Tópicos | COP28

Durante a COP28 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 ou Conferência das Partes), em Dubai, Emirados Árabes Unidos, a Agrosmart, plataforma de inteligência de dados para o agro na América Latina, anuncia o lançamento do Nexus – um produto projetado para transformar dados em análises e insights capazes de impulsionar a tomada de decisão em toda a cadeia do agronegócio.

Dentre as inúmeras pautas abordadas na Conferência das Partes – evento que reúne representantes de governos, iniciativa privada, ONGs e acadêmicos – está a necessidade de informações claras para traçar estratégias de mitigação, resiliência e adaptação climáticas. Por isso, a Agrosmart optou por lançar o Nexus na ocasião e demonstrar como a tecnologia pode acelerar a agenda de transição climática na produção de alimentos.

##RECOMENDA##

O Nexus oferece uma proposta de valor única ao permitir que agroindústrias, indústrias de alimentos, tradings, grupos agrícolas e instituições financeiras transformem dados em inteligência. Com recursos como score de risco, inteligência de supply chain, modelos e análises climáticas, inteligência de mercado, modelos agronômicos e indicadores ESG na cadeia de valor, a plataforma proporciona uma gestão digitalizada das cadeias e dos processos agrícolas, trazendo transparência e proporcionando a gestão de riscos.

“O que nós vemos aqui na COP28 é que, mais do que nunca, é hora de agir! Precisamos construir soluções climáticas, especialmente nos sistemas agroalimentares. Isso porque a produção de alimentos tem em si um potencial intrínseco de gerar impacto positivo, e a tecnologia vem como uma forma de transformar isso em realidade”, comenta a CEO e cofundadora da Agrosmart, Mariana Vasconcelos, “ao mesmo tempo, temos sistemas agroalimentares vulneráveis às mudanças do clima, e falar em transição desses sistemas é também falar em segurança alimentar e segurança hídrica”, complementa a Young Global Leader pelo Fórum Econômico Mundial (WEF).

A climate tech brasileira já conta com mais de 100 mil produtores engajados e monitorados, abrangendo mais de 48 milhões de hectares e processando mais de 10 bilhões de dados. Os ativos, somados à expertise em agro, clima, sustentabilidade, deep tech e inteligência artificial, garantem aos usuários do Nexus acesso a informações de qualidade para a tomada de decisões estratégicas.

Os benefícios do Nexus são tangíveis e abrangentes, incluindo: inteligência de mercado; previsibilidade de fornecimento; gerenciamento de riscos climáticos, socioambientais e reputacionais; rastreabilidade e transparência na cadeia de valor, além da centralização de informações e processos através da digitalização de dados e informações de forma eficiente.

Além disso, a Agrosmart destaca seu compromisso com a agenda ESG e a utilização da tecnologia para impulsionar soluções climáticas. O Nexus é mais do que uma ferramenta; é uma peça fundamental na transição dos sistemas agroalimentares para modelos mais produtivos, sustentáveis e resilientes ao clima.

Entre as diversas cadeias de valor atendidas pela Agrosmart estão a do açaí, com a Frooty, e a do café, com a Sucafina. O objetivo é continuar expandindo a base de clientes em 2024, estabelecendo parcerias estratégicas para impulsionar ainda mais a inovação e o impacto positivo na produção de alimentos.

A Agrosmart faz parte do programa de Corporate Venture Capital (CVC) da Positivo Tecnologia, empresa brasileira de tecnologia parceira estratégica e investidora tecnológica da startup.

 

Representantes de quase 200 países aprovaram nesta quarta-feira (13) um apelo histórico a favor de uma "transição" energética que permita abandonar progressivamente o uso dos combustíveis fósseis.

A transição das energias que provocaram o aquecimento do planeta deve ser acelerada "nesta década crucial", afirma o texto.

O objetivo é chegar a 2050 com um balanço "neutro" de emissões de gases do efeito estufa, como estipula o Acordo de Paris de 2015.

"Estabelecemos as bases para alcançar uma mudança transformadora histórica", declarou o presidente da conferência, o emiradense Sultan Ahmed Al Jaber, em meio aos aplausos dos participantes.

Os países precisaram negociar por um dia a mais que o previsto para o encerramento oficial da COP28 para concretizar o acordo.

Oito anos após o Acordo de Paris, a comunidade internacional afirma que uma preparação é necessária para deixar para trás as fontes de energia que permitiram o maior crescimento econômico da história.

- Motivos para otimismo -

"A era dos combustíveis fósseis deve acabar - e deve acabar com justiça e equidade", destacou o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, em um comunicado.

"Em um mundo abalado pela guerra na Ucrânia e no Oriente Médio, há motivos para otimismo, motivos para gratidão e motivos para alguns parabéns significativos a todos aqui", afirmou o enviado especial do governo dos Estados Unidos para o Clima, John Kerry.

Duramente negociado, o texto pede às partes que contribuam com uma lista de ações climáticas, "de acordo com as circunstâncias nacionais".

"É fundamental que os países desenvolvidos tomem a dianteira na transição rumo ao fim dos combustíveis fósseis e assegurem os meios necessários para os países em desenvolvimento", declarou a ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva.

O texto propõe "triplicar a capacidade energética renovável" e "dobrar a eficiência energética média" até 2030.

A transição energética deverá ser "justa, ordenada e equitativa", afirma o acordo.

Mais de 80% das emissões de gases do efeito estufa são provocadas pelo petróleo, gás e carvão. Mas estes combustíveis também representam grande parte da energia que o planeta consome diariamente.

O termo em inglês utilizado no texto, "transition away", é ambíguo e sujeito a interpretação, reconheceram os especialistas.

A meta é 2050, mas o texto não deixa claro se até esta data, fundamental no calendário da batalha climática, os países devem ter abandonado completamente a dependência das fontes de energia fósseis.

O que a comunidade internacional reitera é que, até meados do século, o planeta deve equilibrar o CO2 que envia para a atmosfera com o que retém ("neutralidade de carbono").

- Vozes divergentes -

O ambiente no centro de convenções de Dubai era de cansaço e satisfação, mas as vozes divergentes também marcaram presença.

"Não reconhecemos que a produção de combustíveis fósseis tem que começar a diminuir", alertou a ministra colombiana Susana Muhamad, cujo país anunciou em Dubai que vai aderir a uma coalizão de países comprometidos com a interrupção dos investimentos na exploração de petróleo.

O texto representa um "passo adiante, mas não oferece o equilíbrio necessário para reforçar a ação mundial", reagiu a Aliança dos Pequenos Estados Insulares, ameaçados pelo aumento do nível dos oceanos.

- Promessas não cumpridas -

A presidência emiradense organizou uma grande conferência em Dubai, com mais de 80.000 delegados, um recorde.

A COP28 começou com boas notícias em 30 de novembro, quando os países aprovaram, após apenas um ano de negociações, um fundo de perdas e danos para os países mais afetados pela mudança climática.

Apesar de todas as promessas, o mundo aumenta invariavelmente as emissões de gases do efeito estufa. Os cientistas alertam que, até 2030, os compromissos de redução propostos em Dubai representarão apenas um terço do sacrifício necessário.

O planeta vive em 2023 o ano mais quente desde o início dos registros das temperaturas, segundo os cientistas.

A COP28 entrou no último dia oficial do evento nesta terça-feira (12) sem um acordo sobre o que fazer com os combustíveis fósseis para acelerar o combate contra a mudança climática.

O prazo estabelecido pelo presidente da conferência, Sultan Ahmed Al Jaber, para a conclusão da reunião, às 7H00 GMT (4H00 de Brasília) desta terça-feira, expirou sem o anúncio de um acordo, como vários negociadores anteciparam nos últimos dias.

##RECOMENDA##

A disputa envolve a necessidade de "reduzir" ou "eliminar" progressivamente o uso de petróleo, gás e carvão, assim como se as medidas propostas devem ser apenas uma opção ou um compromisso real, pelo menos no papel.

O diretor geral da COP28, Majid Al Suwaidi, afirmou que a presidência emiradense da conferência está trabalhando em um novo rascunho do acordo, baseado nas "linhas vermelhas" apresentadas na segunda-feira pelos países, que rejeitaram a primeira proposta.

"O objetivo é alcançar um consenso", declarou à imprensa. "Todos gostariam de concluir a tempo, mas queremos obter o resultado mais ambicioso possível. Este é o nosso único objetivo", acrescentou.

O mundo aumentou as emissões de gases do efeito estufa em 2023. Os cientistas alertam que, até 2030, os compromissos de reduções propostos em Dubai representarão apenas um terço do que é necessário para conter as mudanças climáticas.

O planeta vive em 2023 o ano mais quente desde o início dos registros, segundo os climatologistas.

- O fim do petróleo -

Há 12 dias, representantes de quase 200 países participam em Dubai na maior conferência sobre mudanças climáticas já organizada até o momento, com a intenção de debater uma questão histórica: se o mundo estava preparado para declarar simbolicamente a morte do petróleo, do carvão e do gás.

A presidência emiradense da COP28 preparou, após longas sessões de negociações, uma proposta de declaração que indica que os países "poderiam" escolher entre várias medidas para elevar seus compromissos climáticos, incluindo a polêmica "redução do consumo e produção" de combustíveis fósseis.

A proposta foi recebida com irritação ou frustração pela maioria dos países. Os negociadores seguiram em reuniões durante a madrugada.

A COP28 deveria, a princípio, terminar com uma declaração votada por consenso.

"Esta é a última COP em que teremos a oportunidade de manter (o objetivo) 1,5ºC vivo", declarou o enviado dos Estados Unidos para o clima, John Kerry.

A meta do Acordo de Paris de luta contra a mudança climática de 2015 era manter o aumento da temperatura mundial limitado ao máximo de +1,5 ºC.

"Penso que muitos de vocês se opõem a participar em uma farsa", acrescentou Kerry.

O texto é "claramente insuficiente", disse a ministra de Transição Ecológica da Espanha, Teresa Ribera, que ocupa a presidência semestral dos ministros da União Europeia.

Ribera e o comissário europeu de Ação Climática, Wopke Hoekstra, se reuniram com o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, nesta terça-feira.

- Confusão e rostos preocupados -

Durante a madrugada, alguns representantes, em particular dos países produtores de petróleo do Golfo, optaram por não fazer declarações.

Ativistas receberam os negociadores com uma corrente humana perto do salão de debates, com os braços cruzados, em silêncio.

A confusão e rostos preocupados dominavam os corredores do grande centro de exposições de Dubai. Uma fonte da presidência emiradense afirmou, no entanto, que tudo faz parte do jogo das negociações.

O texto é "uma abertura", como se fosse uma partida de xadrez, disse a mesma fonte.

O papel da China e dos Estados Unidos, cruciais nas negociações climáticas (e principais emissores de gases do efeito estufa do planeta) será determinante.

Embora todos os olhares estejam voltados para os combustíveis fósseis, outros temas também têm muito trabalho pela frente, como o estabelecimento de metas comuns de adaptação à mudança climática.

"Há vários cenários pela frente. No melhor cenário possível, as partes encontram pontos de compromisso que refletem o consenso", afirmou Cassie Flynn, diretora global para mudanças climáticas do Programa de Desenvolvimento da ONU.

"Outra opção, e já vimos isso em outras negociações, é elaborar uma lista de opções que será reportada à próxima COP", explicou.

"O terceiro cenário, que ninguém deseja, é uma pausa nas negociações e que a COP28 seja retomada mais tarde", completou.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, defendeu que os países avancem nas decisões a respeito do fim do uso de combustíveis fósseis para que o Brasil não sofra com uma "pororoca de pressão" em 2025, quando o país vai sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). A declaração foi dada durante uma coletiva de imprensa, nesta segunda-feira,11, na COP28, em Dubai.

Minutos antes da fala da ministra, a presidência da COP28 divulgou o rascunho do texto do balanço global sobre o Acordo de Paris. A redação decepcionou especialistas por não incluir a perspectiva de eliminação do uso de combustíveis fósseis. O texto inclui a perspectiva de transição energética com o aumento das fontes renováveis e a redução da produção e do consumo de fósseis "de forma justa" para chegar à taxa zero de emissões até 2050.

##RECOMENDA##

A redação ainda é um rascunho e pode ser alterada até a plenária final da COP28, que está prevista para terça-feira,12.

"Desde o começo, todo trabalho que o Brasil vem fazendo é no sentido de que a gente possa assimilar esse tema inadiável em relação ao combustível fóssil no percurso das três COPs: a COP28, a COP29 e a COP30. Nós não queremos uma pororoca de pressão na COP30 de algo que não foi sendo assimilado ao longo do processo", disse a ministra.

Marina afirmou que ainda não tinha conseguido avaliar o texto proposto pela presidência da COP28, mas disse que a marca de sucesso dessa conferência seria estabelecida a partir do modo como a questão dos fósseis fosse tratada. Questionada se caso o tema não fosse tratado a COP seria considerada um fracasso, Marina disse que o resultado poderia ser avaliado em uma escala.

"Eu falei da métrica de sucesso. Você pode fazer uma escala de sucesso, não é? Você pode receber bronze, você pode receber prata, você pode receber ouro", afirmou.

O Brasil tem defendido que o texto contenha a questão dos combustíveis fósseis, mas que o movimento rumo ao fim desses recursos seja liderado pelos países desenvolvidos. O país também defende que haja uma instância para discutir sobre o tema no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudança do Clima (UNFCCC).

Durante o anúncio da confirmação do Brasil como sede da COP-30, após a coletiva, Marina aproveitou para pedir avanços no acordo entre os países em relação a combustíveis fósseis. A ministra afirmou que é preciso sair da COP-28 com o que "todos esperam":

"Uma matriz caracterizada pelo acentuado aumento das fontes renováveis de energia e a simultânea redução da dependência dos combustíveis fósseis", disse.

*A repórter Paula Ferreira viajou a Dubai a convite do Instituto Clima e Sociedade

A conferência climática de Dubai (COP28) propôs, nesta segunda-feira (11), a "redução do consumo e produção de combustíveis fósseis" para manter vivo o objetivo de limitar o aumento da temperatura do planeta a +1,5 ºC, segundo um rascunho.

O texto, elaborado pela presidência da COP28 após dias de negociações complicadas, fica aquém da exigência de "eliminar" progressivamente ("phase out") essas energias, responsáveis pelo aquecimento global.

O rascunho de 21 páginas ainda deve ser submetido a uma sessão plenária de negociadores de quase 200 países. As decisões nas conferências climáticas da ONU são tomadas por consenso.

As nações que assinaram o Acordo de Paris "reconhecem a necessidade de reduções profundas, rápidas e sustentáveis das emissões" de gases de efeito estufa e, consequentemente, pedem "ações que possam incluir" toda uma bateria de medidas, segundo o texto.

Ou seja, o rascunho não pede explicitamente às partes que apliquem todas as medidas, sem exceção.

Também propõe como opção "eliminar" ("phase out") os subsídios "ineficientes" aos combustíveis fósseis, e fazê-lo "o mais rápido possível".

O texto renova o apelo a favor das energias renováveis, inclui a energia nuclear como opção "limpa" e também as polêmicas tecnologias de retenção e captura de CO2, ainda em desenvolvimento.

O texto é "um retrocesso", criticou a principal aliança de organizações ambientalistas, a Climate Action Network.

"As nossas vozes não foram ouvidas", explicaram os pequenos Estados insulares, os mais ameaçados pelo aumento das águas.

- "Corrida contra o tempo" -

A COP28 deve terminar oficialmente na terça-feira, mas as conferências climáticas da ONU crescem em número de participantes e em complexidade a cada ano.

"Estamos em uma corrida contra o tempo" para encontrar um consenso, destacou o secretário-geral da ONU, António Guterres, presente em Dubai para encorajar os diplomatas, depois de mais de dez dias de longas reuniões.

Guterres defendeu uma menção específica à eliminação das energias fósseis.

Mas "isso não significa que todos os países devam abandonar as energias fósseis ao mesmo tempo", admitiu o chefe da ONU perante os jornalistas.

A COP de Dubai é a primeira a fazer um balanço da ação climática desde o Acordo de Paris, que impôs o objetivo de tentar manter a temperatura média global em +1,5 ºC em comparação com a era pré-industrial.

A intenção agora é definir novas metas mais ambiciosas, acelerar a transição energética e as medidas de adaptação.

O texto pede que os países apresentem novos planos para reduzir as emissões de gases até o final de 2024.

As negociações foram presididas pelo emiradense Sultan Al Jaber, presidente da companhia petrolífera nacional do seu país, o que levanta suspeitas há meses. Jaber afirmou diversas vezes que lutava por um "acordo histórico".

Arábia Saudita e Iraque, duas grandes potências petrolíferas, expressaram publicamente sua oposição à palavra "eliminação" dos combustíveis fósseis na última grande reunião plenária, no domingo.

Os dois países consideram que nada indica que o petróleo, o gás e o carvão devem ser completamente abandonados para garantir o cumprimento do objetivo de +1,5ºC.

Os cientistas insistem que as emissões de gases do efeito estufa não estão diminuindo e, portanto, é necessário adotar medidas drásticas, o mais rápido possível.

O objetivo compartilhado por representantes das quase 200 nações reunidos em Dubai é alcançar a neutralidade de carbono, ou seja, que as emissões e capturas somem zero, até 2050.

A Noruega anunciou nesta segunda-feira nova doação de R$ 245 milhões ao Fundo Amazônia, em meio à COP28, que ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O anúncio foi feito pelo ministro do Clima e Meio Ambiente do país escandinavo, Andreas Bjelland Eriksen, durante um painel que comemorava os 15 anos da iniciativa do Brasil, gerida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e conduzida pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Os recursos doados devem fomentar, acima de tudo, medidas de combate ao desmatamento e promoção do desenvolvimento sustentável da região amazônica através do Fundo, que figura como o maior projeto de Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+) do mundo. A iniciativa também destaca a atuação da Noruega no Fundo, cuja contribuição foi pioneira e representa o maior montante, com mais de R$ 3 bilhões doados.

##RECOMENDA##

Tereza Campello, diretora Socioambiental do BNDES, afirmou que "este anúncio renova os compromissos da Noruega e é demonstração da confiança de que, com o governo Lula, retomamos o enfrentamento ao desmatamento, depois de quatro anos em que o Fundo Amazônia ficou paralisado", enfatizou. A divulgação contou com a participação da ministra Marina Silva (MMA) e do superintendente de Meio Ambiente do BNDES, Nabil Kadri.

Outras doações

O Fundo Amazônia também recebeu aporte suplementar de R$ 215 milhões pelo Reino Unido durante a cúpula. Neste ano, também anunciaram doações a União Europeia (R$ 110 milhões) e a Dinamarca (R$ 105 milhões). O Fundo recebeu em 2023 R$ 110 milhões do governo da Alemanha, e assinou contrato para a entrada de cerca de R$ 500 milhões do governo britânico, além de R$ 30 milhões do governo suíço e R$ 15 milhões dos Estados Unidos, cuja doação total divulgada é de aproximadamente R$ 2,4 bilhões, sem prazo definido.

O ano de 2023 se destacou pela reestruturação do Fundo Amazônia e de suas estruturas operacionais e institucionais, com a reedição do Decreto que institui o Fundo e determina sua governança, a recomposição do comitê orientador, o COFA, e a revisão do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) e das Diretrizes e Focos do Biênio aplicáveis ao Fundo.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu nesta segunda-feira (11) que os países alcancem um acordo na reunião de cúpula do clima COP28 para eliminar progressivamente os uso de todos os combustíveis fósseis, com um apelo aos negociadores para que demonstrem "máxima flexibilidade" e "boa-fé".

Guterres, que retornou a Dubai para o fim da conferência, disse que é "essencial" que o texto final, que tem a aprovação prevista para terça-feira (12), "reconheça a necessidade de abandonar todas as energias fósseis em um calendário coerente com o limite de 1,5ºC" de aquecimento global.

##RECOMENDA##

"Isto não significa que todos os países devem abandonar as energias fósseis ao mesmo tempo", acrescentou, em um comentário sobre os pedidos de alguns países em desenvolvimento para que tenham um prazo maior que as nações ricas.

A questão dos combustíveis fósseis e do financiamento para os países mais desfavorecidos é fundamental para a COP28, que entrou na fase final das negociações antes da conclusão do evento, prevista para terça-feira.

"Estamos em uma corrida contra o tempo para encontrar um consenso", destacou Guterres.

As negociações enfrentam a oposição de alguns países exportadores de hidrocarbonetos, liderados pela Arábia Saudita, que dificultam a adoção de um texto que aborde abertamente as energias fósseis.

O secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), Simon Stiell, também fez um apelo aos representantes dos países reunidos em Dubai.

"Em primeiro lugar, retirem os bloqueios tácticos desnecessários", disse Stiell, que citou a prioridade de reduzir as emissões de gases do efeito de estufa e de criação de "meios" para apoiar a transição dos países menos desenvolvidos.

Ele considera que é necessário alcançar um compromisso sobre a saída ou pelo menos uma redução do uso de energias fósseis, além de assegurar o financiamento dos países pobres.

"Os níveis de ambição mais elevados são possíveis para os dois temas", insistiu.

"Cada passo para trás nos objetivos mais ambiciosos custará milhões de vidas", alertou, antes de reiterar que é contrário à política de pequenas medidas.

"Não temos um minuto a perder", declarou, na véspera do encerramento oficial da COP28, apesar das muitas questões cruciais ainda pendentes.

O presidente da COP28, Sultan Ahmed Al Jaber, CEO da empresa de petróleo nacional dos Emirados Árabes Unidos, prometeu um acordo "histórico".

O ano de 2023 será o mais quente já registrado após um novembro que estabeleceu o sexto recorde mensal consecutivo de temperaturas, ao mesmo tempo que o termômetro das negociações também sobe nas negociações da COP28, em Dubai.

A 28ª conferência da ONU sobre as mudanças climática, que tem a presidência dos Emirados Árabes Unidos, termina oficialmente em 12 de dezembro.

##RECOMENDA##

O principal objetivo do evento e elevar a ambição coletiva para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, com novos prazos, compromissos mais rigorosos e dados de financiamento o mais concretos possíveis.

A situação é "muito dinâmica" em todos os capítulos da negociação, afirmou uma fonte que acompanha as discussões.

Em alguns aspectos, como o dedicado à adaptação às mudanças climáticas, não há qualquer consenso sobre o rascunho, advertiu uma fonte latino-americana que pediu anonimato.

As organizações de defesa do meio ambiente e os governos mais comprometidos com o combate contra o aquecimento do planeta insistem que é necessário abandonar o uso dos combustíveis fósseis (petróleo, gás, carvão) como fontes energéticas o mais rápido possível.

Os países produtores de petróleo, liderados pela Arábia Saudita, são contrários a uma frase muito rigorosa, pois consideram que estas fontes ainda têm um papel importante a desempenhar na transição energética.

Segundo os cientistas, quanto mais cedo o mundo abandonar estas fontes de energia, mais rápido alcançará a meta de manter a temperatura média do planeta em no máximo +1,5ºC na comparação com à média registrada no período pré-industrial.

O presidente da COP28, Sultan Ahmed Al Jaber, deve, a princípio, receber um rascunho do comunicado final na quarta-feira à noite e tomar decisões sobre o rumo das negociações, que serão comandadas principalmente pelos ministros de quase 200 países a partir de sexta-feira.

- Recorde da temperatura nos oceanos -

Segundo o observatório do clima europeu Copernicus, o mês de novembro superou em 0,32ºC o recorde anterior para o período, registrado em novembro de 2020.

A temperatura média na superfície terrestre foi de 14,22ºC .

Foi também 1,75ºC mais quente que a estimativa da média do mês de novembro entre 1850 e 1900, período de referência da era pré-industrial.

O outono (hemisfério norte, primavera no Brasil) de 2023 foi o mais quente da história "por ampla margem", com 15,30ºC, ou seja, 0,88ºC acima da média.

"O ano de 2023 tem seis meses e duas estações recordes. As temperaturas globais excepcionais de novembro, com dois dias com 2°C acima dos (níveis) pré-industriais, significam que 2023 será o ano mais quente dos registros históricos", afirmou em um comunicado Samantha Burgess, vice-diretora do Serviço de Mudanças Climáticas (C3S) do Programa Copernicus de Observação da Terra.

O ano de 2023 registrou uma série de fenômenos meteorológicos extremos devastadores relacionados com as mudanças climáticas.

O fenômeno climático cíclico El Niño, que acontece no Pacífico, reforçou o aumento das temperaturas em 2023, mas provocou menos "anomalias" até o momento que no período 2015-2016. Porém, ainda não atingiu o seu pico.

Em novembro de 2023, a temperatura na superfície dos oceanos também foi a mais elevada para este período do ano, 0,25°C acima do recorde anterior, estabelecido em novembro de 2015. Este recorde mensal de calor entra para a lista de marcas superadas a cada mês desde abril.

A Braskem cancelou, na segunda-feira, 4, a sua participação na Conferência das Nações Unidas Sobre Mudança Climática (COP28). O motivo é a situação de emergência decretada em Maceió e os alertas para o risco de colapso de uma mina da petroquímica na capital de Alagoas.

"Nos últimos dias, diante do agravamento da crise de Maceió, achou melhor cancelar sua participação nos painéis para evitar que o assunto sobrepujasse quaisquer outras discussões técnicas, dificultando eventuais contribuições que a empresa pudesse oferecer", diz o comunicado da Braskem sobre a conferência que ocorre em Dubai.

##RECOMENDA##

Ainda segundo a petroquímica, a "Braskem está acompanhando a COP e todas as discussões sobre mudanças climáticas, uma vez que tem metas de redução de emissões de gases de efeito estufa e de crescimento com produtos mais sustentáveis, entre eles bioprodutos e produtos com conteúdo reciclado".

Na segunda-feira, a Defesa Civil de Maceió voltou a detectar um aumento de velocidade da abertura da mina 18, depois de uma sequência de dias em que se apontou a desaceleração no ritmo do afundamento do solo.

O boletim mais recente divulgado pelo órgão indica que a velocidade, na noite da segunda-feira, era de 0,26 cm por hora, um pequeno aumento em comparação ao registrado no período da manhã: 0,25 cm por hora. O deslocamento vertical acumulado da mina é de 1,80 metro.

Encerrando os compromissos na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai, nos Emirados Árabes, a governadora Raquel Lyra participou, nesse domingo (3), de um encontro com governadores do Nordeste e representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No encontro, foi tratada uma proposta da criação do Fundo Caatinga, iniciativa do Consórcio Nordeste e BNDES, que visa a preservação do único bioma exclusivamente brasileiro.

Durante a COP28 o Governo de Pernambuco já anunciou o investimento de R$ 60 milhões que serão aplicados na preservação da Caatinga. Do montante, R$ 30 milhões são de recursos próprios e os outros R$ 30 milhões do BNDES. Pernambuco foi o primeiro estado do Brasil a assinar o Floresta Viva na Caatinga, bioma que tem hoje 50% de sua cobertura vegetal em estado de degradação. 

##RECOMENDA##

“Precisamos trabalhar para permitir que a gente tenha mais resiliência e a capacidade de trazer mais qualidade de vida para o nosso povo. É possível que nosso estado fomente a economia de forma sustentável, preservando o meio ambiente com ações práticas a partir do nosso investimento inicial de R$ 30 milhões. Que possamos conseguir mais aportes para a Caatinga, porque é ela que nos salvará e pode nos ajudar a reposicionar a economia no interior do Estado”, enfatizou Raquel Lyra.

BALANÇO -  Durante os quatro dias de participação com a presença da governadora Raquel Lyra, também foram feitos outros anúncios importantes, a exemplo do Plano Pernambucano de Mudança Econômico-Ecológica, o PerMeie; o investimento de R$ 20 milhões na planta de produção de H2V que será instalada no Porto de Suape; a Estratégia Estadual de Hidrogênio Verde; a adesão ao Consórcio Brasil Verde, que tem o objetivo de fortalecer projetos regionais e fomentar a troca de experiências entre os estados brasileiros;  além da participação de discussão com estados subnacionais sobre ação climática global.  “Pela primeira vez, inédito em Pernambuco, o meio ambiente na pauta central do desenvolvimento do nosso Estado”, conclui a governadora.

Estiveram presentes no encontro os secretários estaduais Ana Luiza Ferreira (Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha); e Rodolfo Costa Pinto (Comunicação); os deputados estaduais João Paulo Costa e Diogo Moraes; os governadores Elmano Freitas, do Ceará; e Jerônimo Rodrigues, da Bahia; a diretora do Mercado de Capitais e Finanças Sustentáveis do BNDES, Natália Dias; o secretário de Programas do Consórcio Nordeste, Pedro Lima; e o especialista Climático Principal do FIDA, Pierre Yves Guedez.

*Da assessoria de imprensa

O presidente da COP28, Sultan Ahmed Al Jaber, afirmou nesta segunda-feira que respeita as recomendações científicas sobre a mudança climática e pediu a redução de 43% das emissões dos gases do efeito estufa até 2030.

"Nós estamos aqui porque acreditamos e respeitamos muito a ciência", disse Jaber em uma entrevista coletiva, após o vazamento de um vídeo em que teria questionado se para atingir a neutralidade em emissões de carbono é imprescindível eliminar os combustíveis fósseis.

"Tudo em que esta presidência tem trabalhado, e continua trabalhando, está focado e centrado na ciência", disse Jaber.

O presidente da COP28 reconheceu que as emissões globais de gases do efeito estufa devem ser reduzidas em 43% até 2030, como parte dos esforços para alcançar a meta de neutralidade e limitar o aquecimento a 1,5ºC na comparação com a era pré-industrial.

O jornal britânico The Guardian publicou um vídeo no domingo que mostra uma conversa exaltada de Jaber com a ex-primeira-ministra irlandesa Mary Robinson durante um fórum virtual.

"Não estou de forma alguma aderindo a uma discussão alarmista", disse Jaber na conferência online 'SHE Changes Climate', em 21 de novembro.

"Sou factual e respeito a ciência, e não existe nenhuma ciência, ou nenhum cenário, que diga que a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis é o que vai conseguir 1,5º C", acrescentou o presidente da COP28.

A governadora Raquel Lyra (PSDB) está em Dubai, nos Emirados Árabes, para participar da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP28), e recebeu, neste sábado (2), uma surpresa de aniversário organizada por sua equipe.

Durante um momento em que estava em um restaurante, a chefe do executivo estadual recebeu um bolo de rolo com uma vela em cima. Além do bolo, Lyra ganhou uma camiseta com o adjetivo "pernambucana" estampado, além de um quadro.

##RECOMENDA##

Ela ficou emocionada, mas chegou a dizer que não poderia chorar. "Eu não vou chorar porque se eu ligar o 'chorador', eu vou chorar um monte", ela disse.

Vídeos foram publicados nas redes sociais da governadora. Veja:

[@#video#@]

 

Na COP28, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu, há pouco, a declaração dada nesta sábado (2), pelo presidente francês Emmanuel Macron, que se posicionou contra a aprovação de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. "É um direito do Macron ser contra o acordo, cada país tem a sua posição", afirmou o presidente brasileiro, emendando que a União Europeia não pensa dessa forma e o país dirigido por Macron tem uma tradição protecionista que direciona a sua opinião.

"É um direito dele (Macron). Cada país tem um direito de ter uma posição. Eu acho que é um direito dele ser contra. O Macron sempre foi, a França sempre foi o país mais duro para fazer acordo porque a França é o mais protecionista. Não é a mesma posição da União Europeia, que pensa outra coisa", disse o mandatário brasileiro. Lula concederia uma entrevista coletiva após a de Macron, mas o evento foi cancelado em cima da hora, sem explicação do motivo.

##RECOMENDA##

Em coletiva de imprensa hoje, após participar de uma reunião bilateral com o presidente Lula na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP28), Macron foi enfático ao dizer que é contra o acordo Mercosul-UE: "Sou contra o acordo Mercosul-UE, porque acho que é um acordo completamente contraditório com o que ele está fazendo no Brasil e com o que nós estamos fazendo, porque é um acordo que foi negociado há 20 anos, e que tentamos remendar e está mal remendado."

O presidente brasileiro tem tentado avançar com o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, mas encontra dificuldades em obter consenso entre os países europeus. A expectativa do governo era de avançar com o tema até a reunião do Mercosul, que ocorre na próxima semana no Rio de Janeiro. Em sua declaração à imprensa, Macron classificou ainda o tratado como "antiquado" e afirmou que a medida era incoerente com a política ambiental do governo.

Mais cedo, durante discurso de Lula em reunião do G77+ China, grupo que reúne países desenvolvidos, o presidente criticou as barreiras protecionistas, o que classificou como hipocrisia. "Barreiras protecionistas e medidas unilaterais impostas por países ricos sob o pretexto da sustentabilidade desnudam a hipocrisia da retórica do livre comércio. Os custos das transições do mundo desenvolvido estão sendo transferidos para o Sul Global. Nós, que já somos os mais afetados pela mudança do clima, estamos sendo duplamente punidos", disse Lula.

*A jornalista viaja a convite do Instituto Clima e Sociedade

O Brasil e o Reino Unido firmaram, neste sábado (2/12), um acordo de cooperação em projetos de apoio à descarbonização do setor industrial. O documento foi assinado no Brasil pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin e entregue neste sábado para a ministra de Segurança Energética e Net Zero do Reino Unido, Claire Coutinho, em cerimônia de assinatura que ocorreu em Dubai, nos Emirados Árabes, durante a programação da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, COP 28. No ato da assinatura em Dubai, o MDIC foi representado pelo secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria, Rodrigo Rollemberg.

O memorando tem o objetivo de aumentar a capacidade do MDIC de identificar, alinhar e combinar fontes de assistência internacional com projetos para apoiar a descarbonização do setor industrial brasileiro. Nesse sentido, busca promover o desenvolvimento e a implantação de novas tecnologias limpas.

##RECOMENDA##

A estrutura de cooperação recebeu no memorando a denominação de Hub de Descarbonização Industrial no Brasil (HDIB). Vai funcionar como um centro de articulação de parcerias internacionais com interesse na descarbonização do setor industrial, incluindo provedores de assistência técnica, doadores internacionais de financiamento climático, investidores privados e outras iniciativas industriais com a finalidade de facilitar a identificação, o alinhamento e a correspondência das medidas propostas.

Para a representante britânica, Claire Coutinho, os esforços do hub fazem parte de um processo de fortalecimento de laços entre os dois países em áreas como mercados de carbono, governança climática, instituições de pesquisa, empresas e investidores em áreas como energia, bioeconomia e agricultura. "Espero que nossa parceria continue a dar resultados e a crescer, com base no respeito, no diálogo, no equilíbrio e nos interesses comuns, ao mesmo tempo em que proporciona benefícios para nossos povos e nos faz avançar rumo à economia do futuro", completou.

O presidente francês Emmanuel Macron visitará o Brasil no dia 27 de março de 2024. A confirmação foi feita por ele neste sábado, 2, durante almoço bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a COP-28, em Dubai.

Durante o encontro, os presidentes conversaram sobre o acordo entre o Mercosul e a União Europeia. O Brasil atua para destravar a parceria entre os blocos. Na sexta-feira, Lula abordou o mesmo tema durante reuniões bilaterais com representante da União Europeia, Ursula von der Leyen, e com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.

##RECOMENDA##

Na reunião com Macron, o presidente Lula também abordou aprofundamento da relação entre os países, sobretudo na questão climática e nas áreas de Defesa e Cultura.

Lula e Macron já tinham se encontrado rapidamente durante a COP-28, quando se cumprimentaram. O país tenta retomar a boa relação com a França, após as rusgas entre os dois países durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

*A jornalista viaja a convite do Instituto Clima e Sociedade

O Para Francisco enviou uma carta ao presidente Lula (PT) desmarcando o encontro que eles teriam durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP28), realizada este ano em Dubai, nos Emirados Árabes. A carta foi divulgada nas redes sociais do presidente neste sábado (2).

No texto, o pontífice se desculpa ao chefe do Executivo Nacional por desmarcar o encontro devido a problemas de saúde. “Estou escrevendo para informar a você, com grande tristeza, que diante do conselho dos meus médicos, eu não estarei apto a comparecer à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP28) em Dubai, e consequentemente participar do nosso encontro agendado”, escreveu o Papa.

##RECOMENDA##

Eles tinham uma reunião agendada durante a conferência, e possivelmente discutiriam ações e medidas acerca da questão climática global. “Continuo grato pela sua disposição em discutir o futuro de nossa casa comum e os meios mais eficazes de responder aos desafios urgentes enfrentados por nossa família humana. Acredito que poderemos falar juntos em outra ocasião para prosseguir com essas questões”, continuou.

[@#video#@]

 

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se emocionou neste sábado, 2, durante evento da Cúpula do Clima da ONU, COP-28, ao ceder seu espaço na plenária de países florestais para que a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, discursasse em seu lugar. Lula faria o discurso final do painel sobre florestas, mas decidiu quebrar o protocolo e passar a palavra para Marina, chorando ao apresentá-la.

"Precisamos muita, muita coisa. Vinte e oito edições da COP para que pela primeira vez as florestas viessem falar por si só. E eu não poderia utilizar a palavra sobre as florestas, se eu tenho no meu governo uma pessoa da floresta. A Marina nasceu na floresta, se alfabetizou aos 16 anos", afirmou Lula emocionado.

##RECOMENDA##

Antes de passar a palavra, o presidente aproveitou para cobrar mais uma vez que os países ricos concedam financiamento aos países florestais. "É a primeira vez que estamos dizendo: não basta evitar desmatamento, é preciso cuidar das florestas, das pessoas que moram na floresta. Isso custa muito dinheiro e os países ricos têm que ajudar a pagar", disse Lula.

Ao assumir a palavra, Marina falou a respeito das ações do governo na área e afirmou que é preciso que todos os setores assumam suas responsabilidades nesse processo. "Compromisso com floresta não é só de governo, é de empresa, sociedade e da ciência. E nós contamos com toda sociedade", disse.

Na última sexta-feira, o governo brasileiro lançou uma proposta para ampliar o financiamento destinado à conservação de florestas. O mecanismo sugere a criação de um fundo para captar investimentos que serão revertidos em uma remuneração por hectare preservado. A ideia do Brasil é que pessoas que conservem a floresta sejam pagas por esse serviço prestado.

O projeto, ainda preliminar, pretende captar inicialmente US$ 250 bilhões (cerca de R$ 1,23 trilhão) para até 80 nações florestais. A manutenção e recuperação de florestas é a grande aposta do Brasil na COP-28. O país levou à conferência números relativos à queda do desmatamento na Amazônia. Dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostram que houve uma redução de 22% no desmatamento da Amazônia em um ano. A análise inclui o período de agosto de 2022 a julho de 2023.

Discursos

Esse foi o terceiro discurso feito pelo presidente neste sábado, 2, na COP-28. Antes, Lula falou durante uma reunião do G77+China, que reúne países em desenvolvimento. Na ocasião, o presidente apelou aos países em guerra para que abram negociação pela paz e defendeu a mudança no Conselho de Segurança da ONU.

Lula também participou de um encontro com a sociedade civil, quando ouviu as demandas de representantes de organizações do terceiro setor. O presidente confirmou que o Brasil vai participar da Opep+, criada pela Organização dos Países Produtores de Petróleo, mas afirmou que o país tentará convencer outras nações a reduzirem a aposta nos combustíveis fósseis.

*A jornalista viaja a convite do Instituto Clima e Sociedade

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, divulgou nesta sexta-feira (1º) durante a 28.ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-28), realizada em Dubai, nos Emirados Árabes, as ações que integram o chamado Plano para a Transformação Ecológica elaborado pelo governo. Segundo ele, esse programa vai demandar investimentos entre US$ 130 bilhões a US$ 160 bilhões por ano ao longo da próxima década, e tem potencial para criar entre 7,5 milhões e 10 milhões de empregos, envolvendo projetos em segmentos como bioeconomia, agricultura e infraestrutura.

Sem dar detalhes sobre como o plano será viabilizado, Haddad disse que a maior parte dos aportes precisará ocorrer em infraestrutura para promover adaptações, produzir energia e aprimorar a industrialização.

##RECOMENDA##

Em essência, segundo o governo, o programa lançado ontem tem como foco permitir a introdução de novas linhas de crédito voltadas para o desenvolvimento sustentável, o aperfeiçoamento do ambiente regulatório e do licenciamento ambiental, dos mecanismos de concessão e de parcerias público-privadas, além da melhoria dos processos de compras públicas.

Entre os principais pontos, está a questão do mercado de carbono. A ideia é regulamentar como vai funcionar "o direito" das empresas de poluir, com base em um teto para a emissão de CO2 - que será decrescente, chegando a zero em 2050. O projeto, que já está no Senado, com relatoria da senadora Leila Barros (PDT-DF), define que as instalações que emitem acima de 25 mil toneladas de CO2 por ano estarão obrigatoriamente sujeitas a esse teto, e terão de comprar esse "direito" de poluir por meio de cotas, que serão arrematadas em leilões.

Um outro ponto importante do plano diz respeito ao chamado "combustível do futuro". A proposta é criar regras para um combustível de aviação sustentável (SAF) e o "diesel verde".

Uma terceira frente do plano é o projeto que trata de hidrogênio renovável, também chamado de hidrogênio verde, para definir quem vai regular esse setor. Já há textos no Congresso sobre esse tema e o governo pretende aproveitá-los.

Haddad disse que o Brasil deve apresentar ao G20 - que desde ontem passou a ser presidido pelo País - a essência do plano, e prometeu levar à COP-30, cuja sede será em Belém (PA), quase uma centena de iniciativas relacionadas à proposta.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ao discursar para chefes de Estado e de governo na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (1º) que o mundo pode estar diante do maior desafio já enfrentado pela humanidade e criticou conflitos como os registrados no Oriente Médio. “Em vez de unir forças, o mundo trava guerras, alimenta divisões e aprofunda a pobreza e as desigualdades”.

Lula lembrou que o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) é categórico sobre o perigo do aumento na temperatura global superar 1,5 grau Celsius (°C) e destacou que a meta fixada pelo Acordo de Paris é manter esse aumento entre 1,5°C e 2 °C. “Já é insuficiente para conter o aquecimento global em nível seguro.” 

##RECOMENDA##

“Temos um problema coletivo de inação e outro de falta de ambição. As NDCs [Contribuições Nacionalmente Determinadas, metas anunciadas por cada país para redução dos efeitos das mudanças climáticas] atuais não estão sendo implementadas no ritmo esperado. E mesmo que estivessem, não conseguiriam manter a temperatura abaixo do limite de 1,5°C. O Brasil ajustou sua NDC e se comprometeu a reduzir 48% das emissões até 2025.”

Segundo Lula, a NDC brasileira é mais ambiciosa que a de vários países “que poluem a atmosfera desde a Revolução Industrial”, no século 19. “Mantemos o firme compromisso de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030. Já conseguimos reduzi-lo em quase 50% nos dez primeiros meses deste ano, o que evitou a emissão de 250 milhões de toneladas de carbono na atmosfera”.  

“Mas muitos países do sul global não terão condições de implementar suas NDCs nem de assumir metas mais ambiciosas. Os mais vulneráveis não podem ter que escolher entre combater as mudanças do clima e combater a pobreza. Terão que fazer ambos. O princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, é inegociável. Ameaçado, vai na contramão de qualquer noção básica de justiça climática.”

O presidente classificou como inaceitável que a promessa de US$ 100 bilhões ao ano para conter os efeitos das mudanças climáticas, assumida por países desenvolvidos, não tenha saído do papel, enquanto, apenas em 2021, os gastos militares chegaram a US$ 2,2 trilhões. Lula destacou ainda que, no Brasil, a emergência climática já é uma realidade, citando a seca inédita registrada na Amazônia.  

“O nível dos rios é o mais baixo em mais de 120 anos. Nunca imaginei que veria isso no lugar onde estão os maiores reservatórios de água do mundo. O futuro da Amazônia não depende só dos amazônidas. O desmatamento em todo o mundo só responde por 10% das emissões globais. Mesmo que não derrubemos mais nenhuma árvore, a Amazônia poderá atingir seu ponto de não retorno se outros países não fizerem sua parte. Um aumento da temperatura global poderá desencadear um processo irreversível de savanização da Amazônia”.

“Os setores de energia indústria e transporte emitem muito gás de efeito estufa. Temos que lidar com todas essas fontes. É por isso que o Brasil está propondo a missão 1.5. Uma missão coletiva, que vai nos manter na trilha de 1,5°C. Nos dois anos até a COP30, será necessário redobrar os esforços para implementar as NDCs que assumimos. E, em Belém, precisamos anunciar NDCs mais ousadas e garantir os meios de implementação necessários para concretizá-las”, disse. “Se não deixarmos nossas diferenças de lado, em nome de um bem maior, a vida no planeta estará em perigo e será tarde demais para chorar,” explicou.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, declarou nesta sexta-feira (1) que "o planeta está farto de acordos climáticos não cumpridos" e que chegou o momento de "atitudes concretas", em um discurso para os líderes mundiais na COP28 em Dubai.

"O planeta está farto de acordos climáticos não cumpridos. De metas de redução de emissão de carbono negligenciadas. Do auxílio financeiro aos países pobres que não chega", afirmou o presidente brasileiro para quase 140 líderes mundiais.

##RECOMENDA##

"De discursos eloquentes e vazios. Precisamos de atitudes concretas", acrescentou. "Quantos líderes mundiais estão de fato comprometidos em salvar o planeta?", questionou Lula.

"A conta da mudança climática não é a mesma para todos. E chegou primeiro para as populações mais pobres. Governantes não podem se eximir de suas responsabilidades. Nenhum país resolverá seus problemas sozinho. Estamos todos obrigados a atuar juntos além de nossas fronteiras. O Brasil está disposto a liderar pelo exemplo", prosseguiu.

O país apresentará em Dubai uma iniciativa para lutar contra o desmatamento nas florestas tropicais, com aliados da bacia amazônica e de outros continentes.

"Forjamos uma visão comum com os países amazônicos e criamos pontes com outros países detentores de florestas tropicais", disse Lula.

"O mundo já está convencido do potencial das energias renováveis. É hora de enfrentar o debate sobre o ritmo lento da descarbonização do planeta e trabalhar por uma economia menos dependente de combustíveis fósseis. Temos de fazê-lo de forma urgente e justa".

"Vamos trabalhar de forma construtiva, com todos os países, para pavimentar o caminho entre esta COP28 e a COP30, que sediaremos no coração da Amazônia", destacou o presidente sobre a reunião do clima de 2025, que acontecerá na cidade de Belém (Pará).

O Brasil se ofereceu no ano passado como voluntário para receber a conferência do clima da ONU na região amazônica.

Na COP28, o Brasil tem 1.336 delegados, entre funcionários do governo, empresários e ativistas, o que representa o dobro do número de representantes do país anfitrião, os Emirados Árabes Unidos.

Lula, que no ano passado compareceu à COP27 de Sharm el-Sheikh (Egito) como convidado, pois ainda não havia assumido o cargo de presidente, é um dos protagonistas da reunião de Dubai, onde tem encontros programados com o presidente de Israel, Isaac Herzog, em plena guerra em Gaza, com o presidente da França, Emmanuel Macron, e com o chefe de Governo da Espanha, Pedro Sánchez.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando