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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, divulgou nesta sexta-feira (1º) durante a 28.ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-28), realizada em Dubai, nos Emirados Árabes, as ações que integram o chamado Plano para a Transformação Ecológica elaborado pelo governo. Segundo ele, esse programa vai demandar investimentos entre US$ 130 bilhões a US$ 160 bilhões por ano ao longo da próxima década, e tem potencial para criar entre 7,5 milhões e 10 milhões de empregos, envolvendo projetos em segmentos como bioeconomia, agricultura e infraestrutura.

Sem dar detalhes sobre como o plano será viabilizado, Haddad disse que a maior parte dos aportes precisará ocorrer em infraestrutura para promover adaptações, produzir energia e aprimorar a industrialização.

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Em essência, segundo o governo, o programa lançado ontem tem como foco permitir a introdução de novas linhas de crédito voltadas para o desenvolvimento sustentável, o aperfeiçoamento do ambiente regulatório e do licenciamento ambiental, dos mecanismos de concessão e de parcerias público-privadas, além da melhoria dos processos de compras públicas.

Entre os principais pontos, está a questão do mercado de carbono. A ideia é regulamentar como vai funcionar "o direito" das empresas de poluir, com base em um teto para a emissão de CO2 - que será decrescente, chegando a zero em 2050. O projeto, que já está no Senado, com relatoria da senadora Leila Barros (PDT-DF), define que as instalações que emitem acima de 25 mil toneladas de CO2 por ano estarão obrigatoriamente sujeitas a esse teto, e terão de comprar esse "direito" de poluir por meio de cotas, que serão arrematadas em leilões.

Um outro ponto importante do plano diz respeito ao chamado "combustível do futuro". A proposta é criar regras para um combustível de aviação sustentável (SAF) e o "diesel verde".

Uma terceira frente do plano é o projeto que trata de hidrogênio renovável, também chamado de hidrogênio verde, para definir quem vai regular esse setor. Já há textos no Congresso sobre esse tema e o governo pretende aproveitá-los.

Haddad disse que o Brasil deve apresentar ao G20 - que desde ontem passou a ser presidido pelo País - a essência do plano, e prometeu levar à COP-30, cuja sede será em Belém (PA), quase uma centena de iniciativas relacionadas à proposta.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Representantes dos Estados Unidos e da União Europeia (UE) se reuniram nesta segunda-feira (5) para discutir sobre comércio e tecnologia, em um encontro no qual os subsídios americanos à indústria ecológica e que a Europa considera anticompetitivos, estiveram no centro do debate e das tensões.

As delegações abordaram temas como as consequências da invasão russa da Ucrânia e perguntas sobre a coerção econômica, mas durante uma reunião do Conselho de Comércio e Tecnologia dos Estados Unidos e da UE, realizada nos arredores de Washington, todos os olhos se voltaram para a histórica Lei de Redução da Inflação (IRA, na sigla em inglês).

A lei, concebida para acelerar a transição dos Estados Unidos para uma economia de baixo carbono, contém cerca de 370 bilhões de dólares em subsídios para a energia verde, assim como cortes de impostos para baterias e veículos elétricos produzidos nos Estados Unidos.

Os países da UE têm criticado a IRA por considerá-la uma ameaça aos empregos europeus, especialmente nos setores de energia e automóveis.

Os diálogos desta segunda-feira, os terceiros do tipo, fazem parte de um impulso "para fazer crescer a relação comercial e o investimento bilateral", segundo um comunicado do Conselho de Segurança Nacional.

As duas partes avaliaram o trabalho de um grupo de trabalho dedicado à IRA e ressaltaram "progressos preliminares alcançados", segundo nota conjunta publicada nesta segunda.

"Reconhecemos as preocupações da UE e ressaltamos nosso compromisso em abordá-las de forma construtiva", acrescentou.

- "Uma resposta mais sólida" -

"Claramente, estão tentando expor nossas preocupações de uma forma não conflituosa", disse nesta segunda a jornalistas um funcionário europeu envolvido nas conversações.

"Ficou marcado como uma disputa, obviamente, para a qual penso que ainda estamos esperando uma resposta mais sólida", acrescentou.

Quando perguntado sobre os "ajustes" mencionados recentemente pelo presidente americano, Joe Biden, para que as empresas europeias não sejam tratadas injustamente, o funcionário disse que "a avaliação é que isto será extremamente difícil".

Mas ambas as partes chegaram a um acordo sobre uma série de outros temas, inclusive um sistema de troca de informações sobre o apoio público ao setor dos semicondutores para aumentar a transparência.

Também lançaram uma "iniciativa transatlântica sobre comércio sustentável" com o objetivo de descarbonizar as indústrias que consomem muita energia e ajudar na transição para economias mais circulares, acrescenta o comunicado.

- Não dão espaço suficiente -

O comissário de Mercado Interno da UE, Thierry Breton, decidiu não participar das reuniões, informou seu gabinete, ao entender que já não dão espaço suficiente aos temas que preocupam muitos ministros de indústria e empresas europeias.

No mês passado, Breton ameaçou apelar à Organização Mundial do Comércio e considerar "medidas de represália" se os Estados Unidos não revertia seus subsídios.

O plano também foi tema de discussões entre o presidente Biden e seu homólogo francês, Emmanuel Macron, em uma visita de Estado na semana passada.

Biden disse que as duas partes acordaram discutir passos práticos para coordenar e alinhar suas abordagens, embora tenha acrescentado que não vai se desculpar pelo ato, que nunca teve a intenção de prejudicar os aliados dos Estados Unidos.

O Conselho de Comércio e Tecnologia é copresidido pelo Secretário de Estado americano, Antony Blinken, a Secretária de Comércio, Gina Raimondo, e a Representante Comercial, Katherine Tai, assim como os Vice-presidentes-executivos da Comissão Europeia, Margrethe Vestager e Valdis Dombrovskis.

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