* Com informações da repórter Damares Romão
Durou cerca de 2 horas a reprodução simulada da morte do empresário Sérgio Falcão, realizada nessa segunda-feira (3). Jailson Melo, o ex-seguranda da vítima, chegou ao edifício 14 bis, localizado da Avenida Boa Viagem, Zona Sul do Recife, para realizar a reconstituição do caso por volta das 14h40. Acompanhado pelos advogados ele afirmou ser inocente e que ajudará a polícia no decorrer das investigações.
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Participaram da reconstituição o suspeito, a empregada do empresário, o porteiro do prédio, o funcionário de uma lavanderia – primeira pessoa a ver o dono da construtora Falcão morto – e um ator que representará a vítima. A delegada Vilaneira Aguiar e o gestor do Departamento de Proteção à Pessoa, Casemiro Ulisses, além de três peritos do Instituto de Criminalística (IC) e dois papiloscopistas do Instituto de Identificação Tavares Buriu (ITB) também estiveram presentes.
Por volta das 15h15, Jaílson simulou o momento da chegada ao edificio 14 bis. Ele interfonou e pilotando a motocicleta entrou pela garagem do prédio, localizado na Rua Félix de Brito Melo. Na reconstituição ele apareceu mais uma vez em frente ao prédio simulando o momento em que deixou o local. Após os trabalhos, os peritos fizeram uma segunda reconstituição para confrontar com a versão do suspeito.
Um dos peritos do Instituto de Criminalística (IC), Jairo Lemos, afirmou que a reconstituição do crime foi bastante produtiva. Ao todo foram feitas cinco versões do crime e participaram oito pessoas incluindo o suspeito, que aparentava estar muito tenso, o porteiro, a empregada, o entregador de roupas e os peritos. Na reconstituição foi utilizada uma arma de simulação e um tiro de festim foi disparado para confirmar se deu ou não para a empregada ouvir. Em um primeiro depoimento ela afirmou que não teria escutado o tiro, já hoje, ela confirmou ter ouvido o disparo.
“Fizemos várias encenações, em uma colocamos como ‘ator’ o próprio suspeito do caso, e a outra nossa versão (versão criminalística), que é baseada nos vestígios que existiam no local, como manchas de sangue, a linha do tiro baseada na marcação eu fizemos no teto do projétil, então foi bastante proveitosa. De agora em diante vamos aguardar resultado de laboratório, da balística e de melhoria das imagens para só ai dar um ponto de vista final, claro, se baseando nas medições feitas no local”, declarou o peritos do IC, Sergio Almeida.
Segundo Jairo Lemos, ainda não dá para dizer se o crime foi um suicídio, como o ex-segurança do empresário disse em depoimento, ou se foi um homicídio cometido pelo mesmo. O resultado da perícia deve estar concluído entre 15 a 20 dias.
Ao final de toda a reprodução simulada, o gestor do DHPP Casemiro Ulisses disse que Jailson Melo ainda não é considerado como suspeito. “Se não há indícios, se não há nenhum indicativo de que ele teria efetuado os disparos ele não pode ser suspeito”. Segundo Ulisses, somente após o resultado da perícia o caso poderá ser definido. “A simulação foi muito boa, mas ela nada acrescenta enquanto nós não tivermos o resultado pericial”.
Depoimento
Durante o depoimento nesta segunda-feira (03), o advogado André Fonseca, que defende Jaílson, reafirmou a versão de suicídio premeditado. “O empresário abriu um notebook que estava em cima de uma mesa e pediu para o meu cliente observar imagens de armas. Neste momento, ele conseguiu pegar o revólver do meu cliente e cometeu o suicídio”, afimrou André Fonseca. Ele disse, ainda, que a pistola 380 era do cunhado do segurança, que também é policial militar.
O advogado também ressaltou que existe a hipótese do empresário ter cometido o suicídio devido à existência de um seguro de vida. “O seguro tem uma cláusula que em caso de suicídio ele só é pago após dois anos da efetuação do contrato. E no caso de homicídio o seguro seria pago instantaneamente”.
A delegada Vilaneida Aguiar, responsável pela investigação do caso, contou como ocorreu o depoimento. “Ele continua sustentando a versão de suicídio e se colocou a disposição para colaborar com o decorrer da investigação”. A arma utilizada no dia do crime e roupas do suspeito foram apreendidas pela Polícia. A delegada também adiantou que hoje, às 14h, será realizada a reconstituição do caso, com a participação do suspeito. “A reconstituição será confrontada com o depoimento”.
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