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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conversou por telefone com o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, na sexta-feira (22), e ambos concordaram em ter uma nova conversa no próximo mês.

Na sequência, Biden tratou de pandemia e de questões migratórias com o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador. As ligações de ontem foram as primeiras com líderes estrangeiros desde que o democrata assumiu o cargo em 20 de janeiro.

A Casa Branca informou que, durante sua teleconferência de meia hora, Biden e Trudeau "destacaram a importância estratégica" do vínculo entre os dois países e discutiram como reforçar a "cooperação bilateral com uma agenda ampla e ambiciosa" que inclui a luta contra a pandemia da covid-19, o fortalecimento dos laços econômicos e de defesa, além do desafio do aquecimento global.

E "acertaram de se reunir no próximo mês para avançar no importante trabalho de renovação da amizade profunda e duradoura entre o Canadá e os Estados Unidos", segundo um comunicado do governo de Ottawa.

A modalidade da reunião bilateral - virtual ou presencial - e a data estão em aberto, informou o gabinete do premiê canadense, enquanto o comunicado da Casa Branca indica que os dois líderes concordaram simplesmente em "voltar a falar" no mês que vem.

A conversa com Trudeau se concentrou na luta contra a pandemia, mas também abordou questões espinhosas, como a decisão do governo de Biden de pôr fim a um oleoduto entre ambos os países, acrescentou Ottawa.

"O primeiro-ministro expressou a decepção do Canadá com a decisão dos Estados Unidos sobre o oleoduto Keystone XL", disse o governo canadense.

- Migração e Covid-19 -

Já López Obrador informou, no Twitter, que, em sua conversa com Biden, o presidente americano se mostrou "amável e respeitoso" para com o México.

"Tratamos de questões relacionadas com a migração, a #covid19 e a cooperação para o desenvolvimento e o bem-estar. Tudo indica que as relações serão boas para o bem dos nossos povos e nações", escreveu López Obrador.

Um comunicado do Ministério mexicano das Relações Exteriores detalhou que López Obrador celebrou que Biden tenha reconhecido "as contribuições da comunidade migrante mexicana nos Estados Unidos". Também reiterou a posição de seu governo de que a solução para o fenômeno da migração "passa pela promoção do desenvolvimento nas comunidades de origem".

No que diz respeito à covid-19, os presidentes destacaram a necessidade de uma "cooperação efetiva" e concordaram que seus governos vão colaborar para enfrentar os desafios decorrentes da situação de saúde global.

Ambos os países têm questões espinhosas para tratar na agenda: desde o fluxo migratório, passando pelo combate às drogas, até o tráfico de armas dos Estados Unidos para o território mexicano.

A reformulação do combate ao narcotráfico é uma das questões mais difíceis, no momento em que a estratégia que envolvia o Exército mexicano parece esgotada, e o presidente mexicano busca prescindir da Iniciativa Mérida, um acordo de cooperação entre os dois países.

López Obrador foi, junto com o presidente Jair Bolsonaro, um dos líderes que mais demoraram a parabenizar Biden por sua vitória, em meio à campanha do ex-presidente republicano Donald Trump para questionar os resultados eleitorais.

O vínculo entre Trump e López Obrador começou com tensões, depois que o ex-presidente dos Estados Unidos ameaçou sobretaxar o México, se não impedisse o fluxo de imigrantes centro-americanos na fronteira sul dos Estados Unidos. Diante da pressão, o México mobilizou milhares de soldados para conter o êxodo.

Posteriormente, ele concordou em assinar os Protocolos de Proteção ao Migrante, que estipulam que os estrangeiros que chegarem à fronteira sul dos Estados Unidos para solicitar asilo devem aguardar a resolução em território mexicano.

Sua primeira e única viagem internacional foi aos Estados Unidos em julho de 2020, em plena campanha eleitoral norte-americana. Alguns dias antes de deixar o cargo, Trump lhe agradeceu por sua "amizade".

Para Ricardo Alday, ex-diplomata mexicano especialista em relações internacionais, esta ligação foi "um gesto de boa vontade e de pragmatismo político de ambos os lados. Em especial de Biden, depois de todo o tempo que López levou para reconhecer sua vitória" eleitoral.

- "Um campo minado" -

Em 19 de dezembro passado, Biden e López Obrador tiveram uma conversa sobre a questão migratória. Após aquele diálogo, o líder mexicano disse que "não há nada a temer" e que não há motivos para prever uma"relação ruim".

Depois de tomar posse na quarta-feira (20), Biden anunciou que suspenderá a aplicação dos Protocolos de Proteção ao Migrante e decretou a suspensão das obras para concluir o muro na fronteira com o México prometido por Donald Trump desde sua primeira campanha eleitoral, em 2016.

Alday destacou que "a agenda bilateral é um campo minado" e que, na maioria das questões, "há posições conflitantes". Será, portanto, um grande teste para a vontade de ambos de trabalharem juntos.

Donald Trump acusou, nesta quarta-feira (4), o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau de ter "duas caras", depois que uma rede de televisão canadense mostrou o premiê aparentemente rindo do presidente americano junto com outros líderes durante uma recepção à margem da cúpula da Otan.

Alegando que já falou muito com a mídia desde que chegou a Londres na segunda-feira (2), Trump disse que voltará "diretamente" a Washington ao final da cúpula, cancelando sua coletiva de imprensa final.

Durante uma recepção no Palácio de Buckingham na terça-feira, uma câmera de televisão flagrou o grupo de líderes rindo aparentemente do presidente americano.

Nas imagens, pode-se escutar o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, perguntando ao presidente francês, Emmanuel Macron: "Foi por isso que chegou tarde?".

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, intervém: "Chegou tarde porque sua coletiva de imprensa durou 40 minutos".

No começo da terça-feira, a reunião bilateral entre Macron e Trump foi precedida por uma longa atenção à imprensa, quando os líderes demonstraram publicamente suas divergências sobre a estratégia da Otan e sobre comércio.

No vídeo, Macron parece contar uma piada sobre o encontro, diante dos olhares da princesa Anne e do primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, mas o francês vira de costas para a câmera e suas palavras não podem mais ser ouvidas.

"Oh, sim, sim, anunciou...", reage um Trudeau brincalhão, acrescentando: "Você acaba vendo sua equipe boquiaberta".

"Ele tem duas caras", afirmou Trump a jornalistas nesta quarta-feira, antes de entrar em uma reunião bilateral com a chanceler alemã Angela Merkel.

"Chamei sua atenção (de Trudeau) sobre o fato de que não estar pagando 2%" do PIB nacional como contribuição à Aliança do Atlântico, "e imagino que não esteja muito contente por isso", disse na tentativa de justificar as piadas.

Quebrando o protocolo, Trump usou intensamente suas aparições públicas com aliados para responder a dezenas de perguntas dos jornalistas.

"Acho que já demos muitas coletivas de imprensa", disse, dando a entender que retornará aos EUA sem falar com a imprensa ao fim da reunião.

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