barcelona.

Tão irrealista que, apesar do peso das profundas diferenças que surgiram após a tentativa fracassada de secessão em 2017, os separatistas fortaleceram sua maioria parlamentar, passando de 70 para 74 assentos de um total de 135 na câmara regional.

E, com uma abstenção recorde que penalizou especialmente os não-independentistas, superaram pela primeira vez os 50% dos votos numa votação regional.

À frente do movimento ficou a formação Esquerda Republicana (ERC), representante do movimento de independência mais moderado e aliada de Sánchez em Madri, que desbancou seus parceiros de coalizão Juntos pela Catalunha (JxC) do ex-presidente regional Carles Puigdemont, partidários da manutenção do confronto.

Seu candidato Pere Aragonés parece ser o mais bem posicionado para presidir a região graças às suas 33 cadeiras, 32 do JxC e 9 da esquerda radical CUP.

A aritmética também permitiria uma coalizão de esquerda com ERC, os socialistas e seu parceiro minoritário em Madri, Podemos, mas os dois primeiros descartaram essa possibilidade.

"O cenário mais plausível é a repetição da coalizão ERC-JxC, com ERC liderando", diz Berta Barbet.

“O resumo é que a vida continua igual, mas com pequenas nuances”, afirmou Ernesto Pascual, doutor em política pela Universidade Aberta da Catalunha (UOC).

Os socialistas seguem liderando o bloco contra a secessão em detrimento do centrista Cidadãos, vencedor das eleições anteriores e contrários à estratégia apaziguadora de Sánchez na Catalunha.

No banco separatista, o ERC prepara-se para presidir o governo regional depois de superar o partido de Puigdemont, apesar de ter abandonado a estratégia de ruptura unilateral e promovido o diálogo com Madri.

"Vamos começar as discussões hoje", disse Pere Aragonés, que terá de superar as fortes desavenças com seus parceiros, que são a favor da manutenção do confronto com Madri.

Porém, mesmo que não tenha conseguido desbancar os independentistas do poder regional, "para o governo espanhol, as notícias são boas", disse o analista Josep Ramoneda.

Em Barcelona, terá um interlocutor mais fluido. E, em Madri, os resultados na Catalunha "legitimam a política do governo" e "colocam seus rivais da direita em uma situação de crise" após serem claramente superados pela extrema direita do Vox, explicou.

Isso dará a Sánchez margem p.lara abordar a questão catalã com gestos polêmicos, como a concessão de perdões aos nove líderes separatistas condenados a entre 9 e 13 anos de prisão pela tentativa de secessão de 2017.

Todos estão em semiliberdade há duas semanas, regime contra o qual a Promotoria interpôs recurso nesta segunda-feira.

Mas apesar da vontade de dialogar de ambos os lados, as posições permanecem distantes e de difícil encaixe. Aragonés já exigiu um referendo de autodeterminação que os socialistas rejeitam.

As autoridades regionais da Catalunha mantêm o referendo de independência convocado para o domingo (1º) apesar da oposição do governo espanhol, enquanto centenas de pessoas permanecem desde a noite de sexta-feira (29) em alguns centros votação para evitar que os locais sejam fechados, conforme ordenou a Justiça. A informação é da Agência EFE.

A polícia catalã (Mossos d'Esquadra) estão presentes em 1,3 mil centros designados pelos responsáveis pelo referendo, dos quais 163 (12%) estão ocupados, segundo dados divulgados pela delegação do governo espanhol na Catalunha.

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Até o momento, os agentes não fizeram nenhum desalojamento nem requisitaram materiais relacionados à votação, como urnas, panfletos ou listas.

O governo espanhol, presidido pelo conservador Mariano Rajoy, voltou a avisar na sexta-feira que os governantes separatistas da Catalunha terão de responder à Justiça por essa consulta, e os atribuíu "deslealdade institucional" e "desobediência constitucional".

O porta-voz do gabinete presidencial, Íñigo Méndez de Vigo, insistiu que o referendo, suspenso pelo Tribunal Constitucional (TC), transgride as leis espanholas e carece de garantias democráticas, além de ser um "caos organizativo" sem censo, nem cédulas, nem urnas, nem centros oficiais de votação, alegou.

O presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, por sua parte, convocou a população para a votação de domingo e garantiu que os partidários do referendo venceram "os medos, as ameaças, as pressões, as mentiras e as intimidações" de um Estado "autoritário".

Os organizadores do referendo preveem que 5,34 milhões de cidadãos possam votar entre as 9h e as 20 horas de domingo (de 4h às 15h em Brasília) em um modelo de urna de plástico apresentado ontem à imprensa.

O vice-presidente catalão, Oriol Junqueras, assegurou que haverá "alternativas" - que não detalhou - nos locais onde as forças de segurança impeçam a votação.

A apuração dos resultados estará a cargo de um grupo de acadêmicos e profissionais, já que os integrantes da Junta Eleitoral renunciaram há alguns dias para evitar as multas do TC.

Os Mossos d'Esquadra começaram a se apresentar pessoalmente nos edifícios públicos designados pelas autoridades catalãs como centros de votação para desalojá-los, fechá-los e apreender o material eleitoral, em cumprimento de uma instrução do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC).

A polícia comunicará que estas pessoas devem deixar os locais antes das 6h (hora local; 1h em Brasília) do dia 1º de outubro.

O governo catalão convocou o referendo no dia 6 de setembro, logo após o Parlamento regional ter aprovado a lei que o regula com o apoio maioritário e único dos grupos independentistas.

Centenas de mulheres compareceram pela primeira vez neste sábado a um estádio na Arábia Saudita por ocasião da festa nacional celebrada em todo o país com vários shows, danças folclóricas e queima de fogos.

Até agora as mulheres não eram admitidas nos estádios por causa de uma rigorosa regra de separação por gênero em espaços públicos. Neste sábado, entretanto, elas puderam assistir a um espetáculo de música e poesia no estádio Rey Fahd de Riad, junto com suas famílias, em um setor separado dos assentos reservados para homens solteiros.

"Esperamos que no futuro nossa entrada no estádio não seja impedida", disse Um Adbulrahman, moradora de Tabuk, que fica no noroeste do reino ultraconservador. "Há muitos anos que espero que as mulheres tenham os mesmos direitos que os homens", acrescentou.

A Arábia Saudita tem uma das legislações mais restritivas em relação às mulheres. É o único país do mundo onde elas não podem dirigir, além de serem submetidas à tutela de homens da família -geralmente o pai, o marido ou um irmão- para poder estudar ou viajar.

A chanceler da Alemanha Angela Merkel recebe em Berlim na quarta-feira o presidente da Rússia Vladimir Putin, o presidente da Ucrânia Petro Poroshenko e o presidente da França François Hollande para discutir o conflito no leste da Ucrânia - o primeiro encontro sobre o tema em um ano, informou o escritório de Merkel.

A chanceler convidou os líderes para "avaliar a implementação dos acordos de Minsk desde o último encontro e discutir os próximos passos", declarou o porta-voz de Merkel, Steffen Seibert em comunicado nesta terça-feira.

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O acordo de Minsk de 2015, intermediado pela França e Alemanha, ajudou a acabar com batalhas de longa escala entre tropas ucranianas e separatistas pró-Rússia no leste do país, mas a violência continua e os esforços para chegar a um acordo político foram pausados.

Os quatro líderes realizaram encontros esporádicos para discutir a implementação do acordo. O último ocorreu em Paris, no dia 2 de outubro do ano passado. Fonte: Dow Jones Newswires.

O presidente do País Basco, Iñigo Urkullu, pediu neste domingo uma "consulta legal" sobre o estatuto da "nação" basca, no momento em que a Catalunha realiza eleições que os separatistas apresentam como um ativo crucial para se separar da Espanha.

"Acredito na possibilidade de uma consulta legal e pactada", disse o Lendakari em um comício do partido partido nacionalista basco (PNV) na região de Foronda, transmitido pela televisão.

"Precisamos de um novo status político para Euskadi, somos uma nação, somos o povo basco, somos cidadãos europeus, com suas liberdades e seus direitos históricos, temos um idioma, uma cultura", declarou Urkullu, presidente desde 2012 do País Basco, uma das 17 regiões autônomas que fazem parte da Espanha.

"O melhor é que os catalães possam decidir seu futuro em liberdade, sem coerção, sem ameaças, sem campanhas tão sujas como as que já vivemos, e que que eles possam realizar o que decidirem ser, democraticamente", afirmou o basco.

O líder do PNV, Andoni Ortuzar, convidou os milhares de participantes do comício a gritar "Visca Catalunya lliure!" ("Viva Catalunha livre", em catalão), em referência aos comícios na Catalunha, onde os separatistas prometeram abrir um processo separatista caso obtenham maioria no Parlamento regional.

A região da Catalunha realiza eleições neste domingo para decidir sobre a independência da região da Espanha, um assunto que perpetua por anos.

Separatistas há muito tempo tem empurrado um referendo sobre a independência da região, mas o governo central da Espanha não tinha permitido, argumentando que seria inconstitucional pela votação ser apenas em uma região.

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A eleição deste domingo é para 135 membros do Parlamento da Catalunha, localizada na capital da região de Barcelona. Separatistas argumentam que, se ganhar 68 assentos, o resultado daria a eles um mandato democrático para iniciar uma divisão da Espanha, que poderia incluir uma declaração unilateral de independência.

O governo central do primeiro-ministro, Mariano Rajoy, diz que vai usar de todos os meios legais para impedir a independência da Catalunha, como uma saída da União Europeia e da zona do euro.

No entanto, se a chapa independentista cumprir as previsões e alcançar a maioria absoluta, mesmo que em número de deputados, e não de votos, o presidente da Generalidad da Catalunha, Artur Mas, disse que levará adiante nos próximos 18 meses, seu programa de independência unilateral da Catalunha.

Pesquisas de intenção de voto preveem uma vitória apertada dos partidos pró-independência, o Junts pel Sí. Mas também indicam que o principal bloco de partidos separatistas, provavelmente precisariam do apoio da extrema-esquerda, a Candidatura d'Unitat Popular (CUP), para conseguir a maioria dos assentos necessários para lançar o seu esforço para cortar os laços seculares com o resto da Espanha. Em votos, os dois grupos teriam cerca de apoio de 49,6% dos eleitores. Fonte: Associated Press

A Rússia e a Ucrânia chegaram a um acordo para retirada de armas pesadas na fronteira leste ucraniana por meio de uma zona neutra, informou o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier. A medida já estava prevista em um cessar-fogo celebrado em setembro do ano passado, mas acabou não se realizando.

O acordo foi anunciado após uma reunião em Berlim dos ministros das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, da Rússia, Sergei Lavrov, e da Ucrânia, Pavlo Klimkin, além de Steinmeier.

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Segundo Steinmeier, porém, além da retirada das armas, não foi alcançada nenhuma medida pela paz na região. "Eu não estou aqui para lhes dizer que foi feito um grande avanço", disse o ministro alemão a jornalistas, após quase três horas de reunião. "Mas eu acredito que temos conseguido progressos notáveis hoje."

Ao final, os ministros reunidos emitiram uma declaração conjunta na qual pedem que todas as partes envolvidas no conflito parem de lutar e restaurem o cessar-fogo.

De acordo com Steinmeier, a Rússia também se comprometeu a usar a sua influência sobre os separatistas do leste ucraniano para que eles honrem o cessar-fogo. Fonte: Dow Jones Newswires.

O futuro governo catalão fixou para 2014 a data para a realização de um polêmico referendo sobre a independência da região da Espanha, informaram nesta terça-feira a frente de centro-direita Convergência e União (CiU, na sigla em catalão) e Esquerra Republicana de Catalunya. Os dois partidos, mais votados nas eleições regionais de 25 de novembro, chegaram nesta terça-feira a um pacto para formar o governo regional que deve tomar posse em Barcelona na quinta-feira, mesmo apesar das significativas diferenças ideológicas entre a CiU e a Esquerra.

O pacto permitirá que o atual presidente da região, Artur Mas, continue a presidir a Catalunha pelos próximos quatro anos. A CiU conquistou 50 das 135 cadeiras do Parlamento catalão e precisou fechar uma aliança com a Esquerra, que venceu 21 cadeiras, para formar governo. A Corte Constitucional da Espanha, tribunal máximo espanhol, disse que o referendo catalão para a independência é ilegal, e a União Europeia (UE) alertou que se a Catalunha ficar independente da Espanha sairá do bloco.

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As informações são da Associated Press.

Os torcedores catalães aproveitaram o superclássico entre Barcelona e Real Madrid neste domingo (7), realizado no Camp Nou pela sétima rodada do Campeonato Espanhol, para manifestar o apoio ao referendo proposto pelo presidente da Generalit, Artur Mas, sobre a independência da região.

Exatamente aos 17 minutos e 14 segundos do jogo, os torcedores presentes no estádio cantaram em coro para pedir a separação da Catalunha. O horário faz referência ao ano de 1714, quando um levante catalão foi sufocado pela monarquia na Espanha. No estádio lotado por mais de 90 mil pessoas, a grande maioria gritou por independência.

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No episódio conhecido como Guerra da Sucessão Espanhola, apesar do heróico combate, a Catalunha teve de render-se às tropas do pretendente francês ao trono, Filipe V de Espanha (conhecido como Filipe de Anjou, era neto do rei francês Luís XIV). O novo rei incorporou os territórios da antiga Coroa de Aragão sob o nome de Catalunha. A região deixou de ter um Estado próprio (a Generalitat e o Conselho de Cento), perdeu os seus direitos e foi incorporada definitivamente ao Reino da Espanha.

Além dos gritos ensaiados pelos torcedores do Barcelona, diversas faixas e bandeiras pedindo a separação da região foram vistas nas arquibancadas do Camp Nou. Em compensação, a pequena torcida do Real Madrid presente no estádio do rival tinha algumas bandeiras da Espanha, numa espécie de defesa da unidade do país.

O governo da província canadense de Québec marcou para o dia 4 de setembro as eleições regionais, abrindo uma campanha eleitoral muito acirrada que poderá levar o Parti Québécois (PQ), de centro-esquerda e separatista, ao poder. O Québec é a única província do Canadá onde a maioria da população fala francês. O atual primeiro-ministro (equivalente a governador) de Québec, Jean Charest, busca um quarto mandato. Charest é do Partido Liberal (Parti Liberal du Québec) e não está bem nas pesquisas de intenção de voto. Sondagem da Leger Marketing mostra que o PQ, liderado por Pauline Marois, está com 33% das intenções de voto, enquanto o Partido Liberal de Charest está com 31%. Caso eleita, Marois prometeu defender a independência do Québec e a separação do resto do Canadá.

"O clima não está positivo para o Partido Liberal", disse Christian Bouquet, vice-presidente executivo da Leger. Nesta quarta-feira, Charest disse que os eleitores escolherão entre o seu partido, que terá foco na criação de empregos e no crescimento econômico, e entre o PQ, o qual ele afirma conduz uma campanha "negativa", desviando o discurso dos temas econômicos e abordando fora de época o questão da independência do Québec.

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Charest também criticou várias vezes o apoio do PQ aos estudantes que conduziram protestos, por vezes violentos, nas ruas de Québec e Montreal, as duas maiores cidades da província francófona. Os estudantes protestam contra as reduções nos subsídios à educação e os aumentos nas mensalidades dos cursos universitários.

Em entrevista à Rádio Canadá, Marois disse que a campanha do PQ está com foco na redução dos impostos para a classe média e na melhora do sistema de saúde. Ele reforçou a defesa da independência do Québec e disse que os liberais perderam totalmente a credibilidade após vários anos de governo. Uma vitória do PQ poderá provocar um certo medo nos traders que detém dólares canadenses, dizem analistas, mas eles esperarão para ver se o partido cumprirá sua promessa de separação.

Em terceiro lugar, as sondagens indicam a coalizão de centro-direita Avenir Québec, com 20% das intenções de voto. Analistas disseram que o Avenir Québec poderá ter peso decisivo no Parlamento provincial, se nenhum dos dois partidos fizer uma maioria na casa de 125 cadeiras. Atualmente, o Partido Liberal tem 64 cadeiras, o PQ tem 47 e o Avenir tem 9.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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