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Há 115 anos Albert Einstein trazia ao mundo a Teoria da Relatividade, apresentada na Academia de Ciências, em Berlim, que mudaria completamente os paradigmas da ciência no século que se seguiu. Contudo, há mais de um século uma pergunta se impõe: Mas para que a teoria serve? O Leia Já relembra quatro aplicações cortidianas que nem todo mundo conhece, mas que de alguma forma está relaciona à Teoria da Relatividade, confira:

GPS

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Nos dias de hoje, qualquer smartphone possui um GPS integrado, porém, é a Teoria da Relatividade que pode explicar o funcionamento dos aparelhos. A localização de um GPS é calculada a partir do tempo de resposta entre satélites que orbitam a Terra e os nossos dispositivos, em uma espécie de triangulação. Se o GPS não levasse em conta a relatividade do tempo, devido à alta velocidade dos satélites e à distância do campo gravitacional, todos os GPS deixariam de estar calibrados, acumulando erros que impediriam que chegássemos ao nosso destino.

O magnetismo

Os especialistas explicam: qualquer coisa que tenha a ver com os campos magnéticos é explicada por um efeito relativista. Estes campos foram já descritos antes, mas depois percebeu-se que é a Relatividade que explica o magnetismo na realidade. Não é preciso ir longe, basta olhar para sua geladeira carregada de imãs.

Ouro à prova do tempo

José Luis Fernández Barbón esclareceu ainda que o ouro é praticamente “à prova do tempo”, do desgaste e da oxidação, por causa das propriedades dos seus átomos pesados, presentes também no mercúrio, cujos elétrons estão muito próximos do núcleo e se movem muito rápido. Por isso já sabe, a Teoria da Relatividade também explica o porquê do seu ouro permanecer intacto.

Energia nuclear

“Qualquer coisa que tenha a ver com a energia nuclear, bombas atômicas, reatores nucleares ou questões relacionadas com radioatividade, está ligada à famosa equação de Einstein (E=mc2) “, revela o cientista espanhol Barbón, que explica que todos esses processos envolvem mudanças maciças nos núcleos, que por sua vez resultam de grandes mudanças de energia.

Por Matheus de Maio 

A Lei Estadual 15.717/2005 instituiu em São Paulo o Dia do Físico, em 19 de maio A data é uma alusão ao ano de 1905 (19/05), considerado o “Ano Maravilhoso”, época em que o físico Albert Einstein (1879 – 1955) publicou quatro artigos essenciais para o avanço científico, com desdobramentos por todo o século XX, até os dias de hoje. Uma das teses mais conhecidas é a Teoria da Relatividade.

Rogério Toniolo é físico e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e conta que Einstein é certamente um dos maiores cientistas do mundo, “pois contribuiu fortemente para o entendimento da natureza em domínios que vão das partículas elementares até a cosmologia.” Toniolo lembra que os trabalhos de Einstein referentes à relatividade e física quântica mostram que existem fenômenos contra intuitivos, que desafiam o senso comum. 

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Dentre os primeiros trabalhos do cientista alemão, está a tese de doutorado sobre o movimento browniano, fundamental no desenvolvimento da teoria atômica da matéria, e a descoberta da equivalência entre massa e energia, que teve papel importante no desenvolvimento do uso da energia nuclear. Além do estudo acerca do efeito fotoelétrico, e como a luz reage durante o contato com a matéria. Este último, teve seu reconhecimento no prêmio Nobel de Física em 1921.

De acordo com o professor, a relação entre Einstein e o estudo da relatividade começou com uma pesquisa sobre a eletrodinâmica dos corpos em movimento, que mais tarde seria apelidada de "teoria da relatividade restrita". Em 1926, o físico teórico apresentou a teoria geral da relatividade, que estuda a relação entre espaço, tempo e gravidade. “Inicialmente houve uma forte desconfiança da comunidade científica. Os efeitos contra intuitivos previstos na relatividade tornaram a teoria um objeto de curiosidade do público em geral o que, naturalmente, gerou desconforto. Por estas razões, a relatividade pode ser considerada um dos seus maiores trabalhos”, conta. 

As descobertas de Einstein estão atreladas diretamente ao desenvolvimento científico, como o estudo acerca da equivalência entre matéria e energia, através da famosa fórmula: e = mc². “Essa descoberta teve papel importante no desenvolvimento da geração de energia nuclear e na criação da bomba atômica, no final da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945)”, explica.  O professor Toniolo lembra que o advento da bomba atômica moldou a geopolítica mundial, cujas consequências estão presentes até o dia de hoje. “Einstein inicialmente defendia o desenvolvimento da bomba, pois existia o risco de que a Alemanha nazista a desenvolvesse primeiro. Após os ataques nucleares ao Japão, pondo um fim à guerra, Einstein assumiu seu arrependimento por ter influenciado o presidente americano Roosevelt sobre a necessidade do desenvolvimento de armas atômicas, concretizado pelo projeto Manhattan”.

Legado de Einstein

Além de possuir grande influência no cenário das teorias físicas, Einstein foi referência em um dos quadros mais famosos do pintor surrealista Salvador Dali, “A Persistência da Memória” (1931). “Acabou se tornando um símbolo para a Teoria da Relatividade, por conta das figuras de relógios deformados, escorrendo sob a ação da gravidade. Embora tivesse interesse pela relatividade, Dali afirmou mais tarde que a inspiração para o quadro foi a visão de pedaços de queijo camembert derretido, que acabou usando para simbolizar a fluidez do tempo”, explica.

  O professor Toniolo conta que Einstein também é referência para vários personagens fictícios de cientistas, pela sua aparência de vovô simpático, de cabelos e bigode brancos, e assim ficou sendo como a personificação simbólica da física. Suas obras influenciaram gerações de estudiosos e seu legado é permanente. “Mesmo após de sua morte, há mais de 60 anos, em 1955, Einstein frequentemente volta aos noticiários quando uma de suas previsões teóricas é comprovada”, analisa.

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