Estudantes realizaram um protesto na tarde desta quinta-feira (21) contra a correção da prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que serve também como meio de entrada na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A movimentação, chamada “Redação de volta para a Covest, já”, reuniu aproximadamente 100 participantes, que percorreram parte da avenida Conde da Boa Vista, Derby, e parte da avenida Agamenon Magalhães, todos os locais no Recife.
O movimento pede que a redação volte a ser corrigida pela Covest, na segunda fase do vestibular da UFPE. De acordo com uma das representantes do protesto, Laila Santiago, “os estudantes não querem que a prova de redação seja excluída do Enem, até porque há alunos que querem fazer o Sisu, mas, que haja uma segunda redação nas específicas da UFPE”, explicou. A ideia dos protestantes é que 60% da nota sejam atribuídos a redação da segunda fase da UFPE, 20% para as questões discursivas, e que 20% correspondam a nota da redação do Enem.
##RECOMENDA##Entre gritos de protestos, barulhos de apitos e trânsito parado nas vias, os estudantes reclamavam que a correção da redação pelo Enem é feita sem critérios corretos de avaliação, com rapidez, e sem a atenção merecida. “É uma correção superficial, feita às pressas. Quem se prepara de verdade acaba se prejudicando na redação porque ela é mal corrigida. Eu conheço gente que fez a redação com fuga total do tema e tirou uma boa nota, outras, que sempre tiveram bons resultados no simulado, tiraram nota baixa e perderam de entrar na universidade”, critica a jovem Thaís Brandão (foto à direita).
Felipe Soares, que também participou do protesto, fez fortes críticas à correção do Enem. “A correção é um absurdo. Eles não avaliam corretamente. A Covest é um órgão preparado e sério que pode corrigir nossas provas. Queremos justiça e um futuro digno, e isso depende do ingresso na universidade. Não podemos ser prejudicados por causa de irresponsabilidade”, criticou com veemência o estudante.
Enquanto o protesto seguia pelas ruas em direção à sede da Covest, no bairro do Derby, os estudantes fechavam os cruzamentos das ruas atrapalhando o trânsito. Alguns engarrafamentos começaram a se formar e muitos motoristas reclamaram. Alguns alunos chegaram a discutir com os condutores, além disso, motoqueiros tentavam a todo custo passar pelo bloqueio dos estudantes.
Na espera por um ônibus, Dácio Silva criticou a ação dos estudantes. “Eu acho que não é correto atrapalhar quem quer trabalhar por causa do problema deles. Eles têm que reivindicar na UFPE e não atrapalhar nossa vida”, criticou. Já Marinalva Gomes, que também esperava condução, apoiou o movimento. “Eles estão certos. Se estão se sentindo prejudicados, precisam protestar”, disse.
[@#galeria#@]
A caminho da Covest
Os estudantes seguiram para sede da Covest, onde finalizaram a caminhada. Lá, eles aguardaram o presidente da instituição, Armando Cavalcanti, que os atendeu por volta das 15h. Eles conversaram sobre a proposta da correção, entretanto, Cavalcanti explicou que deve ser feito um contato com a UFPE, que têm o poder de realizar as mudanças. “A gente faz o que a UFPE decide. Entendemos que todo o movimento é válido, mas, apenas a universidade pode realizar mudanças na correção da redação”, falou o presidente, que também elogiou a confiança dos alunos na Covest.
De acordo com os organizadores do movimento, a próxima ação será ir até a UFPE e se reunir com representantes da instituição de ensino. O objetivo é que o encontro ocorra já na próxima semana. O “Redação de volta para a Covest, já” teve início há um mês atrás por redes sociais na internet, e já possui mais de 40 mil pessoas no grupo virtual.
[@#video#@]