Tópicos | PEC da Vaquejada

A data de promulgação da PEC da Vaquejada foi definida e terá sessão solene no Congresso Nacional. A agora chamada Emenda Constitucional 96 será publicada na terça-feira (6) e traz as práticas desportivas que utilizem animais consideradas não cruéis, porém, em cumprimento das especificações previstas em lei. 

Conforme a Agência Estado, com esta publicação, o artigo 255 da Constituição terá a adição de um parágrafo que determina que, na categoria de manifestações culturais, as práticas desportivas com animais não têm caráter de crueldade. Na ocasião, a prática deve ser registrada como bem imaterial do patrimônio cultural brasileiro e terá de ser regulamentada por lei que assegure o bem-estar dos animais utilizados.

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Com isso, haverá uma segurança jurídica para o exercício da vaquejada. Em cada estado, já é aplicada a exigência da utilização de bois adultos; a abolição de esporas; o uso de cauda artificial e a disposição de um mínimo de 50 centímetros de areia no local das provas, para amortecer a queda dos animais.

A Câmara Dos deputados aprovou nessa quarta-feira (10) em 1º turno a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 304/17 que considera as vaquejadas como praticas não cruéis. A proposta altera a Constituição para estabelecer que não são consideradas cruéis as atividades desportivas que utilizem animais, desde que sejam registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro e garantam o bem-estar dos bichos. O texto foi aprovado por 366 votos a favor, 50 contra e seis abstenções.

Deputados defensores dos direitos dos animais criticaram a PEC que, no entendimento deles, permite a prática de maus tratos. Em outubro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional uma lei do estado do Ceará que regulamenta a prática das vaquejadas porque submeteria os animais à crueldade.

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“O STF entendeu que deve prevalecer o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, porque se trata de um direito que cuida de algo que diz respeito ao indivíduo, à sociedade e às futuras gerações, e, por essa razão, declarou inconstitucional a vaquejada pelo sofrimento que provoca nos animais”, disse o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ).

A proposta, de origem do Senado, foi defendida principalmente por deputados das regiões Nordeste e Centro-Oeste. O deputado Domingos Neto (PSD-CE) rebateu as críticas e disse que o texto da PEC vem justamente regulamentar a prática. “Uma vaquejada com rabo artificial, com proteção para o cavalo, com uma nova cama de areia, garantindo proteção ao animal”, disse.

“Essa PEC é para resguardar a história do país, a bravura do vaqueiro e do homem nordestino. E também para reavivar uma força econômica muito importante para o povo brasileiro”, acrescentou o deputado Danilo Forte (PSB-CE).

O deputado João Marcelo Souza (PMDB-MA) disse que os que se colocam contra o texto adotam uma atitude hipócrita. “São deputados do Sul, do Sudeste, que nada entendem de vaquejada. Isso se chama hipocrisia. Vocês não conhecem a cultura do Nordeste. Nunca se quis fazer mal a animal nenhum”, disse.

O deputado Ricardo Izar (PP-SP) rebateu Marcelo Souza e afirmou que  uma “manifestação tão agressiva assim só poderia se esperar de alguém que defende os maus tratos contra animais”. Izar é um dos principais defensores dos direitos dos animais na Casa e chegou a presidir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar casos de maus tratos.

O texto da PEC agora terá que passar por nova votação no Plenário da Câmara, em segundo turno. O prazo regimental determina intervalo mínimo de cinco sessões entre uma e outra votação. Caso não haja alterações no texto, ele será promulgado. Do contrário, terá que retornar ao Senado para nova votação.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que pretende instalar a comissão especial para analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 270/16), apresentada nesta terça-feira (25). O documento define a prática de rodeios e vaquejadas como expressão artística e cultural e como patrimônio imaterial brasileiro e transforma a atividade em modalidade esportiva. 

No início do mês, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou a vaquejada ilegal por entender que a prática seria crime ambiental devido aos maus tratos com os animais. Rodrigo Maia afirmou que vai buscar diálogo com os ministros do STF para que embargos que contestem o parecer da Corte possam reverter a decisão que tornou ilegal a atividade. “Vamos construir um acordo, um marco legal para resolver o problema e dar clareza para sociedade e explicar que não há maus tratos aos animais”, afirmou o presidente.

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O assunto foi tema de críticas dos parlamentares durante um evento na Casa. O deputado Hugo Motta (PMDB-PB) disse que a decisão do STF foi "radical" e que vai afetar a vida de milhares de pessoas que dependem da atividade para sobreviver. O deputado Jovair Arantes (PTB-GO) explicou que a vaquejada é uma prática que envolve cerca de 800 mil empregos, com uma ampla cadeia de produção que vai desde os produtores de cela, aos produtores de animais, de ração até veterinários. “A PEC vai constitucionalizar a atividade como tradição cultural brasileira e consolidar como prática esportiva”, defendeu o parlamentar.

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