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O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) de 2014 acumulou taxa de 6,87% e, com isso, atingiu o maior nível da série histórica, iniciada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) em 2003, informou o coordenador do indicador, Paulo Picchetti, que, disse projetar uma desaceleração da inflação captada pelo índice em 2015, para o nível de 6,6%.

Questionado sobre o número aguardado para o IPC-S do ano que se inicia, Picchetti não demonstrou otimismo, mesmo tem a expectativa de uma taxa menos pressionada. "O nível de 6,6% ainda é altíssimo", lamentou.

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O coordenador do IPC-S lembrou que a inflação captada pelo indicador nos últimos cinco anos veio bastante pressionada, dando um maior respiro para o consumidor apenas em 2013, quando acumulou alta de 5,63%. Em 2010, o IPC-S subiu 6,24%; em 2011, acumulou taxa de 6,36%; e, em 2012, atingiu a marca de 5,74%.

"O buraco foi mesmo em 2013 e a natureza deste buraco tem como resposta os preços administrados", disse Picchetti, lembrando que as reduções nas tarifas de energia elétrica foram fundamentais para levar a alta do grupo para o nível acumulado de 5,47% no ano retrasado. Em 2014, os administrados tiveram elevação bem mais significativa, de 12,89%. "Em 2013, houve uma mudança artificial", destacou, referindo-se ao represamento de diversas tarifas.

Para 2015, Picchetti espera que um grupo que vem sendo grande vilão durante vários anos recentes se transforme numa espécie de "mocinho" da inflação: o de Serviços. Segundo ele, com a esperada influência do aperto monetário retomado pelo Banco Central e com a tendência de manutenção da atividade em nível fraco ou até menos robusto, o emprego, depois de grande resistência, tende a ser afetado neste ano.

Com essa alteração de cenário, que tende a influenciar a renda da população, a parte de Serviços deve sofrer um impacto e apresentar níveis de inflação menores do que o dos últimos cinco anos, na avaliação do coordenador. Conforme os números de Picchetti, este conjunto de preços acumulou alta de 14,43% em 2014 ante avanço de 12,54% em 2013. Em 2012, a parte de Serviços havia aumentado 14,59% ante variações acumuladas positivas de 16,86% em 2011 e de 14,20% em 2010. "O grupo deve ajudar a inflação em 2015", opinou, sem informar uma estimativa específica, mas passando aos jornalistas uma esperança de algo abaixo da marca de 14%.

A despeito desta projeção menos pessimista, Picchetti já adiantou que o ano começará bastante pressionado, com um IPC-S de janeiro com estimativa bastante alta, de 1,20%, muito mais forte que a de 0,99% de janeiro de 2014. De acordo com ele, a previsão leva em conta impactos já conhecidos de vários reajustes anunciados, como os de tarifa de água em São Paulo; de energia no País com base no conceito de bandeiras tarifárias; das mensalidades escolares em níveis médios de 10%; dos cigarros; e das passagens de ônibus em várias capitais brasileiras.

O coordenador do IPC-S também leva em conta a possibilidade de aumento na gasolina em função de ajustes via retorno da Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). Toda a projeção não leva em conta, no entanto, eventuais surpresas que o grupo Alimentação costuma apresentar no período das chuvas. "Uma inflação de 1,20% que começa como um piso", disse Picchetti, que não trabalha, porém, com grande repasse da recente alta do dólar para o índice ao consumidor, já que acredita que o cenário atual não é parecido como de outros tempos, quando a pressão do câmbio para os produtos era bem mais intensa.

O enfraquecimento da atividade já pode estar dando os primeiros sinais de reflexo sobre a inflação de serviços. Dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) no âmbito do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da segunda leitura de agosto mostram que o grupo Serviços apresentou elevação de 0,59% na segunda quadrissemana (últimos 30 dias terminados na sexta-feira, 15) ante alta de 0,64% na primeira pesquisa do mês. "Em relação a Serviços, chama a atenção um número que continuamente vinha subindo e que agora passou a desacelerar, com tendência de passar a cair", afirmou nesta segunda-feira, 18, o coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti, ao referir-se à inflação de refeições em bares e restaurantes, que ficou com taxa positiva de 0,64% na segunda quadrissemana, ante 0,84% na primeira.

Apesar de o item figurar entre as maiores contribuições de alta no IPC-S da segunda pesquisa de agosto, que ficou em 0,08%, após 0,16% na primeira prévia, Picchetti disse que em levantamentos mais recentes os preços de alimentação fora de casa já estão recuando. "Desde outubro de 2011, este item não tem uma variação negativa. Há desaceleração de refeições em bares e restaurantes. Parece um primeiro sinal de impacto. Vem na esteira da atividade enfraquecida, de menos oferta de emprego e renda mais baixa", disse.

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Picchetti disse que, mesmo com os indícios claros de acomodação dos preços, ainda é preciso aguardar as próximas pesquisas para saber se os sinais de arrefecimento no grupo Serviços vão se confirmar. "É sempre um enigma. Contava com uma desaceleração há alguns meses, mas que não veio. Parece não haver mais espaço para continuar do jeito que estava, com alta dos preços (em restaurantes) constante", estimou. "Há tempos temos comentado que os restaurantes estão muito caros. Pode já estar começando a acontecer um esgotamento da capacidade de aumento dos preços", completou.

O coordenador do IPC-S ainda observou que os preços dos produtos industrializados e comercializáveis estão com taxas mais brandas, inclusive num contexto de câmbio um pouco mais apreciado. Os itens comercializáveis tiveram deflação de 0,01%, ante elevação de 0,06% na primeira leitura de agosto. Já os industrializados tiveram alta de 0,01%, após 0,07%.

O arrefecimento do grupo Alimentação dentro do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) na segunda quadrissemana de junho corroborou a expectativa do coordenador do índice e pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti, de que o indicador poderá fechar junho com inflação de 0,10%, como previsto no começo do mês.

Em entrevista nesta segunda-feira (16), ao Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, ele não descartou a possibilidade de um número negativo para Alimentação no fechamento do mês e disse que este conjunto de preços "realmente" começou a trajetória de desaceleração, que justifica a projeção feita lá atrás para o IPC-S do sexto mês deste ano. "Na primeira leitura, o movimento ainda não estava aparecendo (de forma tão evidente)", disse, ao referir-se à alta de 0,39% da classe de alimentos na primeira pesquisa do mês (ante 0,45% no fechamento de maio).

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Da primeira para a segunda quadrissemana, o grupo Alimentação diminuiu mais o ritmo de elevação, de 0,39% para 0,06%, e permitiu um alívio de 0,08 ponto porcentual no resultado final do IPC-S do período, contou Picchetti. Ou seja, se não fosse essa contribuição negativa de alimentos, o índice cheio da segunda medição de junho seria de 0,45% e não de 0,36%, como informou nesta segunda-feira (16) a FGV. "A notícia dessa leitura é que a inflação está realmente caminhando para um número perto de 0,10%", reforçou.

O economista da FGV disse que alguns motivos da desaceleração do IPC-S já eram esperados, como a redução dos efeitos do reajuste nos preços dos medicamentos e dos impactos da elevação nas tarifas de energia elétrica. Os dois itens tiveram variações menores na segunda quadrissemana na comparação com a anterior, de 0,40% ante 0,57% (medicamentos) e de 0,89% ante 1,92% (tarifa de eletricidade residencial). "A grande incógnita é o grupo Alimentação, mas que provavelmente deve continuar em desaceleração. É possível que até registre taxa negativa no fim do mês", estimou. Em junho de 2013, o grupo teve inflação de 0,02%, enquanto o IPC-S fora de 0,35%.

A expectativa de Picchetti é de que os alimentos in natura sigam a trajetória de queda nos próximos levantamentos, como já indicam as pesquisas de ponta (mais recentes). Ele citou como exemplo as hortaliças e legumes, que caíram 7,48%, com destaque para a deflação de 3,79% do tomate, além das frutas, que tiveram baixa de 4,04%. Uma das frutas que tiveram retração expressiva foi a tangerina (mexerica), com 14,15%. "É uma queda consistente e que traz o grupo Alimentação praticamente para uma taxa mais perto de zero ou até mesmo negativa. Do outro lado (das altas), não tem nada surpreendendo para cima. A taxa de refeições em bares e restaurantes está subindo (0,65%), mas já era esperado. É condizente com o momento (maior demanda por causa da Copa)", explicou.

IGP-10

O momento é totalmente propício a uma inflação mais comportada, disse Picchetti, também se referindo à deflação de 0,67% apurada pela Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) do quinto mês do ano e divulgada hoje pela FGV. A retração foi puxada especialmente pelo recuo de 3,60% dos preços agropecuários no atacado. "O saldo líquido é altamente favorável à desaceleração do IPC-S de junho. (A inflação) está cumprindo o papel sazonal", concluiu.

O economista Paulo Picchetti, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), disse que o Indicador Antecedente Composto da Economia (IACE) do mês de outubro, não sinaliza recessão no próximo trimestre nem expansão vigorosa. "A expectativa é de um crescimento modesto", disse ele.

O IACE recuou 0,4% em outubro, para 125,5 pontos, divulgaram nesta quinta-feira, 14, o Ibre e o Conference Board. O resultado negativo veio após avanço de 0,6% em setembro e de 0,9% em agosto. "O indicador está mostrando um comportamento de estabilidade em torno de uma ligeira oscilação", disse Picchetti.

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O economista explicou que o IACE busca antecipar movimentos de ciclos econômicos. "Se ocorrem quedas expressivas constantes, há um indicativo de recessão. Do contrário, se ocorrem altas constantes, há um indicativo de expansão forte da economia." A FGV prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) cairá 0,4% no terceiro trimestre, fechando o ano com expansão de 2,5%.

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